Foto: César Cabral
Publicado originalmente no site: RADAR SERGIPE, em 12 de julho de 2019
Adalberto Moura
Funcionário aposentado do Banco do Brasil, participou da
implantação do Banco de Fomento Econômico do Estado de Sergipe e da sua
transformação em Banco do Estado de Sergipe. Foi vice-governador de Sergipe
(1971-74).
Diretor do Banco do Estado de Sergipe
Adalberto Moura nasceu no dia 23 de abril de 1925, em Nossa
Senhora das Dores. Filho de José Euclides de Moura e D. Joana Francisca de
Moura, teve três irmãos: Maria Zélia, Maria Zenaide e Manoel José que serviu a
Força Expedicionária Brasileira, durante a II Guerra Mundial.
O seu pai, José Euclides, era agricultor e tinha a
determinação de oferecer estudos aos seus filhos. Por isso, mudou-se para
Laranjeiras, onde Adalberto aprendeu as primeiras lições e fez o curso primário
com a professora Antônia Aguiar Lima. Anos depois, a família se muda para
Aracaju e Adalberto fez o Curso Médio no Colégio Tobias Barreto, com o
professor Zezinho Cardoso.
Depois, transferiu-se para a Escola de Comércio para
tornar-se Contador após fazer o Curso de Ciências Contábeis e Atuariais, cujo
diploma foi averbado pelos Ministérios da Educação e da Indústria e Comércio.
Aos 19 anos, foi aprovado, com destaque, no concurso para o
Banco do Brasil tendo tomado posse no dia 24 de outubro de 1944, na agência de
Aracaju.
Casou-se, no dia 8 de janeiro de 1958, com D. Maria da
Conceição Marins Moura e dessa união nasceram os filhos Ana Lúcia, José
Euclides, Adelaide Maria e Denise.
Governador em exercício de Sergipe
Em 1963, o governador Seixas Dória resolveu por em prática a
Lei Autorizativa da instalação do Banco de Fomento Econômico do Estado de
Sergipe, criada pelo antecessor, governador Luiz Garcia. Assim, Dória nomeou o
usineiro Orlando Dantas para presidente do Banco e convidou Adalberto Moura,
funcionário qualificado do Banco do Brasil, para ocupar o cargo de
superintendente, a fim de que o mesmo conduzisse a instalação do banco
sergipano.
Antes de aceitar o cargo, Adalberto Moura relutou bastante e
fez uma carta ao governador Seixas Dória apresentando uma série de exigências,
dentre as quais a garantia de que retornaria ao Banco do Brasil, após cumprir a
missão, sem nenhum prejuízo de ordem funcional e que não haveria interferência
política na administração do novo banco.
Para a sua surpresa, Seixas Dória conseguiu a sua liberação
junto ao Banco do Brasil e referendou a não interferência política no Banco,
pois, esse, também, era o seu propósito. No dia 2 de janeiro de 1964 foi
criado, de fato, o Banco de Fomento Econômico do Estado de Sergipe. Adalberto
Moura, então superintendente, convidou Enivaldo Araújo, funcionário do Banco do
Brasil, para ser Chefe de Departamento do novo banco.
Com a cassação de Seixas Dória, o vice-governador Celso de
Carvalho assumiu o Governo. Orlando Dantas pediu exoneração da presidência do
Banco, em lealdade ao amigo cassado, ficando Adalberto como presidente
interino. Celso, então, que fez um Governo pacificador, nomeou Manoel Conde
Sobral (candidato derrotado a vice-governador na chapa de Leandro Maciel) para
presidente do Banco de Fomento, mantendo Adalberto Moura na Diretoria de
Crédito Geral.
No Governo de Lourival Baptista, o banco passa a se chamar
Banco do Estado de Sergipe S/A e a sua diretoria foi composta por Manoel Conde
Sobral, presidente, e os diretores Adalberto Moura (Crédito Geral) e Iolando
Macedo (Diretor da Carteira de Desenvolvimento). Essa diretoria foi mantida
pelo governador-tampão Dr. João Andrade Garcez, que substituiu Lourival
Baptista, por nove meses, quando este se desincompatibilizou para se candidatar
ao senado federal.
Certo dia, Adalberto Moura estava em sua casa, na Atalaia,
quando recebeu a visita de Aminthas Garcez, irmão do governador-tampão, que foi
consultá-lo, em nome do já escolhido governador de Sergipe, Paulo Barreto de
Menezes. O sr. Aminthas Garcez foi pedir permissão para que o seu nome
integrasse a lista tríplice de candidatos ao cargo de vice-governador que
sereia enviada ao presidente da república, General Médici. O presidente Médici,
então, ponderou e nomeou dois técnicos para governar Sergipe: Paulo Barreto
(governador) e Adalberto Moura (vice). Moura nunca soube quem indicou o seu
nome para tão honroso cargo.
Paulo Barreto fez um governo marcado por obras estruturantes
e muito importantes para o Estado de Sergipe. Adalberto Moura foi um vice
atuante, discreto, atencioso e zeloso no trato com a coisa pública. Várias
vezes assumiu o Governo e não permitiu que nenhuma ação governamental sofresse
solução de continuidade. Cumpriu, como poucos, esse papel tão importante para o
bom andamento da máquina administrativa.
No Governo de José Rollemberg Leite foi Secretário da
Fazenda, por um ano, e, depois, Diretor de Administração e Finanças do Banco do
Estado de Sergipe.
Adalberto Moura reside em Aracaju, com a esposa Maria da
Conceição, no Edifício Eldorado, à rua José Sotero.
Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br
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