terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Gente Sergipana – Francisco Guimarães Rollemberg


Publicado originalmente no Facebook/Antonio Samarone, em 11/01/2019

Gente Sergipana – Francisco Guimarães Rollemberg

Por Antonio Samarone

Francisco Rollemberg nasceu em Laranjeiras, em 07 de abril de 1935, um domingo de ramos. Filho de Antonio Valença Rollemberg e Maria das Dores Guimarães Rollemberg. Chico desfrutou da infância interiorana em Laranjeiras, jogando bola, tomando banho de rio, vadiando livremente, sem medos ou sustos.

O pai de Chico Rollemberg foi proprietário do Cinema Iris, em Laranjeiras. Chico era quem fazia a projeção. O carro chefe da programação era “A vida, paixão e morte de Jesus Cristo”. Todas as vezes que entrava em cartaz, era casa cheia.

Logo cedo entrou na escola da professora Zizinha Guimarães, educadora conceituada, e logo se destacou como o melhor aluno. O filho de Seu Antonio era estudioso! Com o tempo, a professora botou Chico para ensinar outros alunos. Com 11 anos não tinha mais o que apreender em Laranjeiras. Fez um teste, e foi considerado apto para entrar no ginásio.

O menino Chico, além de traquino, era muito religioso, puxador do terço na igreja, mostrando uma forte vocação para padre. Só que de onde ele morava, avistava-se a entrada hospital, a entrada e saída dos doentes. Aquele movimento, fez o menino mudar a cabeça para a medicina. Ali, Chico decidiu que seria médico. O pai adorou, a mãe nem tanto, preferia o filho padre.

Chico Rollemberg veio fazer o ginásio em Aracaju, no Colégio Tobias Barreto, do professor Alcebíades Melo Vilas Boas. Chico foi aluno interno do Colégio, absorvendo toda a disciplina. Ainda de calças curtas, com 11 anos, Chico Rollemberg chegou no Aracaju. Fez o curso ginasial com maestria. Concluído, migrou para o Atheneu, onde fez os dois primeiros anos do científico. No último ano, para se preparar melhor para o vestibular, concluiu o científico no Colégio Central da Bahia.

Em 1954, Chico Rollemberg ingressou na Faculdade medicina da Bahia. Vocacionado para a medicina, estudioso, Chico entrou de corpo e alma no curso. Chico não saia do hospital, tudo que era plantão, final de semana, feriado, lá estava Chico para aprender. Logo percebeu que tinha habilidades cirúrgica, e decidiu seguir a urologia. Uma decisão pragmática, pois em Sergipe só existia um urologista, o Dr. Costa Pinto.

Durante o curso de medicina, Chico participou do movimento estudantil na Bahia, sob a orientação ideológica do Velho Partidão. Ainda em Aracaju, na juventude, Chico tinha contato com os grupos clandestinos do Partido Comunista, em Aracaju. Calma, Chico não é comunista, daqui a pouco eu conto a participação dele na política.

Formado em 1959, Chico Rollemberg retornou à Sergipe. Bem formado, habilidoso e como muita disposição para trabalhar. Ele começou exercer a medicina em Laranjeiras. Foi um sucesso, quando o filho do Seu Antonio, chegava era um rebuliço, o povo corria para o hospital. Logo, com as ciumeiras locais, o diretor do hospital dispensou os serviços de Chico, e ele veio para a Aracaju.

Começou a operar na Capital nos dois hospitais existentes (Santa Izabel e Cirurgia), clinicar no Serigy, no IPASE, no Pronto Socorro Municipal, que funcionava nos fundos da antiga Prefeitura. Chico operava cinco a seis pacientes por dia. Constitui uma clientela imensa, gente com quem ele criou amizade, e que até hoje visita. Chico Rollemberg ficou famoso como bom médico, muitos favores, muito serviço prestado. Chico Rollemberg foi o primeiro sergipano a ingressar no Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Antes só Augusto leite, como membro honorário.

Esse prestigio despertou os chefes políticos: olha aí quem pode trazer votos para as nossas legendas. Não se elege, mas ajudará a nossa chapa. Dito e feito. Nas eleições de novembro de 1970, Chico foi convidado a compor a Chapa da ARENA para deputado federal. Era só para ajudar. Resultado, foi o deputado federal mais votado de Sergipe, com 19 mil votos. Para se ter uma ideia da disputa, os outros federais eleitos foram Luiz Garcia, Raimundo Diniz, Passos Porto e Eraldo Lemos, todos da ARENA.

A partir dessa estreia, Chico Rollemberg elegeu-se deputado federal por 4 legislaturas, permanecendo na Câmara dos Deputados até 1987. Exerceu os mandatos no bloco de sustentação aos militares, numa bancada conservadora. Participou do movimento de apoio a Sílvio Frota e votou em Paulo Maluf, no Colégio Eleitora. Em 1973, fez o curso da Escola Superior de Guerra, destinado a pessoas de prestígio.

Vejam como são as coisas: o médico Chico Rollemberg, conservador, sempre deu assistência e visita até hoje, a família de Walter Ribeiro, um comunista de carteirinha. Ouvi um depoimento de um velho camarada: Chico Rollemberg sempre prestou a assistência aos camaradas, ia nas casas se precisasse, e nunca dedurou ninguém. Somando-se a uma postura ilibada na vida pública! Não é a ideologia que define o caráter.

Durante o exercício dos mandatos, Chico Rollemberg nunca abandonou a medicina, continuou trabalhando. Todo o final de semana, a partir da sexta, ele retornava à Aracaju para realizar as suas cirurgias. Aliás, até hoje, aos 84 anos, ele continua trabalhando no Hospital de Riachuelo. Ele sempre brinca, enquanto a mão não tremer, eu continuo operando. E para provar que está bem, mostra as mãos espalmadas, sem nenhuma tremedeira.

Mesmo sendo um médico operador, voltado para a prática, Chico Rollemberg não fechou os livros depois de formado. Continuou estudando, para se manter atualizado. Publicou Gangrena de Fournier, tratamento cirúrgico com enxertos livres (1961); Lesão cirúrgica do ureter (1969); Saneamento básico do Nordeste, Cocene, estudo nº.1 (1971); A problemática de saúde do Nordeste, Cocene, estudo nº.1 (1971); O potássio em Sergipe; Desenvolvimento e população e Osvaldo Cruz, centenário de nascimento.

Além de uma publicação sobre Fausto Cardoso, que se tornou referência aos pesquisadores sobre o ilustre sergipano. ROLLEMBERG, Francisco. Introdução. In: CARDOSO, Fausto. Discursos parlamentares. Brasília: Câmara dos Deputados, 1987. p. 19-112. (Perfis parlamentares, 31). Chico Rollemberg é membro da Academia Sergipana de Letras, ocupando a cadeira nº 15.

Em 1986, Francisco Rollemberg se elege Senador pelo PMDB, numa eleição disputadíssima. Em 2002, Chico Rollemberg se despede da política disputando o Governo do Estado, numa coligação confusa e heterogênea, sendo derrotado por João Alves Filho.

Chico Rollemberg casou em julho de 1959, com a colega de turma, Dra. Elcy Vianna Rollemberg. Chico é pai de cinco filhos: Francisco, Gustavo, Paula, Carlos Eduardo e Rodrigo Otávio. Com a morte da primeira esposa, Chico casa com Maria Helenita Santos Rollemberg, com quem convive até hoje.

Cheguei a conclusão que Chico Rollemberg, apesar de ser mais conhecido como político, tem a alma de médico, do antigo médico humanistas, que adora o que faz, que faz amizade com os doentes, que lembra do nome e das histórias.

Chico tem a mania de visitar os amigos, semanalmente. Quis saber o motivo, ele brincou: “os meus amigos estão velhos, quase todos doentes. Na verdade, cumpro uma obrigação cristã de visitar os enfermos.” Chico ainda viaja para o interior, só para visitar os amigos.

Chico Rollemberg é um homem fino, cuidadoso no trato, cheio de histórias interessantes. Chico tem a alma dos médicos antigos, voltada para o alívio do sofrimento humano. Não amealhou fortuna com a medicina (nem com a política).

Publicado também no blogdesamarone.blogspot.com

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Hildegards Azevêdo Santos (1936 – 2019)

Foto extraída de vídeo da TV Sergipe e postada pelo o blog para ilustrar o presente artigo

Texto publicado originalmente no site Alô News, em 14/01/2019

Adeus a Hildegards

Por Ivan Valença
Da Coluna Ponto de Vista/Alô News

A cidade sepultou, a semana que passou, um dos seus entes mais queridos. Lá se foi para a eternidade o Sr. Hildegards Azevedo dos Santos.

Sobre ele, muito já se escreveu, mas não se disse tudo. De Hildegards Azevedo que foi um exemplar funcionário público, ocupando cargos de relevância nas administrações municipal e estadual, geralmente tendo como peça chave o Sr. João Alves Filho. Era craque em pegar uma Secretaria de Estado em situação difícil e devolvê-la, depois, em ótimo Estado ao seu verdadeiro dono, o povo. Talvez por causa deste seu talento com os números foi nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas, cuja corte chegou a ser Presidente.

Natural de Maruim - município onde também nasceu minha mãe - conheci Hildegards lá pelos idos de 1957 ou 1958 quando ele exercia um dos cargos mais importantes que teve na sua brilhante carreira administrativa. Quando comecei a trabalhar na “Gazeta de Sergipe”, por volta desta época, Hildegards – que por muitos era conhecido por Degas – era o gerente do veículo que funcionava na Avenida Rio Branco, a conhecida Rua da Frente. Era um prédio antigo, com vários quartos (ou salas) O lado direito era ocupado, na sala principal, pelo Jornalista Orlando Dantas, diretor-proprietário do jornal, àquela época encerrando um mandato de deputado federal. No lado esquerdo, com janelas que se abriam para a Avenida Rio Branco, com uma vista privilegiada para o Rio Sergipe, era sala onde ficava a gerência ocupada por Hildegards. Ali ele reinava absoluto, mas ninguém passava pela “Gazeta” sem deixar de cumprimentar o querido Degas, sempre as voltas com dezenas de papéis. Geralmente notas fiscais do que era comprado pelos seus subordinados. Hildegards não guardava aquelas notas sem antes conferí-las, uma a uma, até os recibos assinados por autônomos. Ele dirigia a “Gazeta de Sergipe” com mão de ferro. As determinações vindas da gerencia eram obedecidas ipsis-literis por todos nós da Redação (que ficava na sala ao lado, mas um pouco distante das oficinas, que ficava no fundo do corredor), inclusive pelos mais rebeldes como Nino Porto. Depois, um belo dia, logo depois do movimento armado de 1964, Hildegards partiu para outras responsabilidades. Deixou-nos mas o seu espírito “gazeteano” nunca foi abandonado por ele.

Que o amigo descanse em paz.

Texto reproduzido do site: alonews.com.br

domingo, 13 de janeiro de 2019

Otorrinolaringologia de luto: morre George Amado


Publicado originalmente no site SERGIPE NOTÍCIAS, em 13/01/2019

Otorrinolaringologia de luto: morre George Amado

O velório acontece no Osaf e o sepultamento será nesta segunda-feira, às 08h00, no Cemitério Santa Izabel.

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ASORL – Associação Sergipana de Otorrinolaringologia prestou grande e merecida homenagem ao Dr. George Amado, um dos maiores otorrinolaringologistas de Sergipe de todos os tempos. Confira discurso proferido pelo Prof. Dr. Jeferson d’Avila.

Ilmos Colegas, senhor professor, amigos, familiares, senhoras e senhores, Gostaria de inicialmente felicitar a nova diretoria da ASORL, na pessoa do Dr Lauro Abud, a quem faço representar neste momento os demais otorrinolaringologistas. Desejo muito sucesso na gestão. Contem conosco. Sinto-me bastante honrado por ter sido escolhido entre tantos, competentes e merecedores de prestar esta mais do que justa homenagem a George Alberto Santos Silva Amado. Falar sobre Meu amigo irmão George nos obriga a retornar ao passado. George em um breve histórico da sua vida de médico teve sua formação acadêmica de graduação na Bahia, depois realizou residência no Rio de Janeiro e tornou-se o primeiro Fellow de Sergipe no exterior. Tendo realizado este aprimoramento no Hospital de Lima em Madrid. Foi o introdutor e revolucionário da nova audiologia clínica em Sergipe, tendo sido fundador e chefe do Serviço de Audiologia do IPES. Sempre muito respeitado no meio científico nacional, soube bem representar o nosso estado em diversas oportunidades. Como ex presidente da SSORL trouxe em 2001, o Congresso Norte Nordeste de ORL. Tivemos a honra, de ter sido companheiro do mesmo como presidente, neste marcante evento. Como ser humano, não se fala. Homem de puro amor, consideração e respeito a todos os princípios éticos e morais. Exemplo de ser. Tivemos todos nós, muitas passagens especiais e inesquecíveis com DODA, como assim é conhecido socialmente com muito carinho. Gostaria de possuir mais tempo para comentar sobre sua bela, impoluta e maravilhosa história de vida. Graças a Deus, muito tranquilo, de discurso fluente e sem nenhum pingo de aceleração na emissão das palavras, sem nenhum tipo de pressa para resolução de qualquer assunto, consegue resolver tudo, muito mais precoce que a tempo e a hora, de qualquer ser vivo. Para mim representa um verdadeiro amigo irmão, no mais puro sentido da palavra. Fui seu estagiário no IPES. Aprendi muito com o Professor George, é sim. Principalmente sobre otorrino e sobre a vida. Acompanhei George na Rua Dom José Tomaz, no IPES, como estudante. Quando cheguei da residência, sem eira nem beira, foi George quem me amparou com todo seu enorme coração. Trabalhei em seu consultório das 11 às 13 horas, horário de seu intervalo de almoço, durante muito tempo. Sustentei minha família por sua causa e seguindo seus passos e orientações. Foi muito bom e inesquecível. Reconhecimento profundo. A família: Eri, Lorena e Melina; sou testemunha viva de seus amores, suas posturas e suas entregas a este ser humano distinto e especial. Vocês três são grandes exemplos para todos nós. Gratidão é a palavra mais nobre para apresentar reconhecimento de ações e de posturas. É esta que escolho para representar este momento. São Tomaz de Aquino em seu Tratado de Gratidão explica muito bem. Muito obrigado, Dr George Amado, por tudo que fez e sempre fará com seus eternos exemplos a todos nós sergipanos que sempre soube lhe amar, lhe respeitar e lhe admirar. Muito obrigado pela oportunidade, Lauro e equipe, assim como toda ASORL. Grande e inesquecível honra.

Dr. Jeferson Sampaio D’Avila
Diretor Presidente da Otocenter

Texto e imagem reproduzidos do site: sergipenoticias.com

sábado, 12 de janeiro de 2019

Maruinense Hildegards Azevedo faleceu aos 82 anos


Publicado originalmente no site do Jornal de Maruim, em 11/01/2019

História de Maruim

Maruinense Hildegards Azevedo faleceu aos 82 anos

Faleceu na manhã desta sexta-feira (11), aos 82 anos, o conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE), Hildegards Azevedo, devido a complicações decorrentes de uma neoplasia pulmonar. O velório ocorrerá no Cemitério Colina da Saudade, em Aracaju, no turno da tarde, com sepultamento previsto para às 17h, no mesmo local.

Filho de Raul José dos Santos e Lindaura Azevedo Santos, Hildegards Azevedo nasceu em Maruim/SE no dia 22 de outubro de 1936.

Formado em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade Federal de Sergipe, Hildegards Azevedo foi funcionário público como fiscal de renda de 1965 a 1986. Também atuou como secretário de finanças do município de Aracaju, na administração do prefeito João Alves Filho (1975-1979), presidente da Companhia de Processamento de Dados de Sergipe (1979-1980), presidente da Empresa Gráfica Universitária (Unigráfica) (1980-1982), secretário de Estado de Governo (1983-1984), secretário-chefe do gabinete civil (1984-1985) e secretário de Estado da Fazenda (1985-1986). Em 21 de novembro de 1986, Hildegards foi nomeado conselheiro do TCE, ocupando vaga deixada pelo conselheiro Carlos Alberto Barros Sampaio, um dos membros fundadores do órgão. Na Corte, antes de aposentar-se, em 12 de dezembro de 2006, ocupou as funções de corregedor-geral, vice-presidente e presidente.

Na área do magistério, Hildegards Azevedo foi professor da disciplina Administração Brasileira, na Faculdade Tiradentes no período de 1976 a 1982. Aprovado em concurso público, lecionou na Universidade Federal de Sergipe no período de 1983 a 1985, one lecionou a disciplina Direito Administrativo.

No município de Maruim existe um conjunto que recebe o nome do ilustre filho. Hildegards era tio do ex-vereador Jodil (Joca) e do atual vereador por Maruim, Moisés Azevedo (PT do B).

O conselheiro-presidente do TCE/SE, Ulices Andrade, manifestou condolências aos familiares e destacou a atuação do conselheiro Hildegards como "um profissional competente e dedicado que muito contribuiu para o controle externo brasileiro".

O prefeito de Maruim, Jeferson Santana, decretou luto oficial de três dias em respeito ao grande trabalho do ilustre maruinense.

Fonte: Prefeitura de Maruim

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldemaruim.com

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Morre Adílson Roberto Franco Barreto


Publicado originalmente pelo site da ACESE, em 09/01/2019

ACESE lamenta falecimento de Adilson Barreto Franco

Em nome da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (ACESE), o presidente Marco Aurélio Pinheiro lamenta a morte de Adilson Roberto Barreto Franco, irmão do empresário Luciano Barreto da Construtora Celi, ocorrida nesta terça-feira (8).

Adilson Barreto Franco faleceu na Hospital São Lucas, onde estava internado. O sepultamento acontecerá nesta quarta-feira (09), às 15 horas, no Cemitério Colina da Saudade.

A ACESE presta condolências em solidariedade à família e aos amigos enlutados.

Texto e imagem reproduzidos do site: acese.org.br

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Foto: CDL

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 9 de janeiro de 2019

Adilson Barreto, ex-diretor da CDL, morre aos 80 anos

Sócio-proprietário das lojas “Irmãos Figueiredo”, no ramo de roupas, o também ex-diretor e ex-vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Aracaju (CDL), Adilson Roberto Franco Barreto, morreu na madrugada desta quarta, 09, aos 80 anos de idade.

Seu corpo está sendo velado na Colina da Saudade, no bairro Santa Lúcia, Aracaju, local onde também será sepultado. Adilson Barreto, como era conhecido pelos colegas e empresários do comércio, foi um destacado líder do movimento lojista, tendo ocupado cargos em diversas diretorias da CDL, desde 1977 até 2011. Ele assumiu vários postos até se tornar vice-presidente da entidade.

Brenno Barreto, atual presidente da CDL, em nome de sua diretoria, externa à família enlutada as condolências e pesar, ao tempo em que reconhece toda luta do empresário enquanto ser atuante e destacado no comércio sergipano, bem como na sua participação em favor da organização dos lojistas de Aracaju.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

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Imagem reproduzida do Facebook

Foto reproduzida do site: fies.org.br

Rosa Sampaio


Publicado originalmente no Facebook/Antonio Samarone, em 4 de janeiro de 2019

Gente Sergipana - Rosa Sampaio
Por Antônio Samarone *

Rosa Sampaio nasceu em Aracaju, na maternidade Francino Mello, em 30 de setembro de 1950. Filha do Cirurgião Fernando Sampaio e de Dona Maria Carmelita. Rosa cresceu numa Aracaju bucólica, tomando banho na Praia Formosa, onde hoje é um emissário de esgoto da DESO. Fernando Sampaio foi um dos primeiros moradores das imediações das Quatro Bocas.

Aracaju era a sultona das águas. Aquele canal fétido do fundo do Batistão, já foi um Riacho de águas límpidas que corria até a igreja São José. A ocupação de Aracaju, comandada pela especulação imobiliária, transformou um paraíso ecológico, num aterro insalubre.

Rosa Sampaio cresceu numa cidade sem a violência urbana. Fez o primário e o ginásio no Colégio do Salvador, sob a disciplina de Dona Mariá. Entre as rebeldias da adolescência, frequentou a boate Saveiros, do Iate; e a vida noturna da Atalaia, inventada por Luiz Adelmo.

Em 1965, Rosa Sampaio tomou uma importante decisão: foi estudar o científico no famoso Colégio Atheneu, escola pública de excelência, para onde a sociedade sergipana mandava os seus filhos. Rosa Sampaio deu um salto em experiência de vida, amadureceu, o Atheneu era uma grande escola. Aqui uma curiosidade: no Atheneu, Rosa Sampaio foi aluna de física do Senador Valadares, e segundo ela, ainda lembra da segunda lei de Newton. Pensei, com uma certa maldade, resta saber se o Senador ainda lembra.

Em 1968, quando o mundo fervilhava em novidades, Rosa entrou na Faculdade de Medicina. Como toda jovem esclarecida daqueles tempos, amava os Beatles e os Rolling Stones, mas não descuidava dos estudos. Foi uma boa aluna. Antigamente, quando os alunos saiam das antigas faculdades estavam prontos para o exercício da medicina.

Rosa Sampaio frequentou a faculdade no difícil período do AI-5, tendo sido aluna de EPB do doutor Eduardo Vital Santos Melo, famoso intelectual católico da província sergipana. Durante o curso, se aproximou de vários professores, facilitado pelo pai professor e médico importante na cidade.

Ainda estudante, Rosa Sampaio frequentou um estágio no Hospital das Clínicas da USP. Numa aula prática, com um paciente suspeito de calazar, o professor pediu para que os alunos palpassem o fígado do paciente, foi um Deus nos acuda, ninguém sabia. Rosa, valendo-se das manobras de palpação, apreendidas com o professor Aloísio Andrade, em Aracaju, fez tudo corretamente. O professor, um argentino famoso, ficou encantado com o curso de medicina de Sergipe. Ainda era tempo da medicina artesanal.

Rosa Sampaio formou-se em medicina em 1974. No ano seguinte, foi aprovada no concurso de professora para a disciplina “fisiologia do esforço”, ofertada no curso de Educação Física. Com a criação da disciplina de pneumologia na faculdade de medicina, ofertada pelo professor Dietrich Todt, Rosa foi convidada para ser auxiliar, e posteriormente assumiu o comando da disciplina.

Rosa Sampaio, eterna presidente do Colegiado de Medicina, envolveu-se com as mudanças do currículo do curso, afim de integrá-lo às exigências da reforma sanitária. Rosa virou o nome da UFS, que se envolveu nas mudanças. Era o contato dos estudantes, dos militantes da reforma e dos movimentos populares com a Universidade. Cumpriu um papel decisivo em levar os alunos de medicina para a comunidade, tirá-los dos corredores hospitalares. Inicialmente os alunos foram para o Centro de Saúde Francisco Fonseca, ao lado da Igreja, no bairro 18 do Forte.

Rosa Sampaio tomou gosto pela Saúde Pública, vestiu a camisa da Reforma Sanitária. Em 1997, assumiu a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, num período de municipalização. Rosa implantou o Programa de Saúde da Família em Aracaju. São inicialmente doze equipes, todas funcionando bem. O SUS vivia uma fase de esperança. Rosa teve autonomia e não misturou a politicagem. Organizou duas conferências municipais, reforçou o Conselho Municipal de Saúde, incorporou o dentista e a assistente social nas equipes do PSF, e recrutou os agentes comunitários por critérios técnicos. Infelizmente, o trabalho de municipalização da Saúde em Aracaju, depois desandou. Parece que até hoje!

A Saúde viveu um período de comando técnico, de boa gestão. Na semana de vacinação dos animais domésticos, vários pontos foram instalados em Aracaju. Um famoso professor de medicina que morava numa chácara, no caminho da Atalaia, ligou para a secretária solicitando uma equipe para vacinar os seus gatos, em sua chácara. Rosa Sampaio não se intimidou: professor, gosto muito do senhor, mas não posso mandar a equipe. O senhor traga os seus gatos, para vacinar nos locais públicos. O professor ponderou, Rosa, é quase impossível, não existe saco que caibam os meus gatos. Rosa, indagou: e quantos gatos o senhor tem? O velho mestre foi sucinto: 48 gatos. De fato, nesse caso, a secretaria mandou não só a equipe de vacinação; como levou o Prefeito e uma equipe de televisão.

Rosa Sampaio foi a última secretária de saúde de Aracaju que obedeceu rigorosamente a todos os princípios do SUS. Depois a politicagem contaminou o sistema, desarrumou, desviou dos princípios, que até hoje a saúde do município patina.

Por conta do trabalho no SUS de Aracaju, Rosa Sampaio foi convidada a ocupar um cargo importante no Ministério da Saúde, durante a gestão de José Serra, e por lá ficou até a aposentadoria. Hoje, Rosa é residente em Brasília, mas não perde oportunidade de frequentar Aracaju.

Rosa Sampaio foi casada com o famoso jurista Gilberto Villa Nova de Carvalho, com quem teve três filhos: Gilberto, Graziela e Raquel; e por enquanto, sete netos. Rosa é uma remanescente da medicina humanista. Aos 68 anos, cabeça boa, missão cumprida na terra, culta, Rosa Sampaio é uma cidadã do mundo.

* Postagem também no blogdesamarone.blogspot.com

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Ano Novo, Vida Nova, por Ivan Valença


Publicado originalmente no site Alô News, em 7 de janeiro de 2019

Ano Novo, Vida Nova 

Por Ivan Valença 
Coluna Ponto de Vista/Alô News

Esta é a primeira coluna deste ano novo de 2019. Eu mesmo me dei férias nos últimos oito dias e só agora estou me voltando para o teclado do computador com vistas a preparar novas colunas para este site.  Em verdade, é uma obrigação que muito me satisfaz. Obrigação ou tarefa? As duas coisas.

Neste primeiro trabalho de 2019, deixe-me relembrar de alguns “anos novos” do passado. De alguns me recorde particularmente bem pelo que ele representou para todos nós, brasileiros e sergipanos. Foi o caso de 1955 quando completei onze anos de idade. Morava então na rua de Laranjeiras, 487, trecho entre as ruas Capela e Santo Amaro. Nos últimos dias do ano anterior, chegou-nos a notícia de que o casarão em frente a nossa casa tinha sido vendida a uma empresa de cinema de Salvador que pretendia construir ali um Cinema. Poucas vezes na vida fiquei tão contente. É que, já àquela época, nutria uma formidável admiração pela arte inventada pelos irmãos Lumiere e transformada em Arte pelo gênio inimitável de Charles Chaplin.

Então eu iria morar em frente a um cinema? Seria verdade. E foi. No final do ano de 1955, o ano do centenário da cidade, aquele trecho da rua de Laranjeiras foi interditado aos carros porque o Governador Leandro Maciel viria para a primeira exibição oficial do Cinema Aracaju.  No dia seguinte, a cidade ganhava um outro cinema, o Palace, este muito mais moderno e elegante – tinha até ar condicionado. O Cinema Aracaju tinha um ar retrô: o salão de projeção tinha quatro portas laterais e dois janelões que precisavam ser fechado se as projeções fossem vespertinas. Também tinham que ser fechadas rapidamente se o tempo mudasse e passasse s chover.

A cabina de projeção tinha janelões que abriam para a rua de Laranjeiras, mas mesmo assim era muito quente. Ela ficava no “poleiro” como os guris da época chamavam primeiro andar do cinema. Abaixo da sala de projeção ficava a direção e administração do Cinema Aracaju. A geral era pequena, mesmo para os padrões locais mas era o local preferido pelos namorados. Ali, a gurizada também gostava de frequentar só para flagrar casais de namorados se abraçando e se beijando.

Pois é, ano novo me lembra muito essas coisas, assim como a Procissão de Bom Jesus dos Navegantes pelo estuário do Rio Sergipe. Em algum outro dia, voltarei a esse ponto de vista.

Texto e imagem reproduzidos do site: alonews.com.br

domingo, 6 de janeiro de 2019

Livro "POEMAS", de Ismael Pereira


Ismael, Izabel Cristina, Eunice Guimarães (ambas da Academia Literária de Vida) e Israel

Texto publicado no blog 'Academia Literária de Vida', em 26/11/2018

"POEMAS" de Ismael Pereira
  
Quem é o autor

Ismael Pereira Azevedo, sergipano, artista plástico, empresário, nascido em 1º de outubro de 1940, filho de Joana Pereira Azevedo (in memoriam), casado com Cecy Roque Pereira com quem teve dois filhos: Ted France e Telma Roque. Divorciado, casou-se com Isabel Cristina Melo dos Santos Pereira, tiveram 3 filhos: Ismael, Israel e Antônio.

Ismael radicou-se em Arapiraca-Alagoas, no ano de 1965. Empresário do ramo de publicidade e artista plástico, fundador da Câmara Júnior em Arapiraca, integrante da Maçonaria, participante de diversas entidades e eventos nos campos artístico e cultural, foi convidado a ingressar na atividade pública, sendo eleito Vereador, para o 1º mandato de 1973 à 1976 quando também foi eleito presidente da Câmara no biênio 1973/1974. Participou em comissões legislativas e liderança de partido. Exerceu os mandatos de Deputado Estadual de 1983 a 1986, de 1987 a 1990, sendo várias vezes considerado um dos mais atuantes da Assembleia Legislativa. Reconhecido um dos mais eloquentes oradores de Alagoas, bateu vários recordes de apresentação de indicações, requerimentos e de ocupação da tribuna da Casa Legislativa de Tavares Bastos. Foi Deputado constituinte, exercendo destacado papel na elaboração de vários capítulos da Constituição Estadual. Serviu de elo de ligação entre a sociedade civil organizada e o Poder Legislativo. Na eleição de 1990, ficou como suplente, tendo assumido durante praticamente a metade do mandato. Voltou a concorrer em 1994, ficando na 3ª suplência da sua coligação. Nesse período, exerceu o cargo de Subsecretário da Secretaria para Assuntos do Gabinete Civil do Governo de Alagoas, no ano de 1996, voltando a assumir a vaga na Assembleia Legislativa pelo afastamento de Deputados titulares.

EM SERGIPE

Na sua volta para Aracaju, Ismael dedicou-se ao trabalho de publicidade, pintura em telas e peças de cerâmicas. Já realizou inúmeras exposições, sempre elogiadas pela crítica especializada. Atualmente comanda juntamente com seu filho, o Atelier de Artes Ismael Pereira & Israel Melo, na Rua Campo do Brito, N. 314, bairro 13 de julho. Ali expõe suas mandalas, esculturas diversas e quadros. Não bastasse tudo isso ele ainda, tem o dom da eloquência e escreve poesias. É membro da Associação Alagoana de Imprensa e da Academia Alagoana de Cultura. Tomou posse na Academia de Letras de Aracaju, em setembro de 2016, cujo patrono é Epifânio Dória. Foi eleito para a Academia de Letras do Amplo Sertão Sergipano, ocupando a cadeira cuja patrona é a escritora sergipana Rosa Faria. Sua posse ocorreu no dia 11 de novembro de 2017, às 20:00 horas, no auditório da AABB, na cidade de Nossa Senhora da Glória...

Fontes: Site Ricardo Nezinho e familiares.

Texto e imagens reproduzidos do blog: academialiterariadevida.blogspot.com

sábado, 5 de janeiro de 2019

Lara Aguiar ENTREVISTA Amaral Cavalcante

Ilustração: Gabi Etinger

Publicado originalmente no Facebook/Amaral Cavalcante, em 29 de dezembro de 2014 ·

Entrevista ao Caderno 'Revista da Cidade', no Jornal da Cidade de 28/12/2014.

Editado por Lara Aguiar

Lara Aguiar - Como começou a sua trajetória no jornalismo alternativo em Sergipe? Em que época surgiu o jornal Folha da Praia e com qual intuito foi criado?

Amaral Cavalcante – Comecei publicando “O Margilino” em mimeógrafo, jornal de humor e algumas literatices, produzido pela “Turma do Parque” liderada pelo saudoso Cabo Tripa. No jornalismo tradicional trabalhei no “Sergipe Jornal” onde convivi com os mestre Luiz Eduardo Costa e Hugo Costa. Servi também ao Diário de Aracaju, editado por Raymundo Luiz da Silva e publiquei a coluna “Pique Geral” no Jornal de Sergipe, editado por Leó Filho e na Gazeta de Seu Orlando Dantas, onde estavam Ivan Valença, Nino Porto e José Rosa de Oliveira Neto. Como se vê eu sempre estive em boas companhias.

Já o Folha da Praia surgiu em 1981, para dar voz a novos talentos na escrita e no jornalismo que surgiam naquela época, uma juventude dourada que instigava a cena cultural sergipana, mas não tinha audiência, não conseguia veicular suas ideias, cerceados pelo conservadorismo careta nos veículos tradicionais de imprensa. O nosso nanico, feito ao modo de outros alternativos de expressão nacional como O Pasquim, O Movimento, o Ex, acabou se transformando numa peça de resistência política, divulgando artistas e escritores emergentes e patrocinando uma certa revolução de costumes em Sergipe. Durante10 anos o Folha da Praia teve periodicidade semanal, circulando principalmente na praia de Atalaia e nos mais badalados points da cidade. Ele resiste circulando até hoje, aos 33 anos, com periodicidade mensal ainda revelando novos talentos e tentado acompanhar a vertigem desses novos tempos.

O folha é uma grife e, como tal, tem leitores cativos, aqueles que conquistamos nas areias da Atalaia e que hoje são cidadãos que se tornaram leitores assíduos. Ainda é um "jornal feito nas coxas” nosso debochado slogam.

Lara - A partir de que época acontece o seu despertar literário? E como se dá esse impulso de escrever?

Amaral - Sou de uma geração que leu muito, que viu bons filmes e grandes espetáculos e, principalmente, que se comunicava e trocava ideias frequentando os mesmos espaços de lazer e cultura. Comecei a escrever poesia logo cedo, ainda em minha cidade natal, Simão Dias, incentivado pela leitura de mestres da literatura nacional e estrangeira. Ao me mudar para Aracaju recebi o precioso incentivo da Academia Sergipana dos Jovens Escritores liderada pela poeta Carmelita Fontes; depois, convivendo com os escritores marginais da Contracultura, fui ampliando os meus horizontes.

Lara - Quais livros já têm publicados e como se deu essa produção literária?

Amaral - Tenho um único livro de poesias publicado, O Instante Amarelo, um livro bastante convencional, mas a minha produção em mimeografo - naqueles tempos a forma usual de publicação para poetas desabonados - foi bastante profícua. Hoje, escrevo quase diariamente nas redes sociais e mantenho uma intensa troca de emails com amigos e escritores espalhados pelo mundo. Ainda considero a publicação de livros convencionais importante para a fixação da produção literária, mas duvido que o livro tenha a mesma capacidade de difusão e interatividade que a Web proporciona. Estou empenhado em parar um pouco a minha produção para organizar um livro de crônicas, bonitinho e agradável aos olhos, que me permita reunir os amigos numa badalada noite de autógrafos com um bom vinho e salvas de canapés, embora tema que a maioria desses livros acabe virgem de leitura, esquecidos entre as heráldicas pucumãns de uma estante qualquer.

Lara - Como foi sua participação no movimento contracultura em Sergipe, juntamente com Ilma Fontes e Mário Jorge?

Amaral - Não sou daqueles que lamentam os “velhos tempos”, muito pelo contrário, considero os tempos atuais mais inclusivos e muito mais profícuos, mas não posso negar que em nosso tempo o enfrentamento às condições políticas que cerceavam a nossa liberdade, o desejo de expressar o “novo” nas artes e nos costumes, enchia-nos de uma tesão criativa e do prazer da contravenção que nos forçava ao compadrio com as mais legitimas aspirações do cidadão comum, coisa que se tornou raras nos dias de hoje. Figuras como Ilma (Yumah Ilma Fontes), Mário Jorge, Joubert Moraes, Lu Spinelli, Barrinhos, Fernando Sávio, Luciano e tantos outros que empreenderam por aqui um certo movimento contracultural, foram decisivas para que a província sergipana pudesse encarar os horizontes da modernidade. Principalmente Ilma fontes e Mario Jorge, que estabeleceram uma conexão entre nós e os movimentos artísticos e literários em processo nos grandes centros culturais de então, Rio de Janeiro e São Paulo.

Lara - Você já assumiu cargos de gerência pública na área de cultura. Em quais pontos da cultura atuou?

Amaral - É, eu sempre tive que trabalhar para me manter e o serviço público foi quem me absorveu. Comecei como secretário executivo da Galeria “Álvaro Santos”, levado pelo seu primeiro presidente, Florival Santos. Iniciamos ali o acolhimento do poder público a toda uma geração de artistas plásticos. Alem da difusão de novos pintores, colocando-os em interação com a sociedade e fortalecendo um processo de mercado de arte- inclusive instituindo o financiamento para aquisição de obras pelo Benese - a Álvaro Santos consolidou-se como espaço referencial de encontro entre intelectuais e ativistas políticos, um lugar onde a cidade se encontrava com os seus artistas e pensadores. Servi, por algum tempo, como secretário executivo da Sociedade de Cultura Artística, SCAS, sob a presidência de Joao Augusto Gama da Silva, quando reerguemos a importância daquela instituição para a formação cultural em Sergipe, colocando-nos como destino acreditado para importantes companhias nacionais e internacionais. Quando não havia nenhuma repartição públicaem Sergipe cuidando da Cultura, era a SCAS que fazia este trabalho; Fui diretor técnico da Subsecretaria de Cultura estadual nas inesquecíveis gestões de Luiz Eduardo Costa e Fernando Lins de Carvalho e assumi a presidência da Fundação Estadual de Cultura, no governo Antonio Carlos Valadares. Durante os dois governos de Marcelo Déda atuei como assessor especial para a Cultura. 

Atualmente, aposentado do serviço público e sem grandes compromissos funcionais, exerço a prazerosa editoria da Revista Cumbuca, na Segrase, cujo aparecimento é considerado por muitos como um divisor de águas no campo do designer e da editoração de revistas culturais em Sergipe, até agora. Se me permite, cara Lara Aguiar, este é o auto elogio em que me seguro, desesperadamente, para continuar renovando o meu já combalido tesão pelo trabalho.

Lara - Como é envelhecer?

Amaral – É encontrar novos caminhos, continuar caminhando. È sentar-se num banco de praça e ver que o desconhecido ainda passa por ali em busca de veredas que você já percorreu. É a pinima do corpo desobedecendo, a porra do coração ameaçando se entregar ao cansaço, é a ameaça da obsolescência, esta sim, a mais cruel matadora.

É também um pacífico amor pelo futuro.

Finalmente, o sentimento que nos imortaliza.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Amaral Cavalcante