Tobias Barreto, uma viagem pela cultura literária.
No dia 7 de junho de 1839 nasceu Tobias Barreto de Meneses,
na vila sergipana de Campos, dos sertões de Rio Real, antigo nome da cidade que
hoje leva o nome do poeta - Tobias Barreto. Filho de Pedro Barreto de Meneses,
escrivão de órfãos e ausentas da localidade, tornou-se o patrono da Cadeira nº
38 da Academia Brasileira de Letras.
Três fases marcaram a vida de Tobias Barreto durante seus 50
anos de vida. Tido como poeta de guerra, escreveu poesias de guerra, passando a
ser um incentivador dos voluntários da pátria, além de guia do povo, durante a
Guerra do Paraguai.
Depois, passou a direcionar-se para a crítica religiosa,
política e social e divulgar as descobertas científicas.
O terceiro momento do poeta se dá quando ele deixa de ser um
livre pensador, filósofo e crítico para ser professor da Faculdade de Direito
de Recife.
Seu primeiro professor, ainda em Sergipe, foi o Manuel
Joaquim de Oliveira Campos. Estudou latim com o padre Domingos Quirino. Na
cidade de Itabaiana, aos 15 anos de idade, começou a ensinar a matéria.
Em 1861, aos 22 anos de idade, seguiu para a Bahia com a
intenção de freqüentar um seminário, mas desistiu de imediato. Posteriormente,
Tobias Barreto seguiu para Pernambuco. Pretendia estudar Direito em Recife,
aonde chegou aos 23 anos de idade.
Durante a viagem para Recife, passou por Alagoas, onde
participou de tertúlias e recitou um poema de improviso sobre Camões. A partir
daí se integrou à vida pernambucana.
Antes de ingressar na Faculdade de Direito, Tobias Barreto
deu aulas particulares e fez concurso para o Colégio das Artes, um secundário à
Faculdade de Direito.
Desde os primeiros momentos demonstrou que seria um grande
poeta e foi tendo a seu favor à época que lhe deu a temática: o Brasil estava
em guerra com o Paraguai, em 1865, fase que lhe deu o título de poeta de
guerra.
Todas as experiências de Tobias Barreto aconteceram em
Pernambuco, mas durante dez anos, de 1871 a 1881, ele residiu em Escada,
município pernambucano localizado na mata sul do Estado. Ele foi para lá como
advogado, chegando a juiz municipal substituto, deputado provincial, vereador e
professor particular de alemão.
Essa incorporação ao pensamento alemão se dá no campo do
Direito, da crítica literária, da filosofia, da crítica artística e na crítica
social. Ele foi buscar conhecimento nas fontes alemãs e acabou fazendo um
atalho que beneficiou a cultura brasileira da época.
Tobias Barreto exercia uma notável liderança. Primeiro com a
poesia da guerra, depois com a crítica religiosa e filósofa e, através dos seus
jornais e artigos que escrevia em Escada para onde foi depois de formado para
advogar.
Foi em Escada que ele lançou o jornal alemão o Deustcher
Kaempfer, e publicou uma revista de estudos alemães, fundou um clube popular e
fez um discurso inauguratório intitulado "Um Discurso em Manga de
Camisa", que foi uma visão sociológica da realidade.
Ainda antes de concluir o curso de Direito casou-se com a
filha de um coronel do interior, proprietário de engenhos no município de
Escada. Eleito para a Assembléia Provincial não conseguiu progredir na política
local.
Em 1882 fez o concurso para professor de Direito. Essa é a
última grande etapa da vida de Tobias porque ele deixou de ser um livre
pensador, um filósofo e um crítico para ser professor.
Quando Tobias Barreto morreu, a abolição da escravatura
havia acontecido pouco tempo antes e a Proclamação da República ainda ia se
realizar.
A obra de Tobias é de significativo valor, levando em conta
que o professor sergipano não chegou a conhecer a capital do Império.
Suas "Obras Completas", editadas pelo Instituto
Nacional do Livro, incluem os seguintes títulos: "Ensaios e Estudos de
Filosofia e Crítica", 1875; "Brasilien, wie es ist", 1876;
"Ensaio de pré-história da literatura alemã"; "Filosofia e Crítica";
"Estudos Alemães", 1879; "Dias e Noites", 1881;
"Polêmicas", 1901; "Discursos", 1887 e "Menores e
Loucos", 1884.
Texto e imagem reproduzidos do site: linux.alfamaweb.com.br
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