sábado, 30 de dezembro de 2017

Artista plástico Adauto Machado





Adauto Machado

Adauto Machado nasceu em N. Sra. das Dores, Sergipe - Brasil, em 1950. Aos 14 anos de idade, mudou-se para Aracaju iniciando o contato com artistas da época.

Aos 16 anos já trabalhava como desenhista publicitário, mas o seu grande desejo era tornar-se artista plástico.

No início da década de 70, passou a morar na Bahia onde teve a oportunidade de conhecer vários artistas de renome. Cerca de um ano depois permaneceu por um curto período no Rio de Janeiro e em seguida partiu para a França, residindo durante 4 anos em Paris.

Retornou ao Brasil em 1976 e algum tempo depois foi morar durante um ano e meio em Manitoba, no Canadá. Regressando ao Brasil fixou-se em Aracaju onde montou seu atelier de pintura.

Desde que se iniciou nas artes plásticas, Adauto realizou inúmeras exposições individuais e coletivas não só em cidades onde morou, mas também em outros locais dentro e fora do Brasil.

Sua obra encontra-se espalhada em diversos países e atualmente seu contato com colecionadores é feito principalmente via Internet...

Texto e imagens reproduzidos do site: catalogodasartes.com.br

sábado, 23 de dezembro de 2017

Um dezembro cheio de história


Publicado originalmente no site do jornal Correio de Sergipe, em 18/12/2017

Um dezembro cheio de história

Por Terezinha Oliva

Dois lançamentos, nesta primeira quinzena de dezembro, chamam a atenção para a História e a Memória de Sergipe. O consagrado historiador Ibarê Dantas, no dia do seu aniversário de 78 anos, 06 de dezembro, lançou “Leandro Maynard Maciel na política do século XX”; a acadêmica Ana Maria Medina, no último dia 13, lançou “Crônicas da passagem do século”, de Edilberto Campos, por ela organizadas em nova edição que reuniu os sete volumes originais em um só.

Dezembro chegou, pois, cheio de História. Um desafio para quem se colocar diante das mais de 400 páginas de Ibarê Dantas e as mais de 800 páginas da obra organizada por Ana Medina. Uma boa leitura é a promessa para o leitor que se dispuser ao desafio. Dantas é conhecido pela obra que construiu ao longo de quarenta anos, dissecando a nossa história política republicana, principalmente pelo estudo do Coronelismo, dos movimentos tenentistas e do comportamento da política local durante a vigência do Estado Autoritário no Brasil, instaurado com o golpe militar de 1964. Porém, tornou-se obrigatória também a leitura do seu “Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel (1825-1909) O patriarca do Serra Negra e a política oitocentista em Sergipe”, que o levou ao estudo da política sergipana no Império, cobrindo uma lacuna nos nossos estudos históricos.

Agora, a biografia de Leandro Maciel, ícone da cena política sergipana no século XX, reúne toda a experiência acumulada pelo historiador e vem para procurar responder a indagações que ele se colocara nos estudos precedentes. A opção de estudar “o homem no mundo”, como ele mesmo declara na Introdução, permite um olhar que não se restringe nem se encerra no biografado, levando em conta que sua atuação atravessa vários períodos da política local, de 1926 a, pelo menos, 1974. É meio século da história política de Sergipe, encarada com o cuidado e a responsabilidade de sempre, por um historiador sobejamente reconhecido pela grande contribuição que presta ao conhecimento do nosso Estado, desvendando os caminhos da vida política que tem demarcado a posição de Sergipe no cenário da Federação Brasileira.

As “Crônicas da Passagem do Século” deixam os sete livrinhos simples da edição original, para figurar na robusta e bem cuidada edição organizada pela Acadêmica Ana Maria Medina, com a contribuição de toda a equipe que com ela trabalhou. Sergipe tem memorialistas de peso, como os irmãos Amado (Gilberto e Genolino). Edilberto Campos, com o peso da sua experiência, cosmopolita e sergipana, oferece ao leitor uma bela oportunidade de percorrer diferentes aspectos da sua vivência. Ela está registrada desde os inícios do século XX, naquela fase de uma transição capital, quando reverberavam em Sergipe as transformações provocadas pela mudança de regime político e pela adoção do trabalho livre, chegando até os anos 1950. Ali estão, em linguagem simples, mas atraente, abordagens que revelam um olhar sensível, minucioso, expressando grande capacidade de observação e de amor pelo que o cerca. Além disso, está presente a vida singular de quem acompanhou de perto fatos marcantes da história republicana, como filho e secretário que foi, do Presidente Guilherme Campos, deposto pela Revolta Fausto Cardoso e sobrinho do Senador Olímpio Campos.

É esta preciosidade que Ana Medina torna acessível, confirmando a sua vocação para resgatar importantes expressões da memória, da história e da literatura sergipanas. A Acadêmica já enfocou o poeta Hermes Fontes, o cronista e memorialista Mário Cabral, organizou as “Efemérides Sergipanas” de Epifânio Dória e, com a mesma maestria, lançou-se à organização da obra de Edilberto Campos, ampliando este lado do seu trabalho intelectual, que se completa com obras referenciais como “Ponte do Imperador” e “Trilhando Memórias”.

Este mês de dezembro, já estamos premiados. Temos material para degustar, com prazer, nos primeiros dias do próximo ano. É hora de desejar aos leitores, junto aos votos de Feliz Natal e Feliz Ano Novo, boas leituras, com mais e sempre melhores oportunidades de conhecimento da nossa história e da nossa cultura.

Texto e imagem reproduzidos do site: ajn1.com.br

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

De ‘Cor Nua’, Joubert Moraes em festa

Artes plásticas, música e audiovisual celebram 
os 70 anos de Joubert Moraes.
Foto: Tanit Bezerra

Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 20/12/2017 

De ‘Cor Nua’, Joubert Moraes em festa

Numa celebração à vida e obra, o artista de múltiplas artes lança álbum duplo.

Por: Gilmara Costa/Equipe JC

Sem tempo a perder, em tempo de celebrar e no tempo do artista de sensibilidade múltipla, que se fez/faz energia radiante em tela e esculturas, é chegada a hora de irradiar composições restritas a um universo de notívagos na capital sergipana, com ecos pelo país reverberados por amigos persistentes em registrar cada letra ao tom de Joubert Moraes. ‘Cor Nua’ é o primeiro disco dele, que será lançado hoje, 20, às 19h, no Museu da Gente Sergipana, onde também acontece a exposição ‘Joubert 70’ e a exibição do documentário ‘Aracajoubert’, dirigido por Jade Moraes.

A noite será de celebração dos 70 anos de vida e cinco décadas de música, estes consagrados num álbum duplo, com 23 faixas, algumas com gravações de um passado que hoje se faz presente; outras, com releituras presentes assinadas por uma turma que convive, admira e é influenciada pela arte de Joubert. Será o (re) começo de um artista que ‘é o que viveu’ e o que ainda tem por viver.

“São 50 anos de música, de tocar de conhecer muitos artistas. E ‘Cor Nua’ é a letra que escrevi com Maria Cida, que conheci quando estava expondo em São Paulo. E que agora é disco, sem pressa, embora eu tenha tido muitas oportunidades de gravar, ficava sempre adiando. E escondendo as letras, pois não gostava de dar. E agora, nessa celebração, com encontros e reencontros, estou feliz ao redescobrir minhas harmonias, o carinho. A turma fez uma releitura tão bonita que quando vi tocando, os olhos ficaram cheio de lágrimas. É um recomeço, e que vai continuar, estou mais na relação de cantar e o que não se pode perder é tempo”, afirmou Joubert Moraes.

Numa espécie de escultura trabalhada a mais de uma dezena de pares de mãos e feito tela com cores coletivamente pinceladas, o disco duplo foi produzido pelo jovem artista Dudu Prudente, que juntamente com Pedrinho Mendonça comandam marcam a presença no álbum com a percussão. “Joubert é pura emoção e um cara que sempre se fez presente na minha vida, e me espelhei no universo dele. Tivemos uma aproximação há mais de dez anos com o universo musical dele, até então pouco conhecidas, com parcerias incríveis com Mário Jorge, poeta antológico, Bene Fonteles, Alcides Melo e tantos outros. Então, fui sendo tocado pelas composições que nunca haviam sido gravadas, ninguém conhecia aquilo ali, além do universo dele, ali restrito de amigos, as pessoas não conheciam, eram inéditas. E há seis começamos a gravar esse disco”, revelou Dudu Prudente.

Na sede de uma verdadeira desnude do cantor e compositor Joubert, o disco inicialmente projetado para apenas um volume se tornou duplo, com a expressividade sonora de Joubert em voz e violão. “Chegou um momento em que sentimos a necessidade e de colocar muito mais coisa, o disco com banda tem nove músicas, mas tinha mais pérolas que não iam para o disco e que tinha registro há mais de 20 anos, da época que ele ainda tocava violão. E foi assim, que eu e Júlio Rêgo, tivemos a ideia de remixar e remasterizar, fazendo o disco duplo”, explicou.

Dos artistas

Responsável pelos arranjos, o violinista Rodrygo Besteti não esconde a admiração pela sensibilidade sonora de Joubert, tão pulsante quanto a arte expressa através do trabalho com as mãos. “Joubert é uma das escolas da noite aracajuana, é uma figura que dispensa comentários, um cara excepcional das artes plásticas e musical. E a partir do contato com as composições e a pesquisa, gravando e observando ele cantar, fui fazendo os arranjos. Toda música tem uma história, uma poesia por trás e essa ideia musical ele nos deixou bem à vontade. É como se pegasse uma mulher bonita e a deixasse ainda mais linda. Trabalho com esse embelezamento de uma coisa mais existente”, ressaltou.

Para Júlio Rêgo, que já compartilhou de momentos musicais com Joubert Moraes, o lançamento do álbum é uma obra final de uma história ‘cantada’ há anos, à penumbra da manifestação artística de Joubert em telas e esculturas. “É um arremate dos encontros e obra desse artista que é referencial para mim e tantos outros. Ele sempre esteve à frente nas ideias, no que ele fazia. Esse disco foi a oportunidade que tivemos de começar uma história nova de algo que já existia, de clássicos que ouvíamos. E muito da sensibilidade de artista plástico está na interpretação dele, pois, prestando atenção é como se ele estivesse pintando. E se olhar bem como é pintura mesmo, tem uns acordes em que a impressão que dá é de sol maior, mas tem a nuance como uma pintura que você vê a cor de Joubert no quadro, e que não é vermelho e nem rosa, é um pôr do sol. As cores dele são bem assim, ele é muito sutil. Nos quadros de Joubert, ele trabalha muito com a luz. Se você pega um quadro dele, dependendo da luz, muda completamente porque tem muita nuance e a maneira dele interpretar é assim. Existe mil maneiras de fazer arranjos, e esse disco é apenas uma das maneiras”, disse Júlio Rêgo.

Também presente no disco e com o privilégio de ter gravado anteriormente com Joubert Moraes, Tatiana Cobbett, destaca a importância do legado de um artista que tem múltiplas facetas artísticas. “Esse trabalho tem ao mesmo tempo o resgaste, que mexe com essa memória musical da cidade, da qual Joubert é um ícone, pois essa musicalidade dele não é de hoje. Embora o artista plástico fosse bem mais exposto do que o músico, ao seu redor, os jovens artistas sempre reconheceram em Joubert esse potencial. E agora ver outra turma, a terceira geração, retomar essa obra, com uma releitura contemporânea, é maravilhoso. E foi um trabalho feito respeitando o tempo do artista, que se renova e contempla, deixando um legado sonoro para a posteridade”, afirmou.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Edvaldo Alves fala do seu livro sobre os ex-escravos libertos em Sergipe


Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 22 de setembro de 2017

Edvaldo Alves fala do seu livro sobre os ex-escravos libertos em Sergipe. 

Por Erick Feitosa 

O professor e pesquisador Edvaldo Alves de Souza Neto lançou seu primeiro livro em agosto de 2017. Em entrevista ao portal Expressão Sergipana, o historiador sergipano contou um pouco de sua trajetória e dos principais pontos da sua obra. “Saindo das senzalas, mas não da história: libertos em Sergipe no pós-abolição (1888-1900)” foi publicada pela Editora UFS no formato e-book e está disponibilizada de modo gratuito pelo site da editora.

O livro é fruto de sua pesquisa no mestrado do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Sergipe (UFS), sob a orientação do Prof. Petrônio Domingues. A obra relata a trajetória coletiva e individual dos ex-escravos libertos e seus descendentes no cenário sergipano, logo após a abolição da escravatura com a Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888.

O escritor apresentou alguns motivos que lhe incentivaram a escolher esse objeto de estudo e período histórico. “Como a maioria das pesquisas históricas sobre a História e Cultura Afro-Brasileira em Sergipe se encerram no ano de 1888, centrando-se no período da escravidão, quis evidenciar que também é importante estudar os anos subsequentes à abolição; que os negros “saíram das senzalas, mas não da história””, afirmou.

Um característica marcante do livro é o estudo específico sobre os impactos do pós-abolição em Aracaju. Com isso, Edvaldo explica. “Como tive um foco maior no cenário Aracajuano, percebi o quanto essa população liberta foi fundamental para o crescimento da recém capital, Aracaju. Na época da abolição, Aracaju havia completado três décadas de existência, cidade muito jovem. E, sem sombra de dúvidas, a população africana e afrodescendente pintou o seu modo de ser, pensar e agir nas ruas da cidade”, conclui.

Sobre como sua obra contribui para o fortalecimento da identidade racial, Edvaldo aponta que “é de suma importância estudar os desdobramentos da escravidão, primordial para impulsionar políticas públicas de reparação, no entanto, é um erro gravíssimo achar que o negro só tem importância na história enquanto escravo. Assim, as discussões do pós-abolição possibilitam repensar a presença e a contribuição africana e afro-brasileira na história do Brasil para além da escravidão, de modo a contribuir na luta contra o racismo; longe de serem vítimas da história, os libertos e seus descendentes foram sujeitos partícipes não só da nossa cultura, mas também das outras esferas da sociedade brasileira”, apontou o historiador.

Confira a entrevista na íntegra:

Expressão Sergipana: Edvaldo, qual é sua história de vida? Como você se tornou estudante de história? E como se desenvolveu sua formação acadêmica até o lançamento do seu primeiro livro?

Edvaldo Alves: Antes de qualquer coisa, agradeço o espaço e interesse do portal Expressão Sergipana por divulgar a pesquisa que acabo de publicar. É muito importante o trabalho que vocês têm desempenhado na divulgação do conhecimento. Bem, eu sou oriundo da escola pública e como muitos dos meus colegas que optaram pelo magistério, tive bons professores de História na minha formação. No antigo Colégio Estadual Gov. João Alves Filho (hoje Centro de Excelência Professor José Carlos de Souza), onde estudei, gostava muito das aulas da professora Josefa; eu ficava impressionado como ela conseguia organizar as ideias com tamanha facilidade e isso me motivava bastante. Também tive aulas em um cursinho preparatório com o professor Jorge Marcos, outra fonte de inspiração. Então, desde cedo, eu já sabia o que pretendia cursar. Fiz vestibular e consegui entrar na Universidade Federal de Sergipe (UFS) no ano de 2009. O início foi um pouco complicado, porque eu trabalhava à tarde como jovem aprendiz no Banco do Nordeste e ia para universidade à noite; era uma rotina cansativa. Foi quando resolvi se concentrar nos estudos e entrei no Programa de Educação Tutorial (PET) do Departamento de História (DHI/UFS). O PET foi um divisor de águas na minha formação acadêmica, onde passei a trabalhar e aprender com ótimos profissionais como: o prof. Dilton Maynard, tutor do programa à época e que me ensinou (e até hoje me ensina) muito; o prof. Carlos Liberato, com quem iniciei no universo da pesquisa; o professor Itamar Freitas, meu orientador na pesquisa monográfica que apresentei em 2014. Por questão de identidade, minha avó paterna era adepta do Candomblé e meu bisavô foi ex-escravo, eu sempre me interessei pela temática africana e afro-brasileira, enquanto negro, sempre quis saber sobre minha história. A primeira pesquisa que desenvolvi foi sobre a imagem do negro na historiografia sergipana sob orientação do prof. Carlos Liberato. Em seguida, sob orientação do prof. Itamar Freitas, passei a analisar como a História e a Cultura Afro-brasileira aparecia nas Propostas Curriculares Nacionais, uma discussão mais voltada ao Ensino de História, tema da minha monografia. Foi quando conheci o professor Petrônio Domingues, que tinha acabado de voltar de um Pós-Doutorado nos EUA, e ele me apresentou esse campo do pós-abolição; o quão importante e desafiador era pensar a história afro-brasileira para além do período escravista. Eu fiquei encantado pelo tema, até então, nunca havia parado para pensar nisso. Ele aceitou me orientar em uma pesquisa de mestrado no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Sergipe (PROHIS) e acabei investindo no tema, com o interesse em inserir o contexto sergipano nessa discussão. Do resultado dessa pesquisa de mestrado, foi que originou o livro. Nesse período, também pude fazer parte do projeto “O negro no pós-abolição em Sergipe (1888-1900): trabalho, família e lazer” coordenado pelo prof. Petrônio Domingues com o objetivo de desenvolver o campo de pesquisas sobre o pós-abolição em Sergipe por meio da digitalização e divulgação de fontes históricas salvaguardadas no Arquivo Geral do Judiciário do Estado de Sergipe (AGJES). Tal projeto, além de mim e do prof. Petrônio, também contou com a participação de outras duas pesquisadoras, Claudia Domingues e Selma Santos.

Expressão Sergipana: Em “Saindo das senzalas, mas não da história: libertos em Sergipe no pós-abolição (1888-1900)”, porque você escolheu esse objeto de estudo e período histórico?

Edvaldo Alves: Até a graduação, eu não conhecia nada do pós-abolição. Como disse na resposta anterior, o primeiro a me apresentar essa discussão no DHI/UFS foi o prof. Petrônio Domingues. A gente conversava muito sobre o tema e, como ele já é uma referência brasileira nesse campo, tive a sorte de dialogar e aprender com alguém extremamente qualificado. Ele me apresentou várias pesquisas sobre o fim do cativeiro no Brasil e nas Américas, momento em que aprendi sobre a situação dos libertos, das libertas (ex-escravizados) e seus descendentes logo após a abolição da escravatura, ou seja, no pós-abolição, que no Brasil, entendo ser a partir da Lei Áurea de 13 de maio de 1888. O meu interesse era estudar esse evento, não na perspectiva da princesa Isabel, e sim na perspectiva dos beneficiados pela lei, por isso passei a investigar como esses libertos buscavam, ao seu modo, se inserir na sociedade da época. Pensei em começar a pesquisar já no imediato pós-abolição, por isso iniciei no ano de 1888 até o fim do século XIX, em 1900. Como a maioria das pesquisas históricas sobre a História e Cultura Afro-Brasileira em Sergipe se encerram no ano de 1888, centrando-se no período da escravidão, quis evidenciar que também é importante estudar os anos subsequentes à abolição; que os negros “saíram das senzalas, mas não da história”.

Expressão Sergipana: O que o seu livro traz de novo para a História de Sergipe?

Edvaldo Alves: Penso que o tema por si só já é algo novo para historiografia sergipana. Todavia, podemos mencionar alguns pontos. Durante muito tempo, acreditava-se que a situação dos afro-brasileiros nos anos posteriores à escravidão, só poderia ser explicada por meio do entendimento do período escravista. Deste modo, os interpretando por uma perspectiva analítica diferente da deles próprios, fazia-se uma ligação quase que natural entre escravidão e pós-abolição, e desse modo, justificava-se a posição inferior dos africanos e afrodescendentes na sociedade pós-escravista por meio da inadaptação desses sujeitos ao mundo dos livres. O fim da telenovela Sinhá Moça (2006), da TV Globo, nos dá uma representação visual desse processo que acabou se cristalizando no senso comum. O que vemos naquela cena final são ex-escravizados sem planejamento algum, totalmente despreparados para a vida em liberdade. Eles, carregando alguns poucos pertences ou apenas com a roupa do corpo, saem em grande quantidade das fazendas em busca de um destino incerto, momento em que somos tentados a despejar nas favelas e periferias brasileiras essa parcela de migrantes. Como se essa tivesse sido a única realidade de todo ex-escravizado no Brasil. Hoje, com a criação do campo de estudos do pós-abolição, é possível perceber que a coisa não foi bem assim. O meu livro ajuda a compreender esse momento histórico no caso sergipano. Eu me deparei na documentação com libertos bastante estrategistas e que lutaram, ao seu modo, pelos seus direitos, sejam eles no campo da habitação, do trabalho, do lazer, no cenário político e na defesa da nova condição de livre que a lei lhe garantia, “uma vez que já não eram mais escravos”. Assim, durante a pesquisa, localizei alguns libertos que permaneceram trabalhando na antiga propriedade onde eram escravos, desde que fossem firmados novos contratos de trabalho que lhes garantissem uma remuneração considerada justa e que os distanciassem da antiga condição escrava. Por exemplo, algumas libertas decidiram continuar trabalhando na casa da sua antiga senhora no serviço doméstico, contanto que não fossem obrigadas a pernoitar no local de trabalho porque isso as aproximava da sua antiga condição escrava. Essa nova exigência das libertas, fez com que uma ex-senhora manifestasse sua insatisfação na imprensa sergipana, já que, segunda ela, se uma “mãe de família” quisesse beber um chá à noite, ela que levantasse da cama e fizesse, uma vez que não poderia contar com os serviços domésticos das libertas no período noturno, o que considerava um absurdo. Vê-se, ai, um exemplo claro de como o 13 de maio de 1888 representou uma ruptura com as antigas relações escravistas. Já outros libertos e libertas, entenderam que o melhor a ser feito era se distanciar do antigo local de trabalho. Muitos partiram das fazendas em busca de um novo futuro em Aracaju, cidade em crescimento, ou em outras localidades; há ainda aqueles que saíram em busca de parentes, uma vez que eles haviam se separado durante as vendas de cativos, comum durante a escravidão. Ou seja, ao contrário do que a telenovela nos induz a pensar, as estratégias assumidas por esses libertos no momento em que “o cativeiro se acabou” foram extremamente diversas. Há também uma grande incompreensão sobre os significados do 13 de maio que tento discutir no livro. Para muitos, essa data foi uma farsa, fruto de uma decisão conservadora oficializada nas linhas da princesa Isabel. É inegável que o projeto abolicionista aprovado pela princesa, foi o mais conservador possível, no entanto, o fato histórico não pode ser reduzido a esse aspecto. A experiência dos beneficiados pela lei nos mostra outra possibilidade interpretativa. Ao perceber esse evento na perspectiva dos libertos, vemos como ele foi bastante festejado nos quatro cantos de Sergipe; de norte a sul, de leste a oeste. Por um certo tempo, esse foi um dos eventos mais comemorados pela população liberta sergipana. E a justificativa para tal, eram os ganhos proporcionados pela lei, como os que já mencionamos anteriormente, a exemplo da possibilidade de migrar sem a necessidade de prestar contas a um senhor, a definição de uma nova jornada de trabalho sem a necessidade de pernoitar etc. Se a abolição foi fruto de uma solução conservadora, é possível perceber algumas rupturas com o período escravista, espaço onde os ex-escravizados atuaram em busca do reconhecimento daquilo que eles entendiam ser seu por direito. Comemoraram não por serem alienados, mas porque perceberam no plano do cotidiano que algo mudou para melhor. Outro ponto importante que o livro traz, diz respeito a uma parte da história de Aracaju que acabou sendo silenciada pela exaltação aos grandes nomes como Inácio Joaquim Barbosa (presidente da província de Sergipe responsável pela mudança da Capital) e Sebastião José Basílio Pirro (engenheiro que projetou Aracaju). Como tive um foco maior no cenário Aracajuano, percebi o quanto essa população liberta foi fundamental para o crescimento da recém capital, Aracaju. Na época da abolição, Aracaju havia completado três décadas de existência, cidade muito jovem. E, sem sombra de dúvidas, a população africana e afrodescendente pintou o seu modo de ser, pensar e agir nas ruas da cidade. Em vista disso, entendo que a população afro teve uma participação decisiva na formação da cidade de Aracaju, seja expandindo os seus limites para além da região central, na medida que chegavam novos migrantes das áreas rurais; abastecendo o mercado central com produtos; ou até mesmo organizando festividades, como os sambas espalhados pelas ruas da capital, uma forma de lazer largamente utilizada pela sociedade da época. Gente como o liberto Plácido Penna, proprietário de uma barraca de peixe ao lado da Ponte do Imperador, que embora fosse bastante conhecido pela população Aracajuana do século XIX que circulava pelas ruas do centro, acabou sendo esquecido pela memória pública, pois não se vê ruas, praças ou prédios públicos do centro aracajuano batizados em sua homenagem ou em homenagem à população afro-sergipana.

Expressão Sergipana: Você consegue identificar como esse processo dos libertos em Sergipe pós-abolição se diferenciou do processo nível nacional?

Edvaldo Alves: Sim. Cada contexto histórico reserva características que lhe são específicas e Sergipe não foge dessa regra. Sobre o pós-abolição, até o início da década de 80, era comum se basear em pesquisas elaboradas a partir da realidade do Rio de Janeiro e de São Paulo e, em seguida, estender as conclusões dessas pesquisas para o restante do Brasil. Então, se você quisesse saber como foi a situação do liberto em Sergipe, bastava ler os trabalhos feitos para essas localidades que você solucionaria esse problema. Era assim que os historiadores sergipanos até pouco tempo faziam. Hoje, por meio do crescimento dos estudos sobre o pós-abolição, isso não é mais possível. Se a gente comparar a realidade desses dois estados com Sergipe, por exemplo, percebemos que em Sergipe, durante a substituição do trabalho escravo para o trabalho livre, os proprietários sergipanos não contaram com a mão de obra do imigrante, seja ele europeu ou asiático, como ocorreram nessas duas localidades. Aqui, esses postos de trabalho antes ocupados por escravos, passou a ser negociado com libertos que exigiam novas condições.

Expressão Sergipana: Em que sua pesquisa contribui no fortalecimento da identidade racial, diante da efervescência do debate na atualidade?

Edvaldo Alves: Penso que o conhecimento histórico tem um papel importante na formação das identidades, inclusive a racial. O primeiro passo é lembrar para população brasileira que existe uma história do negro no Brasil para além do período escravista. Sabemos que é de suma importância estudar os desdobramentos da escravidão, primordial para impulsionar políticas públicas de reparação, no entanto, é um erro gravíssimo achar que o negro só tem importância na história enquanto escravo. Assim, as discussões do pós-abolição possibilitam repensar a presença e a contribuição africana e afro-brasileira na história do Brasil para além da escravidão, de modo a contribuir na luta contra o racismo; longe de serem vítimas da história, os libertos e seus descendentes foram sujeitos partícipes não só da nossa cultura, mas também das outras esferas da sociedade brasileira. Se a escravidão foi uma violência institucionalizada, no pós-abolição, não observamos, por parte do Estado, políticas de inserção social dos libertos e seus descendentes, mas sim políticas de repressão que condenaram as diferentes práticas sociais desse segmento da sociedade, a exemplo das leis de vadiagem, da criminalização do samba, da capoeira e da perseguição das religiões de matrizes africanas. Historicizar esse processo, além de ser essencial no fortalecimento da identidade racial e na promoção de políticas públicas para atender às demandas da população negra historicamente estigmatizada e injustiçada, é construir uma importante ferramenta de combate ao preconceito e a discriminação racial.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Mestrinho - O mestre da sanfona no Brasil

Mestrinho capa.jpg Foto: Divulgação

Mestrinho - O mestre da sanfona no Brasil

"Sou verdadeiro com a minha música, independente do comércio"

Nascido em 1988 em Itabaiana, Sergipe, 'Mestrinho' é neto do tocador de oito baixos, 'Manezinho do Carira', e filho do sanfoneiro, 'Erivaldo de Carira'. Sua irmã 'Thaís Nogueira' é cantora e seu irmão 'Erivaldinho' também é sanfoneiro. Com o DNA musical tão presente em sua vida, 'Mestrinho' com 6 anos já tocava sanfona e aos 12 anos começou a se apresentar em turnês de bandas da região onde morava. Desde pequeno foi influenciado pela música de 'Dominguinhos', 'Sivuca', 'Oswaldinho do Acordeon', 'Hermeto Pascoal', 'Pixinguinha', 'Jacob do Bandolim', 'Gilberto Gil', 'Milton Nascimento', 'Elba Ramalho', entre outros.

Aos 17 anos, 'Mestrinho' e sua irmã se mudaram de Aracaju para São Paulo e criaram o 'Trio Juriti'. Juntos participaram de festivais e se destacaram pela composição da música autoral “Mais um dia sem te ver”. Ainda nesse trio gravaram dois álbuns chamados “Forró irresistível” e “Cara a Cara” que contaram com a participação dos emboladores 'Caju e Castanha' e com a produção do compositor 'João Silva', um dos maiores parceiros de 'Luiz Gonzaga'.

Já teve a honra de dividir o palco com vários artistas consagrados como: 'Dominguinhos', 'Gilberto Gil', 'Hermeto Pascoal', 'Elba Ramalho', 'Rosa Passos', 'Antônio Barros e Cecéu', 'Zélia Duncan', 'Geraldo Azevedo', 'Jorge Aragão', 'Gabriel o Pensador', 'Paula Toller', 'Luciana Mello', 'Diogo Nogueira', 'Toni Garrido', 'Margareth Menezes', 'Elza Soares', 'Ivete Sangalo', 'Benito di Paula', 'Duani Martins', 'Mariana Aydar', 'Zeca Baleiro', 'Thiago Espirito Santo', 'Sandro Haick', 'Ney Conceição' entre outros.

'Mestrinho' acompanhou 'Dominguinhos' em diversos shows pelo Brasil, inclusive participando da última apresentação em Exu (PE), cidade natal de 'Luiz Gonzaga'; trabalhou com 'Elba Ramalho' por três anos, incluindo sua participação no CD “Vambora lá dançar” onde se apresentou em turnês nacionais e internacionais (Alemanha); com 'Gilberto Gil' fez turnês em festivais de jazz na Europa, Israel e Uruguai, e participou do lançamento do novo álbum do músico chamado “Gilbertos Samba”e que acaba de virar DVD; participou também do CD de 'Jair Rodrigues' "Samba Mesmo Vol. 2", e além de gravações, 'Mestrinho também trabalha como produtor musical e arranjador em obras de outros artistas.

Em setembro de 2014 lançou o primeiro disco solo intitulado “Opinião” que conta com a participação de 'Gilberto Gil' na faixa “Superar” de autoria do próprio 'Mestrinho', além da participação de sua irmã 'Thais Nogueira' na faixa “Arte de quem se ama” do compositor 'Elton Moraes'.

O BACANUDO.COM bateu um papo rápido com o artista, que lotou a Praça São Francisco de Assis, em São Cristovão, no primeiro finde deste mês de dezembro, durante o resgate do "Festival de Artes de São Cristovão - FASC". Acompanhe!

BACANUDO – Com tantos músicos em sua casa (o pai Erivaldo de Carira, o avó Manezinho do Carira e a irmã, a cantora Thaís Nogueira) seria loucura tentar outra área. Quando você se viu realmente um artista, dependente da música para sobreviver?
MESTRINHO - Desde novo eu já sabia que queria viver totalmente de música e muitas decisões foram tomadas em cima dessa minha certeza.

BACANUDO – Como vem lidando com esse boom musical em cima do seu som? Em todos os lugares do Brasil fala-se em Mestrinho!
M - Vejo como reconhecimento de um trabalho feito com amor e muito carinho, para todas as pessoas desse mundo.

BACANUDO – Das participações especiais, duetos já feitos, qual o mais especial e por que?
M- Com 'Dominguinhos' porque sempre foi meu sonho cantar com ele, e me emocionei muito quando conseguir realizá-lo.

BACANUDO – O CD "Opinião" é seu marco enquanto carreira solo, mas sabemos que você começou no 'Trio Juriti' e já tocou com 'Gilberto Gil' e 'Elba Ramalho'. O que o seu som absorveu desses outros trabalhos e o que o seu próximo CD terá de novidade?
M - Tenho muita influência de todos eles, principalmente do mestre 'Dominguinhos', acho que amadureci muito com a experiência que adquirir ao lado de cada um deles. No meu próximo disco tenho dois duetos: Um com 'Ivete Sangalo' na música “Serei pra ti” e outro com 'Dominguinhos' na música “O inverno é você”.

BACANUDO – Atualmente a geração mais jovem de Aracaju vem tratando 'Mestrinho' com um toque de celebridade nacional. Você acha isso engraçado? Assustador? Ou leva de boa? Por que?
M - Levo de boa. Adoro todos os meus fãs, todos os meus conterrâneos, e só quero fazer música boa com carinho para todos eles.

BACANUDO - O seu forró é o mais tradicional e com isto você vem trazendo a bandeira do “forrozin de antigamente”, como sobreviver em meio a tantas inovações musicais no gênero?
M - Sobrevivo inovando e imprimindo minha identidade, sendo verdadeiro com minha música independente do comércio, porque acho que isso que faz a diferença.

BACANUDO – Você escuta as bandas chamadas populares? O que acha de 'Wesley Safadão', 'Simone e Simaria', 'Marilia Mendonça'... essa mistura de sertanejo com o forró?
M - Respeito todos eles e acho que cada um tem o seu trabalho e o céu é grande tem lugar para todos.

BACANUDO - Qual o repertório que você vem apresentando ultimamente nos seus shows?
M - Muitas releituras de grandes artistas como 'Dominguinhos', 'Luiz Gonzaga', 'Gonzaguinha' e canções autorais como “Serei pra ti”, “Arte de quem se ama”, “Te faço um cafuné”, entre outras.

Texto e imagem reproduzidos do site: bacanudo.com

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A história do carnaval em Maruim

Bloco Santa Cruz, em 1940.
Imagem: Edson Lemos/Inventário Cultural de Maruim.

Publicado originalmente no site do Jornal de Maruim, em fevereiro de 2012.

A história do carnaval em Maruim

Por Keizer Santos

O carnaval é a festa mais esperada por muitos foliões em todo o mundo, no Brasil, chegam ao ponto de afirmarem que tudo começa depois do período momesco.

Em Maruim, distante a 30 Km de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, houve um tempo que blocos saiam as ruas e o carnaval do município era uma das maiores festas do Estado.

Em 1940, por exemplo, o bloco Chic, com suas cores (verde, amarelo e vermelho) representava Maruim em diversos lugares, com desenhos de Fenelon Moura, José Maia Cruz, o Zé Maia (ex-prefeito de Maruim, de 1954 a 1957) e Decinho.

Além do bloco Chic, também existia o bloco Santa Cruz, que nasceu no bairro São José. Os dois blocos eram controlados por grupos políticos do município: O bloco Chic, pelos Dantas e o bloco Santa Cruz, pelo Coronel Gonçalo Prado, da Fazenda Pedras.

Os blocos realizavam os ensaios no Teatro Tobias Barreto, que era situado atrás do prédio da antiga Telergipe. Hoje, no local existe apenas um terreno baldio.

O Micareme era uma das principais festas realizadas em Sergipe, era a ressaca do carnaval, que acontecia no Domingo da Ressurreição. Seu declínio começou a partir de 1946, quando surgiu a Micareta de Aracaju.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

CRUZ E SILVA, Maria Lúcia Marques. Inventário Cultural de Maruim. Edição comemorativa aos 140 anos de Emancipação Política da cidade. Aracaju: Secretaria Especial de Cultura, 1994.

 Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldemaruim.com

Dilson Menezes Barreto: Um maruinense a serviço do Estado

Imagem: Inventário Cultural de Maruim.

Publicado originalmente no site do Jornal de Maruim, em fevereiro de 2012.

Dilson Menezes Barreto: Um maruinense a serviço do Estado

Por Keizer Santos.

Dilson Menezes Barreto nasceu em Maruim, distante a 30 Km de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, no dia 27 de abril de 1942. Filho do Sr. Nestor Vieira Barreto, fazendeiro, e da Sra. Geodete Menezes Barreto, funcionária pública.

Apesar de ser filho de Maruim, boa parte da sua infância foi em Japaratuba, município distante a 54 Km de Aracaju, na propriedade do seu pai, a Fazenda Rio Vermelho.

Sua vida escolar iniciou no Grupo Escolar Gonçalo Rollemberg, em Japaratuba

Em 1954, o Sr. Nestor Barreto vendeu a sua propriedade para residir na capital sergipana, a fim de proporcionar uma melhor educação aos filhos. Porém, Dilson passou a estudar na cidade de Laranjeiras, a 18 Km da capital sergipana, pois seu pai não apresentava naquela época uma boa situação financeira para mantê-lo em Aracaju. Na Atenas Sergipana, estudou em regime de internato, no Colégio de Dona Zizinha Guimarães.

O jovem Dilson fez exame de admissão para o Colégio Jackson Figueiredo, onde também estudou em regime de internato, tendo como colega de classe Albano Franco, ex-governador do Estado.

Após um ano em regime de internato, passou a morar na rua Santa Luzia entre as ruas Campos e Riachuelo, a casa dos pais. Deixou o colégio privado por dificuldade financeira e passou a estudar no Colégio Atheneu, tendo como professores José Rollemberg Leite, Ofenísia Freire, Maria Thétis Nunes, Maria da Glória Portugal e o maruinense Joel Macieira Aguiar.

Em 1967 seu pai faleceu, daí a necessidade de trabalhar. Assumiu a vaga de ascensorista no Edifício Walter Franco, emprego este, conseguido por sua mãe, amiga da irmã do então governador Luiz Garcia. Neste emprego permaneceu por dois anos. Mas, para aumentar a sua renda, limpava sanitários e escadas do prédio, todas as noites e nos finais de semana.

Passou a aprender datilografia para ser indicado por José Smith, ao Aloísio de Campos, ao cargo de datilógrafo no Conselho de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Condese), órgão recém criado no governo José Leite.

Passou no vestibular para o curso de Ciências Econômicas, quando na verdade ele queria ter feito Engenharia Química.

No Condese foi conquistando espaços, de datilógrafo, passou a ser auxiliar técnico, depois auxiliar de economista e, depois, economista, passando a ocupar também a Comissão de Crédito Rural Orientado.

Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), foi atuante na política estudantil, assumindo a direção do Centro Acadêmico. Logo depois, foi secretário geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE). 

Devido a sua atuação, no período do Golpe Militar de 1964, foi preso no 28º Batalhão de Caçadores por 21 dias, juntamente com Benedito Figueiredo, Jackson Barreto Lima, Jackson Sá Figueiredo, João Augusto Gama da Silva, José Anderson Nascimento, José Sergio Monte Alegre, Moacyr Soares da Mota, Wellington Dantas Mangueira Marques e mais 27 estudantes.

Devido a sua prisão, só colou grau mais tarde, na secretaria da UFS, em 1968.

Dilson casou com Maria Luíza Boa Ventura Barreto no dia 17 de setembro de 1971, na Catedral Metropolitana de Aracaju. Do casamento nasceram Carlos André e Andréia Carla.

O atuante Dilson Barreto atuou no magistério desde 1970, quando lecionou na Escola Técnica Federal de Sergipe (hoje, Instituto Federal de Educação Tecnológica de Sergipe - IFS), no Colégio Dom José Tomaz, nas Faculdades Integradas Tiradentes, na Universidade Tiradentes (Unit) e na Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Dilson Barreto assumiu diversos cargos públicos: Foi Secretário de Estado do Planejamento em 1976, no governo José Rollemberg Leite; Secretário do Planejamento e Economia do município de Aracaju em 1978, na gestão do prefeito Heráclito Rollemberg; Secretário Adjunto da Saúde em 1983, no governo João Alves Filho; Secretário de Planejamento Urbano do Município de Aracaju, em 1986, na gestão de Jackson Barreto de Lima; Secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, em 1989, depois Secretário de Finanças, na gestão Wellington da Mota Paixão; No segundo governo de João Alves Filho, iniciou como Superintendente de Pesquisa da Secretaria de Planejamento, depois Secretário de Governo e Secretário de Educação.

Em 1993 assumiu o cargo de presidente do Conselho Regional de Economia de Sergipe (Corecon-SE), sendo o décimo terceiro a assumir o posto do Conselho.

Em 1995 foi Secretário de Administração e Finanças do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, na gestão da desembargadora Clara Leite de Rezende.

Dilson recebeu a Medalha Tiradentes e a Comenda Serigy do Governo do Estado de Sergipe.

Referências Bibliográficas

CONSELHO Regional de Economia de Sergipe (Corecon-Se). Galeria dos Presidentes. Disponível em . Acesso em: 11 fev. 2012.

CRUZ E SILVA, Maria Lúcia Marques. Inventário Cultural de Maruim. Edição comemorativa aos 140 anos de Emancipação Política da cidade. Aracaju: Secretaria Especial de Cultura, 1994.

PORTAL Vermelho. Ex-alunos perseguidos pela ditadura terão homenagem na UFS. Publicado em 05 out. 2010. Disponível em Acesso em 11 fev. 2012.

SANTOS, Osmário. Dilson Barreto. Publicado em 15 jan. 2002. Disponível em Acesso em: 11 fev. 2012.

Texto e imagem reprodduzidos do site: jornaldemaruim.com

Homenagem ao Dr. Edilberto Campos




Publicado originalmente no Facebook/Lúcio Prado Dias, em 08/12/2017.

Sessão conjunta especial homenageia Edilberto Campos.

Por Lúcio Prado Dias.

A Academia Sergipana de Medicina, a Academia Sergipana de Letras, a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, Seção de Sergipe e a Sociedade Sergipana de Oftalmologia convidam para a solene que farão realizar em homenagem ao Dr. Edilberto Campos (Lagarto, 1883 - Rio de Janeiro, 1971), que será realizada no dia 14 de dezembro de 2017, às 20 h, no Auditório da Sociedade Médica de Sergipe, na Rua Guilhermino Rezende, nº 426. Na oportunidade, haverá a palestra “O Perfil biográfico de Edilberto Campos”, que será ministrada pela Acadêmica Ana Maria Fonseca Medina, com a participação do Acadêmico José Anderson Nascimento. A entrada é franca.

Para os acadêmicos das diversas academias que se fizerem presentes, recomenda-se o uso das vestes talares. Demais convidados, o traje recomendado é passeio.

No dia anterior, 13 de dezembro, no Museu da Gente Sergipana, a partir das 18h, a escritora Ana Maria Medina, da Academia Sergipana de Letras, lança uma nova edição, revista e ampliada (contendo mais de 800 páginas), com grande acervo iconográfico, do livro "Crônica da Passagem do Século", de Edilberto Campos.

Conheça um pouco mais sobre a vida e a obra desse grande médico e escritor sergipano:

EDILBERTO DE SOUZA CAMPOS nasceu em 4 de setembro de 1883, em Lagarto, filho do Desembargador Guilherme de Souza Campos, que presidiu o Estado de Sergipe de 1906 a 1909 e de D. Anna de Souza Campos. Formou-se em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1905, defendendo a tese “Notas sobre a correção óptica permanente na myopia”.

Especialista em oftalmologia e membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, teve destacada atuação literária, escrevendo várias publicações, entre elas "Crônicas da Passagem do Século”, “Consultas oftalmológicas”, “Centenário do Desembargador Guilherme Campos”. Publicou no Jornal “O Estado de Sergipe” vários artigos sobre higiene escolar.

Em junho de 1908 lançou um importante livro de medicina: “Os Medicamentos da Oculística”, opúsculo de 144 páginas, destinado a servir de guia prático no uso dos medicamentos pela categoria médica.

Em março de 1909, realizou curso de especialização em oftalmologia em Viena, na Áustria, após concluir um período como secretário de Governo durante a administração do pai, Guilherme de Campos, no Governo de Sergipe.

Faleceu em 2 de abril de 1971, no Rio de janeiro/RJ, com 87 anos

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Lúcio Prado Dias.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Édio Vieira de Azevedo: O desbravador do conhecimento!

Édio Vieira de Azevedo 
Imagem gentilmente cedida por Paulo Emílio Brandão de Azevedo

Édio Vieira de Azevedo: O desbravador do conhecimento!

Por Keizer Santos

Édio Vieira de Azevedo, filho de Heitor Paes de Azevedo (1888-1972) e de Henedina Vieira de Azevedo (1875-1951), nasceu em 16 de março de 1916, na cidade de Maruim, Estado de Sergipe.

Sua vida escolar iniciou em sua terra natal, Maruim. Logo depois transferiu-se para Aracaju, capital do Estado, para cursar o ensino secundário, no Colégio Tobias Barreto, de 1930 a 1934. No Tobias Barreto, em 1934, fundou “O Labor”, jornal alternativo para estudantes, que pertencia ao Grêmio Lítero-Científico Tobias Barreto.

Édio Azevedo era sobrinho-bisneto do ilustre Barão de Maruim, João Gomes de Melo, este que por sua vez foi casado com Maria de Faro Rolemberg e Melo, viúva de Manuel Rolemberg Azevedo, proprietário de três engenhos (Unha de Gato, Maria Teles e São Joaquim). Édio, por sua vez, era primo do industrial e, também maruinense, Josias Vieira Dantas e do médico Edézio Vieira de Melo, que foi deputado estadual e vice-governador do Estado de Sergipe.

Em junho de 1942, Édio formou-se em Engenharia de Minas e Civil, na Escola de Minas de Ouro Preto (EMOP), vinculada à Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais.

Também em 1942, um mês depois da sua formatura, casou-se, em Ouro Preto, com Maria de Lourdes Brandão Azevedo (1922-2010), neta do Barão de Camargos, ex-presidente da Província de Minas Gerais. Do matrimônio nasceram dez filhos: Paulo Emílio, Enedina, Thaís, Elisa, Maria Lúcia, Heitor, Ana Emília, Carlos Henrique, Maria José e Marta.

Em outubro de 1942, ingressou na Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, no cargo de chefe do departamento elétrico da usina de João Monlevade (MG). Em 1945, participou de cursos de especialização em retificadores de corrente contínua, na Westinhouse Electric Company, na Pensilvânia, nos Estados Unidos da América (EUA).

No final do ano de 1948, precisamente em dezembro, Édio Azevedo pediu para sair da siderúrgica, deixando assim a residência em João Monlevade (MG). Em 1949, assinou contrato junto ao Governo do Estado de Minas Gerais para comandar a construção da Usina Hidroelétrica de Salto Grande.

Em 1950, foi lecionar na Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como Professor Titular de Eletrotécnica. Em 1951, foi aprovado em um concurso para lecionar Metalurgia Física.

Em parceria com Amador de Barros, Édio Azevedo montou a Fábrica CIME, voltada para a fabricação de transformadores elétricos. Mais tarde, esta empresa foi adquirida por japoneses, que fundaram a multinacional Toshiba, em Contagem (MG).

Com uma vasta atuação profissional e sede por conhecimento, Édio Azevedo fundou a Técnica Moderna Ltda.; A Associação Brasileira de Metais (ABM); Em 1952, o Instituto de Pesquisas Radioativas (IPR), vinculado à UFMG; E em 1965, o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (Ciee-MG).

Édio Azevedo atuou, também, como membro do Conselho Nacional de Pesquisas e do Cooperative Reseach Foundation, nos EUA. Na Califórnia, conheceu o físico americano Robert Oppenheimer, considerado o “Pai da bomba atômica”.

O engenheiro Édio Azevedo escreveu vários artigos científicos sobre metalurgia e energia elétrica. Azevedo escreveu, também, alguns livros, dos quais se destacam “Relances da Belgo-Mineira” (2004); “Artesanato Brasileiro: toalhas rendas e bordados artesanais” (1984) e “Fundamentos de Metalurgia”, em 2 volumes (1965).

Édio Azevedo faleceu no dia 28 de fevereiro de 2005, no Hospital Medimig, em Belo Horizonte (MG), vítima de um acidente vascular cerebral.

Referências Bibliográficas

AZEVEDO, Édio Vieira de. Relances da Belgo-Mineira. Belo Horizonte: Segrac, 2004.
AZEVEDO, Paulo Emílio Brandão. Testemunho impresso. Belo Horizonte, 2010.
BARRETO, Luiz Antônio. Roteiro estudantil/50 anos. Publicado em 06 fev 2009,
[http://iaracaju.infonet.com.br/serigysite/ler.asp?id=359&titulo]
DANTAS, José Ibarê Costa. 200 Anos do Barão de Maroim. Publicado em 22 set 2009, às 15h21. Disponível em < http://www.ihgse.org.br/ >. Acesso em: 04 jul 2010.
INFORMATIVO Estágios. Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (Ciee-MG). Ano X, nº 67, Belo Horizonte: 2005.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldemaruim.com

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Joel Macieira Aguiar

Joel Macieira Aguiar (Imagem: Inventário Cultural de Maruim).

Joel Macieira Aguiar: Um maruinense apaixonado pelo Direito!
Por Keizer Santos

Filho de José de Aguiar Meneses e Maria Macieira Aguiar, Joel Macieira Aguiar nasceu no dia 11 de agosto de 1905, em Maruim, município distante a 30 Km da capital sergipana , Aracaju.

Joel Aguiar foi cirurgião dentista, formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1926 e Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito da Bahia, em 1936.

Aguiar exerceu o cargo de Promotor de Justiça, em Capela e em Neópolis; Foi Delegado de Polícia, em Aracaju, na gestão do Interventor Estadual Eronides de Carvalho; Foi Juiz de Direito, em Maruim, Estância e Aracaju. Mais tarde, tornou-se Desembargador do Tribunal de Justiça e Corregedor Geral da Justiça de Sergipe.

Aos 70 anos, em 1975, mesmo com sua aposentadoria, não abandonou o Direito, voltando a advogar por cerca de dez anos.

Em 1927, Joel Aguiar publicou a primeira edição do Escorço Histórico do Gabinete de Leitura de Maruim. Neste ano, Joel Aguiar ocupou o cargo de Orador no biênio presidido pelo, também maruinense, Josias Vieira Dantas.

Em 31 de julho de 1972, Joel Aguiar e mais 32 magistrados fundaram a Associação dos Magistrados de Sergipe (Amase), entidade de Utilidade Pública Estadual.

Joel Aguiar era um estudioso e parecia estar anos luz à frente das pessoas de seu tempo. Coordenou o levantamento cadavérico de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, bem como das pessoas assassinadas na gruta do Angico, em Poço Redondo. Joel também atuou como redator do jornal “O Comércio”.

Em 1986, Joel Macieira Aguiar escreveu TRAÇOS DA HISTÓRIA DE MAROIM (antiga grafia do município de Maruim), livro este, que foi reeditado, em 2004, pelo Governo do Estado de Sergipe, em homenagem ao sesquicentenário (150 anos) de elevação de vila à categoria de cidade.
Joel Aguiar morreu em Aracaju, aos 89 anos, em fevereiro de 1995, e foi sepultado em Maruim.

No dia 27 de junho de 1996, o então prefeito de Aracaju, José Almeida Lima, sanciona a Lei nº 2.416, que denomina a Rua “Desembargador JOEL MACIEIRA AGUIAR” (antes Rua “N”, localizada no Loteamento Tramandaí, bairro Grageru), prestando homenagem ao jurista maruinense.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- AGUIAR, Joel. Traços da História de Maroim. 2. ed. Edição comemorativa dos 150 anos de Maruim. Aracaju: Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe, 2004.
- BARRETO, Luiz Antônio. Maruim, a cidade e seu cronista. Publicado em 11 abr. 2006. Disponível em < http://iaracaju.infonet.com.br/serigysite/ler.asp?id=59&titulo=Municipios>. Acesso em: 19 fev. 2012.
- CÂMARA MUNICIPAL DE ARACAJU. Lei nº 2.416/1996. Disponível em . Acesso em: 19 fev. 2012.
- CRUZ E SILVA, Maria Lúcia Marques. Inventário Cultural de Maruim. Edição comemorativa aos 140 anos de Emancipação Política da cidade. Aracaju: Secretaria Especial de Cultura, 1994.
ROSA, Gilvan dos Santos. Maruim, coisas que ouvi dizer... 2. ed. rev. Aracaju: Secretaria de Estado da Educação e do Desporto e Lazer, Sercore, 1999.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldemaruim.com

Francisco Quintiliano da Fonseca

Dr. Fonseca (Foto: Infonet)

Francisco Quintiliano da Fonseca: O maior clínico de Sergipe no Séc. XX
Por Keizer Santos*

Francisco Quintiliano da Fonseca nasceu em 26 de fevereiro de 1882, no município de Maruim, distante a 30 Km de Aracaju, capital sergipana.

Filho de José Quintiliano da Fonseca e Maria Diniz da Fonseca. Francisco Fonseca estudou em Aracaju e colou grau em Medicina, em 20 de abril de 1907, pela Faculdade de Medicina do Rio Janeiro, sendo aprovado na defesa de sua tese de dissertação com o tema “Estudo clínico das hemoptises tuberculosas”.

Em 15 de outubro de 1910, em parceria com alguns colegas (Daniel Campos, Militão de Bragança, Rodrigues Dória e outros) ajudou a fundar primeira entidade médica-associativa do Estado a Sociedade de Medicina de Sergipe, que durou apenas 1 ano. Foi o precursor do serviço de Radiologia Médica em Aracaju, em 1922. Exerceu, interinamente, o cargo de Inspetor Sanitário na 2ª Comissão Federal da Saúde Pública em Sergipe. Participou de 4 a 9 de julho de 1932, da Comissão Organizadora do Primeiro Congresso de Pediatria e Higiene Infantil, ocorrido no Rio de Janeiro. Dr. Fonseca foi o primeiro a ocupar a cadeira nº 14 da Academia Sergipana de Medicina. Por essas ações foi considerado, por colegas de profissão, o maior clínico geral de Sergipe no século XX.

Fonseca também atuou como colaborou do “Correio de Aracaju” e foi Deputado Estadual, de 1910 a 1911.

Hortência Rollemberg da Fonseca Carvalho, sua filha, foi casada com o grande médico sergipano Benjamin Carvalho, falecido em 1995.

Dr. Fonseca, casado com Maria Rollemberg da Fonseca, faleceu em 12 de abril de 1973, em Aracaju (SE), aos 91 anos de idade.

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*Estudante do 3º período de Jornalismo, na Universidade Federal de Sergipe (UFS).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- ACADEMIA Sergipana de Medicina. Patronos e Acadêmicos. Disponível em . Acesso em 15 abr. 2012.
- CRUZ E SILVA, Maria Lúcia Marques. Inventário Cultural de Maruim. Edição comemorativa aos 140 anos de Emancipação Política da cidade. Aracaju: Secretaria Especial de Cultura, 1994.
- DIAS, Lúcio Antônio Prado. O maior clínico geral de Sergipe. Publicado em 29 mar. 2012. Disponível em . Acesso em 15 abr. 2012.
- Gomes, Petrônio Andrade; SANTANA, Antônio Samarone de. Dicionário Biográfico de Médicos de Sergipe. Academia Sergipana de Medicina. Publicado em 2009. Disponível em . Acesso em 15 abr. 2012.
- SANTOS, Osmário. Benjamin Alves de Carvalho. Publicado em 04 set. 2004. Disponível em < http://iaracaju.infonet.com.br/osmario/igc_conteudo.asp?codigo=9306&catalogo=5&inicio=24>. Acesso em 15 abr. 2012.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldemaruim.com

Glorita Portugal: Uma maruinense dedicada à Educação!

Glorita Portugal (Imagem: Ascom/Seed).

Publicado originalmente no site Jornal de Maruim, em Maio/2012.

Glorita Portugal: Uma maruinense dedicada à Educação!
Por Keizer Santos

Maria da Glória Menezes Portugal Montes, a professora Glorita Portugal, nasceu no dia 27 de junho de 1917, no Engenho Beleza, no povoado Caititu, no município de Maruim, distante a 30 Km de Aracaju, capital do Estado de Sergipe.

Glorita Portugal é filha de Inácio José de Menezes e de Jardelina de Góis; neta de João Ferreira de Góis e Ana Joaquina Cortes Góis; e irmã do Dr. Geraldo Majela de Menezes.

Glorita iniciou sua vida escolar aos seis anos de idade numa escola do povoado Caititu. Após dois anos, é transferida para o Colégio Nossa Senhora da Conceição, comandado pela professora Violante Macieira, na sede municipal. Um ano depois, Glorita passa a estudar no colégio da professora Zizinha Guimarães, em Laranjeiras. Em 1932, aos 15 anos de idade, passa a residir em Aracaju e, consequentemente, a estudar no Colégio Tobias Barreto.

Em 1934, Glorita firma matrimônio com o baiano Francisco Portugal, professor “amante” das línguas (Dominava o latim, a língua francesa, a inglesa, a espanhola, a alemã, a grega e a russa). Do casamento, nasceram Eglantina, Tornélia, Fortunato, Inácio, Fedro, Eglélia, Verbena e Geraldo Majela, este morreu aos quatro meses de vida.

Glorita Portugal passa a dedicar mais tempo da sua vida ao magistério para ajudar no orçamento familiar, quando seu esposo vai à falência com sua loja de artigos elétricos. Torna-se então, professora de Francês nos Colégios Tobias Barreto, Nossa Senhora de Lourdes, Patrocínio São José, Escola Normal Rui Barbosa e outros.

Em 1957, Glorita presta concurso para a Cátedra de Francês do Colégio Estadual de Sergipe, o Atheneu Sergipense.

Em 1962, sua vida começa a ser marcada com a morte do seu esposo Francisco Portugal. Mais tarde morre sua filha mais velha, a bioquímica do Instituto Parreiras Horta, Eglantina, após ser picada por abelhas.

No Governo Lourival Baptista, assume, por dois anos, a direção do Colégio Estadual Atheneu Sergipense.

Quando Glorita se aposenta, passa a morar no Rio de Janeiro, e contrai mais um casamento, com o também viúvo, João Alfredo Montes, que também fora professor de Física e diretor do Colégio Atheneu Sergpense. Após a morte do professor Alfredo, volta a Aracaju, onde permanece atualmente.

No Conjunto Eduardo Gomes, no bairro Rosa Elze, em São Cristóvão, existe um unidade escolar em sua homenagem, o Colégio Estadual Professora Glorita Portugal.

Glorita Portugal faleceu no dia 4 de janeiro de 2015, no Hospital São Lucas, em Aracaju (SE).

P.S.: A matéria foi atualizada para a inclusão da data de falecimento da professora Glorita Portugal.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldemaruim.com