domingo, 25 de fevereiro de 2018

Adeus Petrônio Gomes, por Luciano Correia


Publicado originalmente no Facebook/Luciano Correia, em 15/02;2018

Adeus Petrônio Gomes
Por Luciano Correia

No sábado de carnaval, deu adeus a este mundo o jornalista/radialista Petrônio Gomes. Dos poucos ídolos que cultivei na vida – a rigor, só tenho adoração pelo meu pai, também falecido – Petrônio foi um destes, que me cativou ainda na infância/adolescência com seu programa dominical Rádio Revista, na Rádio Cultura. Depois, levou o mesmo programa para a Aperipê, agora com o título de Conversando com Você, onde encerrou sua participação no rádio. Petrônio era a combinação suave de uma belíssima voz, de timbre forte e aveludado, com uma leitura pausada, modulando a interpretação dos textos, um rádio como já não se faz. Porque seu programa tinha texto... e dos bons, escritos por ele ou bem escolhidos de outros autores. A doçura de suas célebres crônicas, muitas delas voltadas para os temas cristãos, nem de longe se aproximava do padrão mamão-com-açúcar, a autoajuda medíocre que ora infesta rádios e telas.

Também fazia parte de seus roteiros a crítica mordaz construída muitas vezes num texto ferino, quando queria denunciar as mazelas, sobretudo as situadas no campo da cultura. Tenho notinhas demolidoras sobre os descaminhos da programação da Rede Globo. Outras tantas sobre a banalização dos carnavais, quando as músicas dispensaram a presença das letras para ficar só nos grunhidos. E informação, muita informação sobre temas variados da vida, um almanaque semanal pontilhado de belíssimas canções, incluindo a música clássica. A ele devo, do tanto que devo, o gosto por alguns compositores clássicos, embora minha ignorância não me permita dizer que sou um membro do clube. Ali conheci Dvorák, Brahms e o maravilhoso Albert Kètelbey, do comovente Santuário do Coração, tema que encerrava o programa, após a crônica final. Dezenas e dezenas de vezes me peguei chorando ao ouvir os dois, a crônica e a música, um casamento tão perfeito entre um texto primoroso e a delicada música que imprimiam sofisticação à linguagem radiofônica de Petrônio Gomes.

Na segunda fase de seu programa, na Aperipê, comecei a gravar alguns desses programas. Lembro que nas vezes em que eu me ausentava do estado por alguma viagem, deixava mamãe encarregada da tarefa de fazê-lo. Aí dona Afra tinha que se virar em esforços para lidar com as traquitanas de um rádio-gravador e fitas K-7 para que eu não ficasse sem o programa da semana. Hoje conto mais de 100 fitas, delícias que pretendo, se a família me permitir, ir dividindo com o distinto público das redes sociais, fazendo assim uma gambiarra tecno-cultural da obra de Petrônio no rádio para o território livre das redes. Curiosamente, ele, que tanto cultivou a história dos carnavais e dos sambistas e compositores que fizeram a grandeza de nossa música, foi embora num sábado em que a folia, traduzida em outras manifestações e personagens, ensaiava os primeiros sacolejos de sua versão 2018. Petrônio se foi, junto com outros carnavais.


Texto e vídeo reproduzidos do Facebook/Luciano Correia.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Tadeuzinho e o Elo Fusível, por Paulo Roberto D. Brandão

Foto reproduzida do Facebook/Micheline Silva e 
postada pelo blog 'SERGIPE, sua terra e sua gente'.

Texto publicado originalmente no Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão, em 21/02/2018.

Tadeuzinho e o Elo Fusível
Por Paulo Roberto Dantas Brandão

Em 1995 eu era presidente da Energipe, então empresa estatal. Belo dia entra esbaforido em minha sala Adalberto Moura, grande figura, que era Diretor de Distribuição da empresa. Nem me cumprimentou e foi logo dizendo: “Paulo! Vou parar a manutenção da rede na cidade. Não tem elo fusível, acabou o estoque e ninguém toma providência”.

Ao que lembrava elo fusível era um fiozinho que como o nome dizia serve de fusível, e devia custar menos de R$ 1,00 a unidade. Pedi explicações, etc., e fiquei mais furioso que meu amigo Adalberto. Rumei para o Suprimento, que funcionava onde hoje é a sede da Energisa. Exonerei logo os responsáveis de suas funções. Telefonei para todo mundo que conhecia no comércio que podia fornecer emergencialmente o material. Em menos de uma hora tinha resolvido a crise.

Chamei meu amigo de infância Tadeu Monteiro, o Tadeuzinho, e o nomeei chefe do suprimento. Na presença dele reuni todo mundo não só do suprimento, do almoxarifado, da licitação, mas quem mais tivesse por perto. E disparei: “No dia que faltar elo fusível, ou um material desses, podem trazer suas carteiras do trabalho. Trago a segurança, cerco isso aqui, e demito todo mundo”. Eu tava uma fera, e dei vazão a todo o meu eu autoritário. Só sei que assustei meio mundo.

Uma semana depois, aplacada a raiva, resolvi ver como Tadeuzinho estava se saindo lá no Suprimento. Cheguei de surpresa. Na sua sala, pendurado em um lugar de honra, estava um “elo fusível”. Perguntei o que era aquilo, e porque aquele material estava pendurado ali, ele se explicou: “Em primeiro lugar eu comprei esse aí com meu dinheiro. Em segundo lugar está aí para não esquecer. Todo dia que chego aqui a primeira coisa que faço é checar o estoque de elo fusível. Tá doido, eu nunca vi você tão brabo”.

Lembrei desse episódio ontem, no enterro de meu amigo Tadeuzinho. Ainda estou chocado. Quero fugir do lugar comum, mas o mundo será menos alegre sem ele.

Texto reproduzido do Facebook/ Paulo Roberto Dantas Brandão.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Meu ídolo, por Lilian Rocha


Publicado originalmente no Facebook/Lilian Rocha, em 16.2.18

Meu ídolo
Por Lilian Rocha

Falar dele é o mesmo que falar de um ídolo, de alguém que você admira muito e sabe que jamais vai conseguir ser igual a ele.

Ele foi meu primeiro professor de Inglês. Com ele, aprendi os dias da semana, os meses do ano, as cores, os números, os pronomes...

Foi meu primeiro professor de Literatura, que recheou minha infância com revistinhas e livros inesquecíveis e me ensinou a gostar de ler e escrever...

Foi meu primeiro professor de Música, que acostumou meus ouvidos, desde cedo, à música de qualidade...

Foi meu primeiro professor de Religião, que respondeu a todos os meus questionamentos, me tirou todas as dúvidas e aumentou a minha fé...

Foi meu primeiro professor de Geografia e História, dono de uma cultura e uma memória invejável, que me ensinou sobre o Brasil e o mundo...

Foi meu primeiro professor de saudade, que me fez amar histórias que eu nunca vivi e lugares que eu nunca conheci...

Foi quem também me ensinou o significado da ética, do respeito e da responsabilidade. E quem primeiro me ensinou sobre romantismo, amor e fidelidade.

Difícil falar de uma pessoa tão culta e possuidor de uma inteligência tão brilhante. Difícil falar de um homem que era, ao mesmo tempo, professor, jornalista, radialista, cronista, pianista...

Mas o mais fascinante pra mim era saber que essa pessoa tão completa cabia todinha numa palavrinha bem pequena, talvez uma das primeiras que aprendi a pronunciar: PAI.

Meu pai sempre foi isso pra mim, uma referência. Referência de responsabilidade, de seriedade, de inteligência, de cultura, de bom gosto musical, de integridade e de fé. Um homem "de palavra", que honrava o que dizia. Um escritor nato, que amava as palavras e se valia delas para chegar ao âmago de todos os que se dispunham a ouvi-lo, seja qualquer que fosse o instrumento: cartas, livros, rádio, jornal, televisão, redes sociais...

Por isso, é também com "palavras" que quero me despedir dele, pois só as palavras têm acesso livre ao coração do outro. E só quem ama as palavras é capaz de ouvir e entender essa estranha linguagem do coração, chamada saudade...

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Lilian Rocha 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Petrônio Gomes

Foto reproduzida do Facebook/Petrônio Gomes

Texto publicado originalmente no Facebook/Luiz Araújo, em 10 de fevereiro de 2018

Petrônio Gomes
Por Luiz Araújo

Conheci Petrônio Gomes ainda como colega no Banco do Brasil. Logo no primeiro contato, percebi que estava diante de uma personalidade extraordinária, uma enciclopédia de conhecimentos! Trabalhava calado, não jogava "conversa fora" mesmo nos intervalos! Aconteceu que Deus me deu o dom de fazer as pessoas falarem sobre seu mundo interior! Sempre conseguia uma forma de arrancar uma ligeira conversa c Petrônio. Aprendi muito com esses "papos". 

Nas várias emissoras por onde passou, deixou a sua marca de um radialista de escolas. Os programas que produzia e apresentava cativam os ouvintes. Foram lições que formaram uma geração de radialistas! Uma dicção perfeita, um português burilado sem deixar a simplicidade eloquente. 

Uma voz clara e cheia de doçura. Atraente, cativante. Um católico fervoroso, um humanista sem par, um cronista que nos alimentava com a esperança de que é possível criar um mundo. Um memorialista que conhecia as belas coisas do passado que não podem morrer. Era sincero e ousado em suas apreciações, utilizando a ironia em sua forma mais perfeita! Fez parte da equipe do Programa Sementes Musicais patrocinado pela Sofise. Programas que ficaram na memória! Amante dos "clássicos" da música e da literatura, conhecedor da obra dos grandes compositores, dominava a grande música popular e a história de seus criadores. Sempre gostei de enviar comentários sobre as suas ricas postagens! Um "gentleman" que me enviava um retorno que me estimulava, fazendo referência ao meu Programa na Rádio Aperipê! Uma grande honra para mim! O porto natural da vida é a morte, a vida em comunhão com o Criador! Petrônio deixou um vácuo imenso na Cultura de Sergipe e um abismo enorme na alma das pessoas que o conheceram! Tenho a revelar que alguma das minhas paixões se foram com ele… 

Por outro, personagens desse naipe nunca "morrem", apenas desaparecem de nosso horizonte material, pois permanecem para sempre como se estivessem vivos, no Universo de nossa imaginação! Minha solidariedade aos familiares e amigos de " un' uomo d'oro". 

Deus o tenha em sua maior glória!

Texto reproduzido do Facebook/Luiz Araújo

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Lilian Rocha, comunica o falecimento de seu pai, Petrônio Gomes (10/02/2018)


"Toda história de amor tem que ter um final feliz. 

Hoje de madrugada, Nosso Senhor levou meu pai, do jeitinho que eu tinha pedido a Ele, dormindo. 

Sem fazer barulho, Ele o recolheu em Seus braços e o levou ao encontro de minha mãe.

Agora eles estão juntos novamente.

E como numa grande história de amor, vão continuar felizes.

Para sempre". (Lilian Rocha).

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Post de Lilian Rocha, comunicando em seu perfil no Facebook, o falecimento de seu pai, Petrônio Gomes. Foto reproduzida do Facebook/Petrônio Gomes.

Publicação no Facebook > http://bit.ly/2Eky8Qk

Petrônio Gomes

Foto reproduzida do Facebook/Petrônio Gomes, 
postada pelo blog "SERGIPE..."

Texto publicado originalmente no Facebook/ Amaral Cavalcante, em 10/02/2018

Petrônio Gomes

Por Amaral Cavalcante.

Foi-se, para a ansiada vida eterna ao lado do Cristo e da mulher que amava, o maior cronista da vida sergipana. Petrônio Gomes era uma referência de perspicácia e apuro literário que tocou minha adolescência, ainda em Simão Dias. De ouvido pregado na excelente Rádio Cultura de antigamente eu ouvia, religiosamente, sua voz dolente declamar as crônicas poéticas que escrevia com cuidadosa elegância sobre fatos da vida sergipana e jurava um dia conhecê-lo para que ele soubesse que até nos rincões do esturricado sertão sergipano sua voz era ouvida e guardada com amorosa dedicação.

Ao me mudar para Aracaju, na primeira metade dos anos 1960, trouxe o firme propósito de conhecê-lo pessoalmente mas tanto enveredei pelos caminhos da rebeldia juvenil - característica daqueles tempos lisérgicos – que fui deixando para depois o nosso encontro, temendo que a firme religiosidade católica do cronista não aceitasse a minha iconoclastia juvenil. Somente agora, por ocasião da formatação da Revista Cumbuca, curti a emoção de visita-lo para externar minha cultivada admiração e receber a devida autorização para publicar, na revista, duas das suas crônicas imorredouras.

Petrônio merece agora, cujo passamento tornará evidente a falta do seu estro, a publicação de uma Seleta das suas melhores crônicas, remetendo ao futuro em nossas empobrecidas estantes a genialidade sergipana provada em tantos anos de apaixonado labor.

Foi-se o mestre, que fique eternizado o amor que lhe dedicamos e a unânime reverência que lhe prestamos.

Texto reproduzido do Facebook/Amaral Cavalcante.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Morreu, aos 89 anos, o radialista e bancário Petrônio Gomes


Por F5 News

Morreu, aos 89 anos, na madrugada deste sábado (10), o radialista e bancário Petrônio Gomes, em Aracaju. Profissional que marcou a história da comunicação sergipana nas ondas do rádio.

Gomes estava em casa, onde fazia tratamento para problemas de saúde e faleceu enquanto dormia.

O radialista teve sua história na comunicação marcada pela passagem por vários anos na rádio Aperipê AM.

Também publicou crônicas em vários jornais de Sergipe, mostrando sua vertente pela escrita.

O corpo de Petrônio Gomes está sendo velado no Osaf, de onde seguirá à tarde para sepultamento no cemitério Colina da Saudade, às 17 horas.

Texto e imagem reproduzidos do site: f5news.com.br

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Conjunto "Os Invíctus"

"No comecinho… Zé Paulo (baixo), Néry (guitarra solo) Marcos Fontes (guitarra base)
 e Pascoal Maynard (bateria). Na foto: os gêmeos, Heldinho e Gari, 
além de Jorge Guerreiro". (Pascoal Maynard).

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Pascoal Maynard.

Jornalista Orlando Dantas, quando jovem

“Como estou revirando o baú da família, uma foto 3x4 do meu avô materno Orlando Dantas, com toda a sua elegância. Deveria ter lá os seus 18 anos então”. (Paulo Roberto Dantas Brandão).

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Comendador Francisco Correia Dantas


"O Comendador Francisco Correia Dantas, senhor dos Engenhos Vassouras e Môco. Avô do meu avô. Pai de Manoel Correia Dantas, que era pai de Orlando Viera Dantas, que era pai de Yêda Dantas Brandão, minha mãe. Portanto meu tataravô. Era Comendador da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, e por isso era conhecido como "O Comendador". A crônica familiar o coloca como uma pessoa extremamente formal, que ficou órfão cedo e viúvo também relativamente cedo. Do acervo da família que estou a digitalizar". (Paulo Roberto Dantas Brandão).

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão.

D. Fausta Andrade Vieira e José Vieira de Andrade

"Meus tataravós maternos. D. Fausta Andrade Vieira e José Vieira de Andrade, do Engenho Porto dos Barcos, em Riachuelo. Eram pais de minha bisavó, Adelina Vieira Dantas, D. Nenê, avós de mau avô Orlando Dantas, e bisavós de minha mãe, Yêda". (Paulo Roberto Dantas Brandão).

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão.

Clique no link para acessar post original e comentários > http://bit.ly/2Eemc5C