Publicado originalmente no site FAN F1, em 28 de maio de 2019
Morre Apolônio Xocó, ex-cacique da única tribo indígena de
Sergipe
Por Célia Silva
O primeiro cacique da tribo Xocó, José Apolônio dos Santos,
morreu aos 58 anos nesta terça-feira, 28, no Hospital de Nossa Senhora da
Glória, sertão de Sergipe. Ele estava internado havia 22 dias para tratamento
de problemas decorrentes da diabetes e do coração, mas faleceu por volta das
15h na companhia de familiares.
O corpo chegou na aldeia no início da noite. Segundo Noel
Ramos, radialista e indígena da tribo Kariri Xocó, em Porto Real do Colégio
(AL), o sepultamento será às 10h dessa quarta, 29, no cemitério da tribo, que
fica na ilha, no rio Francisco, onde Apolônio morava.
Ultimamente, Apolônio Xocó dedicava-se à música e ao
programa Voz do Índio, na Aperipê AM, aos sábados das 13h às 14h. Desde outubro
de 2013, quando o programa começou, dividia a bancada com Noel Ramos.
Há cerca de dois meses, Apolônio se afastou do programa em
decorrência dos problemas de saúde. “Ele era um guerreiro em defesa do povo
indígena. Com o programa ele buscava mostrar o potencial do povo indígena”,
disse Noel Ramos.
Apolônio Xocó deixa seis filhos. Ele foi o primeiro cacique
da tribo e o embaixador do único povo indígena de Sergipe.
A aldeia Xocó fica na Ilha São Pedro, município de Porto da
Folha (SE), município ribeirinho do São Francisco.
A tribo – A tribo Xocó é a única comunidade indígena de
Sergipe legalmente reconhecida. Os indígenas estavam dispersos pelo município
de Porto da Folha e localidades próximas, mas no dia 9 de setembro de 1979,
voltaram a ocupar a Ilha de São Pedro, território do qual haviam sido expulsos
pelos jesuítas séculos atrás. Apenas nos anos de 1990, a Funai homologou a
Caiçara, território que eles também reivindicavam, como parte das terras
indígenas de etnia Xocó. A aldeia abriga mais de 600 índios em um território de
aproximadamente 4.500 hectares.
Texto e imagens reproduzidos do site: fanf1.com.br
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