sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Noel Barbosa, idoso, e Manelito, jovem, 2 empresários q farão falta a SE.


Fotos/LegendaCréditos: Noel Barbosa, idoso, e Manelito Menezes, jovem, dois empresários que farão falta a Sergipe (imagens extraídas do Google e postada pelo blog para ilustrar o presente artigo.

Textos Antivirais (48)

 Por Luiz Eduardo Costa (Blogs e Colunas do F5 News)

A COVID, essa coisa terrível, que, lamentavelmente, alguns tratam com desprezo, ironia, e até fazem com ela uma espécie de humor cafajeste, tem causado sucessivas mortes, levando luto a tantas famílias aqui em Sergipe, e em todo o Brasil. Já são mais de 230 mil mortes. Entre elas se incluem agora dois sergipanos destacados na área do empreendedorismo. Noel Barbosa, pioneiro em tudo, e inigualável na simplicidade e na capacidade de ser solidário, se foi, já chegando próximo dos oitenta anos, mas, com uma vitalidade enorme e uma vontade nunca reduzida de sempre fazer, realizar, deixar marcas ainda maiores da sua passagem.

Noel saiu da extrema pobreza ao topo onde alcançam poucos empresários, montando ao lado do seu irmão, o também notável, por ser simples e fraterno Gentil Barbosa. Seguiu a linha dos grandes empresários sergipanos que montaram três redes imensas de supermercados: Pedro Paes Mendonça e seu filho e sucessor João Carlos, criando o Bom Preço, Mamede Paes Mendonça criando a rede Paes Mendonça, Gentil e Noel criando o G. Barbosa. Foram os três vendidos a redes multinacionais, mas os seus fundadores, continuaram atuando em vários outros empreendimentos, e sempre investindo muito em Sergipe.

Já Manelito era ainda um jovem, colhido dessa forma trágica, quando tinha em andamento inúmeros projetos ao lado do pai Henrique Menezes. Henrique herdou do seu pai Manelito, um patrimônio raro de credibilidade, e, criativo, ampliou de forma acelerada os seus negócios, criando o Grupo SAMAM, que era tocado agora pelo jovem Manelito, pondo em prática o que de melhor aprendera com o avô, e o seu pai Henrique Menezes.

Texto reproduzido do blog: f5news.com.br

Morre Noel Barbosa, fundador da rede de supermercados G Barbosa

Imagem reproduzida do Google e postada pelo blog SERGIPE... para ilustrar o presente artigo

Texto publicado originalmente no site do jornal CORREIO 24 HORAS, em 0 de fevereiro de 2021

Morre Noel Barbosa, fundador da rede de supermercados G Barbosa

Morreu nesta terça-feira (9) o empresário e líder empresarial sergipano, Noel Barbosa. Ele foi sócio da rede de supermercados G Barbosa, hoje controlada pelo grupo chileno Ceconsud. Ele era natural de Itabaiana e tinha 79 anos. De complicações decorrentes da covid-19. Barbosa ficou conhecido por participar de uma série de negócios que iam de supermercados a empreendimentos imobiliários, shoppings e supermercados e hotelaria.

Era irmão do também empresário Gentil Barbosa, que fundou a rede de supermercados colocando a primeira letra do seu nome na marca da rede de supermercados nascendo assim o G Barbosa. Ele era investidor no segmento de shoppings tendo participações em empreendimentos do Grupo JCPM no segmento de Shopping Center no Nordeste. Entre eles, os dois principais de Aracaju, o RioMar Aracaju e Jardins.

Noel começou sua vida empresarial aso 12 anos como auxiliar de uma mercearia que vendia secos e molhados, no centro da capital Aracaju. Em 1961, abriu a primeira filial foi aberta no município de Tobias Barreto inaugurando em sociedade com o irmão Gentil o primeiro supermercado do grupo, em 1963, focado nas classes de menor poder aquisitivo.

Ao longo dos anos, Noel Barbosa foi abrindo muitas outras lojas em Aracaju e no interior do estado. No início da década de 1980, o G Barbosa chegou ao interior da Bahia na cidade de Esplanada. Em outubro de 2000, a marca estreou na capital da baiana, Salvador.

No ano de 2001, a rede sergipana foi vendida para o grupo holandês Royal Ahold. Mas o grupo só ficou um pouco mais de quatro anos no controle da empresa. Nesta época, o G Barbosa foi presidido pelo executivo Marcelo Silva. Ontem, ele disse que conheceu Noel quando assumiu o G Barbosa em 2002. “Uma pessoa simples, afável, da melhor qualidade!” Em 2005, o G Barbosa ampliou e modernizou sua atuação e apresentou ao mercado a primeira loja no formato Eletro Show na cidade de Itaporanga, em Sergipe.

Em novembro de 2007, a rede nascida e criada em Sergipe passou a ser comandada pela varejista chilena Cencosud, que escolheu a marca como a principal bandeira a ser trabalhada no Brasil. Em 2011, a rede deu continuidade ao crescimento e se estabeleceu na cidade de Fortaleza com mais quatro lojas no formato de supermercado, contando também com a aquisição da rede cearense Super Família. Na mesma época, aumentou seu domínio na Bahia.

Sem o G Barbosa, Noel continuou a empreender especialmente no setor de shopping center participando de vários empreendimentos. Ele era o mantenedor hoje do Grupo Petrox, sócio dos dois shoppings de Aracaju, dono do NB Hotel e de tantos outros negócios em Sergipe liderados pela NB Empreendimentos. O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas e o prefeito de Aracaju lamentaram a morte do empresário.

Matéria publicada no Jornal do Commércio, que junto ao CORREIO e O Povo integram a Rede Nordeste.

Texto reproduzido do site: correio24horas.com.br

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Covid -19 mata o empresário Manelito da Samam


Legenda foto 2: O governador Belivaldo Chagas lamentou pelas redes sociais a morte do empresário Manelito

Créditos fotos: Manelito de Wellington Barreto e Belivaldo Chagas com Manelito do Instagram

Publicado originalmente no site DESTAQUE NOTÍCIAS, em 12 de fevereiro de 2021

Covid-19 mata o empresário Manelito da Samam

O empresário Manelito estava internando em um hospital de Aracaju

Vítima da covid-19, morreu nesta sexta-feira (12), o empresário sergipano Manuel Aguiar Menezes, de 56 anos, do Grupo Samam. Segundo as primeiras informações, Manelito da Samam, era transplantado e a doença provocou a falência do rim, causando a sua morte. Ele já estava internado num hospital particular de Aracaju há um mês. Manelito tinha duas filhas e era um dos quadro filhos do empresário Henrique Brandão Menezes, responsável pela criação de um pool de 12 empresas em Sergipe. O corpo foi velado no velatório Osaf e sepultado, às 11 horas desta sexta-feira (12), no Cemitério São Benedito, em Aracaju.

Grande perda

O governador Belivaldo Chagas (PSD) lamentou a morte prematura do empresário: “Foi com imenso pesar e consternação que recebi a notícia da morte de Manelito Menezes Neto, de 56 anos, superintendente do Grupo Samam e mantenedor das Indústrias Taquari, produtoras de álcool e açúcar em Sergipe. Deixo aqui o meu abraço para toda a família, amigos e pessoas próximas do empresário”, frisou. Belivaldo lembrou que Manelito vinha ajudando como podia no combate ao novo coronavírus em Sergipe, inclusive com a doação de milhares de litros de álcool gel 70%. Segundo o governador “o empresário deixa um legado de obras e empreendimentos por todo o estado”

O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), também lamentou a morte do empresário. “Foi com muita tristeza, pesar e dor que recebi a notícia do falecimento de Manelito Menezes. Meus sentimentos a todos os amigos e familiares, em especial as minhas enteadas Marina e Maria, filhas de Manelito. Que Deus conforte seus corações”. Segundo o pedetista, “no momento difícil que enfrentamos contra o coronavírus, ele se colocou à disposição e colaborou, de maneira direta, com a Prefeirura”.

Outro empresário

Este é o segundo empresário sergipano que morre de coronavírus esta semana. Na última terça-feira (9), faleceu em São Paulo um dos fundadores do Grupo GBarbosa, Noel Barbosa, de 79 anos. Segundo a família, após contrair a doença em Aracaju seu Noel foi tentar se recuperar na capital paulista, onde permaneceu internado até esta terça-feira (10), quando veio a óbito. O corpo do empresário foi cremado em São Paulo e as cinzas transladas para Sergipe.

Texto e imagens reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

Manelito Menezes Neto, do Grupo Samam, será sepultado às 11 horas


Legenda foto: Manelito Menezes Neto: marcou as empresas Samam

Publicado originalmente no site JL PLÍTICA, em 12 de fevereiro de 2021

Manelito Menezes Neto, do Grupo Samam, será sepultado às 11 horas

Por Jozailto Lima (Coluna APARTE)

Será sepultado às 11 horas da manhã desta sexta-feira, 12 de fevereiro, o corpo do empresário Manelito Menezes Neto, de 56 anos, superintendente do Grupo Samam, um pool de 12 empresas sergipanas nascidas a partir da matriz Samam, revendedora dos automóveis Fiat no Estado de Sergipe.

Manoel Aguiar Menezes Neto foi vítima da Covid-19. Ele fora internado no dia 27 de janeiro, a seguir submetido a uma intubação, teve o problema da Covid debelado, mas desenvolveu outros complexidades em razão da condição de transplantado renal que ele era.

Na última segunda-feira, dia 8, o irmão dele, Henrique Brandão Menezes Júnior, dava a esta Coluna Aparte boas notícias a respeito de Manelito Neto e alimentava a expectativa de que ele fosse desintubado em breve.

“A parte da Covid já foi resolvida. O foco maior agora é no rim, que já era um problema. Ele é transplantado e o rim dele está sofrendo muito com os medicamentos”, disse Henrique Júnior.

O Grupo Samam, ainda liderado pelo patriarca Henrique Brandão Menezes, de 82 anos e que tinha a superintendência de Manelito, é composto por 12 empresas e gera cerca de 3,5 mil empregos diretos.

Na campanha de combate ao coronavírus, o Grupo Samam doou seis mil litros de álcool em gel para a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju no ano passado. Entre as empresas deles está a Taquari, usina de açúcar e álcool.

Antes de Manelito, no dia 4 de setembro do ano passado o Grupo Samam perdeu para a Covid-19 outra figura muito especial e querida na pessoa de Cezar Vasconcelos, que gerenciava a Serigy, concessionária do grupo que revendia a marca Honda. Era funcionário há mais de 25 anos.

O corpo de Manelito Menezes está sendo velado no Osaf e será sepultado no Cemitério São Benedito. Ele deixa duas filhas. Os pais, Henrique Brandão Menezes e Carmen Vieira Menezes, o irmão, as duas irmãs, as filhas e os demais familiares se admitem arrasados com esta morte.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Artigo de Raíssa Oliveira (neta de Noel Barbosa)

Texto publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 10 de fevereiro de 2021

Opinião - Vovô Noel nos ensinou que falar pouco não significa silêncio e sim atenção aos detalhes

Por Raíssa Oliveira (Coluna APARTE) *

Todas as semanas, em um dia e hora exatos, nos reuníamos para almoçar. Cada qual com sua cadeira de sempre, a família seguiu essa tradição por anos, até durante a pandemia, com os cuidados necessários.

Em uma dessas cadeiras, sentava-se Vovô Noel, popularmente conhecido como Noel Barbosa. Sempre pontual e discreto, durante esses encontros e por toda a sua vida Vovô Noel nos ensinou que falar pouco não significa silêncio e sim atenção aos detalhes e mais sapiência ao falar.

Portanto, ouvir mais do que falar foi uma das principais lições deixadas por meu Avô Noel, que demonstrava, posteriormente, com suas ações, o quão atento estava, mesmo que se mantivesse calado.

Sendo um grande homem, demonstrava seu afeto e seu carinho mais em ações do que em palavras, surpreendendo sempre a todos com sua bondade e atenção.

Ao caminhar nas ruas, para desconhecidos meu avô passava facilmente despercebido, tamanha a sua discrição.

Para conhecidos e amigos, sua sapiência e seu tino para os negócios foram muito admirados, servindo de exemplo para todos ao seu redor.

E para nós, sua família, este homem, conhecido como Papai e Vovô Noel, foi e sempre será uma pessoa inesquecível.

O sentimento que permanecerá em nós até o fim das nossas vidas será o da gratidão por tantos ensinamentos, pela sua admirável simplicidade na vida, pela história batalhadora e pela permissão divina de compartilharmos um pedaço de nossas vidas com essa pessoa - um pai e um avô tão singular e que sempre será amado.

* Raíssa Oliveira é a única neta de Noel Barbosa de Jesus, tem 21 anos e é concludente do curso de Engenharia de Produção

Texto e foto de Raíssa reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

Corpo de Noel Barbosa foi cremado hoje em São Paulo e cinzas virão a Sergipe


Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 10 de fevereiro de 2021

Corpo de Noel Barbosa foi cremado hoje em São Paulo e cinzas virão a Sergipe

O corpo do empresário sergipano Noel Barbosa de Jesus, de 79 anos - ele nasceu em 19 de julho de 1941 -, foi cremado ao meio dia desta quarta-feira, 10 de fevereiro, na cidade de São Paulo.

Noel Barbosa faleceu na noite da última segunda-feira, 8, na capital paulista, por falência múltipla de órgãos, depois de lutar alguns dias contra a Covid-19.

Ele deixa dois filhos - Álvaro Fonseca de Oliveira Neto e Sonia Maria Oliveira de Jesus - e como viúva, dona Luza Mabel Noronha Oliveira de Jesus. Tinha por netos Raíssa Oliveira, Álvaro Filho e Noel Neto – todos filhos de Álvaro.

As cinzas dele devem chegar a Aracaju entre esta quinta e a sexta, e a família está programando uma ação de fundo religioso de caráter privado na missa do sétimo dia, que deve ser no domingo, 14.

“Meu pai sempre manifestou, em vida, o desejo de quando morresse fosse cremado”, disse a esta Coluna Aparte de São Paulo, o filho dele, Álvaro Neto, que o acompanhou em todo o processo da doença e trata dos desembaraços agora.

“Vamos concentrar as homenagens a ele na missa do sétimo dia, que vai ser no domingo, porque ele faleceu na segunda-feira à noite. Faremos isso para a família, e o resto será numa live via Youtube”, reforçou ele.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Corpo de empresário sergipano Noel Barbosa será cremado nesta quarta-feira

Noel Barbosa morre aos 79 anos

Inauguração do G. Barbosa

 Publicado originalmente no site G1 GLOBO SE, em 10 de fevereiro de 2021

Corpo de empresário sergipano Noel Barbosa será cremado nesta quarta-feira

Segundo amigos da família, ele faleceu em um hospital em São Paulo.

Por G1 SE

O corpo do empresário sergipano Noel Barbosa, de 79 anos, será cremado na tarde desta quarta-feira (10) na cidade de São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação de um de seus empreendimentos em Sergipe.

Segundo amigos da família, ele faleceu nesta terça-feira (9) em um hospital de São Paulo, após passar um período de internamento em Aracaju.

Noel Barbosa foi um dos fundadores do grupo GBarbosa e empresário do setor de combustíveis e de outros segmentos.

Carreira

Noel Barbosa e o irmão Gentil Barbosa fundaram o GBarbosa em julho de 1955. A princípio, tratava-se de uma mercearia que vendia secos e molhados, no centro da capital. O trabalho resultou na transformação do comércio em uma rede supermercadista, que anos depois foi vendida para um grupo holandês e desde 2007 pertence ao Cencosud.

Ao longo de sua carreira, o empresário também realizou conquistas profissionais nos setores de combustíveis, imobiliário e de outros empreendimentos.

Despedida

Autoridades de Sergipe, empresários e o grupo que atualmente administra a rede GBarbosa se manifestaram sobre o falecimento de Noel Barbosa.

Governador de Sergipe, Belivaldo Chagas:

 "Sergipe perdeu hoje um dos maiores empreendedores da sua história, que deixa um legado de quase 60 anos de obras e realizações que levaram o nome do nosso estado com orgulho para todo o país. Foi com imenso pesar e consternação que recebi a notícia da morte de Noel Barbosa, de 79 anos. Noel foi um dos fundadores do grupo GBarbosa, ao lado do seu irmão, Gentil Barbosa, e já estava internado num hospital em São Paulo. O empresário, atualmente, além de representante do grupo Petrox, tinha participação em shoppings de Aracaju, hotel e vários outros empreendimentos de destaque pelo Brasil. Deixo o meu abraço para toda a família, amigos e pessoas próximas de Noel, um nome que ficará pra sempre na memória do nosso estado. Que Deus conforte o coração de todos!".

Prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira:

"Foi com muita tristeza que tomei conhecimento do falecimento do empresário Noel Barbosa, em decorrência da Covid-19. Noel Barbosa foi um dos grandes empreendedores sergipanos, com expressiva parcela de contribuição no desenvolvimento de Aracaju e de Sergipe. Meus sentimentos a todos os familiares, amigos, funcionários de seus empreendimentos e admiradores", disse.

Presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira:

“Sem Noel Barbosa Sergipe vai ficar diferente, porque ele era um homem que, na simplicidade e na maneira de ser dele, conduzia as coisas e os negócios de uma forma eficiente, dinâmica e muito responsável. Estou muito triste, porque Sergipe perde um empreendedor, um empresário, um homem honrado que vai deixar assim uma lacuna muito forte para todos nós que empreendemos, para todos nós que temos uma vocação empresarial porque a gente aprendeu a conviver com um homem de valor, com um homem de qualidade que, felizmente para todos nós, vai deixar um legado de determinação, de vontade de vencer”.

Presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça:

“Noel Barbosa foi um grande amigo e parceiro de negócios. Empresário discreto, atuante e atento às oportunidades do mercado, era um dos grandes nomes de Sergipe e do Nordeste. Nossos caminhos se cruzaram há muitos anos, quando eu atuava no varejo de supermercado e ele também. Depois, nos tornamos sócios em empreendimentos no setor de Shopping center, tanto em Aracaju como em outras cidades da região Nordeste. Mas meu maior pesar é pela perda de um amigo como poucos. Da pessoa sincera, cordial e de excelente caráter. Infelizmente, nesse último ano, fomos forçados a nos manter distantes. Guardarei as melhores lembranças dele. Fará falta”.

Grupo Cencosud:

"É com muita tristeza e profundo pesar que o time da Cencosud Brasil, rede varejista da qual a bandeira GBarbosa faz parte desde 2007, lamenta o falecimento do empreendedor Noel Barbosa. Visionário e pioneiro, Sr. Noel junto ao irmão Gentil (in memorian) fundaram uma das marcas mais expressivas do varejo nordestino. Iniciaram há 65 anos com uma mercearia de secos e molhados no centro de Aracaju, onde conquistaram a partir dali, uma fiel clientela. O GBarbosa, marca que de forma honrada leva o nome dos irmãos desbravadores, é um legado da cultura empreendedora de Sergipe. Hoje, os 23 mil colaboradores que formam o GBarbosa e de toda a Cencosud Brasil, vêm prestar homenagem e se somar à família Barbosa neste momento de dor", diz a nota.

Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com/se

Morre com Seu Noel Barbosa um modelo de empresário ativo e discreto

Legenda foto: Seu Noel Barbosa: discreto até na hora de morrer

Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 9 de fevereiro de 2021

Morre com Seu Noel Barbosa um modelo de empresário ativo e discreto

Por Jozailto Lima (Coluna APARTE) *

Na noite de 30 de dezembro do ano passado, uma quarta-feira, o empresário sergipano Noel Barbosa, de 79 anos, fez uma visita à uma pequena chácara que ele tinha a caminho da Atalaia, vizinha ao Palácio de Veraneio do Governo do Estado de Sergipe, quando literalmente tropeçou na morte que finalmente o levaria nesta terça-feira, dia 9. Ou 41 dias depois. 

Seu Noel, como era solenemente chamado por todos, tropeçou num cachorro à bordo da piscina, assustou-se com isso, caiu, levou um corte na região dos lábios, recebeu assistência e pontos, mas depois se viu sob sangramentos que terminaram conduzindo-o a um Hospital de São Paulo, onde foi mantido numa UTI.

Lá, seu Noel contraiu Covid-19 e não resistiu. Ele era uma “pessoa sincera, cordial e de excelente caráter”, como bem sintetiza o conterrâneo, empresário e sócio João Carlos Paes Mendonça. Seu Noel poderia muito bem ser síntese de uma piada que dissesse que no dia em que Deus foi distribuir a discrição aos humanos ele acordou cedo, se apressou e pegou para si a maior parcela desta qualidade.

As primeiras informações repassadas por familiares são de que o corpo dele será trazido a Sergipe, para um sepultamento obviamente discreto como fora ele. Durante bons pares de anos, Noel Barbosa foi sócio minoritário, mas muito presente, do irmão Gentil Barbosa no Grupo GBarbosa, fundado no dia 13 de julho de 1955, vendido por eles no ano de 2001 ao grupo holandês Royal Ahold.

Legenda foto: João Carlos Paes Mendonça: “Meu maior pesar é pela perda de um amigo como poucos”

Na época, falou-se que o negócio custou R$ 630 milhões, tendo a família Barbosa ficado de posse de todos os prédios sob aluguel à rede de supermercado que abrigavam as lojas em Sergipe e na Bahia.

João Carlos Paes Mendonça, que acompanhava rotineiramente o quadro de saúde do amigo e sócio no hospital em São Paulo, sentiu duramente o baque da morte dele. “Noel Barbosa foi um grande amigo e parceiro dos negócios. Guardarei as melhores lembranças dele. Fará falta”, disse João Carlos em nota na tarde desta terça.

Mas revelou mais: “Empresário discreto, atuante e atento às oportunidades do mercado, era um dos grandes nomes de Sergipe e do Nordeste. Nossos caminhos se cruzaram há muitos anos, quando eu atuava no varejo de supermercado e ele também”, relembrou.

Legenda de foto: Alvaro Neto e a tristeza: o filho que, juntamente com a irmã Sonia Maria, viu o pai ir longe

“Depois, nos tornamos sócios em empreendimentos no setor de shopping center, tanto em Aracaju quanto em outras cidades da região Nordeste. Mas meu maior pesar é pela perda de um amigo como poucos. Da pessoa sincera, cordial e de excelente caráter. Infelizmente, nesse último ano, formos forçados a nos manter distantes”, afirmou JCPM na mesma nota.

Certamente esse “maior pesar” pela partida de Noel Barbosa não será privativo e nem exclusividade de João Carlos Paes Mendonça.

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* É jornalista há 37 anos, tem formação pela Unit e é fundador do Portal JLPolítica. É poeta.

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

João Alves Filho: um sergipano visionário!


Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 27 de novembro de 2020

João Alves Filho: um sergipano visionário!

Por Aurélio Belém (do blog Infonet)

Certa vez, em 17/07/2019, publiquei um texto no Facebook protestando contra irresponsáveis divulgações de notícias falsas nas redes sociais acerca da morte de João Alves Filho. À época, pedi respeito à sua história e a sua família. Hoje, infelizmente, escrevo diante dessa incontornável e triste realidade: a sua morte recente, aos 79 anos de idade, na noite do dia 24/11/2020, no Hospital Sírio Libanês, em Brasília.

Esperei, propositadamente, para escrever somente agora. Muitos o fizeram antes, rendendo-lhe justas homenagens, com registros biográficos, históricos e saudosos de reconhecimento do grande homem público que foi João Alves Filho. Afinal de contas, Dr. João merece as respeitosas homenagens por sua história.

O pesar da passagem do Dr. João, inevitavelmente, remete-nos à um sentimento de tristeza e de solidariedade à família enlutada, no entanto, ouso registrar que ele, enfim, descansou – é público que Dr. João atravessava uma difícil situação, por estar gravemente acometido pelo mal de Alzheimer. Para mim, era difícil imaginar um homem incansável como João Alves acometido pela neurodegeneração crônica que lhe provocou a perda gradativa da memória, da independência, de habilidades linguísticas e físico-motoras. Por isso, prefiro lembrar das famosas gargalhadas do “Negão”, do “João da Água”, do “João Chapéu de Couro”, apelidos carinhosos que lhes foram dados pelo povo sergipano.

Não compreendo os desígnios divinos, principalmente, aqueles que dizem respeito ao milagre da vida e a inexorável certeza da humanidade: a morte.

Nesse sentido, o merecido repouso eterno conquistado pelo Dr. João, após uma vida repleta de grandes lutas e glórias, vitórias e derrotas, deve ser, sobretudo, enaltecido com a nossa solidária empatia.

De logo, antes de registrar o meu atrevimento em fazer breve registro de um pequeno recorte da história desse notável homem público, distinto e comprometido, encaminho meus sentimentos à família enlutada, rogando a Deus que conforte os corações saudosos dos parentes e amigos. Que Deus o tenha em sua eterna misericórdia!

Embora não fosse dele próximo, tive a oportunidade de conhecer João Alves Filho, até mesmo pela suas relações de compadrio – João e Maria foram os padrinhos de pia batismal da minha irmã caçula, Tarlis Belém do Espírito Santo  – e também de confiança, que ele sempre manteve com o meu pai, Osvaldo do Espírito Santo, que sempre foi por ele lembrado e chamado a colaborar com a pasta da Fazenda em seus governos, seja como titular ou adjunto.

Filho do construtor e empresário João Alves e da senhora Maria de Lourdes Gomes, João Alves Filho nasceu em 03/07/1941, em Aracaju, no bairro Santo Antônio. Foi casado, por 56 anos, com a advogada e Senadora Maria do Carmo do Nascimento Alves. Deixou três filhos, Maria Cristina Alves, Ana Maria Alves e João Alves Neto, e quatro netos: Danilo, Alice Maria, Nina Rosa e Maria de Lourdes.

Além de vigoroso estudioso da vida e da problemática da causa nordestina, mais particularmente do maior dos bens do sertanejo: a água, o engenheiro civil João Alves distinguiu sua vida pelas realizações implementadas através de sua marcante trajetória política, cujo início se deu aos vinte anos de idade, no meio acadêmico, durante o curso de Engenharia Civil realizado na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, quando integrou a Juventude Universitária Católica (JUC) e foi redator do Jornal da Frente Única das Esquerdas.

Com o golpe civil-militar de 1964, João Alves deixou a redação do jornal e passou a exercer, em 1965, a engenharia junto ao seu pai na Construtora Alves, vindo depois a fundar a sua própria construtora, a Habitacional Construções.

Dez anos depois, em 1975, após impressionar políticos e empresários com suas visões e empreendedorismo demonstrados em suas palestras acerca do planejamento urbano, João Alves foi convidado a se filiar à Aliança Renovadora Nacional – ARENA, partido situacionista criado em 1965, pelo AI-2, e, com isso, deu o pontapé inicial à sua longeva e frutífera carreira pública ao assumir a prefeitura de Aracaju (1975/1979), por indicação do então governador José Rollemberg Leite, durante o governo militar do então presidente da república General Ernesto Geisel.

Sua primeira gestão na prefeitura de Aracaju foi corajosa, inovadora e arrojada com a realização de várias obras de infraestrutura que lhe renderam seu primeiro apelido político: “João, o tocador de obras”. A revolução urbana foi provocada por um choque de gestão, com abertura de 14 das principais avenidas que até hoje escoam o trânsito da capital, criação do Parque da Cidade (Parque Governador José Rollemberg Leite Neto); da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes; além do Sistema Integrado de Transporte de Aracaju; a construção do Bairro Coroa do Meio e da Ponte Godofredo Diniz, que liga o bairro ao centro da capital, obras de infraestrutura que o tornaram bastante popular.

Não obstante o sucesso na administração municipal, com o término do mandato, João Alves se afastou da política e retomou as atividades empresariais na sua construtora. Só veio a retornar à vida pública, quatro anos depois, quando foi convidado pelo governador Augusto Franco a se filiar ao recém fundado Partido Democrático Social (PDS), que sucedera a ARENA, após o fim do bipartidarismo da ditadura militar pela Lei 6.767 de 1979.

Posteriormente, após divergência interna, dissidentes do PDS fundariam o Partido da Frente Liberal – PFL, hoje Democratas – DEM. Já o próprio PDS foi rebatizado para a sigla PPR – Partido Progressista Renovador, que depois virou o PPB – Partido Progressista Brasileiro, e o atual PP – Partido Progressista.

Vale aqui abrir um breve parêntese para chamar atenção para um recorte que retrata um exemplo da curiosa história ideológica partidária brasileira: a antiga ARENA, partido de direita situacionista que dava sustentação ao regime militar, ironicamente, acabou por dar origem a um partido denominado frente liberal e outro autodenominado progressista…

Voltando ao tema, em 1982, na primeira eleição estadual direta, após aquela que elegeu João de Seixas Dória (1962), o engenheiro João Alves foi eleito Governador do Estado pela chapa governista, vencendo a oposição – então capitaneada pelo Senador Gilvan Rocha (PMDB), com larga vantagem (3/4 dos votos) – ao lado do vice-governador eleito Antônio Carlos Valadares e do senador eleito Albano Franco, que, por sua vez, venceu o advogado Evaldo Campos.

Nesse primeiro mandato, à frente do executivo estadual, o desenvolvimentista João Alves criou o Projeto Chapéu de Couro, implementando várias ações de combate à seca e à pobreza do sertanejo, levou água (construção de 5 adutoras), energia, estradas para regiões até então esquecidas, o que lhe rendeu mais dois apelidos populares: “João das Águas” e João Chapéu de Couro. Fundou também o Hospital de Urgência Governador João Alves Filho. Enfim, literalmente, João foi um divisor de águas na história desenvolvimentista de Sergipe.

Com o fim do mandato (1983/1987), João Alves foi nomeado ministro do interior pelo então presidente da república José Sarney (1987/1990), sucedendo no cargo o advogado e experiente político pernambucano Joaquim Francisco. Com o término do mandato presidencial, o ministério, criado em 1967, foi definitivamente extinto, tendo sido João Alves Filho o último dos ministros do interior do Brasil.

Reconhecido nacionalmente pelo trabalho desempenhado na pasta, João Alves investira muitos recursos em projetos para desenvolvimento da infraestrutura e combate à seca no Nordeste e nas regiões mais remotas do país.

Em 1990, foi novamente candidato e venceu as eleições para o governo do estado – a primeira com previsão legal de dois turnos – derrotando o sindicalista José Eduardo Dutra (PT), no primeiro turno, ao lado do vice-governador eleito José Carlos Teixeira, e do reeleito senador Albano Franco, e, com isso, acabou por suceder o seu sucessor no Palácio Olímpio Campos, o então governador Antônio Carlos Valadares.

Nesse mesmo pleito, em decorrência da excelente avaliação de sua atuação nos governos, estadual e federal, além da ampla margem de votos alcançada, João Alves conseguiu ainda impressionante façanha na eleição proporcional, a sua coligação partidária preencheu todas as cadeiras da Câmara dos Deputados, elegendo os oito deputados federais, e ainda elegeu 20 deputados estaduais das 24 cadeiras na Assembleia Legislativa.

Dentre as várias obras e realizações, em seu segundo mandato (1991/1994), João Alves Filho deu continuidade à sua política de combate à seca e a miséria, construiu e entregou a maior obra turística do Estado, a nossa bela Orla da Atalaia, e criou o Platô de Neópolis, grande área irrigada e estruturada para exploração agrícola e infraestrutura, recebendo o epíteto de “João do Povo”.

Como um fenômeno eleitoral, ao final do seu segundo mandato, João Alves apoiou a candidatura do Senador Albano Franco ao lado do vice José Carlos Machado (PFL) para o governo do Estado, e, no segundo turno das eleições de 1994, após Albano ficar atrás no placar do primeiro turno, João Alves “caiu em campo”, com isso, então, virou o jogo com a votação maciça do eleitorado do interior, derrotando a oposição capitaneada por Jackson Barreto (PDT), que havia vencido o primeiro turno. Com isso, Albano Franco renunciou a metade restante do seu mandato no senado, assumindo, em seu lugar, o suplente José Alves do Nascimento.

Ocorreu que, em 1998, João Alves pretendia retornar ao Olímpio Campos, mas não contava com a aprovação da emenda constitucional 16/1997, que passou a permitir a reeleição nos cargos executivos, após sua aprovação pela Câmara dos Deputados, presidida pelo Deputado Federal Michel Temer (PMDB-SP), e pelo Senado (62 x 14), este em sessão solene que não durou mais que nove minutos, presidida pelo Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL/BA).

Com isso, travou-se uma batalha de titãs, Albano Franco (PSDB), acompanhado do vice Benedito Figueiredo (PMDB), seguindo o exemplo do seu líder nacional Fernando Henrique Cardoso, lançou-se à reeleição, enfrentando de um lado a candidatura de Antônio Carlos Valadares (PSB) e do seu vice José Eduardo Dutra (PT), e de outro, o ex-governador João Alves Filho (PFL) e o seu vice Francisco Rollemberg (PTN). A eleição foi ao segundo turno: Albano x João.

Diante disso, abertas as urnas, João Alves conheceu a sua primeira derrota eleitoral, após apertadíssima disputa em segundo turno, que lhe rendeu 45,61% dos votos, mas, por outro lado, foi eleita a sua esposa, Maria do Carmo (PFL), como Senadora da República, que derrotou Jackson Barreto (PMDB) e José Almeida Lima (PDT).

Em 2002, de volta, Dr. João (PFL) disputou novas eleições para o governo do estado, dessa vez numa chapa puro sangue, ao lado da vice Marília Mandarino (PFL), novamente contra o agora Senador José Eduardo Dutra (PT), saindo-se vitorioso nas urnas, nos dois turnos. Com a vitória, João Alves alcançou a façanha, até agora única, de governar o Estado de Sergipe por três vezes.

No terceiro mandato, João Alves não contava com alianças políticas nos executivos federal e municipal, então chefiados por Lula e Marcelo Déda, respectivamente, o que não lhe rendeu facilidades, mas a coragem, a criatividade, a determinação do “Negão”, fizeram com que ele superasse as dificuldades e o “João Coragem” construiu e entregou mais um cartão postal, a maior ponte urbana do Nordeste, a bela Ponte Construtor João Alves, ligando os municípios Aracaju-Barra dos Coqueiros por sobre o Rio Sergipe, o que encurtou as distâncias entre a capital e o litoral norte do estado, facilitando o escoamento de produtos pelo porto, também por ele construído em 1994, com isso, gerou integração e desenvolvimento turístico e urbanístico à novas regiões.

Em 2006, João Alves Filho voltou a disputar eleições para o governo estadual, buscando sua primeira reeleição, quando concorreu, num pleito extremamente polarizado, entre a esquerda e a direita, com outro fenômeno eleitoral, o então prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, advogado e político talentoso, dotado de invejável oratória, com destacada passagem no legislativo, estadual e federal, e que vinha de dois mandatos sucessivos à frente do executivo municipal, e tinha como candidato a vice o atual governador do estado Belivaldo Chagas (PSB).

O resultado das urnas trouxe a segunda derrota eleitoral da chapa encabeçada por João Alves e seu vice Fabiano Oliveira (PSDB), no primeiro turno. João Alves apareceu com 45,02% dos votos e o terceiro colocado o advogado e deputado federal João Fontes (PDT) com 2,12%, o que demonstra bem a forte polarização entre as candidaturas de João e Déda. Por outro lado, mais uma vez, João Alves logrou a recondução de sua esposa Maria do Carmo para o segundo mandato no Senado.

Em 2010, novamente, João Alves voltou a disputar as eleições estaduais, tendo Nilson Lima (PPS) como candidato a vice-governador, agora contra a reeleição do então governador Marcelo Déda (PT), que tinha como vice Jackson Barreto (PMDB), que se saíram vitoriosos.  Para o Senado, são eleitos Eduardo Amorim (PSC) e Valadares (PSB).

Com a reeleição de Marcelo Déda ao governo do estado, Dr. João (DEM) se voltou as eleições municipais e disputou, em 2012, a prefeitura de Aracaju, vencendo, no primeiro turno, com 52,72% dos votos, o candidato da situação Valadares Filho (PSB), este, à época, apoiado pelo então prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), que havia herdado a prefeitura de Déda em 2006 e depois fora reeleito em 2008.

Nas eleições municipais de 2016, João tentou a reeleição, após uma gestão bem complicada em razão do seu já debilitado estado de saúde, mas acabou ficando de fora do segundo turno, que foi disputado entre Valadares Filho (PSB) e o então ex-prefeito Edvaldo Nogueira, com a vitória deste último. Ainda assim, deixou mais um cartão postal a obra de recuperação e embelezamento do calçadão da 13 de Julho.

De lá para cá, o estado de saúde do Dr. João se agravou diante do implacável avanço do mal de Alzheimer e, por isso, foi levado para Brasília para tratamento, mas o quadro do ex-governador só veio a se agravar, que aos poucos foi lhe roubando a memória privilegiada e lhe dando a invalidez progressiva até chegar a uma espécie de estado vegetativo, em casa, onde foi montada uma UTI domiciliar.

Em 18 de novembro de 2020, João sofreu uma parada cardíaca e foi internado em estado grave. Três dias depois recebeu o diagnóstico de Covid-19. Logo veio a triste notícia de seu quadro de saúde ser “clinicamente irreversível”, diante da paralisação das funções renais e respiração por meio de aparelhos.

Faleceu na noite de 24/11/2020, no Hospital Sírio Libanês, em Brasília, tendo a família decidido cremar o corpo, o que foi realizado em 26/11/2020, na cidade Valparaíso de Goiás. As cinzas do ex-governador deverão chegar em Aracaju, na próxima segunda-feira (30/11/2020), que deverão seguir em cortejo do aeroporto de Aracaju.

Parafraseando a carta deixada por Getúlio Vargas, sem dúvida, João Alves Filho saiu da vida para entrar para história. Deixou um legado de obras estruturantes e fundamentais para o desenvolvimento da sua amada terra natal, com realizações que o colocam no pedestal de um dos maiores homens públicos de Sergipe.

Foi um político com P maiúsculo. Um engenheiro de mão cheia. Um empresário bem sucedido. Um administrador público nato. Um estudioso inquieto e curioso. Um trabalhador incansável e sempre de prontidão.

Conhecedor como poucos da problemática nordestina, a sua defesa intransigente do povo e da causa sertaneja é inspiradora e sua história deve ser contada com orgulho por nós sergipanos, independente de ideologias político-partidárias. A sua postura simples, mas decidida somada a sua coragem e determinação são exemplos que devem servir como bússola.

João era também um ávido e incansável leitor. Intelectualmente privilegiado, foi também escritor e membro da Academia Sergipana de Letras, legando-nos importantes obras. Seus livros foram: Nordeste, Região credora (1985); No outro lado do mundo (1988); Amazonas & Nordeste – Estratégias de desenvolvimento (1989); Conferências (1990); Pontos de Vista (1994); Nordeste – Estratégias para o sucesso (1997); Transposição das Águas do São Francisco – Agressão à Natureza x Solução Ecológica (2000); Matriz energética brasileira – Da crise à grande esperança (2003); Toda a Verdade sobre a transposição do Rio São Francisco (2008); Transposição do São Francisco – Uma Análise dos aspectos positivos e negativos do projeto que pretende transformar a Região Nordeste.

Nunca flertou com o Poder Legislativo, sem dúvida, poderia ter sido eleito deputado ou senador. Não o foi por opção, era um homem decidido, de ação e de execução, que sabia bem o que queria.

Foi também um homem de posição firme e de lado, fiel ao seu partido e sua corrente ideológica, que sempre foi de direita, foi uma liderança coerente na sua história política, o que, certamente, foi decisivo para conquistar o respeito e reconhecimento até mesmo dos seus mais ferrenhos adversários, o que me faz lembrar da cerimônia de posse do saudoso Governador Marcelo Déda, no Teatro Tobias Barreto, quando, dignamente, João Alves compareceu para lhe passar a faixa de governador, momento em que, com a euforia dos correligionários vitoriosos, ensaiou-se uma vaia, que foi abruptamente interrompida antes mesmo de ecoar pelo salão diante da rápida intervenção sagaz e humilde do governador eleito que pegou o microfone e disse, mais ou menos, assim: “compreendo a alegria de todos, diante da nossa gigantesca vitória, mas ela só foi gigante porque vencemos um grande homem: o Dr. João Alves Filho”. Imediatamente depois da fala de Marcelo Déda, o ruído das vaias foi substituído por uma forte salva de palmas.

Todos esses predicados não lhe tiraram o farto senso de humor característico. Nesse sentido, como não falar da sua marcante gargalhada espalhafatosa? Pois é, o negão, como se autodenominava, ainda detinha algo especial: o invejável carisma e simpatia, além da inquietude intelectual e do caráter visionário de sua personalidade.

Enfim, vai-se um grande homem, ficam seus grandes feitos.

Se cometeu erros? Claro que sim, afinal se trata de um ser humano, naturalmente falível, com seus defeitos, mas isso não apaga, desmerece ou diminui a grandiosidade e a importância de sua trajetória político-administrativa. Nesse quesito democrático, não há unanimidade e nem precisa existir. Que as suas falhas também nos sirvam de lição e advertência.

Particularmente, confesso-me um apaixonado por história. Muitos dizem que conhecer a história é importante para não repetir erros do passado e que à história cabe o julgamento dos homens públicos, então, atrevo-me a prever a absolvição por aclamação do Dr. João, que ele faça a passagem em paz e desfrute da merecida imortalidade.

Nesse contexto, o presente texto não tem jamais a pretensão de “endeusar o morto”, mas sim de contribuir modestamente com o conhecimento da história de vida de um homem que administrou o Estado de Sergipe por três vezes e a capital por outras duas oportunidades, para somente então poder reconhecer os seus méritos e legado, e, com isso, poder aprender com seus erros e acertos. Afinal, foram 45 anos dedicados a vida pública.

Não é preciso com ele concordar, nem é preciso seguir, sequer é preciso admirar, tampouco ter votado, mas é sim necessário conhecer para reconhecer que se tratou de um grande homem público repleto de grandes feitos que o conferem página cativa no livro da história sergipana.

Portanto, independente de lado, preferências político-partidárias ou ideológicas, o fato é que João Alves Filho venceu as dificuldades e até o preconceito e, com muito estudo e trabalho, escreveu seu nome na história e se ele na reta final de sua vida já não tinha lembrança do tanto que fez por seu estado e por seu povo, nós, sergipanos, nunca devemos esquecer de mais esse grande sergipano.

Ouso dizer que, mesmo tendo discordâncias e divergências, sem dúvidas, reconheço em João Alves Filho um grande estadista visionário e um dos maiores líderes políticos da história de Sergipe, que, incondicionalmente, amou a sua terra e o seu povo, a quem serviu com dedicação por toda a vida, entregando aquilo que melhor ele tinha para dar: a coragem para pensar Sergipe e trabalhar por ele.

Intriga-me, por não me parecer justo, como um homem forte e decidido pode, na reta final de sua longa estrada da vida, enfraquecer a ponto de perder aquela invejável capacidade mental e física de outrora, mas esta é a realidade da vida e da morte. Por isso, a imortalidade humana está presente na forma como percorremos a  estrada da vida, quais caminhos e atalhos escolhemos trilhar, entre passos, saltos e tropeços, da largada até a chegada.

Por fim, por justiça, rogo que a memória de João Alves Filho não seja esquecida e fique sempre bem guardada na memória do povo sergipano.

Aos familiares, esposa, filhos, netos, irmãos, notadamente a minha  professora dos bancos acadêmicos Marlene Calumby, aos amigos e admiradores minha solidariedade.

Viva João Alves Filho!

Aurélio Belém do Espírito Santo, Advogado

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br