sábado, 31 de dezembro de 2016

Hotéis na Orla de Atalaia, em Aracaju

Foto: Portal Infonet.
Reproduzida do site: infonet.com.br

Fim de tarde na cidade de Aracaju

Foto: Ícaro Novaes/Portal Infonet.
Reproduzida do site: infonet.com.br/noticias/cultura

Turismo: Ilhas fluviais são atrações em Sergipe

 Ilha dos Namorados.
Foto: reprodução TV Sergipe.

 Ilha da Sogra é sossego pertinho da praia do Saco.

 Croa do Goré e bar Flutuante.

 Croa do Goré no Mosqueiro.

 Stand-up é uma boa pedida, no Rio Vaza-Barris.

 Croa do Viral ou Ponta do Viral, na região do Mosqueiro.

 Croa do Viral ou Ponta do Viral, na região do Mosqueiro.

 Ilha da Sogra, praia do Saco, município de Estância.

Ilha da Sogra, praia do Saco, município de Estância.

 Farol do Cabeço, Foz do São Francisco, município de Brejo Grande.

 Foz do São Francisco - Saramén.

 Foz do São Francisco.

 Prainha da Adutora - Telha.

 Foz do São Francisco.

 Cangaço Ecoparque, em Poço Redondo.

Fotos: Silvio Oliveira.

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 29/12/2016.

Turismo: Ilhas fluviais são atrações em Sergipe.

Croas e praias dos rios São Francisco, Vaza-Barris, Piauí-Rea

Por Silvio Oliveira.

Ilha da Sogra é sossego pertinho da praia do Saco
Fim de ano chegando e junto com a data vem as férias escolares e também de muitos trabalhadores brasileiros. Mesmo com um ar de intranquilidade econômica circulando o país, o verão, as praias e a hospitalidade dos brasileiros lembram que é momento de afivelar as malas e dar uma trégua no pessimismo.

E nada mais relaxante do que conhecer as denominadas croas de Sergipe, ou seja, bancos de areia na maré baixa que são propícias ao banho e momentos de contato com a natureza e lazer.

Sergipe é o menor estado brasileiro em superfície, mas curiosamente passa por seu continente nada menos que cinco principais rios, proporcionando áreas balneáveis, ou seja, os rios Piauí-Real, Vaza-Barris, Sergipe, Japaratuba e São Francisco.

O Tô no Mundo reservou as principais ilhotas e prainhas de dois deles que são destinos certo para quem quer momentos de lazer. Vale a pena registrar que a escolha delas é o conforto, a profissionalização dos serviços para acolher o turista e o crescimento do turismo nas regiões.

O banco de areia fica na denominada região do Mosqueiro, entre os municípios de Aracaju e São Cristóvão, distante pouco mais de 25km da praia de Atalaia. Diariamente partem passeios da orla Pôr do Sol onde o turista irá apreciar através de paisagens marítimo-fluviais o bioma de manguezal, com seus característicos aratus e pequenos arbustos enraizados dentro da água.

A Croa do Goré é uma região onde a maré baixa proporciona um verdadeiro SPA ecológico. Há um bar flutuante onde turista tem a seu favor quiosques erguidos dentro da água salobra do rio Vaza-Barris com o encontro do mar.

Vale a pena conhecer a Croa do Goré, além das prainhas que a circulam. Reserve o passeio em embarcações vistoriadas pela Marinha e se quiser, o stand-up é seu aliado para conhecer uma das regiões mais bonitas de Sergipe.

As embarcações que partem da orla Pôr do Sol fazem roteiros separados para a Ilha dos Namorados, Ponta do Viral ou Crôa do Goré ou passeios de cinco horas de duração que passam por todas elas.

Caso queira momentos de contemplação da natureza e banho em águas limpas e calmas, reserve a Ilha dos Namorados.

Há redes dentro da água disputadíssimas e barracas que dão suporte aos turistas. Ao final do dia, a despedida do Rei Sol nomeia com justiça à localidade.

Não é de surpreender que a região do Mosqueiro, Zona de Expansão de Aracaju, cada vez mais atraia investimentos e turistas. Embarcações partem de meia em meia hora para um descontraído e sossegado passeio entre manguezais. Entre uma ilhota e outra, o guia explica que a região começa a ser desbravada turisticamente, surgindo bons restaurantes e propostas de construção de um hotel, mas enquanto a especulação turística não chega, o bom é aproveitar a calmaria e relaxar na Croa do Viral ou Ponta do Viral.

O banco de areia clara e de água verde-escura atrai cada vez mais adeptos do binômio “sol e água fresca”.

A dica é relaxar em um dos sombreiros confeccionados com palha rústica e se banhar nas águas salobras, em meio aos manguezais. O barulho que se ouve é somente da natureza e de poucos carros que chegam ao Viral através da rodovia dos Náufragos.

O Tô no Mundo já trouxe aqui um post exclusivo para essa ilha que tem ao seu redor destinos estrelados como a praia do Saco, litoral Sul de Sergipe, já em Estância, e Mangue Seco, destino bem procurado já no litoral baiano. Mas é nessa ilhota onde o rio Piauí encontra o mar, entre águas esverdeadas.

A Ilha da Sogra, curiosamente tem esse nome devido a uma historinha bastante curiosa. Conta-se que um casal esqueceu a sogra lá. Não se sabe ao certo se foi propositadamente ou não, mas é certeza que a ilha é dos destinos mais agraciados pela natureza em Sergipe e destino certo para quem quer sossego e contato com a natureza.

O passeio a Ilha da Sogra pode ser por embarcações que partem da praia do Saco. Há também passeios que partem dos povoados Pontal e Terra Caída, encrustados no litoral sul de Sergipe em Indiaroba, a poucos 100km da capital. A dica é apreciar as belas e poéticas paisagem à beira dos rios Piauí (SE) e Real (BA), e desfrutar de passeios por manguezais, restinga de Mata Atlântica e biomas de praia.

No Pontal, há embarcações que fazem linha Pontal-Mangue Seco pelo preço de R$ 5, por pessoa, nos finais de semana quando há bastante movimento. Caso não tenha movimento, o barqueiro cobra R$ 50 para três pessoas, ou seja, R$ 100 para ir e voltar, com horário agendado. Há também lanchas para seis pessoas, com preço a combinar.

De um lado o litoral de Alagoas, do outro lado, paradisíacos vilarejos do litoral de Sergipe, entre eles, o majestoso rio são Francisco encontra o Oceano Atlântico em uma região de rara beleza.

Cenários de novelas e filmes, a foz do rio São Francisco é cheia de lugares apaixonantes sugestivos ao destresse do cotidiano e contato direto com a natureza.

Diz o dito popular que quem conhece a foz do rio São Francisco confirma que Deus é Brasileiro. Se a máxima é uma lenda e não pode ser confirmada, afirmar que o Divino foi caprichoso e generoso com a região não é difícil. O cenário é desenhado por mata ciliar, contrastando com vegetação litorânea e dunas em meio às águas esverdeadas do Velho Chico. O farol do Cabeço envolto pelas águas do Velho Chico mostra que a natureza cada vez mais toma o seu espaço. Um espetáculo naturalmente singular de um dos principais destinos do turismo entre Sergipe e Alagoas.

Embarcações partem diariamente do atracadouro local de Brejo Grande ou de pousadas que margeiam o rio. O passeio pode ser feito em sistema bate e volta partindo de Aracaju ou consultado um agente de viagem e se hospedando na região.

O rio São Francisco foi generoso com Sergipe, e aonde ele mostra sua presença, o homem tem em seu favor o acesso ao lazer, a diversão e a contemplação da natureza. Assim é a praia da Adutora, localizada entre os municípios de Telha e Propriá, a poucos 97km de Aracaju.

São mais de dez bares que disponibilizam infraestrutura simples, mas agradável para passar momentos de lazer e diversão. Há também possibilidades de passeios a preços populares pelas ilhotas que cortam o rio na divisa com Alagoas. Vale a pena fazer o passeio e ver a magnitude da ponte que cruza o rio e liga a BR 101 SE/AL.

Na cidade de Propriá há bons hotéis e pousadas, a exemplo do hotel do Velho Chico. Falta manutenção na estrutura, mas vale a pena pela vista panorâmica da ponte e da cidade.

O motorista que vem de Aracaju e não quer passar por Propriá deve entrar no entroncamento de Cedro de São João e seguir pela rodovia SE 202, passando por Telha até chegar ao acesso a Adutora.

Pode-se fazer um bate e volta de um dia para a região. Agências de turismo da capital disponibilizam passeios de um dia para Propriá. Consulte-as.

Caso queira alugar embarcações de passeio pelo rio, verifique se é registrada na Capitania dos Portos, se disponibiliza itens de segurança, além de negociar com o próprio dono da embarcação.

O pôr do sol dos restaurantes no entorno da Ponte da Integração localizada na RR 101 é também uma pedida.

O Cangaço Ecoparque é uma iniciativa privada, bem conservada à beira do rio São Francisco, e que merece um dia de lazer. São vários aparelhos turísticos a exemplo de atracadouros, bangalôs à beira-rio, espreguiçadeiras, tobogãs, além de redes esticadas em arvores frondosas. Há passeios a cavalo e de lanchas, serviço de bar e restaurante, além da agradável vista do rio São Francisco.

Partindo de Aracaju (SE), pode-se ir pela BR 235, sentido Itabaiana/ Nossa Senhora da Glória/ Canindé (Rota do Sertão). Depois de Itabaiana, segue-se pela SE 414, SE 212, e por último SE 208. Chegando na cidade de Poço Redondo, percorre-se um pouco mais no sentido Canindé do São Francisco e verá do lado direito placas indicando a estrada de piçarra que levará ao Centro de Convivência do Monumento Natural da Grota do Angico ou ao Eco Parque do Cangaço. São 13km de estrada de piçarra.

Caso vá até o Eco Parque do Cangaço por conta própria, paga-se um valor pela entrada no estabelecimento. Também poderá ser agendada a visita através do telefone (79) 9 9869-6428.

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Folclore em Sergipe


Folclore em Sergipe.

A cidade de Laranjeiras, situada no Vale do Cotinguiba, era um imenso canavial e durante muito tempo a cana-de-açúcar representou seu principal ciclo econômico. Com os engenhos, chegaram os escravos e as igrejas, com suas irmandades e festas. A cidade possui 16 igrejas católicas e se orgulha de ter sediado o primeiro templo protestante de Sergipe, a Igreja Presbiteriana, fundada em 1884. Laranjeiras é o maior pólo folclórico do Estado de Sergipe. É no ciclo de natal, especialmente na Festa dos Santos Reis, que a tradição laranjeirense toma as ruas da cidade. As Taieiras rezam na Igreja de São Benedito, o santo preto e em seguida saem pelas ruas da cidade acompanhadas pelos Cacumbis, Reisados, Chegança, Congada, São Gonçalo, Caboclinhos e os Lambe - Sujo.

Fonte: Marcelo uchoa

Texto e imagem reproduzidos do blog: blogdouchoa.blogspot.com.br

Pintor sergipano Antonio Maia (1928 - 2008)




Pintor sergipano Antonio Maia (1928 - 2008).

Antonio Maia nasceu em Carmópolis, Sergipe, em 1928. Aos 17 anos transferiu-se para a Bahia para servir como soldado da Aeronáutica, onde viveu por três anos. Em 1964 pinta seu primeiro quadro baseado na figura do ex-voto nordestino. Maia transforma os ex-votos em signo. Sempre fiel ao seu tema, Maia os tratou de maneira diferente em todo seu percurso. Seus ex-votos tinham precisão, imagens nítidas, exatas, planos de cor definidos, composição bem pensada, cortes inusitados. Seus quadros estabeleciam uma relação direta com o público, empatia do místico e do real. Sempre estava atento aos grandes movimentos da arte, mas nunca perdeu sua identidade.

De Carmópolis para o Rio de Janeiro, conquistou o certificado de Isenção de Júri no Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1966), o mais importante e qualificado evento de arte na época. Ano seguinte, foi contemplado com o Prêmio Lar Brasileiro, na IX Bienal de São Paulo, que reuniu 366 artistas brasileiros, foi o ano em que a Bienal experimentou os primeiros problemas com a censura da ditadura militar.

Em 1967, assina a coluna de artes plásticas do Jornal do Brasil. Em 1968, conquista o Prêmio de Viagem no País, no Salão Nacional de Arte Moderna, o Prêmio Fundepar, no Salão Paranaense em Curitiba (PR) e Prêmio de Melhor Expositor no Ano, promoção da Standard Elétrica e Galeria do Instituto Brasil - Estados Unidos, que lhe proporcionou viajar para os Estados Unidos e realizar uma exposição individual na Art Gallery of Brazilian American Cultural Institute em Washington D.C.. Em 1969, conquistou o maior prêmio brasileiro, Viagem ao Estrangeiro, no Salão Nacional de Arte Moderna. Foi também capa do Dicionário das Artes Plásticas no Brasil (1969), com a pintura os Lamentadores da Morte, de autoria do crítico de arte Roberto Pontual. Antonio Maia faleceu em 2008, no Rio de Janeiro.

Fonte: César Romero.

Texto e imagens das obras, reproduzidos do site: abca.art.br

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Artesanato, no município de Santana do São Francisco

Artesanato, no município de Santana do São Francisco,
antiga Carrapicho, no estado de Sergipe.
Foto: Claudemir Mota.
Reproduzida do blog: ducamendes.blogspot.com.br

Artesanato, no município de Santana do São Francisco


Artesanato, no município de Santana do São Francisco,
antiga Carrapicho, no estado de Sergipe.
Fotos: Claudemir Mota.
Reproduzidas do blog: ducamendes.blogspot.com.br

Antigo Farol no Rio São Francisco, Povoado Cabeço

 



Antigo Farol no Rio São Francisco, Povoado Cabeço,
no município de Brejo Grande - Sergipe.
Fotos: Claudemir Mota.
Reproduzidas do blog: ducamendes.blogspot.com.br

Município de Ribeirópolis



Foto reproduzida do blog: sergipemaravilhoso.blogspot.com.br

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

A Saudosa árvore de Natal da Energisa, em Aracaju

Foto reproduzida do site: segredosdeviagem.com.br

Barco Tototó, atracado na "Rua da Frente", em Aracaju

Foto: Silvio Oliveira.
Reproduzida do site: infonet.com.br/blogs/silviooliveira

Terminal dos barcos Tototós, próximo ao Mercado Municipal, em Aracaju

Rio Sergipe, em segundo plano, vemos o Terminal dos barcos Tototós, próximo ao Mercado Municipal, em Aracaju - Sergipe.
Foto: Silvio Oliveira.
Reproduzida do site: infonet.com.br/blogs/silviooliveira

Torre do Relógio, Mercado Municipal de Aracaju

Foto: Silvio Oliveira.
Reproduzida do site: infonet.com.br/blogs/silviooliveira

Rio Vaza-Barris, Orla Pôr do Sol, Região do Mosqueiro, em Aracaju

Foto: Silvio Oliveira.
Reproduzida do site: infonet.com.br/blogs/silviooliveira

Lago Artificial, na Orla de Atalaia, em Aracaju

Foto: Silvio Oliveira.
Reproduzida do site: infonet.com.br/blogs/silviooliveira

sábado, 24 de dezembro de 2016

Homenagem a Osman Hora Fontes


Homenagem a Osman Hora Fontes.

Osman Hora Fontes nasceu em 3 de outubro de 1916, na cidade de Riachão do Dantas, considerada por ele “cidade presépio”. Ainda na primeira infância, veio com seus pais residir em Aracaju, onde teve acesso à escola e à vida social. Apesar de viver na capital, nunca se desligou afetivamente da sua cidade natal.

Em Aracaju, Osman estudou na Escola Tobias Barreto e no Atheneu Sergipense. Aos 16 anos, concluiu o curso de nível médio e seguiu para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade de Medicina. Após um ano, decidiu abandonar os estudos médicos para tentar nova carreira: foi quando ele ingressou na Faculdade Nacional de Direito.

Ao retornar a Aracaju, já Bacharel em Direito, foi aprovado em concurso para atuar como juiz na cidade de São Cristóvão. Um ano depois, fez a opção de trabalhar como advogado operário. Pela sua vivência como advogado, chegou a presidir a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe e a lecionar na Escola Técnica do Comércio a disciplina “Direito Operário”.

Quando atuava como advogado, Osman foi convidado por Augusto Maynard Gomes para ser Chefe de Polícia, cargo equivalente a Secretário de Segurança Pública. Após cerca de um ano na função, voltou a advogar.

Neste período, Carlos Valdemar Acioli Rollemberg foi promovido e passou a exercer a função de procurador federal no Rio de Janeiro e indicou Dr. Osman para ser o Procurador Geral da República em Sergipe. Ele aceitou o desafio, passando nove anos de forma interina na função, até ser nomeado titular e Procurador Chefe do Estado, cargo que ocupou por 37 anos, até sua aposentadoria.

Outra contribuição importante de Osman foi sua participação no movimento de fundação da Faculdade de Direito de Sergipe, sob a liderança do Dr. Gonçalo Rollemberg Leite, durante o governo e com o apoio de Dr. José Rollemberg Leite. Após a fundação, ele passou a ser um dos professores catedráticos da faculdade. Apaixonado pela docência, Osman ficou conhecido como grande intelectual e louvável professor de Direito Penal e de Direito Penitenciário.

Texto reproduzido do site: tce.se.gov.br

Feirinha de Artesanato na Praça Olímpio Campos, em Aracaju




Fotos reproduzidas do blog: colegiomedici.blogspot.com.br

Praça Almirante Barroso, no centro histórico de Aracaju

Foto reproduzida do blog: colegiomedici.blogspot.com.br

Homenagem a todos que lutam pelo FOLCLORE SERGIPANO

Imagem/legenda reproduzidas do blog: sergipecultura.blogspot.com.br

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A incrível história de um prático chamado Zé Peixe

 Crédito: Maria Odília/Arquivo JC.

Crédito: Jorge Henrique/Equipe JC.
Fotos reproduzidas do site jornaldacidade.net
Imagens postadas por MTéSERGIPE, com o
fim de ilustrar o presente artigo.

José Martins Ribeiro Nunes, mais conhecido como Zé Peixe (Aracaju, 5 de janeiro de 1927 - Aracaju, 26 de abril de 2012), foi um prático brasileiro que se tornou uma figura lendária no estado de Sergipe, devido a seu modo incomum de exercer sua atividade.

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Publicado no site portosma, em 26/03/2007

A incrível história de um prático chamado Zé Peixe.

Ele nasceu e mora em Aracaju e quase todos os 80 anos foram vividos dentro d’água, buscando navios.

Por Marcia Bindo, do site vidasimples.abril.com.br

Do alto do barco, dá para ouvir a imensidade de mar chamando. Uma voz macia, sussurrada. Ele apruma os pés na beirada, estende os braços para trás, estufa o peito e salta num vôo ligeiro. A água suaviza a queda, envolve-o com um abraço de boas-vindas. Está em casa. Logo os botos vêm chegando, como de costume, para fazer companhia na travessia.

Esta é a história de um peixe chamado José. Há mais de seis décadas ele passa a maior parte do tempo na água. Nada quase diariamente cerca de 10 quilômetros por dia, está habituado a saltar de navios de mais de 40 metros de altura e é capaz de façanhas homéricas no mar – mesmo com seus 80 anos. Zé Peixe, como é conhecido em Aracaju, é reverenciado por marinheiros dos sete cantos por sua humildade, bravura e profundo conhecimento das coisas do mar.

Uma lenda viva

E, como toda lenda, tem suas particularidades. Desde que começou a trabalhar no porto de Aracaju, Zé Peixe nunca mais tomou um bom banho de chuveiro. Para quê, se está sempre na água? Também quase não bebe água doce. Gosta mesmo é de dar uns golinhos de água salgada nos trajetos que nada. “Faz um bem danado à saúde”, diz ele.

Conhece como ninguém os segredos da Boca da Barra, onde o rio Sergipe se abre para o mar e bancos de areia se formam de uma hora para outra, colocando em risco as embarcações. Sabe a profundidade das águas pela cor e as correntezas pela variação de temperatura e direção do vento.

Zé Peixe é o prático mais conhecido do planeta. Prático é o sujeito que ajuda os comandantes a conduzir os barcos na entrada e saída do porto, orientando-os a manobrar com segurança. Sua presença é obrigatória em qualquer cais do mundo no momento de atracagem e saída dos navios. O que faz de Zé Peixe uma espécie rara é a maneira como trabalha: ele vai buscar o navio a nado, enquanto seus colegas recorrem a um barco de apoio. E, quando tira o navio do porto, em vez de voltar de barco ele zapt!, salta no mar. Faz assim: enrola a camisa, coloca junto com os documentos e os trocados em um saco plástico e amarra fi rme no calção; mergulha e volta para casa com braçadas elegantes, ritmadas, sem movimentar as pernas para não atiçar os tubarões. “Se for uma distância mais ou menos, o importante é não se afobar. O jeito é não brigar com as ondas nem ir contra a correnteza”, ele fala, sempre gesticulando suas nadadeiras.

Quando Zé Peixe chega ao porto é uma alegria só. Ele curva seu corpo para cumprimentar funcionários, marujos e capitães, como se os estivesse reverenciando. “Não existe ninguém como ele”, diz um. “Uma fi gura lendária de Aracaju”, afi rma outro. “Peixinho é um ídolo”, conta outro homem do mar.

É certo que o porto de Aracaju não é lá muito movimentado. Mas, por causa de Zé Peixe, ganhou fama internacional, espalhada por navegantes de fora que lá atracaram. “Os gringos me chamam de Joe Fish”, diz. Certa vez, um capitão russo de um cargueiro chegou a pedir que o detivessem quando estava para se lançar ao mar – achou que ele estava se suicidando.

Zé é peixe miudinho. Tem apenas 1,60 metro de altura e 53 quilos. Mesmo franzino, já realizou muitas grandezas. A maior proeza foi quando socorreu o navio Mercury, que ardia em chamas em alto-mar, vindo das plataformas da Petrobrás e com funcionários a bordo. Zé pegou carona num rebocador, ligeiro chegou ao navio e conduziu a embarcação até um ponto onde todos pudessem saltar e nadar para terra fi rme. “Eu só fiz o que tinha de fazer, compreende?” Ele não gosta de falar muito de si mesmo. “Por causa de sua condição física exemplar, ele conseguiu salvar inúmeras vidas”, conta Brabo, o chefe dos práticos, que há 26 anos convive com Peixinho. Em 1941, ele e toda a população de Aracaju viram na praia os corpos de náufragos de três navios bombardeados por embarcações alemãs na Segunda Guerra Mundial. A partir daí, ninguém nunca mais se afogou perto dele.

Maré cheia

Desde menino novo, Zé dá suas pernadas no rio Sergipe. Os pais, dona Vectúria e seu Nicanor, que ensinaram. De sua casa, era só cruzar a rua de terra para dar no rio. Em tempo de maré cheia, a água vinha bater na porta. Moleque arretado, José Martins Ribeiro Nunes aprendeu a atravessar o rio para chupar caju na outra margem do rio. Aos 12 anos já nadava muito bem. Sua casa era vizinha à Capitania dos Portos e logo foi reparado pelos marinheiros. De observar a destreza do menino, um almirante o batizou novamente – virou Zé Peixe. Quando chegou o tempo certo, com 17 anos, formou-se prático. Dos cinco irmãos, Rita era a única que acompanhava as peripécias a nado.

Naquela época, meninas não se banhavam no rio nem podiam sair andando com trajes de banho – só ela, no meio da molecada. Zé lhe ensinou tudo sobre o mar. “Ensinou também meus fi lhos e netos. Ele amarrava nos braços bóias de coco seco, que não afunda”, diz Rita, uma década mais nova, que de tanto nadar com o irmão levou o sobrenome Peixe.

Zé nunca saiu da casa onde nasceu, umas das mais antigas de Aracaju. Nem mesmo quando se casou, há mais de 40 anos (está viúvo há 20 e não teve filhos). Ajeitou uma casa para a mulher, mas não arredou o pé de lá – sempre estava cuidando de alguém da família, ora a mãe, ora um irmão enfermo. “Vou morrer aqui”, diz. “Mas só quando o capitão lá de cima desejar.”

Hoje uma avenida asfaltada o separa do rio. Quando não está no porto, Zé vai até lá para cuidar de seus três barquinhos de madeira ancorados. “Se não tiver um barquinho pra brincar fico doidim.” O casebre por fora é pintado de branco, mas dentro é todo azul. Está entulhado de cacarecos que juntou pela vida, entre eles títulos e medalhas. Não joga nada fora e não gosta que arrumem sua bagunça. Tudo remete ao mar: miniaturas de barcos espalhados pelos cômodos e desenhos de lápis de cor grudados nas paredes. E muitas imagens de santos católicos. Quem chega da família já vai pedindo a bênção. E tem também quem chega para pedir uns trocados. É que Zé costuma distribuir seu salário aos pedintes. Velhos pescadores que não podem mais trabalhar, desempregados e inválidos conhecem de perto sua bondade.

Espécie rara

Mesmo aposentado há mais de 20 anos, Zé Peixe continua trabalhando – por gosto. Acorda cedo, com o escuro. Não tem hora certa para trabalhar. Depende do fluxo de navios no porto. E das marés. Acostumou seu corpo a comer pouquinho, porque barriga cheia não se dá com o mar. Dá gastura. De manhã, basta um pão com café preto. E, depois, só fruta. Quando passa o dia inteiro no porto, faz jejum. O doutor já confi rmou: Zé tem coração de menino. Nunca fumou nem bebeu. Seu vício mesmo é o mar.

Se não está a pé, está com sua bicicleta. Sempre descalço. Só usa sapatos aos domingos, para entrar na missa, ou em ocasiões especiais. “Teve uma época que, para não fazer feio, o danado andava com um sapato. Um dia descobri que o sapato não tinha sola”, confessa o amigo Zé Galera. “Ele é o único que tem autorização para andar maltrapilho no terminal marítimo, sempre de bermuda acima da cintura e pés no chão. Por ser uma raridade, um cidadão totalmente fora do padrão, ele virou uma exceção às regras”, conclui Galera, que aprendeu a nadar com ele aos 6 anos e hoje é seu companheiro na praticagem.

“Ele é meu herói”, diz o deputado Fernando Gabeira. Quando estava exilado na Alemanha, o deputado viu uma reportagem sobre Zé Peixe. A história do bravo nadador chamou sua atenção. Quando retornou ao Brasil, foi conhecer de perto o tal sergipano. “É uma figura extraordinária. Tentei fazer um filme sobre a vida dele, mas ele não quis”, conta.

Zé viveu numa época em que não havia carro nem televisão. Viu o manguezal sendo aterrado e os navios minguando com o impulso rodoviário da década de 50. Enquanto Aracaju é tomada por edifícios e shopping centers que vão transformando os horizontes da cidade, Zé Peixe ainda ensina aos sobrinhos e aos filhos destes os mistérios do rio e do mar. Dizem que o mar não estará para peixe em algumas décadas. Enquanto isso não acontecer, Zé Peixe continuará nadando por lá. E como sempre, ao emergir do mar, fará um pequeno sinal na testa, agradecendo por mais um dia na água.

Texto reproduzido do site: portosma.com.br