domingo, 12 de julho de 2020

Amaral Cavalcante: Engenho, Arte e Originalidade

 Crédito da Imagem - Edise Instagram Posts

Publicado originalmente na Linha do Tempo do Perfil no Facebook de Gustavo Aragão, em 8 de julho de 2020

No dia 07.07, o ilustre poeta, jornalista e agente cultural sergipano, Amaral Cavalcante, nos deixou. Rendo-lhe uma homenagem singela e sincera, que leu ainda em vida e que faria parte da obra mais recente dele. A Amaral minhas sinceras homenagens por toda a trajetória trilhada e pelas histórias que nos arrebatam e o imortalizam.

AMARAL CAVALCANTE: ENGENHO, ARTE E ORIGINALIDADE
Por Gustavo Aragão Cardoso*

 Ouvia falar, sempre, nas rodas de conversa com escritores e poetas conhecidos, aqui e acolá sobre os feitos e o talento indiscutível do poeta, escritor, jornalista e editor, Amaral Cavalcante, um dos mais emblemáticos nomes do movimento da contracultura sergipana e que marcou, definitivamente, o cenário cultural de seu tempo.

Sempre nos encontrávamos em alguns eventos culturais, em gráficas ou outros espaços da cidade, mas faltava-nos o contato mais aproximado. Foi quando, num certo dia, fui surpreendido com a ligação do Amaral me pedindo alguns poemas de minha lavra para serem publicados na Revista Cumbuca; um periódico extraordinário, editado por ele com extremada competência e esmero,  que cristaliza no tempo e no espaço nossas riquezas culturais; a Cumbuca é uma verdadeiro patrimônio cultural de nossa gente, uma vitrina para escritores já consagrados e para a nova geração de talentos sergipanos, que Amaral – com seu feeling apurado – revela-nos e permite-nos acessar. O convite foi recebido por mim como uma grande honraria.

Tempos depois, fui convidado pelo dileto amigo Mário Britto para participar deste projeto magistral, colaborando como revisor desta obra tão esperada, e que marca, de modo significativo, a trajetória iluminada desse artista plúrimo, que revela na diversidade de seus fazeres a sua genialidade. Foi um verdadeiro deleite para mim, escarafunchar, no reino surdo das palavras poéticas de Amaral, toda a sua magnífica destreza para construir e reconstruir universos, que ganham as linhas de sua crônica e brincriam o explícito e o implícito de modo único.

A crônica de Amaral Cavalcante – tecida com engenho, arte e originalidade – cumpre sua verdadeira função de trazer breves relatos, eivados de memórias, experiências, urdidos em linguagem singular, poética, suscitando reflexões, despertando emoções e sentimentos únicos; tudo isto nos permite dizer, com segurança, que Amaral Cavalcante configura-se como um grande cronista, quiçá, o melhor cronista de seu tempo, não deixando a dever nada a nenhum outro dos grandes figurões da crônica brasileira. Quem lê as crônicas de Amaral Cavalcante não sai ileso; lê-las é como fazer uma espécie de travessia.

* Gustavo Aragão Cardoso - Poeta, Escritor e Revisor. Membro-fundador da Academia de Letras de Aracaju e Membro do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho/ASL

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Gustavo Aragão

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