Publicado originalmente na Linha do Tempo do Perfil no
Facebook de Gustavo Aragão, em 8 de julho de 2020
No dia 07.07, o ilustre poeta, jornalista e agente cultural
sergipano, Amaral Cavalcante, nos deixou. Rendo-lhe uma homenagem singela e
sincera, que leu ainda em vida e que faria parte da obra mais recente dele. A
Amaral minhas sinceras homenagens por toda a trajetória trilhada e pelas
histórias que nos arrebatam e o imortalizam.
AMARAL CAVALCANTE: ENGENHO, ARTE E ORIGINALIDADE
Por Gustavo Aragão Cardoso*
Ouvia falar, sempre,
nas rodas de conversa com escritores e poetas conhecidos, aqui e acolá sobre os
feitos e o talento indiscutível do poeta, escritor, jornalista e editor, Amaral
Cavalcante, um dos mais emblemáticos nomes do movimento da contracultura
sergipana e que marcou, definitivamente, o cenário cultural de seu tempo.
Sempre nos
encontrávamos em alguns eventos culturais, em gráficas ou outros espaços da
cidade, mas faltava-nos o contato mais aproximado. Foi quando, num certo dia,
fui surpreendido com a ligação do Amaral me pedindo alguns poemas de minha
lavra para serem publicados na Revista Cumbuca; um periódico extraordinário,
editado por ele com extremada competência e esmero, que cristaliza no tempo e no espaço nossas
riquezas culturais; a Cumbuca é uma verdadeiro patrimônio cultural de nossa
gente, uma vitrina para escritores já consagrados e para a nova geração de
talentos sergipanos, que Amaral – com seu feeling apurado – revela-nos e
permite-nos acessar. O convite foi recebido por mim como uma grande honraria.
Tempos depois, fui
convidado pelo dileto amigo Mário Britto para participar deste projeto
magistral, colaborando como revisor desta obra tão esperada, e que marca, de
modo significativo, a trajetória iluminada desse artista plúrimo, que revela na
diversidade de seus fazeres a sua genialidade. Foi um verdadeiro deleite para
mim, escarafunchar, no reino surdo das palavras poéticas de Amaral, toda a sua
magnífica destreza para construir e reconstruir universos, que ganham as linhas
de sua crônica e brincriam o explícito e o implícito de modo único.
A crônica de Amaral
Cavalcante – tecida com engenho, arte e originalidade – cumpre sua verdadeira
função de trazer breves relatos, eivados de memórias, experiências, urdidos em
linguagem singular, poética, suscitando reflexões, despertando emoções e
sentimentos únicos; tudo isto nos permite dizer, com segurança, que Amaral
Cavalcante configura-se como um grande cronista, quiçá, o melhor cronista de
seu tempo, não deixando a dever nada a nenhum outro dos grandes figurões da
crônica brasileira. Quem lê as crônicas de Amaral Cavalcante não sai ileso;
lê-las é como fazer uma espécie de travessia.
* Gustavo Aragão Cardoso - Poeta, Escritor e Revisor. Membro-fundador
da Academia de Letras de Aracaju e Membro do Movimento Cultural Antônio Garcia
Filho/ASL
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Gustavo Aragão
Nenhum comentário:
Postar um comentário