sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

'Alegria e Saudade', por Odilon Machado

Dr. Fedro Portugal e as Polonaises de Chopin.
 

Legenda da foto: Eu e meu neto Pedro Henrique com cabelos alourados por Calourada do Colégio Master.

Artigo compartilhado do site INFONET, de 30 de janeiro de 2025 

Alegria e Saudade.
Por Odilon Machado (do blog Infonet).

No mesmo dia em que eu estava sepultando o corpo de meu amigo, Fedro Menezes Portugal, o meu neto, Pedro Henrique Cabral Martins, estava sendo aprovado pelo SISU, no Curso de Medicina da nossa Universidade Federal de Sergipe.

É, portanto, com esse sentimento duplo de alegria, muita alegria, e de tristeza, muita tristeza e saudade pela perda de um grande amigo.

Dos amigos, nunca o saberemos perfeitamente, se continuarão sempre, afinal a geografia insere distâncias, o tempo amortece afagos, e até as divergências costumam afadigar carinhos, sem falar das comuns separações, por fatos outros do pensar não convergente, do perfilar não partilhado.

Não foi assim com Fedro; um amigo, companheiro de muitas viagens, longas conversas, o riso sendo comum e a divergência, se houve alguma, nunca fora nem citada, nem lembrada.

Para quê falar do que nos separava, se havia tanta coisa boa para curtir e nos unir, ele sendo uma companhia perfeita para mim, e eu sendo, penso eu, um pouco para ele também; eu com o meu modo comum de ser, com as minhas dificuldades de riso e verve, por longas épocas nos fizemos companheiros em conversas alegres, curtindo o sorriso de viver, nas nossas férias conjuntas, aqui, ali, acolá, desfrutando a boa mesa, o apetite continuado, tudo aquilo que a vida nos propõe a fruir com a companhia que nos preenche.

Mas, se eu pretendo falar de saudades, eu preciso antes acenar para o “porvir”, aquilo que está para vir, o futuro se fazendo presente com as primeiras vitórias de meu 1º neto, Pedro Henrique, o meu Pepo, ou PH, como o chamamos em carinho, ele que agora está louro, com a basta cabeleira descolorida, como acontece nos rituais de ingresso aos cursos superiores das nossas Universidades.

Pedro Henrique, 1º filho da minha primogênita, Daniela Garcia Moreno Cabral Martins, e do Cearense, Mario Henrique Tavares Martins, ambos Médicos, abraça agora a profissão dos pais, ingressando no Curso de Medicina da nossa Universidade Federal de Sergipe, ele que também se vitoriou no Vestibular da UNIT e da Escola Bahiana.

Desnecessário dizer da nossa alegria, que acompanhamos seu esforço desde a infância, estudioso, caprichoso, sempre galgando os primeiros lugares de suas turmas do Infantil ao Colegial, angariando elogios em sua simplicidade e correção.

Eu, que tive alguma presença na formação de meus filhos, sobretudo em Ciências Exatas, alguma Literatura e um pouco de Humanidades, tentei algumas vezes lhe servir de reforço nos estudos, foi inútil, pois de tudo que eu explanava ou arguia, ele me respondia com tanta segurança e domínio, que me fazia seguir por outros caminhos ainda não percorridos em suas aulas de colégio, muito rápido captando o assunto discutido, sobretudo em Física e Matemática, eu lhe sendo se não totalmente, quase um estorvo inútil.

A destacar sobremodo, a sua disposição para o estudo, haja visto que existem duas dificuldade no humano, a saber: quando jovem, possuir a vontade de ler, e quando velho, como eu, a de ter disposição e o anseio para fazer os recomendados exercícios físicos.

Ler e fazer exercícios físicos, devem ser hábitos continuados, dizem-nos alguns filósofos, por estetas e terapeutas, querendo no eximir da fadiga precoce, e da agridoce preguiça que nos afasta e contamina o existir.

Se não podemos ser bons atletas, sejamos pelo menos um pouco poetas, quem o sabe um pouco esteta, por bom asceta, quase um bardo ruim, um  antipoeta rústico, nunca um quase pateta.

“Nulla dies sine linea”, eis a lição de Apeles, celebre pintor grego, ao não menos famoso Plinio, o Velho, válida para sempre a nós todos: Nenhum dia sem uma linha, ou seja: estudar sempre e exercitar-se continuadamente. Eis a velha lição aos jovens e aos não tanto assim, na basta luta contra o vulgo e a senilidade.

Se não conseguimos ser em suficiência bom estetas e/ou atletas, sejamos, pelo menos toscos poetas, afinal a boa rima pode soar melhor no ouvido que a arrima e a acolhe, e não o daquele que mal a recolhe e desanima, por contamino de esvazio e da pouca utilidade.

Pior, muito pior que o esvazio, é o esvaziar-se no nada fazer.

O nada fazer não é de bom afino nem para o moço, nem é bom acorde para o longevo, em tantos encantos baldios de sereias.

E nesse perquirir de outras coisas difusas, colcheias e semicolcheias, alguém disse, e foi Nietzsche  que assim o fez em doutas ameias, clamando às portas de um cemitério, bradando aos túmulos o despertar de seus inquilinos residentes para uma nova vida, cheia de esperança e desafios, e a resposta sendo a acomodação indiferente nos jazigos em sono eterno, afinal “O nada fazer, ora, céus!, (“il dolce far niente”), o nada fazer tem aí os seus encantos!”

Sirvo-me deste mote, em louvação ao meu neto que vitorioso está com um meta concluída, em proximidade de novos desafios, firmando-o a preparar-se para ser como seus pais, Daniela e Mario Henrique, excelentes e dedicados Médicos, ela cuidando dos nossos Corações, mantendo-os no ritmo acertado, e ele vigiando as Vias Urinárias, sempre nos avisando que algo não vai bem e obstrui, o que é um caos e tanto incomoda..!

Você, Pedro Henrique, escolheu uma bela profissão, minorar as dores inerentes ao viver; lutar e pelejar sempre, mesmo sabendo que tudo será debalde, afinal ninguém vive eternamente, ao não ser na Crença e na Fé que cada um venha a possuir.

E nesse proceder, volto-me para o meu amigo Fedro Menezes Portugal, excelente Médico que nos deixou esvaziados com o seu convívio perdido, especialista notável nas moléstias de pele.

Se muitos já falaram da sua dedicação promovendo a cura de tantas enfermidades medicadas, desejo falar só de amizade, afinal o nosso convívio vem desde a adolescência, quiçá a minha infância, vendo-o colega de minha irmã, Nina Maria, morta tão cedo, já lá vão 47 anos passados, minha irmã que como Fedro, fora aluna de Piano de Dona Maria Guimarães Gesteira, esposa do Professor José Gesteira, ambos de saudosa memória, pais de Luís, um menino danado do segundo trecho da Rua de Pacatuba, onde eu lhes era vizinho.

Inserindo um parêntese na minha narrativa, apresento aqui um vídeo do Fedro se exibindo no seu velho piano, tocando uma das “Polonaises” de Frédérik  Chopin.

Fedro, para quem pouco dele conhece, era filho de Professores: o pai; Francisco Portugal, baiano de Canavieiras, era um homem volumoso e alto, uma presença de chamar atenção quando adentrava na Rua de Pacatuba, vindo da Praça Camerino onde morava, justo, sem ser mirado e admirado pela estátua de Silvio Romero, que ali está erguida ainda, única na cidade a contemplar, não o Sol Nascente, mas ao mesmo Sol no seu Poente, talvez por um acaso servil dos homens que a ergueram, mesurando o casario que lhes era então mais nobre, na Praça localizado, ou era um pouco assim por simples cortesia.

A senhora sua mãe, Professora Maria da Glória Menezes Portugal, ou Professora Glorita, deu ao “Fessô”, como assim o chamava, por seu antigo Mestre, os seguintes filhos: Eglantina, a mais velha, batizada assim como  espécie de rosa selvagem com cinco pétalas rubras, nativa da Europa e Ásia Ocidental, utilizada como símbolo da ideologia socialista, Bióloga de formação, servidora do Instituto Parreiras Horta, primogênita que faleceu  tragicamente num ataque de abelhas africanas em plena via pública, quando do seu retorno do trabalho entre a Rua Campo do Brito e a sua residência na Praça Camerino; Tornélia, segunda filha, outro nome de flor que também está falecida, Fortunato, homenageando o avô pai do “Fessô”, também falecido; Inácio, casado com Maria,  Fedro, o nosso amigo médico,  Eglélia, esposa do Professor Antônio Fontes Freitas,  e Verbena, a rosa caçula.

Se o Professor Portugal era um cultor de muitos idiomas e poliglota, chegara a brigar muitas vezes com a menina, Glorita, sua jovem esposa, querendo que ela estudasse continuamente, chegando mesmo a encolerizar-se quando esta queria nas suas horas vagas, perder tempo costurando e bordando, e cuidando das coisas do lar.

Por tal insistência de Portugal, Glorita se fez Professora do Colégio Tobias Baretto do Professor Alcebíades Vilas-Boas, prestando depois concurso para Professor Catedrático de Francês  do Colégio Atheneu Sergipense.

Do seu concurso para Professor Catedrático d Atheneu Sergipense,  Glorita defendeu a tese “Traits Biograpiques de Madame de Sévigné et Une Étude Minutieuse de L’accord du Participe Passé”, da qual possuo uma publicação, quando foi aprovada com louvor.

Dos que assistiram a defesa da tese sobre Madame Sévigné e o Particípio Passado, conta-se que um dos examinadores a quis arguir em português, “a fim de que o auditório bem melhor pudesse acompanhar o exame”.

Glorita respondeu-lhe, algo assim na bucha. “Pardonnez-moi, Votre Excellence! Cést ici na pas um test de portugais, c’est un test de de Français! Votre Excellence peut demander en portugais, il n’y a pas de problème. Pour ma part, je demande a monsieur le President de la cour pour me autorizer a vous repondre en français”. “Isso aqui não é uma prova de Português, mas de Francês. Vossa Excelência pode perguntar em português que eu lhe responderei em francês, sem problema. Por minha parte, Senhor Presidente da Banca , peço que me autorize a responder em francês”.

E assim aconteceu, inclusive para alguns risos mal contidos da plateia; o examinador questionando em português, eGlorita respondendo a todos com um francês fluente e castiço.

Do filho, Fedro Menezes Portugal, enquanto vestibulando, conta-se que foi o único postulante que escolheu o Alemão, como disciplina eletiva, já que aquele tempo o candidato podia escolher Inglês, Francês ou Alemão.

Conta-se, e isso ficou no seu folclore, porque foi um problema encontrar um examinador que se arvorasse a examiná-lo no idioma de Johann Wolfgang von Goethe, o poeta teatrólogo de Fausto.

Em fáustica indecisão, convocaram o Professor Lourival Bonfim, recentemente chegado da Alemanha para arguir aquele rebento do Professor Portugal.

E o resultado sou eu quem o diz, floreando o feito e alardeando o fato, relatando que Lourival Bomfim lhe dera a nota máxima sem mesmo o arguir, o que fazia Fedro sempre sorrir, quando eu assim contava, mesmo moribundo me dizendo, pouco antes de nos deixar: – “Não foi bem assim, Odilon!. Isso é conversa sua!”

Conversa ou não, há um fato acontecido quando Fedro ainda era solteiro, e acadêmico de Medicina, quando chegou em sua casa, na Praça Camerino, uma carta perfumada pelo correio.

A carte chamou logo muita atenção, porque além de odorante, era endereçada a “Fedro Portugal, expoente lúcido da juventude atual”.

Seria um feito inusual e olvidável, não fosse a missiva recebida por sua noiva, Selma, e por Verbena, sua irmã, que juntas abriram o envelope no vapor de uma chaleira, e depois a fecharam com esmerado cuidado, colocando-a bem a vista de destinatário que estava ausente.

Pelo conteúdo da carta e pela carranca de Selma, o destinatário da missiva viu que a mesma fora violada, e assim melhor seria não dar qualquer bandeira do que seria e conteria.

Levou então a carta para o Pronto Socorro do Samdu onde estagiava, e ali a abrira com alguns colegas de Faculdade, recompondo-a com novo texto, imitando até a letra e o floreado, agora com o desplante do novo bilhete conter uma curiosidade patranha da pretensa “autora da carta”, ousando querer saber até notícias de “Selma, sua noiva, tão querida!”

Desta carta famosa, novamente fechada e sem deixar vestígios ou largando muitos rastros, Selma veio a saber, ficando como fato e proeza do deleite do casal, tudo sendo perdoado e motivo de muitos sorrisos, para sempre, num feito pacificado em cinquenta e cinco anos de felicidade conjugal.

Ou seja, se a carta viera para tumultuar o noivado, só fez apressar o casamento, num feito sempre relatado pelo casal nas nossas muitas lembranças em risos.

Se eu conhecia Fedro desde a infância, o Rotary nos aproximou, afinal Selma era muito amiga de Tereza, minha mulher, desde a infância também, e juntos nos enfronhamos sempre nas viagens e roteiros Rotários ou não, as nossas famílias crescendo e convivendo, eles com Fedrinho, Glorinha e Joaninha e aqueles que deles chegaram, e nós com Daniela, Machado e Junior, e o que nos chegaram também.

Neste texto já muito alongado, eu não quis falar do Médico, nem mesmo também do Professor, de minha filha Daniela.

Deixo tal testemunho para os seus companheiros de classe, muitos o fazendo em pira ardente, até porque ele onde esteve foi de grande destaque: na Sociedade Médica de Sergipe; na Academia de Medicina; na Sociedade de Dermatologia, Secção de Sergipe; e na Sobrames, esta entidade única que enaltece, tantos bons Médicos Escritores.

Do Professor da Universidade Federal de Sergipe, com a UFS não muito presente nas homenagens prestadas, bom seria que lhe outorgasse, quem o sabe, um título de Professor Emérito “Post Mortem”, se é que isso seja permitido por seus Estatutos, já que são vastos os seus grandes merecimentos em longa vida docente.

E neste testemunhar professoral, estou a lembrar três alunas residentes, oriundas de outros Estados da Federação, que o visitando no seu leito final, reconheceu-as todas, nomeando-as e ouvindo delas a sua admiração e carinho, por tudo quanto haviam aprendidos com a sua inteligência.

Foi um presente que me emocionou sobremodo, por ser explicitado na presença minha e de outros circunstantes, de um agradecimento explicitamente exaltado de um dever cumprido, firmado para sempre, na sua formação médico-científica.

Se dos professores, maior é a missão de plantar nos jovens a semente de esperança, aquelas três alunas como boa causa plantada, o faziam como vasta geração de estudantes do Atheneu por início, do Curso Beta de Vestibulares que fundou e lecionou Biologia, e de tantos estudantes médicos e residentes, ele que foi um lidimo continuador da obra de seu mestre mais próximo, o Professor Décio Calheiros.

De Selma, sua companheira única de todos os momentos, direi que foi dela o fraquejar que mais o abateu e debilitou em sua lucidez, que tudo via acontecer ao seu redor, e nada podia fazer para melhor interferir.

Muitas coisas eu poderia dizer ainda, mas as palavras seriam insuficientes para traduzir tanta saudade.

Direi apenas que perdi um grande amigo.

Ele nos deixou e a muitos, como eu, bem menores, ou bem piores, na nossa menor dimensão apequenada!

Mas a vida é sempre assim, sempre eivada de alegrias e saudades.

Pedro Henrique calouro de Medicina com o Pai e o Avô orgulhosos.

Se a saudade nos baqueia, a alegria nos avisa que a felicidade nos conduz sempre em novos desafios e continuadas esperanças.

Se Fedro Portugal, o Médico e Amigo nos deixou muitos pesares, eis que surge o meu neto Pepo, meu futuro Médico, Dr.  Pedro Henrique, com a sua cabeleira ainda vasta por tingida de louro, nos dando imensas alegrias, em novo trâmite das calouradas renovadas, ingressando agora na UFS pelo próprio mérito, no elenco vitoriado pelo Colégio Master.

Ele será Médico, com os seus esforços com Fé em Deus!, que nos protege sempre!

Que seja também como Dr. Fedro Portugal, se imortalizando no feito e na memória!

Pedro Henrique, que por suas escolhas, irá amenizar a dor e o sofrimento, missão divina de tentar curar do homem os seus medos em tantos males.

Que Deus os abençoe, a ambos!

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet com br/blogs

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Dr. Fedro Portugal: O Médico, O Gênio, O Mito


Artigo compartilhado do site INFONET, de 27 de janeiro de 2025 

Dr. Fedro Portugal: O Médico, O Gênio, O Mito

Por Fausto Leite (do blog infonet)

Poucos homens conseguem deixar um legado tão imortal quanto Dr. Fedro Portugal. Ele não foi apenas um médico, foi um mestre, um cientista da medicina, um amigo leal, um marido apaixonado, um pai exemplar e um contador de histórias imbatível. Se Sergipe tivesse um panteão dos grandes nomes da medicina, o trono principal já estaria reservado para ele.

Esqueça aquela ideia de médico sisudo, de jaleco impecável e cara amarrada. Dr. Fedro era um furacão de sagacidade e inteligência prática! Ele não apenas entendia de medicina, ele vivia a medicina, dominando sua profissão com um conhecimento que parecia coisa de outro mundo. Mas o mais impressionante? Ele fazia tudo parecer fácil.

O paciente entrava no consultório apreensivo, achando que ia encarar um diagnóstico complicado, e saía dali rindo, curado e sem nem perceber como aquilo aconteceu! Era quase mágico. Se duvidasse, ele ainda soltava uma piada no final da consulta e te mandava embora mais leve, tanto na saúde quanto na alma.

Teve um caso clássico de um amigo que, insatisfeito com sua pele, resolveu procurar um especialista em São Paulo. Perguntou ao Dr. Fedro quem ele recomendava. Sem rodeios, ele indicou um nome de peso. O paciente pegou um avião e foi cheio de expectativas.

Ao entrar no consultório do dermatologista paulistano e mencionar que era de Sergipe, ouviu a seguinte resposta: — Rapaz, você perdeu sua viagem! Em Sergipe, vocês têm o melhor dermatologista que já conheci na minha vida: Dr. Fedro Portugal. Esse era Dr. Fedro: referência nacional, mesmo sem precisar bater no peito ou ostentar títulos. Ele era um patrimônio vivo da medicina.

Se tem uma coisa que Dr. Fedro Portugal fazia com maestria—além de curar almas e corpos—era cuidar de quem ele amava. E ninguém foi mais sortuda do que Dra. Selma, a prova viva desse carinho incondicional. Quem convivia com os dois sabia: aquele homem era um romântico nato, daqueles que já não se fazem mais!

Não precisava de flores ou declarações melosas—o amor dele estava nos gestos, no jeito de abrir a porta do carro, na paciência tranquila ao esperar por ela, no olhar cúmplice que dizia tudo sem precisar de palavras. Um verdadeiro cavalheiro, que não só conquistou o coração de Selma, mas também o respeito e a admiração de todos que testemunharam esse amor bonito de se ver.

Ele tinha um ritual sagrado: sempre abria a porta do carro para ela. Sempre. Não importava se estavam na porta de casa ou pegando vento na Orla. Era um gesto pequeno, mas carregado de respeito, amor e elegância. E, quando queria algo dela, não era qualquer chamado. Era um grito de guerra – mas daqueles cheios de afeto: — Ô, Selma!

Quem escutava até podia pensar que era uma bronca, mas quem conhecia sabia: era pura devoção.

Na pandemia, muitas pessoas se isolaram, mas Dr. Fedro e Dra. Selma seguiam seus rituais. Andavam juntinhos, de mãos dadas, pelos lagos da Orla, depois pegavam o carro, e lá vinha Dr. Fedro abrindo a porta para ela de novo. Esse era ele: um cavalheiro sem esforço, elegante por natureza.

A casa de Dr. Fedro era mais movimentada do que a sala de espera de um hospital. Fedrinho, Joaninha, Glorinha, os netos, os amigos dos filhos, os sobrinhos… Todo mundo encontrava abrigo lá. Ele não era só pai e avô. Ele era um porto seguro.

E, como todo grande patriarca, sabia a hora certa de ser brando ou firme. Quando tudo estava bem, ele deixava a turma seguir seu caminho. Mas quando alguém saía da linha, bastava um olhar firme e um suspiro profundo para todo mundo entender o recado. Sem gritos, sem exageros. A autoridade vinha do respeito e da admiração que todos tinham por ele.

E olha que ele sabia soltar o verbo quando queria! Mas até quando dava uma bronca, fazia isso com classe e humor. E ninguém nunca ficava magoado – pelo contrário, saía da conversa dando risada e refletindo ao mesmo tempo.

Dr. Fedro não era só um mestre na medicina. Ele era um mestre na arte de contar histórias e fazer rir. Seus amigos sabiam: qualquer encontro com ele vinha acompanhado de piadas afiadas e inteligentes. Não era aquele humor bobo ou sem graça. Era humor de nível elevado, daqueles que faziam a gente rir e ainda aprender alguma coisa no processo.

Além de sua trajetória brilhante como médico, Dr. Fedro Portugal também reinava nas reuniões do Rotary e da maçonaria como um verdadeiro mestre do conhecimento e do bom humor. No Rotary Club, ele não era do tipo que só aparecia para bater palma e comer canapés—ele arregaçava as mangas e fazia acontecer! Se tivesse um projeto social, lá estava ele, liderando, orientando e, claro, soltando uma boa piada no meio do caminho.

Na maçonaria, sua presença era lendária. Não era daqueles que falavam bonito, mas no fundo não diziam nada—quando Dr. Fedro abria a boca, todo mundo parava para ouvir. Sua sabedoria era tão natural que até os mais antigos olhavam para ele com respeito. E nas reuniões? Era aprendizado garantido, com uma pitada de sarcasmo e um humor fino que deixava qualquer ambiente mais leve. Ele não precisava forçar nada—sua inteligência e seu carisma falavam por si só.

Até quando fumava, ele sabia fazer com estilo. Nada de gestos desleixados ou exageros. Tudo nele tinha uma estética própria. Ele sabia se portar, se vestir, se expressar – um verdadeiro gentleman da velha guarda.

Dizer que Sergipe perdeu um médico brilhante é reduzir demais a grandiosidade de Dr. Fedro Portugal. A medicina perdeu um de seus gigantes. A sociedade perdeu um dos seus maiores intelectuais. E todos nós perdemos um amigo, um mentor, um exemplo.

Mas algumas pessoas simplesmente não morrem. Elas seguem vivas nas histórias, nas memórias e no impacto que deixaram no mundo. E Dr. Fedro Portugal foi uma dessas raras pessoas.

Seus ensinamentos ecoarão nas salas de aula, nos corredores dos hospitais, nas piadas contadas entre amigos e, claro, nos corações de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

Obrigado, Dr. Fedro, por tudo que você fez, por tudo que você foi e por tudo que você continuará sendo na vida de quem teve o privilégio de te conhecer.

Texto reproduzido do site: infonet com br/blogs/fausto_leite

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Corpo do médico Fedro Portugal será sepultado em Aracaju


Texto compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 26 de janeiro de 2025

Corpo do médico Fedro Portugal será sepultado em Aracaju

O médico Fedro Portugal era humanista, poliglota, amante dos clássicos e pianista

O corpo do médico Fedro Menezes Portugal será sepultado, às 16 horas deste domingo (26), no cemitério Colina da Saudade, em Aracaju. Ele morreu, nesse sábado, (25), aos 81 anos de idade. Fedro Portugal presidiu a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional de Sergipe, por quatro mandatos.

Fedro Portugal também foi professor de da disciplina de Dermatologia na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Sergipe. Profissional renomado, ele integrava o Colégio Íbero-Americano de Dermatologia, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Associação Brasileira de Hansenologia, Sociedade Médica de Sergipe, da Academia Sergipana de Medicina e da Academia Sergipana de Educação.

Doutor Fedro Portugal, nasceu na Praça Camerino, Aracaju, em 1º de julho de 1944. Filho dos professores Francisco Portugal e Maria da Glória. Ele se criou cercado de livros e antes da televisão, quando aprendeu a gostar da rua já tinha lido muita coisa. O seu pai era um agnóstico de profunda erudição, que lia Goethe no original. Fedro estudou com os melhores professores de Sergipe e desde cedo destacou-se intelectualmente. Junto com Luiz Daniel Baronto, fundou a Arcádia Gilberto Amado, disputando as iniciativas culturais com a Arcádia do Colégio Atheneu. Ainda no científico, Fedro já ensinava inglês no Colégio Tobias Barreto.

Prova em alemão

Fedro Portugal se aproximou da medicina por influência do Tio, Geraldo Magela, e pela presença frequente em sua casa do médico D´Ávila Nabuco. Durante o vestibular, na hora escolher a língua para a prova de língua estrangeira, Fedro escolhe o alemão, colocando a Faculdade de Medicina em dificuldades. Só os professores Hercílio Cruz e Lourival Bomfim estavam em condições de elaborar e corrigir uma prova em alemão.

O médico Fedro Portugal foi aluno da terceira turma de medicina, 1963, junto com Eduardo Garcia, Ildelte Caldas, Margaridinha, Agnaldo, Rollemberg, Délia, Antônio Santana, Lícia, Selma e Caetano Quaranta. A opção pela dermatologia foi influência direta do Professor Delso Calheiro. Imediatamente após a formatura (1968), Fedro ingressou na UFS como professor auxiliar.

Durante o curso de medicina, Fedro ensinou biologia no curso pré-vestibular Beta, o primeiro de Sergipe (1964). O curso era dele, Caetano Quaranta e Eduardo Garcia. O segundo pré-vestibular de Sergipe foi o do professor de Marcos Pinheiro, que originou o Colégio CCPA. O Dr. Fedro é casado com Selma (também médica) há 46 anos, e pai de três filho.

A doença fala

Fedro Portugal pertence à geração de médicos que sabia escutar, que tratava os exames como complementares. Também não faz a dermatologia cosmética. Humanista de elevada erudição, poliglota, amante dos clássicos, pianista. A elevada cultura geral era uma das marcas dos médicos antigos. Fedro era um remanescente desse período. Com o amadurecimento, tornou-se católico militante, fortalecendo a sua postura ética. Professor de Dermatologia, ao lado de Delso Calheiro, mantendo o elevado nível técnico da disciplina, e servindo de exemplo ético para os estudantes de medicina. Continuou ensinando na pós-graduação da residência em dermatologia do Hospital da UFS. O Dr. Fedro não amealhou riqueza com o exercício da medicina.

Texto reproduzido do site: destaquenoticias com br

domingo, 26 de janeiro de 2025

Descansou o grande Mestre, Fedro Portugal!

Foto reproduzida do Facebook/Fedro Portugal

Post compartilhado do Instagram/prof dr sousa, de 26 de janeiro de 2025

Descansou o grande Mestre, Fedro Portugal! Aqueles que tiveram o privilégio de desfrutar de seus ensinamentos, estarão a recordar as lições práticas de dermatologia, em que a palavra fácil, o raciocínio seguro e a profundeza de conhecimentos, enfeixam as virtudes intelectuais, que o fizeram merecedor das homenagens concedidas por sucessivas turmas, da faculdade de Medicina da UFS.

​Como pessoa humana, Fedro era comunicativo e sabia fazer e cultivar amizades. Dotado de invejável cultura humanista, impressionava a todos como um hermeneuta, ao participar de reuniões científicas ou sociais. Acatado entre os seus colegas, foi um médico digno e desinteressado. Não acumulou riqueza e estava sempre pronto a servir aos seus clientes, não só pelo seu saber, como, também, pelo seu coração e seu desprendimento. Era um homem de fé, firme nas convicções religiosas de um católico praticante. A Natureza e a Medicina eram para ele, um todo harmônico. Via nas duas, um reflexo da grandeza de Deus.

​Como aluno, médico, amigo, parente (primo carnal de minha esposa, Dorinha), confrade das Academias Sergipanas de Medicina e de Educação, deixa uma grande saudade. Para os seus conterrâneos, deixa um legado de ética, moral e amor ao próximo, que poucas vezes teremos a oportunidade de apreciar. Vá em paz, professor!

Sousa

Texto reproduzido do site: www instagram com/prof dr sousa

Morre Fedro Portugal, conceituado médico dermatologista

Publicação compartilhada do site RADAR SERGIPE, de 26 de janeiro de 2025 

Morre Fedro Portugal, conceituado médico dermatologista

Faleceu ontem (25), de morte natural, aos 80 anos, o médico dermatologista Fedro Menezes Portugal. Um profissional da medicina bastante conhecido e reconhecido pela sociedade sergipana e colegas médicos, pela sua generosidade, capacidade profissional e elevado espírito humanitário. 

O Dr. Fedro Portugal nasceu em 1º de julho de 1944, em Aracaju/SE, filho de Francisco Nascimento Portugal e Maria da Glória Menezes Portugal. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Sergipe, em 17 de dezembro de 1968. Especializou-se em dermatologia, tendo feito Curso de Mestrado na Santa Casa de Misericórdia no Rio de Janeiro/RJ, nos anos de 1975 a 1977.

Presidiu a Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional de Sergipe, por quatro mandatos. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Sergipe, da disciplina de Dermatologia, desde 1972, através de concurso público.   

Atuou, até recentemente, no Hospital Universitário de Sergipe. Participou como membro efetivo de outras sociedades de especialidades, entre as quais a de Geriatria e Gerontologia. Foi membro titular da Academia Sergipana de Medicina, onde ocupa a cadeira de número vinte e dois, que tem como patrono o Dr. José Aloysio Andrade.

É membro de várias entidades de renome nacional, tais como a Sociedade Brasileira de Dermatologia, tendo presidido a Regional de Sergipe, por quatro mandatos, Colégio Íbero-Americano de Dermatologia, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Associação Brasileira de Hansenologia, Sociedade Médica de Sergipe e da Academia Sergipana de Medicina.

É fundador da Secção Regional da Bahia e de Sergipe da Sociedade Brasileira de Dermatologia, sendo detentor de diversos títulos e honrarias, tais como a de Honra ao Mérito da Sociedade de Cirurgia Plástica e de Queimados, da Sociedade Norte/Nordeste de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Casado com a também médica Selma Portugal, viveram um amor eterno, de cumplicidade e tiveram três filhos: Joana Angélica, Maria da Glória e Fedrinho, que ingressou no ramo da Gastronomia com o seu restaurante Baco, em Aracaju. O velório será na Capela C, do Jardim Colina da Saudade, onde será sepultado às 16h, neste domingo (26).

Texto e imagens reproduzidos do site: radarser com br

Homenagem ao médico Fedro Menezes Portugal (1944 - 2025)


Texto publicado originalmente no Facebook/Araripe Coutinho, em 11/09/2014.

Fedro Portugal.
Por Araripe Coutinho.

Fedro viveu a história de Sergipe como ninguém.

Fedro Portugal faz parte de uma linhagem de médicos que dignificam o Estado de Sergipe. É um homem que merece ser biografado. Dono de uma memória privilegiada, Fedro viveu a história de Sergipe como ninguém, tendo marcado época em tudo que participou com brilho intenso e presença rara. Na Universidade Federal de Sergipe e no Hospital Universitário, ultrapassou os limites do afeto e do respeito, sendo endeusado pelos alunos e colegas sempre com aquele jeito europeu de ser. Além de sua atuação acadêmica percorrendo os corredores das didáticas, Fedro solidificou-se mesmo como médico, atendendo em consultório pessoas da sociedade, anônimos e celebridades sociais, que logo viam nele um amigo, um mestre a cuidar das feridas do corpo e da alma também. Agradável ao extremo, refinado, Fedro sempre foi adepto de uma boa mesa, de um aconchegante hotel e de um vinho de rara safra. Elegante em seus ternos cortados pelo alfaiate Valdir, era íntimo de pessoas nobres e importantes, como o monsenhor Claudionor Fontes, que o fez fiel depositário de seus bens. Casado com a também médica Selma Portugal, uma joia rara de pessoa, vivem um amor eterno, de cumplicidade. Tem três filhos: Joana Angélica, Maria da Glória e Fedrinho, que ingressou no ramo da Gastronomia com o seu restaurante Baco.

Ninguém nunca viu Fedro gritando com ninguém, sempre cordato, altruísta e humano ao extremo. Faz a liturgia de médicos como Augusto Cesar Leite, José Augusto Barreto, Dietrich Wilhelm Todt, Maria Luiza Dórea, Antonio Garcia Filho, pai do poeta Eduardo Conde Garcia, José Calumby Filho, Hyder Gurgel, Amilton Maciel, Cleovansóstenes Pereira de Aguiar, José Abud, Petronio Gomes, José Fernandes de Magalhães, José Machado de Souza, José Rezende, José Teles de Mendonça, João Machado de Aguiar Melo, Marcos Almeida, Almir Santana, Lucio Prado, William Soares, Ilma Fontes, Marcelo Ribeiro, Gélio Albuquerque, Raimundo Sotero, Zairson Franco, José Maria Rodrigues e tantos outros nomes. Fedro é uma pessoa extraordinária, com gosto para Arquitetura (sua casa tem portão de Osiris Rocha, projeto de Paulo Rehm), louco por ópera e cinema, admirador dos artistas sergipanos, incentivador dos mesmos - comprando livros, quadros, peças de antiquário. Fedro toca piano e é um memorialista de sua terra, tendo vivido os tempos áureos do Cine Guarany, Vitória, Rio Branco e Cine Pálace, a sorveteria Yara, a Cascatinha, o Cacique Chá com painéis de Jenner Augusto, a Cinelândia de seu Araujo com seu sorvete de coco, e Russo e seu sanduíche inesquecível de queijo do reino e pão de cachorro-quente, a Luzitânia com seu bolinho de bacalhau incrível até hoje, e as festas de Natal na Praça da Catedral, com a pipoca lírio do vale. Como Fedro sempre foi um intelectual, frequentou a fase áurea da Livraria Regina, onde podia-se encontrar livros de várias nacionalidades: italianos, franceses, espanhóis, além dos nacionais, em diversas áreas do conhecimento.

Vários intelectuais tiveram livros impressos pela Regina, como Mário Cabral, Santo Souza, Alberto Carvalho, José Calazans, Pires Wynne, entre outros com quem mantinha amizade. A tarde de autógrafos desses lançamentos não só era um entretenimento da Rua João Pessoa, mas, sobretudo, um encontro de intelectuais. Fedro também sempre foi um apaixonado pelo Jornalismo e comprava todo final de semana os jornais do Sul: "O Globo", "Folha de S. Paulo" e "Estadão", dando sempre uma passada na Charutaria Chic, de Moacir. Católico, Fedro é um admirador de Dom Luciano Cabral Duarte, ouvindo a hora católica da Rádio Cultura, sempre aos domingos, ao meio-dia.

Nasceu em Aracaju, Sergipe, no dia 1° de julho de 1944, sendo seus pais o famoso Francisco Nascimento Portugal e Maria da Glória Menezes Portugal. Fez o curso de Humanidades em sua cidade natal, onde frequentou o Colégio Tobias Barreto, conceituado estabelecimento de ensino da capital sergipana. Em 1962, ingressou na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Sergipe. No curso de seu tirocínio acadêmico, lecionou Biologia no Colégio Estadual de Sergipe, no Colégio Tobias Barreto e no Colégio Arquidiocesano. Quando estudante de Medicina, foi um dos fundadores do curso BETA, destinado à preparação de alunos para o concurso vestibular. No último ano de seu tirocínio médico, estagiou no Hospital das Clínicas Prof. Edgard Santos, da UFBa, e no Instituto de Dermatologia, sob orientação do Prof. Newton Guimarães, em Salvador, Bahia. Concluído o estágio curricular, diplomou-se na primeira turma de Medicina da Universidade Federal de Sergipe, UFS.

Em 1972, prestou concurso para professor auxiliar de ensino da Faculdade de Ciências Médicas, iniciando, assim, sua carreira docente em sua universidade de origem. De 1976 a 1978, fez residência médica na Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. Naquela ocasião, seu currículo profissional contava com 54 participações em congressos e 49 cursos de pós-graduação na área de Dermatologia, 34 participações como palestrante em eventos da especialidade, além de aprovação em concurso público para professor substituto de Dermatologia.

É membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, do Colégio Íbero-Americano de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, da Associação Brasileira de Hansenologia, da Sociedade Médica de Sergipe e da Academia Sergipana de Medicina. É fundador da Secção Regional da Bahia e de Sergipe da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É detentor de diversos títulos e honrarias, tais como a de Honra ao Mérito da Sociedade de Cirurgia Plástica e de Queimados, da Sociedade Norte/Nordeste de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Como ser humano, Fedro Portugal nos enobrece pelos gestos comedidos, coração grande, percepção humana invejável. Continua atendendo humildemente em seu consultório, dando aula aos residentes do Hospital Universitário, ministrando palestras pelo mundo afora e, recentemente, quando se encontrou internado, os seus alunos deram plantão no hospital, além de ter visitado o poeta no HU com as suas lindas alunas o acompanhando. Fedro é como dizem os mais velhos: não existe. É um mito, uma lenda. Um Bagavadguitá. Uma canção de Deus. O texto, escrito em sânscrito, relata o diálogo de Krishna (uma das encarnações de Vixnu) com Arjuna (seu discípulo guerreiro) em pleno campo de batalha. Arjuna representa o papel de uma alma confusa sobre seu dever e recebe iluminação diretamente do Senhor Krishna, que o instrui na ciência da autorrealização. Seria assim a alma de Fedro Portugal. Um diamante raro, de cuidadosa lapidação própria, esculpido no mais nobre amálgama do tempo e da vida. É um luxo ser amigo de Fedro Portugal. Uma honra tal como o diamante Koh-i-noor, o Diamante dos Imperadores.

Gostaria de ter a capacidade de falar deste homem. Mas escassa é a palavra e inútil o significado diante do amor que sentimos por ele. Tantas vezes atendendo meu pai em seu consultório, sem lhe cobrar nada. Quanto a mim (ah!, meu Deus!), quantos anos! Sempre me honrando com palavras imerecidas de apoio, numa discrição e polidez únicas. Tal como um filme de Luchino Visconti com o sensível e refinado "Morte em Veneza" (1971), protagonizado por Dirk Bogarde e baseado na obra de Thomas Mann. O filme conta a história de Gustav Aschenbach, um compositor que vai passar férias em Veneza, e acaba por viver uma grande e inesperada paixão, que iniciaria a sua completa destruição. O filme faz uma abordagem do conceito filosófico de beleza, assim como a passagem do tempo e a importância da juventude nas nossas vidas. Assim, em meio a tantas paixões em sua vida: pelas artes, pela ciência e pelo ser humano, Fedro Portugal pode repetir com Drummond: “As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão.

Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas, ficarão”.

Texto reproduzido do Facebook/Araripe Coutinho.

sábado, 18 de janeiro de 2025

Morre em Aracaju ex-miss Sergipe Ana Paula Mendes Rollemberg

Texto reproduzido do site do jornal CORREIO DE SERGIPE, de 17 de janeiro de 2025

Morre em Aracaju ex-miss Sergipe Ana Paula Mendes Rollemberg

Morreu nesta sexta-feira (17), aos 60 anos, a ex-miss Sergipe e miss Simpatia 1983, Ana Paula Mendes Rollemberg, A informação foi confirmada por familiares.

“Hoje o nosso estado perde mais uma representante no quesito beleza. Obrigada por tudo, obrigada pela sua amizade! Você fez parte da nossa trajetória de vida pessoal e nas passarelas [..] Que seu caminho seja de muita luz”, disse o amigo da família, Gladston Santos.

Segundo ele, ela faleceu em casa. A causa da morte não foi divulgada. Ana Paula deixa duas filhas.

Fonte: G1

Texto reproduzido do site: ajn1 com br