domingo, 17 de maio de 2020

"Dr. João Gomes Barreto - O João do Bem", por Jorge Bomfim

Foto arquivo família: Dr. João e sua esposa, a professora Olga,
com arte e postada pelo blog

Texto publicado originalmente no Facebook/Jorge Bomfim Menezes, em 16 de maio de 2020

Dr. João Gomes Barreto - O João do Bem 

João do Pulo

João Presidente

João Chapéu de Couro

Quantos “João” nós conhecemos por este Brasil afora. Mas eu ainda não vi nenhum que se iguale ao João Gomes Barreto – o João de Sergipe, o João Exemplo de Ser Humano e Homem Público, o João um Homem de Bem e do Bem.

Uns dias atrás recebi uma mensagem pelo whatsapp: “Luto – João Gomes Barreto”. Achei que era Fake News. Li novamente e liguei imediatamente para um amigo para verificar se tinha fundamento esta notícia.

Tinha falado com Dr. João duas semanas antes e ele parecia bastante disposto.

É difícil de acreditar, mas era verdade está triste notícia.

Dr. João Gomes Barreto, ou simplesmente Dr. João Barreto, nasceu em Maruim, em 8 de abril de 1930. Filho de Bráulio Menezes Barretto e D. Cecília Cardoso Barretto. Casado com a professora Olga Andrade Barreto. Em sua trajetória na vida pública ocupou altos cargos tanto no governo municipal, estadual e federal.

Foi Secretário Municipal da Administração, Chefe de Gabinete do vice-governador, Secretário Particular do governador, Secretário da Casa Civil, Secretário de Governo e Secretário da Educação. Em Brasília, foi secretário particular do ministro do Interior, João Alves Filho.

Quantos de nós não sentimos uma verdadeira amargura por não podermos, neste tempo de pandemia, dar um último adeus ao “Bom e Velho Amigo Dr. João”.

Porque era assim que o considerávamos. Dr. João, ela aquela pessoa atenciosa (não esquecia o aniversário de ninguém, não faltava a nenhum casamento, solenidade, missa de 7º dia, lançamento de livro, etc.), humilde (sabia tratar bem a todos independente da sua condição social), alegre (parecia que nunca tinha tido um problema na vida), e sempre tinha uma palavra de incentivo para qualquer um que dele se aproximava.

O lema da sua vida era “Quem não vive para servir, não serve para viver”. A sensação que tínhamos dele era que sempre transmitia a seguinte mensagem: “Precisando de alguma coisa, pode contar comigo. Eu estou aqui para resolver o seu problema”. Uma pessoa que tinha prazer em servir. Fazia com tanta alegria que não deixava transparecer que estava fazendo um favor a ninguém, por maior que fosse.

Dr. João era possuidor de inúmeras qualidades que ficarão sempre na memória e no coração de todos os seus inúmeros e incontáveis amigos.

Um sacerdote do bem, um gigante ético, moralmente inatacável, um homem bom, fino, elegante na essência dos atos e na forma de praticá-los, de excelente trato social, muito qualificado pessoalmente, raro exemplar humano, do tipo que tratava os demais humanos com uma humanidade que parece que estamos progressivamente perdendo, um professor de todos nós.

Ele partiu, cumpriu sua missão, e este legado por certo tornará João Barreto sempre presente entre nós.

À veneranda professora D. Olga Barreto, sua eterna companheira, nosso mais profundo sentimento de solidariedade e que Deus lhe dê muitas forças para seguir sem seu companheiro querido. Um par que se fazia uno, um casal cuja liga do infatigável amor sempre os manteve felizes.

Concluo afirmando que Sergipe está mais pobre com a sua partida e como disse acima:

“Quantos “João” nós conhecemos por este Brasil afora. Mas eu ainda não vi nenhum que se iguala ao João Gomes Barreto – o João de Sergipe, o João Exemplo de Ser Humano e Homem Público, o João um Homem de Bem e do Bem”.

Descanse em paz!

Seu amigo,

Jorge Bomfim 16/05/2020

Texto reproduzido do Facebook/Jorge Bomfim Menezes

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Morre João Gomes Cardoso Barreto


Texto publicado originalmente no Facebook/César Cabral, em 9 de maio de 2020

Com tristeza, recebi na manhã deste sábado, 9 de maio de 2020, a notícia do falecimento do Dr. João Barreto, homem público de conduta irretocável, prestativo e que dedicou parte da sua vida servindo a Sergipe e aos sergipanos. No dia 20 de junho de 2019 eu o entrevistei, em sua residência, para a seção "Por Onde Anda Você", do RADAR SERGIPE, cuja reportagem conta um pouco da sua história e que republico, neste espaço, em sua póstuma homenagem. O sepultamento será realizado no decorrer do dia de hoje (9/05/2020), no cemitério Santa Izabel, sem a devida e merecida homenagem dos seus inúmeros amigos, face a essa pandemia que estamos atravessando. Se alguém perguntar "por onde anda você, Dr. João Barreto?", pode ter certeza que ele está na Casa do Senhor, pois ele foi um homem de bem, uma reserva moral, literalmente! Vá em paz, Dr. João Gomes Cardoso Barreto!

Texto reproduzido do Facebook/César Cabral

domingo, 10 de maio de 2020

João Gomes Cardoso Barreto


Publicado originalmente no Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão, em 9 de maio de 2020

Há alguns anos uma greve interrompeu a circulação do tradicional jornal The Times, de Londres. Dizem que durante a paralisação do jornal a preocupação dos lordes britânicos era que se morressem no período seus obituários não seriam publicados no jornal da elite britânica.

Nesses tempos de pandemia e quarentena tenho outras preocupações. Não com meu obituário, que se saísse em algum jornal seria bem resumidozinho, mas com meus amigos que estão morrendo, e não os posso velar. Uma crueldade não poder consolar a família, para poder nos consolarmos a nós mesmos.

Dentre esses meus amigos o último foi João Gomes Barreto. Uma figura ímpar que aprendi muito a admirar. Sempre em companhia de D. Olga estava presente em todos os acontecimentos culturais de Aracaju. Sempre me abraçava com afeto, e dizia que gostava de ler meus artigos, desde os velhos tempos da Gazeta. Muitas vezes traçava ligações com os antigos escritos do meu avô Orlando, que para mim era uma honra.

Há um velho clichê do qual não posso fugir: Sergipe ficou mais pobre.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão

Professor João Gomes Cardoso Barreto não morreu. Encantou-se!

João Gomes Cardoso Barreto: uma alma diferente!

Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 9 de maio de 2020

Professor João Gomes Cardoso Barreto não morreu. Encantou-se!
Por Jozailto Lima (Coluna APARTE)

Dou-me por muito triste com a morte do amigo professor João Gomes Cardoso Barreto, ocorrida neste sábado, 9, quando ele completava 90 anos, um mês e um dia.

Ex-secretário de Estado da Educação, o professor João Gomes Cardoso Barreto, de família tradicional da histórica Maruim, era um raro exemplar humano, do tipo que tratava os demais humanos com uma humanidade que parece que estamos progressivamente perdendo.

Sempre coladinho em sua Olga tão afável quanto ele, João era uma presença viva em Aracaju. Praticava uma cordialidade presencial e porosa. Presencial que digo é a do tipo de ligar telefonicamente para saber como a pessoa amiga estava - o que resulta numa clara manifestação, uma declaração por certo, de afeto nestes tempos de mensagens eletrônicas.

João me ligava constantemente. E sempre chegava leve, com sua voz forte, segura, macia. Nunca impositiva. Queria sempre saber de mim. Da minha família, de notícias da política. De livro e de poesia. O agradabilíssimo sem enjoo e sem afetação morava neste João.

A última vez que me ligou foi no dia 21 de abril, uma terça-feira feriado nacional em memória de Tiradentes. Eu estava no banzo dessa quarentena. Quisemos saber um do outro, como estavam se cuidando.  Na última sexta, dia 8, foi a vez de eu fazer isso.

Às 11h09 da manhã a vozona firme dele me atende ao celular. Diz-me de tom bem sustentado que estavam ele e Olga trancadinhos em casa, sentindo-se muito bem, revelou-me que fizera 90 anos no dia 8 de abril, me reforçou que não tinham filhos, perguntou pelos meus e eu lhe informei.

Na conversa sobre filhos, em tom de brincadeira eu disse-lhe que ele poderia me adotar, do que ele riu alto e zombou de mim, afirmando que “seria ótimo ser o pai ainda que adotivo de um intelectual”.

João era este. João era assim. A conversa durou 2m33s. Tão boa. Tão humana. Ao desligar, jurei a mim mesmo: quando esta pandemia passar, vou fazer uma visita a Olga e a João. Mas ele não me esperou. Hoje, eu e o meu projeto de visitação nos sentimos órfãos - daí o dar-me por triste.

No dia 16 de novembro de 1967, ao tomar posse numa vaga na Academia Brasileira de Letras, João Guimarães Rosa, o João de Cordisburgo, e de “Grande Sertão: Veredas”, disse em eu discursos que “a gente morre é para provar que viveu”.

Sim, o nosso João daqui viveu. E viveu bem. Mas esse seu xará mineiro, que faleceu três dias depois da posse, ainda inscreveu na literatura nacional, como a negar a outra frase, a afirmação de que “as pessoas não morrem, ficam encantadas”.

Vou então pedir licença a esse nobre João mineiro para patentear que o nosso João Barreto não morreu. Encantou-se. E, encantado, paira sobre todos nós. Estou lhe vendo flanar, amigo. E nem dou-lhe adeus, para que fique sempre em forma do que sempre fora: a cordialidade encarnada.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br