Augusto Maynard Gomes.
Augusto Maynard Gomes nasceu em 16 de fevereiro de 1886, no
Engenho Campo Redondo, em Rosário do Catete, sendo seus pais Manuel Gomes da
Cunha e Teresa Maynard Gomes.
Concluídos os preparatórios no Ateneu Pedro II, ingressou,
em 1902, na Escola Tática de Realengo. Dois anos depois, ao lado de uma centena
de alunos da Escola Militar da Praia Vermelha, envolveu-se na chamada “Revolta
da Vacina”. Sufocado o movimento, os revoltosos foram transferidos para a
Escola Militar de Porto Alegre e, logo depois, desligados do Exército.
Decretada a anistia em setembro de 1905, Augusto Maynard regressou para Aracaju
e participou da “Revolta Fausto Cardoso” (1906).
Ainda em 1906, reingressou na Escola Tática de Realengo.
Declarado aspirante, em 1910, foi mandado servir na 6ª Companhia de Infantaria,
sediada em Aracaju. Em julho de 1914, foi promovido a segundo-tenente e
transferido para o 3º Regimento de Infantaria, no Rio de Janeiro. No ano
seguinte retornou para Aracaju, no posto de primeiro-tenente. Em Aracaju
permaneceu até 1920, quando foi transferido para o 12º Regimento de Infantaria,
em Belo Horizonte (onde serviu até 1922).
O descontentamento reinante nos meios políticos e militares,
culminou com a publicação de documentos ofensivos ao Exército, atribuídos a
Arthur Bernardes, candidato da situação, ao governo do país. O fato levou o
comandante da 19ª Companhia de Metralhadoras, sediada em Aracaju, a se
posicionar a favor da chapa oposicionista, composta por Nilo Peçanha e José
Joaquim Seabra. A insatisfação se agravou em julho de 1922, com o levante da
Escola Militar e do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, marco inicial do
movimento tenentista. Diversos sergipanos participaram do movimento rebelde,
inclusive Augusto Maynard Gomes que cursava a Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais. Abafada a rebelião, os revoltosos foram presos. Maynard ficou detido
na Ilha das Cobras, de onde fugiu. Capturado, voltou para Aracaju, onde chegou
no final de 1922, Incorporado ao 28º Batalhão de Caçadores, nele serviu até
1924.
Na capital sergipana Maynard integrou o oposicionismo . Ao
lado do capitão Eurípedes de Lima e do primeiro-tenente João Soares,
participou, em setembro de 1923, do empastelamento do jornal “Diário da Manhã”.
Em dezembro de 1923, o presidente Arthur Bernardes
requisitou o 28º BC para intervir nas eleições da Bahia, então governada por
seu adversário J.J. Seabra. Por força disto, o 28BC permaneceu quatro meses em
Salvador, período em que Maynard Gomes enviou várias cartas a J.J. Seabra
pedindo que colocasse a força policial sob seu comando, a fim de enfrentar a
intervenção federal. Derrotado nas eleições, Seabra exilou-se na Europa.
Não parou ai o envolvimento de Augusto Maynard com
revoluções. Tendo surgido em 5 de julho de 1924 um movimento revolucionário em
São Paulo, iniciaram-se em Sergipe as articulações com o objetivo de apoiar os
insurretos que, sob o comando de Isidoro Dias Lopes, ocuparam a capital
paulista. Face a perspectiva do governo federal requisitar a guarnição
sergipana para combater os revoltosos, Maynard liderou um movimento que contou
com o apoio de João Soarino e Euclides Lima. A intentona sergipana eclodiu na
madrugada de 13 de julho. Maynard e seus liderados tomaram o Palácio do
Governo, depuseram o presidente Graco Cardoso, ocuparam o quartel da Polícia
Militar, a cadeia pública, o telégrafo, a estação da Estrada de Ferro Leste
Brasileiro, a Companhia Telefônica e a estação de energia elétrica. Conquistada
a capital, os chefes da revolução organizaram-se em uma Junta Governativa,
lançaram uma proclamação ao povo sergipano, abriram o voluntariado e buscaram o
apoio dos municípios interioranos. Tropas do Exército, sediadas em Pernambuco,
Paraíba, Alagoas e Bahia, comandadas pelo general Marçal Nonato de Farias,
cercaram Aracaju, romperam as defesas rebeldes, e derrotaram Maynard e seus
aliados. Presos, Maynard foi conduzido para São Paulo, e em seguida para o Rio
de Janeiro. Em fevereiro de 1925, chegou (ainda preso) a Aracaju, onde aguardou
o julgamento no quartel do 28º BC.
Enquanto aguardava o julgamento, liderou nova insurreição.
Na noite de 18 de janeiro de 1926, fugiu do quartel e, com os antigos
companheiros Eurípedes de Lima e João Soarino, tomou os pontos estratégicos da
cidade. A reação dos legalistas foi imediata. Depois de quatro horas de renhido
combate (no qual Maynard saiu ferido e foi novamente preso), a situação foi
dominada. Maynard foi operado e transferido para a Ilha da Trindade, no litoral
do Espírito Santo. Em novembro de 1926, foi removido para o Rio de Janeiro.
Anistiado mais uma vez, voltou à cena política no bojo da
revolução que conduziu Getúlio Vargas ao poder. Promovido a capitão, foi
nomeado em 16 de novembro de 1930, Governador Provisório de Sergipe. Em 19 de
dezembro, foi confirmado no governo, com o título de Interventor Federal.
Permaneceu como Interventor até 1935, quando pediu exoneração para concorrer às
eleições indiretas para governador. Derrotado por Eronildes de Carvalho, e
inconformado com o resultado da eleição, não participou da transmissão do cargo
e retirou-se para sua fazenda, em Rosário do Catete.
Em março de 1942, Maynard voltou ao poder, como Interventor,
assim permanecendo até outubro de 1945, dois dias antes da deposição de Getúlio
Vargas.
Em 1947, voltou à política, quando foi eleito Senador.
Em 1952, foi promovido a general de brigada e em 1954 foi
eleito, novamente, Senador.
Augusto Maynard Gomes faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12
de agosto de 1957. Seus restos mortais repousam em Aracaju.
Texto e imagem reproduzidos do blog:
bainosilustres.blogspot.com.br
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