terça-feira, 26 de setembro de 2017

Cineasta Waldemar Lima será homenageado pelo TCE de Sergipe

Waldemar Lima: homenagem no TCE (Foto: Arquivo TCE).

Publicado originalmente no Portal Infonet, em 22/09/2017.

Cineasta será homenageado pelo TCE de Sergipe

Diretor de fotografia do filme: "Deus e o Diabo na Terra do Sol"

A Sexta Cultural deste mês de setembro, no dia 29, fará uma homenagem ao cineasta Waldemar Lima. Natural de Aracaju, falecido em 2012 aos 82 anos, autor de várias obras cinematográficas, ele ficou conhecido como diretor de fotografia do filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol", obra-prima de Glauber Rocha. A homenagem tem o apoio das Secretarias de Estado da Cultura, da Fundação Aperipê, da Segrase e do Instituto Banese.

O presidente do TCE/SE, Clóvis Barbosa, o conheceu pessoalmente e considera que Sergipe devia essa homenagem a Waldemar Lima, profissional que é lembrado nacionalmente e até no exterior. "Quando eu vi umas fotografias feitas por ele no centenário de Aracaju, em 1955, apaixonei-me pela ideia de promover uma exposição. Agora, presidente do Tribunal de Contas, onde temos procurado resgatar essas histórias de grandes nomes sergipanos que fizeram sucesso, como é o caso dele, considerado um dos melhores fotógrafos cinematográficos, resolvemos não só realizar a exposição fotográfica com as belas imagens captadas naquela Aracaju do passado, onde ele aprendeu a arte da fotografia", revelou.

Além da exposição fotográfica, ilustrada por poemas de autoria do advogado e agitador cultural Luiz Eduardo Oliva, a homenagem no Museu da Gente Sergipana constará também do lançamento de um livro biográfico, intitulado "Uma Câmera e uma Ideia de Luz", organizado pelo jornalista e diretor de Comunicação do TCE, Marcos Cardoso, e da exibição de um documentário realizado pelo jornalista Pascoal Maynard.

Também será entregue o Prêmio Waldemar Lima aos três roteiros vencedores do concurso "1 Minuto Cidadão". Os escolhidos foram: "Politicamente Incorreto", de Luiz Michael, na categoria Corrupção; "Boca Aberta", por Sérgio Borges, na categoria Transparência; e "Atenção", escrito por Glória Graziele da Costa, que foi o melhor roteiro na temática Cidadania. Além de terem os filmes realizados pela TV Aperipê, cada um fará jus à quantia de R$ 5 mil.

Os 19 roteiros inscritos no Prêmio Waldemar Lima foram julgados pelos seguintes especialistas, que compuseram o Comitê Técnico do concurso: Djaldino Mota Moreno, representando a sociedade civil; Graziele Andrade Ferreira, representando o Conselho Estadual de Cultura; Luiz Eduardo Oliva, representando a TV Aperipê; Tiara Câmera da Silva, representando a Secretaria da Cultura; e Fábio Nunes Oliveira, representando o Tribunal de Contas. O Comitê Gestor foi formado por Irineu Fontes, representando a Secult; Pascoal Maynard, pela TV Aperipê; e Marcos Cardoso, pelo Tribunal de Contas.

Fonte: Ascom/TCE.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Registro de falecimento do fotógrafo Amisabade


Aracaju(SE), 18 de setembro de 2017.

Comunicado e depoimento de seu filho Mateus Santos Major. 

"É com muito pesar que informo o falecimento do meu pai Amisabade dos Santos Misa".

"Nós nunca estamos preparados para perder... Hoje perco meu pai, a dor é substituída pela certeza que hoje papai do Céu o já recebeu para uma nova jornada ao seu lado e quem sabe nos reencontramos naquele grande Dia ao qual Deus irá nos buscar, sempre guardarei em meu coração coisas boas ao qual vivenciei e primacialmente o momento que o abracei. Descanse em paz Painho... O senhor sempre será lembrado nos anais da fotografia o pioneiro o louco que serviu de base para muitas empresas de marketing publicitário, o melhor fotógrafo do estado. Entre outras coisas um guerreiro que como todo homem errou e acertou". (Mateus Santos Major).

Texto e foto reproduzidos do Facebook/Mateus Santos Major).

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Depoimento e homenagem de Fábio Antônio a Amisabade.

“... Pra quem não conheceu sua trajetória, foi um dos pioneiros em Fotografias de Estúdio no Estado de Sergipe, Lutou contra o Governo do Estado (e conseguiu) para que a fotografia hoje do seu RG, pudesse ser feita de forma livre e democrática, pois antes era obrigatório ser feita no próprio Instituto de Identificação...” (Fábio Antônio).

Reproduzido do Facebook/Fábio Antônio.
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sábado, 16 de setembro de 2017

Mestres da Medicina em Sergipe - Dr. Todt


Publicado originalmente no Facebook/Antonio Samarone, em 12 de setembro de 2017.

Dietrich Wilhelm Todt (um alemão, nascido na Bahia, com a alma sergipana).

Por Antônio Samarone.

O Dr. Todt nasceu em 27 de dezembro de 1937, na Maternidade Climério de Oliveira, em Salvador/BA. Só nasceu, pois na verdade é natural de Cachoeira do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano. O pai, Hans Karl Todt (João Carlos Todt), veio da Alemanha logo após a Primeira Guerra, para trabalhar nas fábricas de charutos Dannemann e Suerdieck, empresas de origem alemãs; a sua mãe é a baiana Stella Machado Todt. O Dr. Todt fez o primário no Colégio Montezuma, em Cachoeira; e o secundário no Colégio Maristas, em Salvador.

Em 1958, entrou na Universidade no curso de medicina veterinária, tendo concluído em 1962. Como médico veterinário, foi funcionário da Inspetoria Sanitária da Bahia. Em paralelo, em 1959 foi também aprovado no vestibular para o curso de medicina. Como não era possível fazer os dois cursos ao mesmo tempo, esperou concluir o de Veterinária, e em 1963, começou para valer o curso de medicina, tendo se tornado médico em 1968. Em resumo, o Dr. Todt formou-se em medicina veterinária em 1962; e em medicina em 1968.

Atendendo ao convite do concunhado Dr. José Augusto Barreto, transferiu-se para Aracaju logo após a conclusão do curso de medicina. Atuou no INAMPS, inicialmente no Serviço de Emergências Médicas da Previdência Social (SAMDU). Foi plantonista do Pronto Socorro do Hospital de Cirurgia, atuando ao lado dos colegas Fernando Felizola e Fernando Sampaio. Pertenceu ao corpo clínico do Hospital São José. Em 1972 prestou concurso para a UFS, lecionando a disciplina parasitologia, depois substituiu Aírton Teles na clínica, após fazer o mestrado em pneumologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no serviço do professor Mário Rigatto, nos anos de 1976 e 1977. Na chegada do Dr. Todt à Sergipe, surgiu um boato no meio médico, dizia-se a boca miúda: o Dr. José Augusto Barreto é tão influente, que trouxe um concunhado da Bahia, que mesmo sendo médico veterinário está atendendo gente no hospital.

O Dr. Todt iniciou a nova pneumologia em Sergipe, a especialidade com vocação clínica, próxima a cardiologia. Antes, os médicos especializados em pulmão eram os tisiologistas, centrados no combate da tuberculose e ligados à Saúde Pública. Tisiologistas tivemos Paulo Faro, José Maria Rodrigues, Lourival Bonfim, entre outros. Na pneumologia clínica o pioneiro foi o Dr. Todt. A especialidade teve grande avanço com a descoberta dos corticoides inalatórios, dando um impulso no tratamento da asma, antes de baixa eficácia. Usava-se o chá de zabumba (Brugmansia suaveolens), uma planta alucinógena, no tratamento da asma.

O Dr. Todt participou, ao lado de José Augusto Barreto e outros colegas, na criação da Clínica São Lucas, em 18 de outubro de 1969, sendo o seu Diretor Clínico. Em seguida, a Clínica se transformou no atual Hospital São Lucas. Dr. Todt foi fundador da Sociedade Sergipana de Pneumologia, tendo exercido a presidência da entidade por dois mandatos. Presidiu o 11º Congresso Norte Nordeste de Pneumologia, realizado em Aracaju. Membro fundador da Academia Sergipana de Medicina, onde ocupa a cadeira de número quinze, que tem como patrono o Dr. Gérson Siqueira Pinto.

O Dr. Todt é casado desde 1964, com a nutricionista Eunice de Azevedo Todt (Dona Nicinha), pai de seis filhos (Ângela, Ana Luiza, João Carlos, Maurício, Sérgio e Miguel); avô de onze netos e bisavô de Alice. Por influência do pai, o Dr. Todt é torcedor do Fluminense e possui a alma luterana, mas acompanha a esposa nos cultos católicos. Aos oitenta anos, o Dr. Todt mantém a disciplina germânica, uma memória intacta e a clareza do dever cumprido. Acredita que a medicina artesanal, humanizada, centrada na relação médico paciente é superior a atual medicina dos procedimentos, centrada apenas na incorporação da tecnológica. “É fundamental o toque, o contato, a atenção acolhedora aos pacientes”, nos ensina o Dr. Todt. (foto: Dr. Todt e dona Nicinha).

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone.

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terça-feira, 12 de setembro de 2017

O Piano’s Bar do Zenóbio

Foto atual para Divulgação/Reproduzida do site: infonet.com.br
Postada pelo blog "SERGIPE...",  para ilustrar o presente artigo.

Texto publicado originalmente no Facebook/Amaral Cavalcante, em 13 de março de 2013.

O Piano’s Bar do Zenóbio.
Por Amaral Cavalcante.

Cuidado!
Neste bar a natureza indomada de Zenóbio Alfano se precipita sobre os teclados.
Irrompe por aqui uma tempestade de sons tão poderosa que pode arrancar da gente a lucidez, o tino.

O Piano’s Bar ficava na pracinha da Atalaia numa casa sem graça, enterrada meio metro abaixo da rua. Terá sido, nos primórdios, morada de pescador, ainda guardando nas paredes de reboco a fuligem de antigos candeeiros.

Duvido que algum outro bar nos anos 80, tornasse Aracaju tão aldeia universal, irmã do mundo. Ali, a moçada inquieta se gastava em reverência à grande musica, desde os lundus de Nepomuceno às lisergias de Pink Floyd, desde a serena Nara Leão aos espantos da tropicalia. Essa cidade já foi assim.

Vamos entrar! Na varanda, sob a proteção de amendoeiras frondosas ficava a gataria sarada. Era onde a "jeunesse dorée" da província afiava as garras com o olhar cacheado e certo enfado fortuito. Eram os cobiçados pomos do jardim, delícias expostas como no éden o pecado cor-de-rosa das maçãs. Adiante, no patamar da calçada, mesas de papo solto, onde os amantes se apalavram, os amigos se queriam, os inimigos se reconciliavam. E lá pra dentro, sob um telhado de caibros tortos e a persistência de um sagüi chamado Nico - guinchador de primeira e viciado em batata frita –, dominava a melodia selvagem de Zenóbio Alfano, com seu piano envenenado a conduzir com danações e cânticos, o sabá de emoções coletivas.

O palco era no chão e cabia às mesas mais próximas suprir de uísque e reverência os bruxos da orquestra. Era Pantera menino - um galgo de dedos tristes dedilhando o coração - era Ademir, era o pequeno Fradinho, que acreditávamos ter conluio com o diabo, tal mefistofélica era a gravidade do seu baixo. Tuum! O som apolíneo do contrabaixo nos trazia à tona, quando o desesperado jazz afogava nos quintos dos infernos o descompassado coração da casa.
Zenóbio, ao piano, um cataclismo sem limites, um gênio se esgarçando em sons como uma potestade louca a naufragar costados.

Na bateria, o timoneiro Pascoal, maneiro como se nem estivesse ali, manso e preciso. E finalmente a elegância de Alexandre no trompete, a placidez do intermezzo apaziguando as águas como a providência de um farol conduzindo de volta nossas redes pródigas de sonoros peixes.

Assim era o Piano’s Bar do Zenóbio Carmelo Alfano.
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Texto reproduzido do Facebook/Amaral Cavalcante.
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sábado, 9 de setembro de 2017

Mestre da Medicina em Sergipe - Nestor Piva


Publicado originalmente no Facebook/Antônio Samarone, em 07/09/2017.

Mestre da Medicina em Sergipe - Nestor Piva.
Por Antônio Samarone.

Nestor Piva, oitavo filho de Alberto Piva e Laura Piva, nasceu em 13 de junho de 1930, em Salvador/BA. Imigrantes italianos, operários de tecelagem, ao chegarem ao Brasil passaram pelas fábricas dos Matarazzos, em São Paulo; Bangu, no Rio de Janeiro; Pelotas, Rio Grande do Sul; até chegarem a fábrica dos Catarinos, em Salvador. Nestor Piva perdeu o pai aos três anos, o irmão mais velho, Inocêncio Piva, assumiu as funções paternas. Estudou o primário no Colégio do Professor Eufrates, em Salvador; e o restante dos estudos no Ginásio da Bahia. Em 1948, ingressou na centenária Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, criada por D. João VI. A opção pela patologia foi precoce, desde cedo trabalhou em laboratório e dominou as suas técnicas.

Nestor Piva foi campeão juvenil no futebol pelo Galícia, vice-campeão baiano de vôlei pelo Fluminense, e campeão de basquete pelo Bahia. Por muitos anos jogou tênis na Associação Atlética de Sergipe; participou do movimento de rádio amador, e tinha um xodó especial pela pescaria. Foi fundador e presidente do Clube de Pesca de Sergipe. Um verdadeiro desportista.
Em 1954, o Dr. Augusto Leite convidou o professor baiano Aníbal Silvani para assumir o serviço de patologia do Hospital de Cirurgia, em substituição ao patologista alemão Konrad Schimitt, que retornava a sua terra. Silvani não aceitou, mas indicou o seu aluno Nestor Piva, ainda doutorando para o cargo. Piva chegava em Aracaju na sexta à tarde, trabalhava o final de semana, e retornava na segunda para Salvador.

Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1954. Em 1955 organizou a disciplina de patologia da Faculdade de Medicina da Paraíba. Um ano após voltou para Salvador onde assumiu por concurso o cargo de médico do IAPC – Instituto de Aposentadoria dos Comerciários. Em 1959 transferiu-se para Aracaju atendendo convite dos médicos Juliano Simões e Fernando Sampaio, para retornar ao Hospital de Cirurgia que estava sem médico patologista. Augusto Leite e o Senador Leite Neto, conseguiram que o IAPC colocasse Piva à disposição do hospital. Todos os exames de patologia do estado, inclusive os do Hospital Santa Izabel, passaram a ser realizados no laboratório montado por Piva no Cirurgia. Um fato: ele não recebia nada por isso. Ele só montou outro laboratório, no São Lucas, quando o curso de medicina deixou o Hospital de Cirurgia.

Nestor Piva e Osvaldo Leite foram os primeiros professores da Faculdade de Medicina de Sergipe, fundada por Antônio Garcia, lecionando inicialmente histologia; e em seguida, professor titular da Patologia Geral, Especial e Bucal. Somente com a saída das instalações da Faculdade de Medicina do Hospital de Cirurgia, Piva resolveu fundar o seu Laboratório de Patologia no Hospital São Lucas, em sociedade com duas ex-alunas. O Dr. Piva assimilou rápido toda a modernidade e quis que o seu laboratório emitisse laudos com imagens digitalizadas e com as técnicas mais modernas de imuno-histoquímica.

Em 1972, transferiu-se para Brasília onde assumiu por concurso o serviço de patologia do Hospital das Forças Armadas. Nesse período foi professor adjunto de patologia da Universidade de Brasília, ocupando o cargo de chefe do Departamento. Permaneceu em Brasília por quatro anos, regressando a Sergipe atendendo o convite do então reitor da UFS, economista Aloísio Campos.

Na área administrativa, Dr. Piva exerceu vários cargos públicos: foi Diretor do Instituto de Biologia (1969/70); Chefe do Departamento de Medicina Interna e Patologia (1961/68); Diretor do Hospital Universitário, na administração do Reitor Eduardo Garcia; Pró-Reitor de Graduação, onde implantou o sistema de créditos na UFS, substituindo o antigo sistema seriado; Vice-Reitor da UFS; foi Secretário de Educação do Estado de Sergipe por nove meses, no governo de João de Andrade Garcez, tendo montado uma equipe de notáveis na educação (Gizelda Morais, Carmelita Pinto Fontes, Beatriz Góis, Núbia Marques, Carmen Mendonça, Silvério Fontes e Thetis Nunes). Com todos esses cargos ocupados, Piva nunca deixou a sala de aulas. Nestor Piva nomeia um dos hospitais do município de Aracaju.

Foi um dos fundadores e primeiro presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe, onde atuou por dois mandatos. No início da década de 1980, um grupo de médicos recém-chegados da residência médica, desconhecido, estava decidido em fundar o sindicato dos médicos em Sergipe. Como legitimar esse sindicato, junto a uma categoria conservadora? O grupo tinha participado ativamente do movimento estudantil na UFS, quase todos de esquerda, como representar uma categoria tradicional? Tivemos uma ideia, vamos convidar um médico antigo e que tenha legitimidade. Quem? Não tivemos dúvidas: Nestor Piva. A maior cultura médica de Sergipe. Combativo, corajoso, não fugia de conflitos, e respeitado por todos. Ninguém enfrentava Piva e quem enfrentou perdeu. Procuramos o Dr. Piva e fizemos o convite: professor, precisamos do senhor para legitimar o nosso Sindicato. Ele aceitou... Dr. Piva foi militante no antigo Partido dos Trabalhadores, no tempo que isso significava acreditar em mudanças para o Brasil. (no momento que escrevo, estou ouvindo a delação de Palocci na TV).

Pesquisador destacado na área da patologia parasitária, a sua tese de doutoramento em 1961, foi sobre Esquistossomose do Aparelho Genital Inferior. Nesse período, só existiam dois doutores em Sergipe: Luciano Duarte em filosofia e Nestor Piva em medicina. Piva fez Pós-graduação em histoquímica com o Prof. Vialli – Universidade de Pávia – Itália, de janeiro a julho de 1961, recebendo o Prêmio Pravaz. Pós-graduação em Patologia no National Institute of Pathology - Prof.George Glenner - Bethesda-MDUSA, de julho de 1965 a julho de 1966. Publicou (Parasitology - USA, Acta Dermato Venerealogia Scandinávia, Riv. Italiana de Histochimica). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Patologia no período de 1985 - 1987.

Em 1956, Piva casou-se com a baiana Bernadete Rabello e com ela constituiu uma família com quatro filhos: Ana Cristina, Marta, Nestor Piva Filho e Augusto César. Em seu tempo livre, costumava distrair-se com a família e amigos, na pesca com molinete, percorrendo nos finais de semana, as praias de Sergipe e Alagoas, participando de campeonatos. Faleceu, sem deixar fortuna, em decorrência de um câncer pulmonar, em 21 de outubro de 2004, em Aracaju/SE, com 74 anos. Tentou o tratamento no Hospital Universitário de Porto Alegre, e foi tratado como indigente. Retornou a Aracaju, sabia da gravidade do seu problema e não aceitou nenhum tratamento invasivo, só cuidados paliativos. Sepultado no Cemitério Colina da Saudade, Aju/SE. Rendo as minhas homenagens ao querido professor...

Blog de Antonio Samarone > blogdesamarone.blogspot.com.br

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antônio Samarone.

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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Professor Olimpinho sempre foi um pioneiro

Foto: Antônio Samarone - Reproduzida do Facebook/Antonio Samarone
Postada pelo blog "SERGIPE...", para ilustrar o presente artigo.

Texto publicado originalmente no Blog Ivan Valença/Infonet, em 08/09/2017.

Professor Olimpinho sempre foi um pioneiro
Por Ivan Valença.

O Professor Olímpio Seixas confessava com orgulho, que é um ser bafejado pela sorte. E explicava: foi pioneiro na formatação de uma escola de inglês no Estado de Sergipe. 

No Brasil, a primeira escola de inglês em áudio visual foi de sua propriedade. A primeira escola de inglês no Norte e Nordeste do Brasil com laboratório de língua, o que facilitava muito o aprendizado. Foi Olimpinho, como é conhecido, quem introduziu na sociedade sergipana a primeira calculadora eletrônica. A primeira calculadora digital também foi usada por ele. E também o primeiro relógio eletroeletrônico digital. 

“Sem falar que eu fui o primeiro a usar o primeiro computador quando este equipamento era ainda inédito até nos Estados Unidos”. E de onde ele trazia tantas novidades?  Dos Estados Unidos, para onde viajava sempre... 

Embora já afastado das salas de aula, Olimpinho continua um admirador das escolinhas para o ensino de língua estrangeira.  

Texto reproduzido do site: infonet.com.br/blogs/ivanvalenca

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Pastor Gerson Vilas-Bôas e os 50 anos da Igreja Batista Betel


Publicado originalmente no site Sergipe Notícias, em 20/07/ 2017.

Igreja Batista Betel celebra Jubileu de Ouro
                                                                             
Com um grupo de aproximadamente 80 irmãos liderados pelo pastor Gerson Vilas-Bôas, foi formada a Igreja Batista Betel no dia 21 de julho de 1967. Agora em 2017, a Igreja completa 50 anos de organização eclesiástica e para celebrar o Jubileu de Ouro, a entidade elaborou vasta programação com a realização de cultos especiais, orações e louvores com a participação das mais 40 igrejas e congregações presentes na capital e no interior do Estado.

Com mais de 3 mil fiéis, a comunidade Betel, ao longo desses 50 anos escreveu sua história como a Casa de Oração, mas também é marcada como a Igreja que investe no ensino da Palavra de Deus. Há 30 anos, o Pastor Gerson Vilas-Bôas fundou o Seminário Superior de Teologia e Missões que oferece os cursos médio e Bacharel em Teologia. Até o ano de 2016, formou mais de 1.000 líderes de várias igrejas e alfabetizou mais de 12 mil jovens e adultos na capital e no interior do Estado de Sergipe.

Em cinco décadas, a Betel criou programas de rádio e de TV e lançou mão da rede Web, levando a Palavra de Deus a todos os lugares. Desde o dia 04 de junho que a igreja celebra o Jubileu de Ouro com cultos, evangelização, louvores, batismo, ceia, e , doações de sangue por parte dos líderes e fiéis. A programação se encerra nos dias 22 e 23 de julho na sede da Betel em Aracaju.

“O objetivo é pregar a Cristo, que transforma o homem, dando-lhe a certeza da salvação e inserindo na sociedade, recuperado e ajudando em sua restauração. Temos pessoas em todos os Estados brasileiros e em vários países que já congregaram na Igreja Batista Betel”, pontuou pastor Gerson ao agradecer pelos 50 anos de missões.

Pastor Gerson Vila-Bôas

Gerson Vilas-Bôas nasceu no dia 1º de novembro de 1934, na fazenda Cajazeiras, município de Lage, Bahia. Pertencente à família batista do Sr. Manuel Vilas-Bôas e D. Rosa Peixoto Vilas-Bôas, os quais tiveram oito filhos, dos quais, três estão vivos. Mas essa história de amor ao evangelho começou com a chegada do missionário batista norte-americano, Salomão Ginsburg, levado pelo Sr. João Barbosa, à Fazenda Sete Voltas, de seus avós maternos, Sr. Francisco Peixoto e Sra. Júlia Gonçalves Peixoto.

Gerson Vilas-Bôas, aos 11 anos de idade, converteu-se ao Protestantismo. Ajudava seus pais financeiramente, vendendo tecidos na Loja A Bahiana, de propriedade do Sr. Almir Peixoto. Aos 13 anos, ele e a família mudaram-se para o município de Ibicuí e, lá, trabalhou em outra loja de tecidos, do Sr. Antônio Moura.

Em 1952, com 18 anos, seguiu para o Colégio Taylor-Egídio, instituição batista, na cidade baiana de Jaguaquara, com o objetivo de concluir o Ensino Fundamental e, no ano de 1958, finalizou o Ensino Médio. Durante o período que estudou, conseguiu levar suas três irmãs, Nalva Vilas-Bôas, Júlia Vilas-Bôas e Celidalva Vilas-Bôas, a estudarem também na mesma instituição.

Em 1959, sua visão empreendedora o levou a estudar em um dos melhores e maiores seminários de Teologia do país, o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, localizado na cidade de Recife. Antes de finalizar o curso, que possuía duração de quatro anos, foi consagrado ao pastorado. No dia 21 de julho de 1961, assumiu a Igreja Batista do Engenho do Meio, na capital pernambucana. Naquela cidade, ele conheceu sua esposa, carioca, Nádia Fraga Vilas-Bôas. No ano de 1965, o casal veio morar em Aracaju. Possui duas filhas, Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento e, Rosa Raquel Vilas-Bôas Moura; dois netos, Gerson Vilas-Bôas Neto e, Raquel Vilas-Bôas Moura; e, os genros, Jorge Carvalho do Nascimento e, Francisco Quintino de Moura.

Além do curso superior de Teologia, o Pr. Gerson Vilas-Bôas possui graduação em Pedagogia (1971, UFS) e em Filosofia (1971, PUC/PE), cursos de especialização em Orientação Educacional (UFS), Ocupação Profissional (FGV) e, em Psicologia (UFS). Além disso, é Doutor em Teologia (23/07/2003), em Eclesiologia (26/10/2006) e, Doutor em Divindade (28/12/2005) pela Faculdade de Ensino Teológico de São Paulo. Possui também um Pós-Doutorado em Teologia, com ênfase em Judaísmo Messiânico (28/10/2010), pelo Seminário Internacional de Teologia, de Ituiutaba, Minas Gerais.

Em 1983, assumiu a função de Secretário de Administração Geral da Convenção Batista Nacional e passou 12 anos à frente dessa organização implantando igrejas, congregações, seminários, creches e orfanatos em 12 países. Durante a sua gestão, foi comprada a sede da CBN no coração de Brasília, além de nove terrenos e uma chácara nos arredores da Capital Federal.

Foi Deputado Federal pelo Estado de Sergipe, no período de 1990 a 1991 e, durante os anos de 1998 e 1999, foi Vereador em Aracaju. No ano de 1985, assumiu a Presidência da Fundação de Desenvolvimento Social do Estado de Sergipe/FUNDESE.

Igreja Batista Betel

Atualmente a Igreja Batista Betel é formada pela Sede e por mais 40 Igrejas e Congregações, localizadas em Aracaju – Paraíso do Sul, Aracaju – Veneza, Aracaju – 17 de Março, Aracaju – Augusto Franco, Aracaju – Orlando Dantas, Aracaju – Siqueira Campos, Itabi – Centro, Dores – Centro, Canindé – Prainha, Canindé – Olaria, Canindé – Centro, Graccho Cardoso – Centro, Graccho Cardoso – Riachinho, Carmópolis – Centro, Rosário de Catete – Siririzinho, Lagarto – Centro, Lagarto – Colônia 13, Lagarto – Loiola 2, Lagarto –  Matinha, Lagarto – Pista de Boquim,  Salgado – Água Fria, Salgado – Centro, Salgado – Saco Encantado, Riachão do Dantas – Barro Preto, Glória – Centro, Glória – Silos, Gararu – Barriguda, Gararu – Lagoa Rasa, Gararu –  Pias, Feira Nova – Centro, Barra dos Coqueiros, Poço Redondo – Centro, São Cristóvão – Várzea Grande, São Cristóvão – Tijuquinha, São Cristóvão – Luiz Alves, Barra dos Coqueiros, Itaporanga D’Ajuda – Minante, Itaporanga d’Ajuda – Centro , Siriri – Centro, Socorro – Parque dos Faróis.

Texto e imagem reproduzidos do site: senoticias.com.br

Agonalto Pacheco e o Hércules 56

A Famosa fotografia - De pé, a partir da esquerda: Luís Travassos, José Dirceu, 
José Ibrahim, Onofre Pinto, Ricardo Vilas, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, 
Ricardo Zarattini e Rolando Frati. Agachados: João Leonardo Rocha, 
AGONALTO PACHECO, Vladimir Palmeira, Ivens Marchetti e Flávio Tavares.

Publicado originalmente no Portal Infonet, em 05/09/2017.

Agonalto Pacheco e o Hércules 56.
Por Marcos Cardoso.

Há dez anos, a morte do velho comunista Agonalto Pacheco...

Há dez anos, a morte do velho comunista Agonalto Pacheco, aos 80 anos, reduzia a fileira dos que defendiam uma sociedade ideal, um mundo onde todos seriam iguais e teriam acesso aos bens e serviços de acordo com suas necessidades. Marxista, defendia o socialismo científico, que estabeleceu os meios para se atingir a sociedade de iguais que substituiria a ordem injusta e imoral do liberalismo capitalista. Pura utopia, a história insiste em provar. A democracia é o pior dos regimes, à exceção de todos os demais, como disse Churchill, e o homem moderno não conhece democracia fora do sistema capitalista, infelizmente — ou não.

Agonalto era um romântico que levou às últimas consequências a realização do seu sonho. Militante desde a adolescência do Partido Comunista Brasileiro, o Partidão, mudou-se para São Paulo após o golpe de 64, onde se aliou à Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella, principal dirigente da luta armada contra a ditadura. Era o homem simples, de Aquidabã, pegando em arma contra o regime militar.

Foi preso em janeiro de 1969 quando organizava uma reunião nacional de proscritos. Torturado no Dops de São Paulo para delatar Marighella, que sabia onde estava escondido, resistiu estoicamente. O pau-de-arara e a cadeira do dragão não dobraram o sergipano magro, comprido, suave, mas de propósitos definidos, que possuía a convicção dos que sabem onde querem chegar.

“Essa frente que eu abracei é uma frente como outra qualquer, mas com um agravante: você pode sair aleijado, cego ou para o cemitério”, contou no depoimento para Osmário Santos mais de dez anos depois do fim da ditadura, mas ainda como quem guardava um segredo escondido por trás das palavras. Por causa da tortura e, principalmente, de um murro no estômago passou vários dias sem poder se mexer.

AGONALTO IMORTALIZOU-SE NA FOTOGRAFIA — No dia 4 de setembro, os companheiros da ALN e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), dentre eles o jornalista e ex-deputado federal Fernando Gabeira e o jornalista Franklin Martins, realizaram o ato mais ousado da guerrilha urbana no Brasil: o sequestro, no Rio de Janeiro, do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick. O resgate seria pago com a libertação de 15 presos políticos e a divulgação de um manifesto.

Alguns daqueles presos políticos se tornaram conhecidos, como José Dirceu, que viria a ser homem forte do PT e no primeiro governo Lula, e Vladimir Palmeira, ex-deputado federal e também fundador do PT. Eles aparecem na célebre foto onde 13 dos 15 que iriam para o exílio posam, mãos amarradas, em formação de time de futebol, à porta do Hércules 56 que os levaria ao México. Antes passariam em duas capitais: Recife, onde apanhariam o legendário líder comunista pernambucano Gregório Bezerra, e Belém, onde pegariam Mario Zaconatto, um jovem militante do PCB.

Agonalto Pacheco imortalizou-se naquela foto, o segundo da esquerda para a direita, entre João Leonardo e Vladimir, agachado na pista do Galeão. São 13 quase maltrapilhos, aspectos sofridos, barbas por fazer.

“Ficamos sobrevoando o Estado do Amazonas. Eles ficaram sobrevoando, ameaçando jogar a gente no rio Amazonas. Foi uma viagem apreensiva. Chegamos ao México no dia 7 de setembro, à tarde, pois eles achavam que podiam ainda localizar o embaixador. Comunicamos nossa chegada no México, e aí eles soltaram o embaixador”, contou.

O governo atendeu às reivindicações dos revolucionários, os presos políticos foram enviados para o México e o manifesto foi publicado nos principais jornais e divulgado em todas as rádios e televisões. Quando o embaixador foi libertado, seguiu-se uma feroz repressão, que levou ao assassinato, ainda em setembro e sob tortura, de Virgilio Gomes da Silva, o “Jonas”, e de Carlos Marighella. Na noite de 4 de novembro de 1969, o líder da ALN foi surpreendido por uma emboscada na capital paulista. Foi varado pelas balas dos agentes do Dops sob a chefia do delegado Sérgio Paranhos Fleury.

O ESPÍRITO CONCILIADOR DO VELHO COMUNISTA — Agonalto Pacheco viveu no exterior, principalmente em Cuba, retornado ao Brasil após a anistia sancionada em agosto de 1979. Primeiro São Paulo, depois Aracaju. Na capital sergipana, onde fora vereador no final dos anos 50, ele voltou à atividade política, trabalhando no Partidão ou no PMDB e em alguns pequenos cargos públicos. Nas atividades partidárias, Agonalto era respeitado pela experiência e pela tranquilidade com que defendia suas teses. Era um conciliador, sempre disposto a pacificar as posições contrárias.

Depois que o seu querido PCB naufragou, ele desiludiu-se da política. Morreu amargurado com a vida pública, segundo revelam seus filhos. Mas manteve a simplicidade e a dignidade até o fim.

O espírito conciliador do velho comunista estava presente no próprio velório, onde os cristãos se benziam e faziam orações silenciosas diante do corpo inerte do materialista dentro de um caixão coberto pela bandeira vermelha do Partido Comunista.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs/marcoscardoso