terça-feira, 31 de janeiro de 2023

'O destino acontece (Centenário de Celso de Carvalho)', por Marcos Melo


Fotos: Internet/divulgação

Publicação compartilhada do site RADAR SERGIPE, de 23 de janeiro de 2023

Artigo: O destino acontece (Centenário de Celso de Carvalho)

Por Marcos Melo *

Em 2 de abril de 1964, da maneira mais inusitada que se possa imaginar, o advogado e empresário Sebastião Celso de Carvalho, vice-governador democraticamente eleito, assumiu, de fato, o governo do Estado.

Exatamente às 5 hs da manhã, no Palácio Olímpio Campos, Dr. Celso recebeu a governadoria, não em face de uma renúncia do governador João de Seixas Dórea, que àquela hora estava preso no quartel do 28 BC, mas por ato do major Silveira, comandante da guarnição federal, que sem saber como proceder, tacou: “Está passado o governo...Ao que Celso respondeu: Está recebido.” Presentes, como testemunhas, o deputado Djenal Tavares de Queiroz e Dona Bertilde Carvalho, esposa do empossado e alguns militares.

Vê-se que foi um ato sem ata. Às 23 hs do dia 4 de abril, após a decretação do impedimento do governador Seixas Dória pela Assembleia Legislativa, por 23 votos a favor e 8 contra, Celso de Carvalho prestou o compromisso constitucional como governador de Sergipe.

Na verdade, ao ser acordado às 2 hs, pelo major Lário Lopes Serrano, que lhe transmitiu o convite do comandante da guarnição federal, Major Silveira, para assumir o governo do Estado, depois de informado da prisão do governador Seixas Dória naquela madrugada, atordoado e diante de tais circunstâncias, Celso relutou. Foi preciso a presença do amigo, deputado, correligionário e coronel do exército, Djenal Queiroz, para demovê-lo, com robustos argumentos sobre aquele momento de exceção em face da tomada do poder pelos militares e a deposição do presidente João Goulart.

Essa história foi narrada com objetividade e elegância pelo personagem principal dessa tensa transição, o ex-governador, ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-prefeito de Simão Dias, Celso de Carvalho, em sessão solene realizada em 3 de setembro de 1968, por ocasião da entrega do Diploma de Cidadão Honorário de Aracaju, que lhe foi outorgado pelo Parlamento Municipal. Esse emblemático discurso foi publicado pela saudosa Livraria Regina, intitulado “O Destino Acontece”. É um importante documento histórico sobre as primeiras horas daquele início de abril de 64.

A gestão governamental de Celso de Carvalho foi realizada sob a égide do planejamento e da racionalidade administrativa. Para tanto, transformou o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Sergipe – CONDESE numa autarquia pública, com a devida flexibilidade administrativa e financeira, e a dotou de um quadro de técnicos de elevada qualificação, sob a direção do renomado economista José Aloisio de Campos. Sem perda de tempo foi elaborado um amplo estudo – Problemas de Base de Sergipe – de fundamental importância para o direcionamento das ações governamentais visando a diversificação da estrutura produtiva e o crescimento da economia sergipana.

É dessa época a primeira lei de incentivos fiscais e creditícios visando a atração de novos investimentos produtivos, especialmente no setor industrial; a criação da Companhia Agrícola de Sergipe – COMASE com objetivo de elevar a produtividade da agropecuária por meio da mecanização e da introdução de insumos modernos no setor primário; a criação da Companhia Habitacional de Sergipe – COHAB com o fito de ampliar a oferta de casas populares para atender a acelerada urbanização; reestruturação da ENERGIPE, da DESO e do IPES; modernização do aparelho arrecadador e combate à sonegação fiscal, etc. Estas e outras iniciativas modernizantes, associadas aos maciços investimentos que a Petrobras realizava na prospecção, produção e transporte de óleo e gás, propiciaram o início de um novo tempo de crescimento econômico acelerado e de inclusão social, bem como uma melhor e mais ágil prestação de serviços públicos à população sergipana pelos órgãos da administração estadual.

Pode-se dizer, sem medo de errar, que o governo de Celso de Carvalho instalou em Sergipe um virtuoso processo civilizatório marcado pelo desenvolvimento socioeconômico e pela cordialidade em oposição às insensatas e contraproducentes rivalidades que marcaram a política sergipana nos anos 1940/1950.

Homem culto e civilizado e de uma conversação cativante, Sebastião Celso de Carvalho faria cem anos na próxima terça-feira, 24 de janeiro. Tive o privilégio de sua amizade e a de seus filhos Celso, João Eduardo, Sônia e Luciano, braço direito do senador Albano Franco quando presidente da CNI.

Quando fez 70 anos, em Brasília, Dr. Celso reuniu familiares e amigos para comemorar a efeméride. Fui um dos convidados. Foi uma noite agradabilíssima regada a malte puro, que o ex-governador apreciava e entornava britanicamente com muita classe. Aliás, classe, era o que não faltava em Celso de Carvalho, daí os amigos o chamarem de Barão pelos modos aristocráticos e pelo tratamento refinado que dispensava às pessoas, de sua intimidade ou não.

Pois bem, fascinado com a sua conversa envolvente, bem-humorada e carregada de fina ironia, perdi a hora e fui chegar em casa às três da manhã. Estavam minhas filhas, adolescentes, acordadas e preocupadas com o meu paradeiro. Explicações dadas e aceitas, fui dormir embalado pelos eflúvios de um scotch dos deuses.

Não se pode falar em Celso de Carvalho sem que se mencione Bertilde Barreto, sua amantíssima esposa e companheira. São faces de uma mesma moeda. Ao lado dessa potiguar de nascimento e sergipana de coração, Celso viveu os melhores anos de sua vida. Com ela constituiu uma belíssima família e, com seu estímulo e cumplicidade, teve uma trajetória exitosa de realizações. A Dona Bertilde e seus familiares, meus cumprimentos pelo centenário de Celso de Carvalho, cavalheiro requintado e um dos melhores homens públicos de Sergipe.

Celso de Carvalho nasceu em Simão Dias, no dia 24 de janeiro de 1923 e faleceu em Aracaju, no dia 14 de agosto de 2009, aos 86 anos.

* Marcos Melo é professor emérito da UFS e membro da ASL.

Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br

sábado, 28 de janeiro de 2023

Morreu seu Adilson, pai do deputado Fábio Henrique

Legenda da foto: O deputado Fábio Henrique e o seu Adilson

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 27 de janeiro de 2023

Morreu seu Adilson, pai do deputado Fábio Henrique

Morreu em Aracaju, nesta sexta-feira (27), o empresário Adilson Carvalho. O corpo será velado no Cemitério Colina da Saudade, devendo o sepultamento acontece neste sábado (28), no mesmo local. Natural de Simão Dias, ele foi caminhoneiro, tendo depois se estabelecido como comerciante de alimentos no mercado central de Aracaju.

Seu Adilson era pai do deputado federal Fábio Henrique (União) e do saudoso ex-vereador de Aracaju, jornalista Jason Neto. Em nensagem no instagram, Fábio disse querer sempre lembrar do pai “como o amigo que foi, o homem simples do caminhão pelas estradas da vida, o seu Adilson do mercado, homem de tantos amigos. Obrigado meu pai, obrigado por todos os ensinamentos de vida, serei eternamente grato por tudo. Vá em paz, encontrar seu pai, sua mãe e seu amado Jason. Ficaremos aqui com a saudade e a lembrança, ao lado de mamãe, essa mulher de fibra e de que tanto te amou”, concluiu.

O ex-governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), lamentou a morte do comerciante seu Adilton: “Foi com imenso pesar que recebi a notícia do falecimento do comerciante Adilson Carvalho, o Seu Adilson do Mercado. Meu conterrâneo de Simão Dias, Seu Adilson é pai do deputado federal Fábio Henrique, do ex-vice-prefeito de São Cristóvão, Adilson Júnior, e do vereador de Aracaju, Jason Neto (in memoriam). Deixo as minhas palavras de conforto para a família, amigos e parentes. Que Deus conforte o coração de todos”, concluiu.

Veja, abaixo, nota do Sindicato dos Radialitas de Sergipe sobre a morte de seu Adison:

É com muita tristeza e profundo pesar que os representantes do Sindicato dos Radialistas de Sergipe se solidarizam com a família do senhor Adilson Carvalho Silva, pai dos Radialistas Fabio Henrique e Adilson de Carvalho Silva Junior. O corpo do senhor Adilson Carvalho está sendo velado no velatório Colina da Saudade em Aracaju e o sepultamento será nesse sábado, às 10h da manhã, no mesmo local.

Reforçamos o nosso mais profundo pesar, pela passagem do senhor Adilson Carvalho Silva.

Aracaju, 27 de janeiro de 2023,

Diretoria STERTS

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Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

'O que a gente escreve...', por Paulo Roberto Dantas Brandão

Artigo compartilhado do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão, de 23 de janeiro de 2019

O que a gente escreve...
Por Paulo Roberto Dantas Brandão

Nem sempre o que a gente escreve tem repercussão.  Ou tem a repercussão que o autor esperava.  Aprendi na prática, nos meus tempos na velha Gazeta.

Lá, na Gazeta, eu escrevia uma coluna chamada Tribuna.  Dividia o espaço com Luis Antônio Barreto e Gilvan Manoel.  Ao mesmo tempo era economista na Federação das Indústrias, e lá recebi previamente, antes da divulgação geral, um relatório sobre o Desenvolvimento Humano do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, para apreciação.  Como era um assunto que me fascinava, preparei um artigo sobre.  Estudei, li e reli, escrevi e reescrevi.  Conclui que a análise estava muito boa e teria uma baita repercussão.  Assim que o relatório foi liberado para divulgação, estava com meu artigo pronto.  Outra lida no que escrevi para melhorar a apresentação, uma penteada aqui outra ali, e voilà.  Publicado, esperei análises, comentários, quiçá parabéns, e nada.  Ninguém leu, ninguém deu a menor atenção.  Provoquei alguns amigos, e o máximo que recebi foi um “há vi!”.  Um foi ao ponto, vi seu artigo, mas o assunto é chato.  Decepção geral.

Poucos dias depois, já do meio para o final da tarde, ligam-me das oficinas da Gazeta.  Paulinho, só está faltando sua coluna para fecharmos a página.  Ok, estou indo para aí, e entrego logo a bendita coluna.  Mentira.  Não tinha ideia do que ia escrever.  Branco total.  Normalmente pela manhã lia os jornais, e já escolhia o tema.  Nesse dia nada, zero.

Peguei o carro e segui para a redação.  Não conseguia pensar sobre o que escrever.  Aí, num sinal, para ao meu lado um carro da polícia.  Um Santana, lembro bem.  Chamou-me a atenção porque o carro estava muito bem conservado, em estado de novo como dizem os vendedores.  E mais, estava brilhando, reluzente, algo raro em carros de polícia.  Ele se adiantou um pouco, e vi o brasão da unidade no vidro traseiro: uma caveira, sobre duas metralhadoras cruzadas, e mais algumas coisas do gênero.

Na falta de outro tema, foi esse mesmo para a coluna.  O brasão da polícia no carro.  A pergunta que abriu a coluna era “por que o símbolo da polícia tem que ser uma caveira e armas?”  Fiz uma análise meio apressada mostrando que não se podia relacionar polícia com morte.  Que isso era um desvio.  E perguntei, depois, por que o símbolo da polícia não podia ser uma flor.  Fiz mais algumas piadinhas, e mandei a coluna para complementar a página em aberto e satisfazer ao pessoal da oficina.

No outro dia cedo uma baita repercussão.  Gente me telefonou.  A polícia deu suas explicações.  Todo mundo comentava e até virou assunto político.  Um amigo meu oficial da polícia e grande gozador ligou para saber se eu queria policiais frescos, desatando a rir.  E durante alguns dias só se falou nisso.  E, parece-me que pelo menos por um tempo retiraram os brasões das caveiras dos carros da PM.

Até hoje eu me pergunto onde foi que errei.  O mesmo acontece hoje nas redes sociais.  As vezes escrevemos coisas que achamos inteligentes, e são tão ruins que ninguém lê.  Noutros dias enchemos linguiça para dizer apenas que estamos vivos, e a repercussão é grande.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão

'Gente Sergipana – Padre Padilha – 83 anos', por Antonio Samarone

Artigo compartilhado do Facebook/Antonio Samarone, de 20 de janeiro de 2023

Gente Sergipana – Padre Padilha – 83 anos. 

Por Antonio Samarone

O Defensor Público José Padilha de Oliveira tinha deixado a batina, porém continuava padre. Era uma vocação. O comportamento, o pensamento, as ideias, os gestos eram de padre. Padilha era “Le Curé de village”, na visão de Balzac.

Conheci o padre Padilha nas reuniões das segundas, na sede do Conselho de Economia. Existia um grupo de intelectuais, fundado por Aloisio Campos, que se reunia semanalmente, com chuva ou sol. Passávamos a realidade a limpo, reformando-a. 

Nessas reuniões, o Padre Padilha era o orador oficial, nas datas festivas.

Era um Grupo plural, onde conviviam democratas e patriotas. As divergências não se transformavam em ódio. 

O Grupo acabou!

E ontem, nos deixou o padre Padilha. Voou para o Reino da Glória. Se os critérios da salvação são os que conhecemos, ele se salvou.

O que a minha memória guardou de Padilha foi o sorriso. Mesmo em polêmicas, onde ele discordava profundamente do interlocutor, Padilha não levantava a voz, sempre manso e educado. Padilha era um fidalgo.

O padre Padilha valorizava as amizades.

Meu amigo Padilha, dê lembranças aos amigos aí no Céu. Diga a Amaral Cavalcante, que o mundo da cultura em Sergipe sente a sua ausência. Diga a Luiz Eduardo Magalhães que ele está fazendo muita falta, nesses tempos sombrios.

Nos espere! Vamos retomar as reuniões.

* Antonio Samarone. (médico sanitarista)

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone.

Morre em Aracaju, aos 94 anos, o empresário José Alves de Melo

Legenda e crédito da foto: Empresário José Alves de Melo — Foto: Arquivo Pessoal

Publicado originalmente no site G1 GLOBO SE., em 23 de janeiro de 2023

Morre em Aracaju, aos 94 anos, o empresário José Alves de Melo

Segundo a família, ele havia sido hospitalizado após passar mal.

Por g1 SE

Morreu na madrugada desta segunda-feira (23), aos 94 anos, o empresário José Alves de Melo. A informação foi confirmada pela família.

Segundo a família, ele havia sido hospitalizado após passar mal.

José Alves foi fundador da Casa da Eletricidade, além de ser um dos empresários que contribuiu para a fundação da TV Sergipe. O empresário deixa esposa, três filhos, sete netos, e oito bisnetos.

O corpo dele está sendo velado na Osaf, e o sepultamento está previsto para acontecer nesta terça-feira (24), a partir das 8h no Cemitério Santa Isabel, em Aracaju.

Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com/se

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Aminthas Maynart Garcez Vieira (1949 - 2023)

Morreu domingo (01/01/2023), meu primo e amigo da adolescência, AMINTHAS MAYNART GARCEZ VIEIRA. Amintinhas, como chamávamos, era irmão de Henrique e José do Cartório, como também dos já falecidos: Luiz Carlos, Júlio, Mabel, Eduardo, Paulo, filhos dos saudosos tios Aminthas e Layra.