Foto: César Cabral
Publicado originalmente no site RADAR SERGIPE, em 21 de
fevereiro de 2020
Por Onde Anda Você: Artêmio Barreto
O desembargador José Artêmio Barreto, nasceu em Boquim, no
dia 15 de julho de 1938. Seus pais, João Muniz Barreto (exator) e D. Josefa
Alves Barreto. Teve apenas dois irmãos: Luiz Augusto e o professor e
historiador Luiz Antônio Barreto.
Estudou o curso primário na sua terra natal, aprendendo as
primeiras lições com a saudosa professora Antônia. Como o seu pai fora
transferido para a cidade de Tobias Barreto, concluiu essa primeira etapa
estudantil no Grupo Escolar Tobias Barreto, daquela cidade. Contra a sua
vontade e por desejo do seu pai, veio para Aracaju estudar o curso ginasial no
Colégio Estadual Atheneu Sergipense, onde prestou exame de admissão.
Com o presidente Fernando Henrique Cardoso
Estudou contabilidade (segundo grau) na antiga Escola
Técnica de Comércio de Sergipe, sendo aluno da última turma de Técnicos em
Contabilidade, no ano de 1965. Fez vestibular para Direito, em 1966, e
ingressou na tradicional Faculdade de Direito que funcionava na avenida Ivo do
Prado, cuja formatura ocorreu no dia 8 de dezembro de 1970.
A sua turma teve apenas 20 formandos, dentre os quais os
conhecidos advogados sergipanos Benedito Figueiredo, Suzana Carvalho, Moacir
Mota, João Augusto Gama, Wellington Paixão, Wellington Mangueira, Célia Barreto
e Abelardo Souza. O patrono fio o professor Olavo Ferreira Leite e o paraninfo
o Dr. José Bonifácio Fortes Neto.
O Dr. Artêmio Barreto começou a trabalhar, ainda jovem, no
Tesouro do Estado, no cargo de escriturário. Foi Chefe da Exatoria de Riachuelo
(1061/62), Fiscal de Tributos da Secretaria da Fazenda (1062/65) e no IBGE foi
agente de estatística e técnico em documentação e divulgação (1966/79). Atuou
no magistério como professor de Direito Usual e Legislação Aplicada na Escola
Técnica de Comércio.
No jornalismo, foi colunista do jornal Tribuna de Aracaju,
onde escreveu diversos artigos sobre os mais variados temas e assuntos.
Após concluir o curso de direito, também dividiu o seu tempo
atuando como advogado, cujo escritório funcionava na rua João Pessoa, em
Aracaju. Fez concurso para Juiz de Direito e, aprovado, assumiu a Comarca de
Boquim, no dia 22 de fevereiro de 1979, tendo sido titular por 2 anos e 4
meses. Em seguida, foi promovido para a Comarca de Estância, onde ficou por
quatro anos. Também atuou como Juiz substituto nas Comarcas de Tobias Barreto e
Itabaianinha.
No ano de 1985 foi removido para Aracaju, onde instalou a 1ª
Vara Privativa de Assistência Judiciária, a primeira do país, cuja função era
atender a população carente. O convite para executar essa missão foi formulado
pelo desembargador Luiz Carlos Fontes de Alencar e a Vara Privativa,
responsável pelo registro civil (casamento, nascimento e óbito), foi instalada
pelo então presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe, desembargador Luiz
Rabelo Leite. Dr. Artêmio recorda que, durante o período em que esteve à frente
da mesma, pode realizar muito pela população de baixa renda. Dotada de uma
estrutura adequada, contando com dez defensores públicos e uma assistente
social, a 1ª Vara Privativa realizou ao longo dos 15 anos sob o seu comando,
cerca de 35 mil casamentos.
O Dr. Artêmio Barreto teve uma trajetória marcante na
Justiça Eleitoral de Sergipe. Foi Juiz Eleitoral em Boquim (4ª zona), Estância
6ª zona) e Aracaju (27ª). Juiz suplente do Tribunal Regional Eleitoral. Foi
presidente da Turma Julgadora dos Juizados Especiais (1993/95).
No ano de 2.000 foi promovido a desembargador, tendo sido
vice-presidente de 2001/03. Foi presidente da Escola Superior da Magistratura
de Sergipe, no mesmo período. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral
(2003/05) e Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe ((2007/08),
quando se aposentou, ao fim do mandato. Ao longo da sua vida recebeu diversas
honrarias e condecorações.
Assumiu o Governo de Sergipe, por uma semana, em janeiro de
2008, num gesto do então governador Marcelo Déda (PT), que lhe disse, naquele
momento, que o ato nada mais era do que um reconhecimento do povo sergipano
pelo muito que ele fez pelo Estado. Reconhece, também, a importância do então
deputado estadual Ulices Andrade, presidente à época da Assembleia Legislativa,
que viabilizou essa vontade de Déda.
Foi casado com D. Maria de Jesus Santos Barreto, que
conheceu ainda adolescente, cujo casamento durou 40 anos. Com ela teve os
filhos João Muniz Barreto Neto, Maria da Conceição Barreto Amaral, Maria
Artêmia Barreto Calazans e Pedro Muniz Barreto.
O dia 12 de setembro de 2.000 marcou, para sempre, a vida
deste magistrado. Momentos antes da sua posse como desembargador, a sua esposa,
Maria de Jesus, sentiu-se mal, e, prontamente, foi levada para um hospital em
Aracaju. Terminada a solenidade, ele foi até a Casa de Saúde e recebeu a
notícia de que ela acabara de falecer. Uma situação bastante difícil e quase
indescritível. Não foi fácil superar tamanha dor num momento tão importante da
sua vida profissional.
A vida seguiu e o Dr. José Artêmio Barreto superou tamanha
adversidade, com a sua fé em Deus e o apoio da sua família. E assim, por mais
oito anos, continuou prestando serviços ao Estado de Sergipe, na condição de
desembargador, até aposentar-se no final de 2008.
Viúvo, após três anos, casou-se com a senhora Maria
Gidinelde Barreto e residem em Aracaju, no edifício Di Cavalcanti, no bairro 13
de julho.
Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br
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