Foto: César Cabral
Publicado originalmente no site RADAR SERGIPE, em 07 de junho de 2019
Erotildes Araújo
O pernambucano Erotildes Araújo nasceu em Vitória de Santo
Antão, no dia 23 de setembro de 1936. Filho do alfaiate Gregório Araújo e D.
Maria José Araújo, é o segundo filho de uma família de oito irmãos. Quando
tinha apenas seis anos de idade, foi morar em Aracaju, pois o seu pai
participava ativamente do Movimento Integralista e, fugindo da repressão de
Getúlio Vargas, optou por morar na capital de Sergipe.
Seu Gregório Araújo era um exímio alfaiate e trouxe na
bagagem a experiência de muitos anos de corte de camisas de mangas curtas e
macacão top de linha, para a época. Montou uma Alfaiataria na rua José do Prado
Franco, vizinho ao Café Império, com o slogan “Adão não se vestia porque Araújo
não existia”. Ao chegar na loja, o cliente já encontrava algumas camisas
prontas, fato novo para a população aracajuana.
Foi na alfaiataria do seu pai que Erotildes Araújo começou a
trabalhar, no atendimento aos clientes. Com a morte do senhor Gregório, a loja
passa a ser comandada pelo irmão Geraldo, muito mais afeito ao comércio de
roupas.
Erotildes foi aluno dos Colégios Jackson de Figueiredo e
Tobias Barreto, tendo sido, portanto, aluno dos mestres D. Judite e Alcebíades
Vilas-Boas, respectivamente.
Após deixar a alfaiataria e já adulto, Erotildes foi
procurar emprego na Petrobrás, que estava fichando trabalhadores para atuarem
em Neópolis, na área de geologia. Foi auxiliar de geólogo por um ano, tempo de
duração do seu contrato de trabalho.
De volta a Aracaju, encontrou-se com o jornalista Raymundo
Luiz, que lhe fez um convite para trabalhar no Diário de Aracaju, como corretor
de publicidade. Era meados dos anos 60 quando foi vender anúncios para o
matutino que tinha como diretores Paulo Macedo e Odorico Tavares.
Lembra que a primeira grande venda foi o anúncio em uma
página inteira, da Casa da Lavoura, vendida a José Figueiredo, sócio da
empresa. Daí por diante, conseguiu bons anunciantes por longos 10 anos.
A sua entrada no ramo imobiliário se deu quase que por acaso.
Ao publicar, no Diário de Aracaju, o anúncio da venda de uma casa, descobriu
que melhor do que vender propaganda era vender imóveis. A partir do início da
década de 70 se tornou um corretor por excelência, passando a dedicar-se, de
corpo e alma, a essa nova atividade.
Paralelamente, vendia um pouco de tudo, na rua João Pessoa.
Desde relógios e joias da Relojoaria Fontes até ações do Banco Dantas Freire,
do seu amigo Murilo Dantas.
Como a profissão de Corretor de Imóveis já era regulamentada
e em Aracaju não havia representação do CRECI, ele liderou um grupo de seis
corretores, entre eles o Coronel Renir Reis Damasceno, Jorge, Augusto e
Sandoval e foram a Salvador para obter o devido registro. Meses depois, o
Conselho enviou uma equipe para Aracaju, a fim de qualificar todos aqueles que
já atuavam no ramo.
Erotildes Araújo é conhecidíssimo no mercado imobiliário de
Aracaju e, até hoje, faz ponto no Calçadão da rua João Pessoa, sempre cercado
de velhos amigos, contando histórias da vida real e vendendo imóveis.
Sempre trabalhou sozinho e, sozinho, enfrentou as primeiras
grandes imobiliárias de Aracaju como a Decide Imobiliária, Norcon, Comlar,
Cosil e tantas outras. Lembra que vendeu cerca de 90% das salas do Edifício
Norcon Shopping Center, na rua João Pessoa, e recebeu como prêmio a sala 101.
Faz questão de demonstrar sua gratidão à senadora Maria do
Carmo por ter sido através dela que ocupou um Cargo em Comissão, no Governo do
Estado, desde o primeiro mandato de João Alves Filho e depois continuou com
Valadares, Albano Franco e novamente João Alves. Irreverente, diz que a sua
função era abrir e fechar portas do Palácio Olímpio Campos para aqueles que por
lá apareciam.
Casado com D. Izaíra Araujo, tem quatro filhos e nove netos.
Mora na rua Teófilo Otoni, 76, bairro 13 de julho, em Aracaju.
Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br
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