sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Zé de Dome ganha destaque nacional e internacional com suas obras


Uma das obras do artista estanciano 

Legenda da Foto: Zé de Dome teve sua arte apresentada em vários países 


Publicado originalmente no site da ALESE, em 30 de dezembro de 2021

 

Zé de Dome ganha destaque nacional e internacional com suas obras 


Por Shis Vitória 


José Antônio dos Santos. Este é o nome de batismo do artista plástico Zé de Dome, natural do município de Estância, que se tornou conhecido internacionalmente no segmento das artes. O pintor nasceu em 1921 e se aproximou das telas a partir de 1939 quando decidiu morar na capital baiana, Salvador, após o falecimento de sua mãe. Na capital baiana exerceu ofícios de fiador, tecelão, ajudante de pedreiro, guarda-noturno, marceneiro e entregador de pão. Na época sua ambição era ser ator, porém não alcançou o objetivo desejado, e retomou às atividades com pintura ganhando conhecimento na área a partir da observação e leitura de livros sobre o assunto. 


O artista se consagrou no ramo artístico além fronteiras com apreciações muito favoráveis da crítica especializada. Ao longo dos seus 40 anos ininterruptos de trabalho, Zé de Dome realizou inúmeras mostras (individuais e coletivas) em diversas cidades brasileiras. No exterior, por exemplo, apresentou suas obras na Espanha (Instituto de Cultura Hispânica), Peru (Galeria Portinari), em Portugal (Galeria de Arte do Cassino Estoril), na Inglaterra, como também nos EUA, México, França e na Nigéria. 


Trajetória artística 


Em Salvador, Dome se aproximou de figuras como o escritor Jorge Amado, artistas plásticos como Jenner Augusto e Carybé, além dos cantores Caetano Veloso, Gilberto Gil e Dorival Caymmi. Vale ressaltar que vendeu sua primeira obra em 1945, por 200 cruzeiros. Em 1955, o artista realizou sua primeira exposição individual, na galeria Belvedere da Sé. Ainda na capital baiana o pintor recebeu o primeiro prêmio em 1956 e participou de sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro, na Galeria Macunaíma, em 1961. 


Um ano depois, em 1962, participou da exposição ‘Artistas do Nordeste’, desenvolvida em Salvador. Em 1963, expõe em Salvador, em Estância, Los Angeles e Aracaju. Esta última é patrocinada pela Prefeitura de Estância e por Hélio Amado, industrial sergipano amigo do artista. A consagração para Zé de Dome aconteceu em Cabo Frio (RJ) quando se apaixonou pelo local e ficou conhecido como uma figura querida na cidade. O artista permaneceu em Cabo Frio até a morte, em 1982, convivendo próximo aos pescadores e ao litoral (temas favoritos da sua arte) e se dedicando à pintura e à criação de corujas. 


Galeria de Arte Zé de Dome 


“O meu pai Oswaldo Santos foi pioneiro em molduras em Sergipe, por conta disso passou a conhecer vários artistas e, certa vez, um dos seus clientes sugeriu que ele abrisse um espaço físico com o intuito de reunir as obras que guardava em casa. Em uma grande oportunidade, a sobrinha de Zé de Dome conheceu meu pai e além de contar a história do artista entregou para ele algumas peças que trouxe de Cabo Frio. Sensibilizado com a trajetória e o legado do pintor sergipano meu pai decidiu abrir uma galeria e nomeá-la como Galeria Zé de Dome que funcionou por 40 anos no bairro Farolândia”, relata o curador e responsável pela Galeria Zé de Dome online, Marcelus Fonseca. 


Um vasto acervo com obras do artista e de outras personalidades das artes plásticas pode ser apreciado através da Galeria de Arte Zé de Dome online: https://www.galeriazededome.com.br/ 


Fotos: Divulgação Acervo da Galeria 


Texto e imagens reproduzidos do site: al.se.leg.br 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Professora Rosália Bispo dos Santos (*13.04.1924 † 25.12.2021)

Figuras 1, 2 e 3: Fotografias da professora Rosália Bispo dos Santos. 

Legenda da Foto: Figura 4: Rosália Bispo dos Santos – Na direção do Ginásio de Aplicação da FCFS. 196? 


Publicado originalmente no site da UFS, em 27 de dezembro de 2021 


Colégio de Aplicação da UFS presta homenagem póstuma à professora Rosália Bispo dos Santos (* 13.04.1924 † 25.12.2021) 


Diretora fundadora do Ginásio de Aplicação da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe – atual Colégio de Aplicação da UFS. 


No dia 25 de dezembro de 2021, faleceu em Aracaju, aos 97 anos, a professora Rosália Bispo dos Santos, diretora-fundadora e professora do Ginásio de Aplicação da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe, atual Colégio de Aplicação (CODAP/UFS). 


Nomeada diretora pelo então padre Luciano Cabral Duarte, idealizador do Ginásio de Aplicação (GA), a professora Rosália foi responsável pelas providências iniciais para a instalação e início das atividades do GA no ano de 1959, tendo atuado como diretora até 1965, também foi professora de Francês e de Educação Física do estabelecimento. 


“[...] Em 1959, participei de um curso de perfeição em orientação educacional, no Centro de Estudos Pedagógicos de Nova Friburgo, a fim de preparar-me melhor para o exercício da função de diretora do Ginásio de Aplicação, convidada que fui pelo então Pe. Luciano Cabral Duarte, seu idealizador e fundador. Aceitando o convite do prezado mestre e amigo, estava aceitando o desafio de ser a executora de suas ideias, isto é dirigir um ginásio cujo objetivo principal seria o de servir de campo de trabalho para as observações pedagógicas e práticas didáticas dos alunos da F.C.F.S. [...]”. (Rosália Bispo dos Santos. Cemdap, 1992). 


Nascida em 13 de abril de 1924, natural de Pacatuba/SE, filha de Arthur Bispo dos Santos e Rosa Pereira dos Santos, a professora Rosália iniciou os seus estudos do curso primário no Grupo Escolar General Siqueira, em seguida fez o magistério na Escola Normal. Em 1955, graduou-se em Letras Neolatinas e com essa formação também passou a atuar no Ensino Superior como professora de Língua e Literatura Francesa na Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe a partir de 1957. 


A professora Rosália continuou sua formação docente com a formação em cursos de aperfeiçoamento da docência na Escola Nacional de Educação Física e Desporto, o de Orientação Educacional no Centro de Estudos Pedagógicos em Nova Friburgo-RJ e também aperfeiçoamento no curso de Língua e Literatura Francesa. 


Realizou atividades docentes em diferentes espaços no cenário educacional sergipano, sendo professora do Instituto de Educação Ruy Barbosa (1955), diretora e professora do Colégio Estadual de Sergipe e professora Titular de Língua e Literatura Francesa do Instituto de Letras, Arte e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe - ILAC (1968) e depois professora-fundadora do antigo Departamento de Letras (DLE). Somente no ano de 1991, encerrou suas atividades docente com a aposentadoria na Universidade Federal de Sergipe. Em 11 de maio de 2001 foi reconhecida e agraciada com a Medalha de Mérito Universitário pelo Conselho Superior da Universidade Federal de Sergipe (Resolução Consu/UFS, Nº 06, 2001). 


Na manhã de 30 de outubro de 2017, a professora Rosália acompanhada de familiares, em um gesto de apreço e consideração com o trabalho de preservação da memória institucional do Colégio de Aplicação, recebeu na sua residência a equipe do Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Colégio de Aplicação da UFS para uma entrevista, que hoje compõe o Banco de Histórias do Colégio de Aplicação da UFS. Identidade e pertencimento nas memórias de professores e estudantes.

 

A professora Rosália será sempre lembrada com carinho e gratidão pelas importantes realizações e contribuições para a educação da juventude sergipana, em diferentes instituições educacionais, especialmente na Universidade Federal de Sergipe. Reconhecendo o legado da professora Rosália, o Colégio de Aplicação da UFS presta essa merecida homenagem póstuma e preserva no seu Centro de Memórias registros importantes da atuação dessa importante educadora sergipana! 


Encerramos essa homenagem com um trecho da entrevista concedida pela professora Rosália:

 

“Sempre fui uma pessoa feliz! Muito. [...] principalmente de ser professora! Professora começando no Primário e terminando na Universidade Federal de Sergipe.” (Rosália Bispo dos Santos, 2017). 


Texto produzido por Joaquim Tavares da Conceição (Professor do Codap/UFS). 


Fonte: 

Documentos e fotografias do acervo do Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Colégio de Aplicação da UFS (Cemdap). 


CEMDAP. Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Colégio de Aplicação da UFS. Caderno de Memórias 25 Anos (1967-1992): Jubileu de Prata, 1992. 


SANTOS, Rosália Bispo. 2017. Banco de histórias do Colégio de Aplicação da UFS: Identidade e pertencimento nas memórias de estudantes e professores. Entrevistadora: Risia Rodrigues Silva Monteiro. 30.10.2017. Aracaju/SE 


Texto e imagens reproduzidos do site: ufs.br/conteudo