segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Procissão percorreu o Velho Chico, em Propriá.




Publicado originalmente no site G1/SE., em 29/01/2017.

Festa de Bom Jesus dos Navegantes completa 113 anos.

Procissão percorreu o Velho Chico, em Propriá (SE).
Milhares de pessoas participaram do ato religioso.

Por Anderson Barbosa.
Do G1 SE.

Na tarde deste domingo (29), a Diocese de Propriá, no Baixo São Francisco sergipano, realizou a tradicional procissão de Bom Jesus dos Navegantes. Milhares de ribeirinhos acompanharam o ato religioso, que completa 113 anos neste trecho do Velho Chico.

A festa religiosa ocorre dentro do XXX Encontro Cultural de Propriá, celebrado desde o dia 21 de janeiro. E a procissão é um dos momentos mais aguardados, atraindo milhares de pessoas dos estados de Sergipe e Alagoas, unidos pela fé e pelas águas do rio.

Em Propriá, a festa completa 113 anos e chegou ao Brasil em 1808, trazida pela Família Real. Para quem nasceu às margens do rio, participar desta tradição é mais do que uma obrigação. “Enquanto saúde e vida Ele me oferecer, estarei sempre participando", conta a aposentada Maria Joana dos Santos.

A imagem com o Bom Jesus dos Navegantes saiu da Catedral Metropolitana e seguiu em cortejo até às margens do rio, a menos de 200 metros, onde por volta das 15h30 iniciou a procissão fluvial.

Um grupo, com cerca de 40 pessoas, vindo da Bahia, aproveitou que estava conhecendo a cidade para participar da festa. “Eu sou voluntária nas Obras da Irmã Dulce, lá em Salvador, e resolvemos participar deste ato de muita fé. Pedi mais graças e agradeci pela vida”, disse a voluntária Marlene Pitanga.

A procissão fluvial foi acompanhada por dezenas de embarcações, muitos barcos de pescadores da região, e chegou até a margem alagoana no município de Porto Real do Colégio. Em todo o percurso, muitas demonstrações de fé com cantos e salva de fogos de artifício.

“É uma fé inabalável ao Bom Jesus. Um amor que transforma o coração e traz multidões para a cidade, que vem louvar e agradecer a proteção do santo. É Jesus presente nos corações desses fiéis. Jesus que com a mão levantada acalma a nossa tempestade, nos dando a esperança de uma nova vida”, afirma o padre da diocese de Propriá, Clébson Moura.

A procissão também faz muita gente refletir sobre a atual situação do Rio São Francisco na região entre os estados de Sergipe e Alagoas. “A cada ano que venho participar da festa, a gente encontra um cenário diferente. No passado havia água em abundância, hoje muita areia no rio formando verdadeiras ilhas. O rio está morrendo”, lamenta o comerciante José Carlos Moraes.

Um sofrimento que nos últimos anos integra às orações dos fiéis, que não se cansam de pedir a ajuda de Jesus Cristo, invocado pelo título de Bom Jesus dos Navegantes. O senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE) também participou da procissão e falou sobre a seca enfrentada pelos ribeirinhos.

“A gente vem orar pelo Rio da Integração Nacional. Ele que sofre o impacto da seca, com a vazão mínima que atinge 700 m3/s. Isso significa dizer que é menos peixe para os pescadores e que a navegação está sofrendo as consequências da longa estiagem”, observa.

Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com/se/sergipe

Fotos/Legendas/Créditos:
F/1 - Tradição da procissão de Bom Jesus dos Navegantes completa 113 anos em Propriá (SE).
F/2 - Ribeirinhos acompanharam a procissão às margens do rio.
F/3 - Procissão fluvial passando pela margem alagoana.
Fotos: Jorge Luiz.

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