sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Despedida do parlamento sergipano da deputada Ana Lúcia

Foto reproduzida do site al.se.leg.br e postada pelo blog, 
para ilustrar o presente artigo

Texto publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 14/12/2018

Uma despedida apoteótica

Por Ivan Valença (Blog Infonet)

Diante de um plenário tomado por admiradores e eleitores, a deputada Ana Lúcia fez um emotivo discurso de despedida do parlamento sergipano. “Isso não quer dizer que estou abandonando a política. Volto a minha sala de aula e continuarei a ocupar os espaços que me permitam trabalhar pelo povo sergipano”. Em sua fala, Ana Lúcia traçou “reminiscências importantes que gostaria de dividir com as senhoras e senhores”. Relembrou então fatos que marcaram os dezesseis anos de atividades parlamentares, encerrados agora por questões alheias a sua vontade, “como a saúde precária”. Citou então o ambiente familiar favorável a uma formação de princípios; as características, singulares a seu tempo, de dona Ivone, sr. Claudomir (seus pais) e dr. Osman Hora, a quem ela considerava como pai; a paixão familiar pelos livros e pela cultura e a imensa biblioteca da família; a ligação com o irmão Mário Jorge (um dos grandes poetas que Sergipe teve); e a importância das irmãs franciscanas no despertar precoce para as questões sociais e políticas”. “O amor pelas letras conduziu-me a uma convicção muito firme no momento de escolher meus caminhos, a formação universitária e a profissão que abraçaria por toda a vida: a educação, o magistério, a sala de aula?”. E segue: “Na década de 70, tive a felicidade de conhecer jovens educadores da Universidade Federal em Seminário de Bárbara Freitagli, da UNB. Um grupo ao qual me somei, inspirada pelas ideias revolucionarias da geração de 68 e pelas leituras freireanas”. Ana falou também sobre seu namoro com os partidos de linha comunista mas decidiu abraçar o Partido dos Trabalhadores, já a partir de 1980. “Assim se estruturou o sindicalismo independente que deu origem à Central Única dos Trabalhadores. Uma experiência política que configurou as bases do processo de reconstrução democrática e revelou os quadros que seriam os protagonistas da reestruturação democrática que, como hoje podemos observar, ainda não se concretizou plenamente”. E finalizou: “Devo a renovação de meu compromisso com a construção de um futuro livre da desigualdade, avesso à exclusão, à intolerância e ao preconceito. Um futuro que as próximas gerações saberão fazer mais fraterno, mais justo e pleno de felicidade”.

Texto reproduzido do site: infonet.com.br

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

35 Anos Depois


Facebook/JorgeNascimento Carvalho 9 de dezembro de 2018

35 Anos Depois

Por Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento

O livro História da Educação em Sergipe, de Maria Thétis Nunes, foi publicado em 1984, pela Editora Paz e Terra. Em 2019 ele completará 35 anos em circulação. O livro apresenta a única síntese produzida até hoje sobre o assunto, tornando-se referência obrigatória dentre os estudos sergipanos da área. Maria Thétis Nunes, a sua autora, foi uma aplicada estagiária do Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB, na década de 1950, quando se ligou a intelectuais como Nelson Werneck Sodré e Álvaro Vieira Pinto. Na História da Educação em Sergipe, Thetis Nunes manteve a mesma perspectiva teórica e o mesmo rigor metodológico que assumira desde o estudo que publicara em 1962, ainda no ISEB, sob o título de Ensino Secundário e Sociedade Brasileira. Historiadora de profissão, ao tratar da educação sob a perspectiva isebiana, Thétis assumiu o viés interpretativo que dizia ser a história das lutas de classes o modelo interpretativo fundamental do fenômeno educativo, licenciando-se para, a partir daí, fazer uma série de operações analíticas, nas quais as evidências que extraía das fontes se prestavam a localizar as relações entre burguesia e proletariado. Também para identificar os interesses defendidos pelas classes dominantes. Na sua interpretação, ela assumiu os pressupostos da história monumento que Fernando de Azevedo estabeleceu, sob os quais somente se viabilizara uma política educacional consistente no Brasil depois que o campo foi dominado pela ação dos chamados “Pioneiros da Educação Nova”.

Maria Thetis Nunes não apenas produziu uma narrativa histórica, mas elaborou um modelo teórico. Ela buscou apreender na estrutura os modos através dos quais a sociedade atuava no indivíduo, uma vez que, como entendia, mesmo sendo autônomos, os indivíduos estavam subordinados a tal estrutura. Apoiada nos marcos cronológicos estabelecidos por Fernando de Azevedo, Thetis Nunes lançou seu olhar sobre a legislação referente à educação. Para contextualizar o seu objeto se valeu de fontes secundárias (bibliográficas e manuscritas) a fim de apreender o panorama econômico, base do seu estudo. Entendeu que a educação no Brasil, desde as suas origens, se constituiu num transplante de ideias importadas de outras realidades e que, por isso, não se ajustavam ao panorama nacional.

Dessa forma, afirmou que o Estado sempre abdicou da responsabilidade sobre o sistema educacional.

Thétis Nunes interrogou suas fontes de modo a manter a escrita da história dentro do viés econômico determinista. A História da Educação em Sergipe, de Maria Thetis, valorizou a importância do sujeito/indivíduo que ocupava posição destacada na gerência dos negócios educacionais da Província e do Estado de Sergipe. Ao estudar os processos educativos, ela buscou compreender o modo como tais homens atuaram. Este foi um esforço presente nos seus estudos. Das discussões emergiram problemas que concerniam à historiografia educacional e à teoria da história que orientava a sua produção. A autora buscou os sentidos da experiência histórica e das vivências que analisou. O pioneirismo dos seus estudos e o esmero com o rigor metodológico das perspectivas teóricas que assumiu transformaram a autora, juntamente com José Calasans e José Antônio Nunes Mendonça, numa espécie de “santíssima trindade” da historiografia educacional sergipana, inspirando teórica e metodologicamente as gerações de pesquisadores que trabalharam tomando os seus estudos como fonte. Do legado da História da Educação em Sergipe, a herança mais forte foi a marca de uma peculiar teoria marxista e a referência obrigatória aos estudos do campo neste Estado. As discussões a respeito da obra de Maria Thetis revelam que, em 2019, ao completar 35 anos de publicada, a sua História da Educação continua importante para recompor trajetórias e lugares de intervenção no campo educacional, ensejando uma compreensão mais acurada dos processos mediante os quais foram cotejados e postos em disputa os padrões de formação da vida educacional sergipana.

O livro de Maria Thetis Nunes, nos últimos 34 anos, cumpriu diversos papéis. Dentre eles, o da celebração de uma memória que criou vínculos de identidade entre os profissionais da educação e os pesquisadores da História da Educação em Sergipe do tempo presente e aqueles que atuaram sob o período da Província e da Primeira República. Ao verificar essa experiência, ela trabalhou o sentido da construção de um passado de lutas gloriosas para os intelectuais da educação em Sergipe, tentando demonstrar os momentos no quais intelectuais sergipanos do campo se puseram à frente dos seus pares de outras regiões do Brasil. Sempre foi explícita em relação a esse tipo de problema ao falar do trabalho do historiador e político Felisbelo Freire, afirmando que o regimento da instrução pública aprovado por aquele governante do Estado de Sergipe, no período republicano, antecipou a reforma Benjamin Constant, implementada posteriormente a partir do Rio de Janeiro, a capital da nascente República.

Esta sempre foi uma discussão ao gosto da historiadora Maria Thetis Nunes. A polêmica a respeito do pertencimento das ideias e a busca incansável das novidades que nasceram na periferia. A História da Educação em Sergipe, de Maria Thetis Nunes, trouxe a marca forte de uma vigorosa, original e criativa historiadora que, acima de tudo, celebrou a memória da educação. Na memória que produziu, a educação atuou invariavelmente como instrumento fundamental para a modernização da vida de Sergipe e do Brasil, viabilizando o progresso.

Maria Thetis Nunes era membro da Academia Sergipana de Letras e morreu em 2009. Sua História da Educação em Sergipe completará 35 anos de publicada em 2019. Suas ideias são imortais.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/JorgeNascimento Carvalho

domingo, 9 de dezembro de 2018

Festas Natalinas em Aracaju


Publicado originalmente no blog Lygia Prudente, 09/12/2012

Festas Natalinas

Por Lygia Prudente

O dia 8 de dezembro era o início do período natalino envolvendo a todos no clima festivo de final de ano. Minha mãe costumava enfatizar que não era feriado, e sim um dia santo, dia dedicado à Nossa Senhora da Conceição, padroeira da nossa cidade – Aracaju. Existia todo um ritual de tradições que seguíamos à risca. O clima de excitação e euforia para as crianças e jovens começava nos preparativos para o mês de dezembro. A compra do que vestiríamos nas três datas mais importantes, Dia de Nossa Senhora da Conceição, Natal e Ano Novo. Obrigatoriamente, vestíamos roupas novas. Como o comércio oferecia poucas opções, duas lojas destacavam-se com produtos de qualidade: Drenier Cri Magazin e A Moda. Lembro-me bem, do dia das compras com minha mãe. O meu pai lá estava na hora do pagamento. O cheirinho da roupa nova vem à tona e me traz agora recordações que jamais se apagarão, como a alegria e riqueza de viver em família e a condição de poder usufruir e alimentar esses costumes. Crescemos e as lembranças nos possibilitam disseminar dentre os jovens integrantes o valor das tradições e da continuidade dos ensinamentos.

Texto e imagem reproduzidos do blog: lygiaprudente.blogspot.com

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Wellington Mangueira: um humanista na alma e na raça


Publicado originalmente no site JL Política, em 06 de dezembro de 2018

OPINIÃO - Wellington Mangueira: um humanista na alma e na raça

Por Milton Junior *

“Continência a um comunista”. Impiedosamente contestado aos olhos dos radicais de direita, ao mesmo tempo intrigante aos camaradas com idealismo marxista, o título desta obra literária desperta o interesse coletivo para o consumo histórico protagonizado em torno da história de vida traçada por um líder esquerdista envolvido até o topo com o Partido Comunista Brasileiro - PCB -, justamente durante os 21 anos de governo militar, entre 1964 e 1985.

A ser lançada no próximo dia 12 de dezembro, no salão nobre do Cotinguiba Esporte Clube, em Aracaju, a biografia de Wellington Dantas Mangueira Marques desmistifica a “fórmula progressista” que transformou o cidadão antes torturado em um nobre gestor público no início dos anos 1990.

Menos de 10 anos após o fim do golpe militar, o aracajuano nascido em 21 de agosto de 1945 deixou de ocupar os porões das cadeias insalubres, de sofrer os mais variados tipos de tortura, para, diante de multidões, receber continência ofertadas por oficiais das mais variadas patentes, guarnições e instituições de segurança pública.

A publicação deste livro se faz possível devido a uma forte ação de insistência junto ao biografado. Apesar de pronto - modéstia à parte, com capa muito bem elaborada pelo camarada Marcélio Couto e um texto que interliga o passado e o futuro em uma suave leitura repleta de imagens inéditas e ilustrações criadas pela mente brilhante do nobre comunicador Edidelson Silva -, é preciso destacar que foram, ao menos, um ano e meio insistindo para Wellington Mangueira conceder a liberação para a produção do livro.

Sempre defendendo a tese de que “apenas pessoas falecidas, ou prestes a morrer possuem biografia”, o advogado, professor de história, comunicador e defensor dos direitos humanos, lutou, resistiu, mas foi vencido pela insistência deste jornalista, que, assim como centenas de sergipanos, é apaixonado pela história de vida do ilustre torcedor do Cotinguiba Esporte Clube.

Conquistada a permissão, antes mesmo que Wellington por ventura pensasse em desfazer a liberação, foi necessário agilizar a criação de roteiro, iniciar o processo de entrevistas, decupar por longas madrugadas estes áudios e começar a escrever.

Sempre à base de boas doses de café expresso, puro e com pouco açúcar, a produção textual prevalecia ao ponto de os bons e tradicionais churrascos semanais com os amigos paralelamente terem sido transformados em atividade secundária, ou, em alguns sucessivos casos, sempre fomos - eu e minha esposa -, os últimos a bater o ponto.

Falar de Wellington é prazeroso. Mas requer explorar a respectiva mente para não deixar de elencá-lo às correntes familiares e sociais que o cercam desde o momento em que seus primeiros choros ecoaram pela tradicional Avenida Augusto Maynard. A história do biografado se confunde nos mínimos detalhes com os de sua namorada e esposa desde o tempo do Atheneu Sergipense, Laura Marques.

Assim como Laurinha, é impossível citar o nome de Wellington e não envolver o Cotinguiba, o Partido Comunista Brasileiro, o Atheneu, o regime militar, o carnaval, a antiga União Soviética, os órgãos públicos em que administrou e a consciência humanista dele. Com um quociente de inteligência elevado, o homenageado passa a aparência de possuir um amplo HD interno que o faz recordar com detalhes inúmeras passagens da vida dividida com a esposa, e/ou com os nobres companheiros do velho PCB.

Justamente em virtude desse representativo conteúdo histórico, no decorrer da produção textual percebi a necessidade de esquecer um pouco os depoimentos dos companheiros, e focar apenas nas histórias narradas por ele. Ao consumir o livro, o leitor se deparará apenas com citações de Helena Marques (sogra de Wellington) e do camarada João Augusto Gama. Incluir o depoimento dos camaradas quebraria o fluxo da leitura. Essa não era, e nunca foi a intenção desde o primeiro dia de escrita.

Os depoimentos dos amigos e admiradores ficou reservado em um capítulo à parte. O desafio sempre foi buscar a melhor forma de deixar o livro atraente aos olhos de leitores com idades acima de 14 anos. Isso sempre me martelou a consciência, em virtude de atualmente o público mais jovem, por exemplo, ser considerado pelo Ministério da Educação como o grupo de brasileiros que menos se interessa por história e literatura. Segundo o próprio MEC, uma pesquisa nacional mostra que os jovens não percebem utilidade no conteúdo das aulas. As disciplinas de língua portuguesa e matemática são consideradas as mais úteis por, respectivamente, 78,8% e 77,6% dos alunos.

Lamentavelmente, o Brasil já percebe o reflexo do problema estrutural sobre conhecimento histórico da população. Pensando justamente na perspectiva de seguir na contramão desses dados nacionais, a inclusão de charge e depoimentos que estão direta ou indiretamente presentes no dia-a-dia das pessoas permite que os leitores se vejam ao menos em algum momento vivenciado por Wellington.

Entre esses casos, a biografia apresenta desde o consumo de bebidas alcoólicas durante a infância, como passeios de barco no Rio Sergipe, bastidores da família, futebol, cultura, jogos de cartas, café, história das ruas de Aracaju, e defesa da comunidade LGBT. Este não é um livro para ser depositado em prateleiras de biblioteca. Por possuir um perfil minuciosamente democrática, ele é, e recomendo que seja, utilizado dentro das salas de aula como forma de multiplicação de um conteúdo educacional.

Escrever sobre o legado de Wellington Mangueira foi uma honra, e mais feliz ficarei ao perceber que esse conteúdo será consumido por pessoas residentes nos quatro cantos da nossa nação. As 315 páginas foram desenvolvidas com o máximo de afeto por cada conteúdo que me foi compartilhado. Deguste esta obra literária sem moderação.

* É jornalista e escritor.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

“O tempo ameniza a saudade, mas a sensação de falta não passa nunca”...

A viúva de Marcelo Déda, Eliane Aquino, ao lado dos filhos do casal. 
Foto: Leo Barreto/Fan F1

Texto publicado originalmente no site FAN F1, em 02/12/2018 

“O tempo ameniza a saudade, mas a sensação de falta não passa nunca”, diz Aquino, na missa em homenagem a Déda

Por Célia Silva

Uma missa campal no Memorial Marcelo Déda, no Parque Augusto Franco (Parque da Sementeira), zona sul de Aracaju (SE), marcou neste domingo, 2, os cinco anos da morte do ex-governador Marcelo Déda.

Familiares, amigos, militantes do Partido dos Trabalhadores, sigla que Déda ajudou a construir junto com o amigo e compadre Lula, estiveram presentes na homenagem que foi marcada pela emoção.

 Uma missa campal no Memorial Marcelo Déda, no Parque Augusto Franco 
(Parque da Sementeira) -- Foto: Léo Barreto/Fan F1

“Por onde ando, escuto muito as pessoas dizerem a falta que Déda faz. O tempo ameniza a saudade, mas a sensação de falta, de vazio, não passa nunca. Hoje, estar aqui com os amigos, com a história dele, a Orquestra jovem, que começou pela mente dele, ele deixou muitos frutos, muitas sementes que estão germinando e dando bons frutos”, disse a viúva Eliane Aquino à Magna Santana, da Fan FM.

Eliane Aquino falou ainda sobre a presença viva de Déda ao lado dela e da fé e compromisso que tem com a vice-governadoria que assumirá no dia 1º de janeiro: “É pedir para ele que, de onde estiver, nos ilumine para que a gente cuide com a sabedoria que o povo merece, estou ali com uma responsabilidade muito grande, sabendo que estarei representando a mim e a Marcelo Déda”, falou.

A celebração foi organizada pela família e pelo Instituto Marcelo Déda e teve início às 16h, no monumento erguido em sua homenagem e inaugurado este ano pelo Instituto que leva o seu nome.

Orquestra Jovem, idealizada por Marcelo Déda, tocou na missa.
Foto: Léo Barreto/Fan F1

Após a missa, celebrada pelo padre Marcelo, houve apresentação do Grupo de Câmara da Orquestra Jovem de Sergipe, formada por crianças e adolescentes do bairro Santa Maria. Déda foi um dos grandes incentivadores da Orquestra Jovem, cujo projeto foi aceito pelo Ministério da Cultura no ano após sua morte.

Câncer – Marcelo Déda foi reeleito governador de Sergipe em 2010, cargo que ocupou até a sua morte, aos 53 anos, em 2 de dezembro de 2013, vítima de câncer no sistema gastrointestinal.

Texto e imagens reproduzidos do site: fanf1.com.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Em cordel, Chiquinho do Além-Mar exalta belezas de Sergipe

Chiquinho do Além-Mar lança livro ‘Sergipe e seus encantos’ 
Foto: Portal Infonet

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 28/11/2018  

Em cordel, Chiquinho do Além-Mar exalta belezas de Sergipe
                            
O escritor Chiquinho do Além-Mar fez o lançamento, na noite desta quarta-feira, 28, da sua nova obra, o livro ‘Sergipe e seus encantos’. Nele, são retratados os atrativos turísticos do estado no formato de cordel, destacando as belezas naturais e o patrimônio sergipanos.

O autor traz, em formato literário, características de locais marcantes de Aracaju e cidades do interior, como a Passarela do Caranguejo, Orla da Atalaia, praça Fausto Cardoso, Colina do Santo Antônio, Parque da Cidade e Crôa do Goré, praça São Cristóvão, no município histórico, e a cidade de Laranjeiras.

Para Chiquinho, “Esse trabalho já tem uma boa aceitação, está adotado em 14 escolas para ser material paradidático no ano que vem. Esperamos que a sociedade sergipana e as pessoas do meio do turismo façam essa parceria para divulgar nossos atrativos. Sou nativo da Praia da Atalaia, vendia queijo, então sempre quis contribuir com o turismo. Coloquei toda essa temática na cantiga de cordel. Nossa grande meta é contribuir”, celebrou.

O livro já está disponível nas principais livrarias da capital.

Por Victor Siqueira

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Morre aos 66 anos Jorge Ribeiro (1952 - 2018)

Foto reproduzida do site universopolitico.com.br e postada pelo blog 'SERGIPE...'

Texto publicado originalmente no Facebook/Manú Santiago, em 27/11/2018

NOTA DE FALECIMENTO

Faleceu na tarde de hoje (27/11), por volta das 15h, o empresário e digital influencer Jorge Ribeiro.

Velório: hoje (27/11), a partir das 20h na Osaf na rua Itaporanga em Aracaju.

Sepultamento: amanhã (28/11), às 10h no Cemitério Santa Isabel.

Jorge estava perdendo peso muito rápido. O câncer no pâncreas já estava avançado.

Recentemente ele postou que faria uma cirurgia. Esta cirurgia era para desobstruir o intestino.

Estava em casa, em plena recuperação, consciente e positivo. Mas hoje não acordou bem e veio a falecer.

Texto reproduzido do Facebook/Manú Santiago

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Duas vezes imortal!

Foto: Sergio Silva

Publicado originalmente no Facebook/Lucio Prado Dias, em  20/11/2018 

Duas vezes imortal!
Por Lucio Prado Dias

Já participando da Academia Sergipana de Medicina desde 2005, como membro titular da Cadeira 38, que tem como patrono o Dr. Walter Cardoso, o médico, professor e mais recentemente escritor de literatura não científica Antônio Carlos Sobral Sousa, assume logo mais à noite a Cadeira 28 da Academia Sergipana de Letras, na sucessão do eminente e saudoso Dom Luciano José Cabral Duarte. A solenidade de posse acontecerá às 20 horas, no Iate Clube de Aracaju.

Por coincidência das grandes, a Universidade Federal de Sergipe presta hoje uma singela homenagem ao saudoso arcebispo emérito de Aracaju, colocando o seu nome na Biblioteca Central da instituição, uma homenagem muita justa para uma pessoa que foi fundamental para a criação e instalação da nossa primeira universidade pública.

É lamentável que a infiltração ideológica da esquerda partidária nas universidades públicas brasileiras fizesse de tudo para apagar da memória a lembrança do prelado, em função de suas posições conservadoras, ditas "de direita".

Muito triste que isso tenha acontecido, mas aos poucos Sergipe vai colocando o seu nome em posição de destaque, conferindo-lhe o verdadeiro valor que merece!

Pois bem. O Dr. Sousa vai suceder justamente o arcebispo emérito de saudosa memória, tornando-se agora imortal duas vezes.

Nascido em 5 de junho de1955 em Aracaju, filho de José Carlos de Sousa e Clara Maria Sobral Sousa, o Dr. Sousa foi favorecido na sua formação por contar com um lar amoroso e de educação rígida, baseada nos princípios do estudo, da ética e da meritocracia. Isso propiciou ao jovem uma larga formação moral e intelectual que o acompanha por toda a vida.

Formado em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe em 1979, cursou o Internato na Brown University - Rhode Island – EUA, instituto que lhe deu régua e compasso para a brilhante carreira que viria a ter na área da cardiologia clínica e como destacado pesquisador e professor dos cursos de graduação e pós-graduação do Curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe.

Uma vida plena de trabalho e grandes realizações, apesar da pouca idade, entendeu logo cedo que o tempo é um bem insubstituível e irrecuperável, como ressaltou o saudoso e inolvidável mestre José Augusto Barreto, no seu discurso de saudação ao neoacadêmico que tomava posse na Academia Sergipana de Medicina, em 18 de agosto de 2005.

O inesquecível professor, médico e escritor Walter Cardoso, patrono da Cadeira 38 da Academia de Medicina, que que dá assento hoje ao ilustre cardiologista, costumava dizer: “ - O médico é o servidor da vida, o missionário da bondade.(...) tem nas mãos o maior dos privilégios: praticar o humanismo integral pelo saber, compreensão, paciência e humildade”.

Como cultor dos grandes mestres, o confrade Antônio Carlos Sobral Sousa assume a posição de um deles e se enquadra perfeitamente na definição de Theodor Billroth, cirurgião e músico, grande amigo e parceiro do compositor do Johannes Brahms, que dizia: “Jamais conheci um grande nome da pesquisa científica que não seja essencialmente um artista com uma rica fantasia e sensibilidade infantis. Agora percebo...ciência, arte e literatura jorram da mesma fonte.”

O médico Antônio Carlos Sobral Sousa estreou na literatura não científica com o livro Entre linhas de minha vida, recentemente lançado numa prestigiada noite de autógrafos, abrindo de pronto o coração para nos revelar traços marcantes de sua vida.

Já sobejamente consagrado no panteão científico, onde pratica os postulados de Cardoso, um humanismo integral pelo saber, compreensão, paciência e humildade, ganha agora as letras sergipanas um novo e destacado militante, com a sua entrada na Academia de Letras.

Seja bem-vindo à confraria!

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Lucio Prado Dias

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Vamos louvar a quem merece...


Publicado originalmente no Facebook/Antonio Samarone, em 20 de outubro de 2018

Vamos louvar a quem merece...
Por Antônio Samarone

A turma do Arquidiocesano que completou 40 anos da conclusão do segundo grau, fez uma festa. Professores e a direção do Colégio foram convidados. Eu ensinava biologia. A atração foi a presença do diretor, o Cônego Carvalho.

Numa breve retrospectiva, o Cônego José de Carvalho Souza dirigiu o Arquidiocesano por cinquenta anos. Em 2012, foi afastado de forma abrupta pela Diocese. O Colégio nunca mais foi o mesmo.

O conservador Cônego Carvalho dirigia o Colégio democraticamente. Reinava um clima de liberdade, do livre pensar e do respeito as divergências no Colégio.

Durante a revolução de 1964, alguns alunos foram expulsos do Colégio Atheneu, acusados de subversão. O Cônego Carvalho abriu as portas do Arquidiocesano para recebe-los: Wellington Mangueira, Abelardo Souza e o poeta Mario Jorge (irmão da deputada Ana Lúcia). Não foi pouco!

Quando ingressei no Colégio, com professor de Biologia, fiquei preocupado. Como ensinar a Teoria da Evolução, claramente materialista, num colégio de padres? Estávamos na década de 1970, e a biologia moderna, cientifica, ainda era uma novidade nos livros didáticos.

Procurei o Cônego Carvalho, para saber a orientação do Colégio. Eu precisava do emprego. Expus o problema: padre, a biologia tem uma visão sobre a origem da vida e a sobre evolução que contrariam a doutrina cristã, o que fazer? O Cônego Carvalho foi sucinto: o senhor ensine biologia, que eu ensino o catecismo.

O corpo docente era infestado de esquerdistas, líderes estudantis, isso em plena ditadura. O padre sabia, mas o que cobrava é que fossemos bons professores. O Cônego Carvalho valorizava os professores. Era acessível, dialogava com os alunos. E foi um pioneiro no fortalecimento do esporte estudantil.

O Colégio Arquidiocesano foi um grande colégio, em grande parte, devido a dedicação e competência do Cônego José de Carvalho Souza. Foi o eu que ouvi dos ex-alunos, após 40 anos. Eu subscrevo!

blogdesamarone.blogspot.com

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Morre ex-presidente da CDL, Carlos Henrique Nascimento


Publicado originalmente no site F5 News, em 01/11/2018 

Morre ex-presidente da CDL, Carlos Henrique Nascimento

Sepultamento ocorre hoje na Colina da Saudade, às 16h  

Morreu na madrugada desta quinta-feira (01), o ex-presidente, empresário do ramo hoteleiro e livraria, Carlos Henrique Soares Nascimento, que presidiu a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) no período de transição democrática do Brasil, de 1983 a 1985.

A sua administração foi marcada pelo fortalecimento e melhoria do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) em Sergipe, atuando também como um pregador da gestão mútua e unificada entre os empresários do comércio, quer enfrentavam grandes dificuldades à época.

As diretorias da CDL/Aracaju e da FCDL/Sergipe, por meio dos seus respectivos presidentes, Brenno Barreto e Edivaldo Cunha, expressam suas condolências e sentimentos de pesar à família enlutada, ao tempo que reconhecem os grandes e inestimáveis serviços prestados à classe lojista por Carlos Nascimento, na condição de presidente da entidade, e ou atuando como diretor em algumas gestões da CDL.

A CDL informa que o velório já ocorre a partir deste momento no cemitério Colina da Saudade, conjunto Santa Lúcia, com enterro previsto para 16h de hoje, 01 de novembro, no referido local.

Fonte: Ascom CDL

Texto e imagem reproduzidos do site: f5news.com.br

sábado, 27 de outubro de 2018

"Perfis Acadêmicos" de J. Anderson Nascimento


Publicado originalmente no blog Academia Literária de Vida, em 22/10/2018 

"Perfis Acadêmicos" de J. Anderson Nascimento

O livro manterá para sempre a memória acadêmica sergipana registrada em primeira mão.

Uma das últimas publicações do escritor e presidente da Academia Sergipana de Letras (ASL) – José Anderson Nascimento - com o título “Perfis Acadêmicos”, traz um manancial de dados, fruto de uma grande pesquisa, desde seus fundadores até os atuais ocupantes das quarenta cadeiras que formam o Sodalício. A obra com 757 páginas, impressa pela SEGRASE – Serviços Gráficos de Sergipe, inicia com o Prefácio escrito pelo notável escritor Jackson da Silva Lima. Já temos luzes sobre a criação da Hora Literária, em 17 de julho de 1927, que inicia com 17 membros, e vamos entendendo que todo agrupamento tem seus conflitos, mas há a hora de conciliação ou então, cada um segue seu caminho. A Hora Literária ao passar efetivamente à Academia Sergipana de Letras, engloba o Estatuto, as cadeiras, os patronos e seus respectivos acadêmicos, mesmo registrando algumas mudanças.

Anderson Nascimento, abre a introdução com a frase de Machado de Assis – “Uma Academia tem de ser integrada por três espécies: literatos, personalidades - para conferir visibilidade à instituição - e jovens para trazer alegria”. É isso que temos na ASL: escritores, poetas, historiadores, jornalistas, professores, advogados, políticos e jovens estudantes encantados pela literatura.

O autor produziu, realmente, uma obra didática. Leitura para todos que gostam de ler, base para conhecimento e fonte de pesquisa para qualquer pessoa interessada em literatura, nos escritores sergipanos e suas obras.

É instigante a narrativa do escritor pois ele conduz tudo com descrição de fatos, datas e textos de obras. Vamos conhecendo a história desde aquele 17 de julho, a chegada de cada membro, a lista de patronos, suas cadeiras, seus embates, alguns textos dos escritores, a mudança para Academia Sergipana de Letras, o aumento de cadeiras (agora 40) trazendo biografias dos 171 membros entre patronos, fundadores, sucessores e atuais ocupantes. O livro manterá para sempre a memória acadêmica sergipana registrada em primeira mão. Interessante observar que 5 cadeiras só foram ocupadas por 3 acadêmicos; 23 por 4; 8 por 5 e 4 por 6 acadêmicos.  Assim cada uma das cadeira vai nos trazendo nomes de escritores, poetas ilustres que deixaram obras marcantes no Estado e além fronteiras.  Há uns não tão famosos mas, se reconhece que de alguma forma deram à Academia o apoio em benefícios estruturais e promocionais, por isso o reconhecimento aos mecenas. O livro tem leitura para muitos dias. Outro livro que deve ser bem recebido é das suas pesquisas sobre as ruas e avenidas de Aracaju como existiam no passado. Seguindo listas de endereços antigos, ele descreve os casarões, estabelecimentos comerciais, pontos pitorescos, e seus proprietários, fazendo-nos relembrar ou conhecer personalidades que marcaram a vida aracajuana. Pesquisa abrangente e que lhe custou  anos, à procura de contato com pessoas ainda residindo no local ou vizinhos e parentes dos falecidos, inclusive, a tentativa em recuperar velhas e grossas listas telefônicas...

A professora e escritora Maria Lígia Madureira Pina (que ocupou a cadeira n. 27 por 19 anos -1995/2014) e era vice-presidente quando faleceu) costumava elogiar Anderson pela persistência e dedicação à Academia. Assim, ela procedeu para com a Academia Literária de Vida que fundou. Que ninguém criticasse nada da ASL, pois ela tinha sempre palavras ponderadas e incisivas para defender e principalmente tratando-se de Anderson. E realmente, ele fez muito ao longo de suas gestões, quase a completar uma década. Reativou e fez crescer o número de acadêmicos correspondentes; reformou o prédio (encontrou caidaço!!!); instalou um auditório, sala de reunião, copa e escritório completos; renovou móveis no ambiente de lançamento dos livros; reabilitou a biblioteca e procura informatizar o arquivo. Mantém funcionários nos setores. Vem batalhando já algum tempo para instalar um elevador, o que ajudaria muito nas visitas de pessoas idosas à Biblioteca. Para isso continua buscando apoio, doações e conquistando parcerias. Também firmou vários convênios com faculdades do Estado e de São Paulo, com secretarias de Estado, inclusive é curadora do Espaço Formadores da Nacionalidade e do Espaço de Convivência Cultural, localizado na Orla de Atalaia, visando incentivar a divulgação e o conhecimento das obras artísticas ali existentes. A Academia distingue personalidades de méritos relevantes com a Medalha do Mérito Cultural Silvio Romero - a mais alta condecoração da ASL - e outras placas honoríficas Ofenísia Freire (Cultura); Orlando Dantas (Jornalismo); Horácio Hora (Artes Plásticas); Marcos Ferreira de Jesus (Política). Ao lado de tudo isso, cultiva a herança deixada pelo ex-presidente Antônio Garcia Filho, o Movimento de Apoio Cultural – MAC. O apoio tornou-se escola para futuros acadêmicos. Dali muitos escritores receberam incentivo e forças para pleitear uma cadeira na Academia. Hoje está mantido com o nome de Movimento Cultural Antônio Garcia Filho (uma homenagem ao fundador), reunindo vinte membros. A Academia retomou a publicação da Revista, cujo primeiro número data de 1931 e vem publicando periodicamente, um Boletim Informativo muito bom, cujos coordenadores editorias são os membros do MAC: Lúcio Antônio Prado Dias e Claudefranklin Monteiro, e a acadêmica Luzia Nascimento é a jornalista responsável.

Dizem os fracos de ideias que uma academia literária só serve para bate papos e cafezinhos, outros, mais radicais, que não servem para nada. Já sabemos aonde vai dar quem não gosta de ler, não aprecia o estudo e não zela pela educação. Bendita seja ASL! Bem aventurados sejam seus ocupantes! Por muitos e muitos anos.

Parabéns Anderson Nascimento pelo belo e importante livro “Perfis Acadêmicos”.

Aju, abril/2018
Shirley Maria Santana Rocha
Presidente da Academia Literária de Vida
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Vejam mais:  https://seer.ufs.br

Texto e imagem reproduzidos do blog: academialiterariadevida.blogspot.com

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Lourival, o primeiro governador do regime militar

Foto reproduzida do portal.unit.br e postada pelo blog 
para ilustrar o presente artigo

Foto reproduzida do site pt.wikipedia.org e postada pelo blog
 para ilustrar o presente artigo

Texto publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 22 de outubro de 2018

Lourival, o primeiro governador do regime militar

Por Marcos Cardoso 

O primeiro governador sergipano indicado pelo regime militar foi Lourival Baptista, cujo aniversário de nascimento aconteceu neste mês. Ele foi um importante político sergipano que poderia ser lembrado pela habilidade e astúcia, pela popularidade e pela capacidade de realização, mas ficou marcado pela associação do seu nome aos militares.

Lourival soube tirar proveito da ditadura para crescer como homem público. Na linguagem popular atual, ele se deu bem. Mas a sua biografia não pode ser resumida a isso.

Baiano do quase vizinho município de Entre Rios, onde nasceu em 3 de outubro de 1915, Lourival chegou a Sergipe em 1943 para trabalhar como médico. Veio exercer sua profissão na Fábrica de Tecidos São Gonçalo, em São Cristóvão, a convite de Augusto do Prado Franco, da família proprietária da indústria, de quem tinha sido colega na Faculdade de Medicina da Bahia. Já chegou casado com dona Hildete Falcão Baptista, com quem teve quatro filhos.

Revelando-se hábil político, com o apoio do colega udenista soube aproveitar os ventos favoráveis do fim da ditadura Vargas para eleger-se deputado estadual em 1946. Em 1950, elegeu-se prefeito de São Cristóvão e, em 1958, conquistou o primeiro de dois mandatos consecutivos de deputado federal.

O golpe de 1964 lhe foi favorável. Já escolado nas artes e nas artimanhas da política, em 1966 deu o seu próprio golpe de mestre. A sucessão estadual daquele ano transcorria da forma como preceituava o Ato Institucional n° 2, ou seja, a Assembleia Legislativa de cada estado escolheria três nomes que seriam submetidos ao voto decisivo do presidente Humberto de Alencar Castello Branco.

Na lista tríplice de Sergipe constavam os nomes do ex-governador Leandro Maynard Maciel, do ex-governador e então deputado federal Arnaldo Garcez e do empresário Augusto Franco, que até então não tinha ocupado cargo público.

A história nunca esclareceu os argumentos apresentados por Lourival Batista, mas ele conseguiu passar a perna nos três fortes candidatos, convencer o marechal presidente e acabar sendo ungido governador de Sergipe, cargo que ocupou a partir de 31 de janeiro de 1967, tendo como vice-governador o advogado e professor da Universidade Federal de Sergipe, Manoel Cabral Machado.

Dizem que o amigo Luiz Viana Filho, ministro de Castelo e que governou a Bahia no mesmo período, foi peça fundamental no convencimento do presidente. Naquele mesmo ano de 1966, Leandro Maciel foi eleito senador e Augusto Franco foi eleito pela primeira vez deputado federal, todos pela Arena, o partido oficial do governo.

Primeiro governador nomeado pelos generais — os outros foram Paulo Barreto de Menezes, José Rollemberg Leite e Augusto Franco —, o que se sabe é que Lourival Baptista manteve uma relação muito próxima, que alguns consideram até de bajulação, com os militares.

Enquanto durou o regime, é de conhecimento público os mimos que ele fazia às autoridades em Brasília, a quem levava com frequência presentes regionais típicos, como os sorvetes de mangaba da Cinelândia, a mais famosa sorveteria de Aracaju na época. Se teve relação direta com as arbitrariedades do regime militar é algo que a Comissão da Verdade pode esclarecer.

Mas graças a essa relação de proximidade e ao bom momento econômico vivido pelo Brasil no período, Lourival conseguiu fazer um governo operoso, realizador de obras importantes, como o Edifício Estado de Sergipe, uma espécie de centro administrativo que ficou conhecido com o nome de Maria Feliciana. Com 28 pavimentos, é até hoje o maior prédio construído no Estado e do alto do qual, diz a lenda, ele gostaria de avistar a sua querida São Cristóvão.

Construiu o estádio de futebol que ainda é a principal praça de esportes local — inaugurado no dia 9 de julho de 1969 com a Seleção Brasileira comandada por Pelé, que venceu a Seleção Sergipana por 8 a 2 —, a rodovia ligando a BR-101 a Lagarto e um teatro no bairro Getulio Vargas, todas as obras batizadas com o seu nome. Também se chama Lourival Baptista um conjunto habitacional no bairro Capucho.

Além de construir casas, estradas e escolas, ele ampliou a presença da Chesf no Estado, criou o Distrito Industrial de Aracaju, trouxe um escritório da Petrobras para Sergipe e implantou o Tribunal de Contas do Estado. Nas palavras do historiador Ibarê Dantas, ele foi um “administrador operoso e conciliador”, tendo atuado em um contexto favorável.

Lourival governou até o dia 14 de maio de 1970, quando se afastou para disputar o Senado. Ocupou a câmara alta por três mandatos, de 1971 a 1994, sendo que o segundo mandato de senador não foi conquistado nas urnas, mas por indicação.

Ele foi um dos senadores biônicos, parlamentares eleitos indiretamente por um Colégio Eleitoral por obra e graça do Pacote de Abril de 1977, que foi uma resposta dos militares ao resultado das eleições anteriores, de 1974, quando a grande maioria das vagas do Senado em disputa foi conquistada por políticos do MDB. Em Sergipe, o jovem médico Gilvan Rocha foi a surpresa que derrotou nas urnas o experiente Leandro Maciel.

Mas na eleição de 1986, Lourival reelegeu-se para o último mandato de senador. No derradeiro pleito eleitoral que disputou, em 1994, perdeu a vaga para o petista José Eduardo Dutra. O velho político morreu em Brasília quase 19 anos depois, no dia 8 de março de 2013, aos 97 anos.

Nas palavras do então governador Marcelo Déda, foi um homem que ao longo de sua trajetória aportou contribuições para o desenvolvimento de Sergipe, “seja como médico de fábrica atendendo aos operários em São Cristóvão, no começo da sua carreira política, seja como senador que se destacou pelo combate ao fumo, chamando a atenção da nação brasileira para as consequências nefastas do tabagismo para a saúde pública, seja no período quando governou o Estado e teve a oportunidade de edificar obras públicas que até hoje são utilizadas pelos sergipanos”.

Texto reproduzido do site: infonet.com.br

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Cantor sergipano Pedrinho Rodrigues (1934 – 1996)


Publicado originalmente no Facebook/Mario Sergio Felix, em 15/10/2018

"No mês de Outubro, o grande cantor sergipano Pedrinho Rodrigues, estaria comemorando 84 anos. Ele nasceu no dia 13 de outubro de 1934.

 Sem dúvida nenhuma, não é dito por mim, mas, por aqueles que o viram cantar, aliás, o viram Interpretar! Pedrinho figura como um dos maiores intérpretes do samba brasileiro. Pedrinho nasceu em Aracaju, porém, fez a sua carreira toda no Rio de Janeiro.

Ao lado do organista Ed Lincoln, Orlandivo e Silvio César, Pedrinho embalou as noites cariocas. Quando deixou o grupo de Ed Lincoln e seguiu carreira solo, foi um dos mais aplaudidos sambistas brasileiros. Fez parte também, da Boite do Sargentelli,” Oba Oba”.

 Era integrante da Ala decompositores da Portela e participou com muito sucesso da criação da "Turma da Pilantragem"!O intérprete de samba preferido de Baden Powell. Como dizem no Rio de Janeiro, a “Verdadeira Voz do Crooner Brasileiro”.

 Seu disco de samba, lançado em 1962, denominado “Tem Que Balançar”, recebeu os melhores elogios, sendo referenciado como melhor disco de samba lançado naquele ano...

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Mario Sergio Felix

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Um atestado de gratidão a Antônio Carlos Franco

Foto: Arquivo JC

Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 03 de outubro de 2018

"Éramos amigos"

Um atestado de gratidão a Antônio Carlos Franco

Por Thaís Bezerra 

"Já são 15 anos de uma gigante saudade! Como é difícil falar sobre o que ACF representou na minha vida profissional. As palavras não expressam a profundidade da minha gratidão. Foram 22 anos trabalhando junto com uma figura tão forte e inesquecível, que escrever sobre ele ainda me emociona... Gostaria de escrever algo marcante como ele o foi na minha vida, mas vou escrever com a gratidão de ter tido o privilégio de tê-lo como meu amigo. E como ele faz falta não só a mim, mas a todos nós do JC.

O coração dispara, os olhos ficam molhados, as lembranças bem vivas, levam-me àquele ano de 1981, quando fui chamada por ele para uma reunião no escritório da Usina Pinheiro. Fiquei ansiosa pelo encontro, pois eu iria conversar com aquele que era exemplo de caráter, de empresário competente, vitorioso e, além de tudo, de um charme irresistível. Sonhei um sonho impossível, e ele se tornou realidade. Fui convidada para trocar de jornal. A Gazetinha era um sucesso, e ele, com sua visão grande angular na comunicação, fez uma proposta irrecusável e eu fiz a minha estreia no Jornal da Cidade em grande estilo: um caderno só meu e com meu nome na capa. Foi a glória!!!

E aí começou uma longa caminhada... Vencemos inimigos invencíveis juntos – o colunismo tem os seus espinhos, os oportunistas, os chatos - e, graças aos seus ensinamentos, venci todos. E continuo vencendo com a leitura fiel dos meus leitores todos os domingos. Ele era exigente, correto, e a cada reunião de trabalho queria sempre mais. Que a cada domingo eu aumentasse o caderno, registrasse mais fatos, escrevesse mais notas, acompanhasse as gerações, criasse polêmica, falasse de tudo e de todos, mas sempre baseada na verdade. Se fosse uma nota picante, colocasse e desse sempre o molho necessário para a discussão. Ele me dava força e fôlego para continuar. Com total liberdade de escrever o que eu quisesse, sem censura. Ele me instigava a crescer e ampliar meu espaço como colunista. Nesse ponto entrava as notas políticas que ele reafirmava: “Thaïsinha, noticie todos os fatos políticos de todos os partidos”. Não media esforços para me ajudar, para galgar novos degraus na profissão com coragem e sem culpas. E nunca passou a mão na minha cabeça.

ACF não tinha idade para ser meu pai, mas agia como tal. Ensinou-me no colunismo a me fazer respeitar, a ganhar dinheiro valorizando o meu espaço fazendo a parte publicitária do Caderno TB. Aprendi a correr atrás, a criar cadernos especiais para faturar além do salário de jornalista e, graças ao seu apoio e incentivo, fui vencendo sempre, crescendo a cada ano com muito suor e dedicação, e bastante consciente do mundo em que vivo. Eu conquistei o meu espaço. Ele dizia que glamour e spothlights fazem apenas parte do cenário em que sou personagem, e queiram ou não fundamentais. Mas que o que é válido mesmo é o nosso conteúdo como pessoa. Ele sabia quem eu sou! A verdadeira “Thaïsinha gente boa”, como costumava falar. O resto é lenda...

A fortuna e o poder de vários amigos com quem eu convivo nunca me intimidaram a ser natural e a não me deslumbrar. Durante todos os anos de convívio fui grata a ACF pelos conselhos e ponderações na hora certa. Dicas preciosas de alguém que me queria bem. Íntegro, super família, que tinha na esposa, Tereza, e nos filhos, Albano, Marcos e Osvaldo, o seu eixo, a sintonia de vida. E que também sempre me deram carinho e atenção como ACF. Vivi e vivo com os pés no chão, com gratidão aos que me deram apoio. ACF sempre me permitiu falhar e renascer mais forte, mais audaciosa e menos agressiva. Afinal, em 22 nos de convivência, a gente abre o coração. Existiu até um pouco de ciúmes nos bastidores do JC, pois alguns baluartes do jornalismo achavam que eu era protegida por ele, que sempre me chamou carinhosamente de “Thaïsinha”. O que ouviam dele como resposta é que eu era profissional, responsável e trabalhadora.

Não foi à toa que, no ano 2000, ao igualar o JC aos grandes jornais do mundo inteiro em modernidade e tecnologia, para valorizar a sua equipe de trabalho, me convidou a fazer parte do Conselho de Redação do jornal e os demais membros à época, Luiz Eduardo Costa, Osmário Santos e Hugo Costa, com a presença de ACF, fui eleita a diretora deste Conselho, ao lado dos grandes. Que honra!

Portanto, quero deixar aqui o meu atestado de gratidão a ACF, pelo que sou hoje como profissional, recheado de carinho e saudade da sua figura ímpar, reconhecimento e admiração pelo chefe que ele foi. E porque não dizer, um prêmio que eu ganhei como jornalista ao ter ido trabalhar com ele no JC.

A ACF devo minha vitória financeira, o lugar ao sol no jornalismo sergipano, pois sem um grande órgão de comunicação para nos ancorar, é bastante difícil chegar onde cheguei, vitoriosa! E foi através de sua maneira dura e firme de valorizar o meu trabalho, que tudo tornou-se possível, porque em nossos sonhos nunca houve nada além de uma grande amizade e muito, muitíssimo respeito e admiração mútuas. Uma amizade tão especial como a nossa é um tesouro que se guarda no coração. E, mais uma vez, Antônio Carlos Franco, obrigada por tudo! Por você ter sido uma luz na minha vida de jornalista. E lá se vão 40 anos... Graças a Deus!"

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net/thais-bezerra

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Um filho da terra que fez nome em Paris

Horácio Hora

Publicado originalmente no blog Academia Literaria de Vida, em 16/09/2018 

Um filho da terra que fez nome em Paris

Por Shirley Rocha

Os grandes artistas quase sempre têm uma vida difícil,  passam por períodos de altos e baixos, fases em que o sucesso é visto a qualquer obra, outras por mais que trabalhem não obtêm o reconhecimento. Geralmente na terra natal não ganham fama, nem prestigio, que talvez só venha após sua morte. Vivem romances e paixões avassaladoras. Por algumas dessas coisas passou também o pintor sergipano, Horácio Hora, nascido em 17 de setembro de 1853, em Laranjeiras, município de Sergipe, falecido em 28 de fevereiro e enterrado no dia 1 de março de 1890, em Paris, ainda muito jovem com 37 anos. A notícia de sua morte foi publicada no jornal Gazeta de Sergipe, do dia 2 de abril de 1890, número 77.

Horácio Hora fez seus estudos primários em escola pública, mas se revelou aluno aplicado, mas sem ter conseguido aprender muita coisa, pois preferia viver esboçando desenhos no papel, nas pedras, nas paredes e nas calçadas de Laranjeiras, conquistando muita antipatia por parte dos moradores que encontravam seus muros com aqueles rabiscos e caricaturas. Era a veia artística predominando, evidenciando a sua natural inclinação para a pintura, mas que por falta de uma escola, de professores aptos, ficaria tolhida e entregue aos seus inúmeros ensaios. Assim, buscou o espirito aventureiro existente em nós todos e partiu para a Europa em junho de 1875, mediante a subvenção concedida pela Assembleia Legislativa, conseguida a muito custo e tempo de espera e pedido de amigos. A subvenção anual era de dois contos de réis, por espaço de três anos ele se via obrigado a “indenizar a Thesouraria Provincial depois que concluir os seus estudos, de toda a quantia que houver recebido” – documento assinado por Antônio dos Passos Miranda, presidente da Província de Sergipe, com data de 6 de maio de 1874.

Chegando a Paris, matriculou-se no mesmo ano na escola de Belas Artes, frequentando uma escola de município, de desenho e escultura dirigida pelo professor Justin Lequien, cujas lições lhe foram de grande utilidade, Já com oito meses de curso, recebeu o título de Aluno Modelo e o Primeiro Prêmio no Concurso Geral de todas as escolas de Paris. Passado mais de seis anos, com vários títulos pela experiência adquirida, “volta em junho de 1881 da culta Europa com o talento fortalecido na escola dos melhores mestres”.

Sergipe acolheu com orgulho o filho da terra, e sua mãe Maria Augusta Hora, que tinha lhe incentivado muito para a viagem, recebeu-o carinhosamente junto aos amigos, felizes com o sucesso alcançado lá fora do famoso amigo. Passados os primeiros dias de alegria já o espirito de Horácio demonstrava certa preocupação. Era a falta de dinheiro, motivo principal porque teria voltado ao Brasil. Julgava ele que aqui conseguiria o necessário para as sus despesas, mas nada, nenhum trabalho de grande vulto lhe fora confiado, nem por pessoas de prestigio e dinheiro. Assim, preparou-se para voltar a Paris, embora tivesse desejoso de ficar, depois de visitar parentes e amigos por municípios como em Estância, onde demorou-se pouco mais de um mês, na contemplação das paisagens que circundavam a cidade. Para não sair sem deixar uma lembrança de sua passagem, alguma coisa que servisse de referência aos amigos, abriu uma exposição dos seus quadros em benefício das irmãs de D. Domingos Quirino de Souza, um sergipano e conhecido bispo de Goiás. Daí segue para Laranjeiras, depois retorna à Estância.

EXPOSIÇÃO

Saindo de Estância ficou em Salvador, na capital baiana, onde foi recebido com manifestações de carinho e reconhecimento por seu talento. Convidado, monta uma exposição na Academia de Belas Artes com 43 quadros, obtendo um completo sucesso, sendo registrada em um só dia a presença de sete mil pessoas. Os professores da Academia, competentíssimos julgadores do seu mérito artístico, conferiram-lhe o diploma de “Membro Correspondente e Acadêmico de Mérito”. Era a prova de que santo só faz milagres fora de casa. A 16 de julho de 1834, parte para Europa e já em paris, conhece a prosperidade, graças ao apoio de amigos dedicados como Mr. Michaud, sempre à procura de uma novo trabalho à altura do grande artista.

Mas logo, Horácio apaixona-se por uma moça, tornando-se escravizado de maneira insensata; era aquela paixão que ataca aos românticos, que deixam a emoção tomar toda a razão. No desatino, prejudica sua carreira, todo seu futuro, porque submetia-se ao domínio tirano da amada, retirando-se do meio em que vivia, fugindo dos amigos e dos apreciadores de sua arte. Diante da miséria a que chegou, quando teve que vender tudo que possuía, até roupas, desesperançado correu à procura do amigo das horas boas e das horas más, Mr. Michaud. Mas pouco tempo lhe restava, e na hora da agonia mortal, voltou o pensamento para o Brasil, demonstrando a saudade pela terra onde nasceu. E “lamentou morrer longe da pátria nestas suas últimas palavras:  loin de mon pays”.

OBRAS

Pery e Cecy : o toque romântico do pintor

Muitos quadros que retratavam personalidades e que foram feitos na passagem de Horácio por Sergipe, já não se encontram neste Estado. Famílias mudaram-se para o Rio de Janeiro como a do aristocrata João José de Oliveira Leite que possuía o título de Barão de Timbó, levaram os quadros que hoje estão expostos no Museu Histórico Nacional.

A Virgem

Contudo registramos três verdadeiras obras de arte, de Horácio Hora: uma é seu símbolo de fé, está exposta na sacristia da Catedral Metropolitana de Aracaju, na Praça Fausto Cardoso – A Virgem, é uma cópia do quadro do pintor espanhol, Murillo, começada em Paris no ano 1877 e oferecida à igreja. Este quadro foi motivo de muitas críticas, por ser uma cópia, mas o pintor ficou emocionado e prestou de certa forma um culto à Santa Virgem e louvor ao Murillo. Outra é o quadro Pery e Cecy, feito em 1882 em Laranjeiras, inspirado pela leitura do romance O Guarany, considerado o melhor de todos os seus trabalhos feitos por aqui. Este quadro foi adquirido pela colônia sergipana, que vivia na Bahia em 1884. Atualmente, o quadro está no Museu de São Cristóvão juntamente com os desenhos, detalhes da telas muitos outros quadros que passaram para a tutela do governo sem mesmo a família saber. Outro quadro muito famoso é Miséria e Caridade, de 1884, que pertencia ao Hospital de Caridade da Sociedade de Amparo de Maria, de Estância e hoje exposto no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe com o título de Caridade, apenas.

Miséria e Caridade -" Quem dá aos pobres empresta a Deus"

RESTOS MORTAIS

Os restos mortais do pintor Horácio Hora voltaram para a sua terra natal após 101 anos de enterrado no Cemitério de Aubervilliera-Paris. A translação foi autorizada pelos descendentes residentes em Aracaju e a partir da determinação expressa do então governador Antônio Carlos Valadares, por ocasião do ano do Quarto Centenário da Conquista de Sergipe. Os restos mortais só chegaram aqui em 29 de julho de 1991 e durante solene reunião no Instituto Histórico de Sergipe, na presença do governador do Estado, João Alves Filho, da professora e diretora do Instituto, Maria Thétis Nunes, autoridades e intelectuais foi feita uma cerimônia de entrega “ que coloca sob a guarda temporária do Instituto até que a Prefeitura Municipal de Laranjeiras providencie uma herma para recebê-los naquela cidade, conforme os entendimentos mantidos com o prefeito Antônio Carlos Leite Franco, e pela então secretária Estadual de Cultura, Aglaé D’Avila Fontes de Alencar”.

No mesmo dia e mês de nascimento de Horácio Hora, no ano de 1992, os restos mortais foram entregues em praça pública de Laranjeiras, pelo secretário de Cultura em exercício, Neemias Araújo de Carvalho, representando o governador João Alves Filho, ao prefeito da cidade, Antônio Carlos Franco, para serem colocados no túmulo construído para aquela finalidade.
Hoje, Laranjeiras aplaude a iniciativa e orgulha-se de possuir um local, referência para homenagem ao grande pintor sergipano, que foi mais reconhecido e deixou maior número de obras em terras distantes, o nosso pintor, Horácio Hora.

Agradecemos ao Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (Atas), a Biblioteca Pública Epifânio Doria (Bio-Bibliográfico Sergipano Dr. Armindo Guaraná (pág. 120) e ao bisneto de Horácio Hora, Marcelo Hora de Araújo, que tornaram possível este breve comentário sobre o imortal pintor sergipano, patrono da cadeira n. 14 da Academia Sergipana de Letras. De Shirley Rocha, jornalista.

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Publicado no Jornal da Cidade de 17 de setembro de 1995, pág. 10.

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Em tempo:



Os quadros do casal Barão (João José de Oliveira Leite) 
e Baronesa do Timbó (Joaquina Ermelina da Costa) 
pintados por Horácio Hora que estão no 
Museu Histórico Nacional, centro do Rio de Janeiro. 


Fotos do álbum editado em 2003
Sesquicentenário de nascimento de Horácio Hora, 
pela Secretária de Estado da Cultura, 
sob comando de José Carlos Teixeira, 
com patrocínio da Petrobras, Banese e Energipe. 


Texto e imagens reproduzidos do blog: 
academialiterariadevida.blogspot.com/