quarta-feira, 30 de junho de 2021

Morre Edson Alves Macêdo Filho



Texto publicado originalmente no Perfil do FACEBOOK/LYGIA PRUDENTE, em 30 de junho de 2021

O adeus sempre dói
Por Lygia Prudente

Por mais que inevitável, a passagem para o plano espiritual de um ente querido, nos deixa na condição de arrasados porque a razão nos aponta a ausência física desta pessoa no nosso dia a dia. Hoje, o vazio foi deixado na família, por Edson Alves Macêdo Filho, sempre muito presente nas horas alegres e nas tristes.  Deixa marcas e boas lembranças, confortadas por períodos de convivência partilhados em sua casa de praia, onde nos reuníamos em feriados prolongados, e no quintal da nossa casa nos almoços e jantares frequentes, aos domingos. Nosso compadre - era padrinho do nosso primogênito. Os nossos filhos têm a mesma idade das suas filhas e a proximidade de irmãos, o que os deixa também enlutados pelo adeus à uma pessoa tão próxima, principalmente na infância e adolescência. Luiza, com quem partilhou sua vida e já na glória do Pai, o receberá com o carinho de sempre, amenizando a dor e a tristeza dos que aqui permanecem. Depois de tanto sofrimento, meu compadre, descanse em paz!

Texto reproduzido Facebook/Lygia Prudente

sábado, 26 de junho de 2021

'João Mello – a voz máxima de Sergipe', por Lúcio Prado


Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 24 de junho de 2021

João Mello – a voz máxima de Sergipe

Por Lúcio Prado (do blog Infonet)

Cantando Sambou, sambou, com o autor

Foi uma noite impossível de esquecer. A espera ia ficando cada vez mais ansiosa, porque os convidados não chegavam. Sentado na varanda, Antônio Garcia Filho, meu sogro, folheava uma revista qualquer e a primeira cerveja foi aberta. Ele, no entanto, preferia uma dose de uísque com gelo e um pouco de água, para diluir o teor alcoólico. Menos volume, dizia ele, para não atrapalhar o sono em visitas ao banheiro. Estava certo, mas mesmo assim eu preferia a cerveja, achava mais adequado ao nosso clima. Finalmente, a companhia tocou, Cristina foi atender e João Alberto e Lenora chegaram acompanhados de João Mello. Surpreso ao avistar Garcia (não imaginava sua presença ali) abriu o sorriso e foi correspondido. E lembrou logo de “Najara”, poema de José Sampaio que Garcia musicou e que ele cantava com frequência nas serestas e nos programas de rádio na década de 40.

Najara foi só o começo…a noite se estendeu com mais música e boa prosa, lembranças de Aracaju de outrora, com o violão de João Alberto iluminando os nossos corações. Depois de umas e outras, muitos anos depois, restabelecia-se ali, naquela varanda, uma convivência comum nos anos passados – Garcia, Sampaio e João – unidos que eram pelos pequenos vícios que os aproximavam, naqueles tempos de então: fumar, beber cerveja, jogar bilhar, amar as mulheres e fazer serenatas.

O autor de Nós Acendemos as Nossas Estrelas partiu muito cedo, ainda na década de 50. Ele era casado com  tia Jaci, irmã de papai.  João Mello, cantor máximo de Sergipe, foi pra Salvador e depois para o Rio de Janeiro, destacando-se na vida cultural e musical das duas cidades e  Garcia, médico humanista clinico que superava a propedêutiva, manteve o seu “pensamento na praça”, até falecer em 1999. João foi mais longe. O quero dizer é que os três deixaram um grande legado, na medicina, na música e na poesia. Na ciência e na cultura, enfim, nas Humanidades!

Essa noite mágica, que entrou pela madrugada com música e poesia, marcou profundamente a minha vida e deu início ao meu caminhar de admiração a João Mello, músico, poeta, ator, principalmente cantor, que encantou a muitos com a sua arte, valorizando sobremodo as coisas de Sergipe e em especial, de Aracaju, cujo povo lhe deu cidadania plena. Baiano de Sete Portas, morou em Boquim com seus pais, depois Aracaju, a partir de 1936, quando passou a frequentar as rodas boêmias da cidade, convivendo com escritores e poetas, ocupando os microfones das rádios, cantando as belezas da capital, como em “Pescador da Praia Formosa” e do estado, com “Sergipinho” – Ah, saudade, saudade do meu Sergipinho, tão pequeninho, mas tão bonitinho, que dá gosto a gente ver…

Mas Salvador estava nos seus planos. Na Boa Terra, integrou o elenco da Rádio Excelsior e da Rádio Sociedade da Bahia. Foi crooner da Orquestra de Napoleão Tavares e seus Soldados Musicais. Com Pinduca e Codó, cantou nas boates Oceania, Monte Carlo e outras. Quando o Hotel da Bahia começou a se impor na vida turística da cidade, brilhou na boate Xangô.

João Mello no auge da carreira.

Já casado com Lygia e com uma filha pequena, Lenora, seguem de navio para o Rio de Janeiro, então capital federal, que vivia na efervescência dos novos ritmos e espaços musicais, os programas radiofônicos, a chegada das grandes gravadoras e os festivais da canção. Suas composições passaram a ser percebidas e solicitadas pelos cantores da época. Com sua extraordinária percepção musical e alma sensível de artista, passou a descobrir talentos, nas gravadoras em que trabalhou: Sinter, Phillips e Som Livre. Talentos como Jorge Benjor, Djavan e Bete Carvalho, entre outros, foram lançados por João Mello. Sem esquecer suas raízes, fez parcerias, com João Donato, Sérgio Porto e Baden Powell e interpretou músicas de ícones da Musica Popular Brasileira.

No seu regresso definitivo a Aracaju, aposentado da Som Livre, João Mello continuou a sua produção musical, porque músico não se aposenta, dizia ele, e faz mais parcerias, com jovens talentos, como Ismar Barreto, Pantera, João Alberto (que viria a ser o seu genro e herdeiro no violão). Gravou mais um CD – Coração só faz bater, pela Som Livre, nas comemorações dos seus 80 anos, participou de programas de entrevistas com um estilo inconfundível, no programa Videoteca Aperipê Memória, deixando para a posteridade um rico acervo de depoimentos de dezenas de personalidades sergipanas, entre as quais, seguramente, ele definitivamente está incluído, como músico, compositor, produtor e  cantor, integrante do elenco que iniciou a história do Rádio em Sergipe. Muito mais teríamos a contar, no ano do seu Centenário de Nascimento. Mas como disse Alencar Filho, um de seus diletos amigos, falecido neste ano pandêmico, João Mello ou simplesmente o cidadão João Ventura é grande demais para caber num simples depoimento, arrematando: João Mello é João Mello…e fim de papo!

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Alma humana é retratada em novo livro do escritor de Jorge Carvalho

Publicação compartilhada do jornal CORREIO DE SERGIPE, de 19 de junho de 2021

Alma humana é retratada em novo livro do escritor de Jorge Carvalho

Por Wilma Anjos

Jorge Carvalho do Nascimento é um intelectual sergipano muito conhecido e conceituado no estado. Professor aposentado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), doutor em Educação, jornalista e fotógrafo, ele já ocupou diversos cargos públicos. Em conversa com o Correio de Sergipe (CS), Carvalho deixou transparecer que sua relação com a escrita transcende a formação acadêmica. Seus 24 títulos publicados até hoje são fruto de uma inquietação criativa que o faz escrever diariamente, madrugada adentro. Seu mais novo trabalho, “JULHO”, é uma novela policial recém-lançada, que teve três versões antes de finalmente ser publicada. Na história, Verinha, filha de um professor, tenta desvendar os mistérios que cercam a morte de seu pai e sua irmã, divergindo dos policiais, que considera incompetentes. Jorge Carvalho conta como se deu a inspiração para a elaboração das 111 páginas da obra. Leitores frisaram a predominância da natureza humana na trama, ponto que rendeu elogios ao autor. Confira a conversa:

Correio de Sergipe: Vi o anúncio do seu livro no Portal dos Livreiros. A solenidade de lançamento foi dispensada em razão da pandemia?

Jorge Carvalho do Nascimento: Fazer lançamento de livro em tempos de Pandemia é promover aglomeração. O lançamento do livro ocorreu virtualmente, durante Roda de Leitura realizada na sessão da Academia Sergipana de Letras, transmitida pelo Canal YouTube da instituição, no dia sete de junho deste ano.

CS: JULHO foi seu primeiro romance de gênero policial?

JCN: Foi. Sempre publiquei ensaios acadêmicos nas áreas de Educação, Historia, Antropologia e Sociologia. Em 2020 fiz minha primeira incursão pela literatura propriamente dita, publicando O CARVALHO, um livro de crônicas. Este ano experimentei o romance, na verdade uma novela.

CS: Pretende se especializar em temas policiais?

JCN: Por enquanto a única coisa que sei é que até o final deste ano pretendo publicar a segunda edição do meu livro POSITIVISMO, CIÊNCIA E RELIGIÃO NO BRASIL. A primeira edição circulou em 1994. Este livro se encontra na editora, neste exato momento. Em casa, estou trabalhando em três projetos, concomitantemente. Um livro sobre a formação eclesiástica da Irmã Dulce, no Convento do Carmo, em São Cristóvão, durante a primeira metade do século XX; o livro JORNALISMO E COLUNA SOCIAL EM SERGIPE; e um novo livro de crônicas – O NASCIMENTO.

CS: Apesar de ser uma ficção, alguma personagem ou trama teve influência da vida real?

JCN: Neste campo, assumo a formulação de Aristóteles: “Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos”. A ficção é real. O eu é diferente da realidade na qual ele está envolto, mas é impossível a alguém exprimir ideias sem considerar o seu acervo de experiências. Foi isso que nos ensinou o filósofo espanhol José Ortega y Gasset. Quando você̂ escreve, seja um ensaio histórico ou aquilo que convencionalmente é designado de ficção, expõe experimentos e saberes que observou e viveu. É a experiência, tal como concebida por um outro filósofo, o norte-americano William James. Enfim, estou dizendo que li muito romance policial, muitos ensaios históricos tratando da questão, muitos romances cuidando dos desvarios da mente e da tragédia da condição humana, das questões existenciais. Quando eu era criança e vivia com a minha avó Petrina, nas noites das quintas-feiras, sentados na calçada, à porta de casa, ouvíamos na Rádio Liberdade o programa “Cada Crime Tem Sua história”, com Silva Lima. Lembrei de crimes que me impactaram durante a infância, a adolescência e a juventude. Toda ficção é real, toda realidade é ficcional.

CS: Leitores comentaram no seu perfil que leram JULHO “numa sentada só”. A escrita também foi rápida? Em quanto tempo a obra ficou pronta?

JCN: Outra vez estou me remetendo aos filósofos. A conhecida frase de Hipócrates popularizada por Sêneca explica o que eu penso. “Vita brevis, ars longa”. A vida é curta, a arte é longa. Tom Jobim musicou: “Longa é a arte, tão breve a vida”. Demorei dez anos escrevendo esse trabalho. Tem dez anos que fiz a arquitetura da história. Estabeleci personagens, espaço, tempo, contexto. Escrevi a primeira versão. Não gostei. Dei a alguns poucos amigos que fizeram a leitura e produziram a crítica. Não gostei. Entreguei tudo à crítica roedora das traças, no fundo de uma gaveta. Cinco anos depois, retomei. Escrevi uma nova versão. Pedi a amigos diferentes dos primeiros para criticar. Outras dimensões de crítica. Não gostei. Guardei novamente. No início do ano passado retomei e produzi uma terceira versão. Antes de fazê-la, lembrei dos conselhos de Carlos Drummond de Andrade: “Escrever é a arte de cortar palavras”. Peguei o textão que eu tinha da versão anterior e o reduzi ao mínimo. Entreguei a quatro amigos. Dois gostaram muito, mas fizeram ponderações que eu incorporei. Outros dois consideraram muito ruins e produziram outras tantas críticas. Incorporei várias dessas, menos a de que não servia para publicar por ser muito curto. Tomei coragem, publiquei a quarta versão. Passei dez anos para produzir um livro de 111 páginas. Sou uma espécie de bicho preguiça literário. Ainda bem que tive coragem de publicar. Os leitores estão gostando mais do que eu.

CS: Você̂ segue algum ritual de processo criativo? Tipo: mudar para outra cidade, trocar de dieta, escrever sempre no mesmo horário, enfim.

JCN: Em dez anos há tempo suficiente para você̂ visitar todos os continentes do planeta. Escrever na cidade que você̂ desejar e o seu dinheiro permitir. Infelizmente, falta-me o vil metal para me entregar a esses luxos criativos. Meu ritual criativo segue o conselho de Jorge Amado: Escreva diariamente. Pouco importa o quê. Escreva sobre várias coisas ao mesmo tempo. Faça cada dia um texto diferente. É um exercício importante. Mesmo que você̂ escreva, leia, não goste e jogue tudo fora. Mas, nunca abandone o exercício de escrever todos os dias. Eu escrevo diariamente, entre as oito da noite e às duas da madrugada. Na maior parte das vezes, quando acabo de escrever jogo tudo fora porque acho muito ruim.

CS: Você̂ toma algum autor como inspiração?

JCN: Para escrever sobre crimes, me agradam muito os trabalhos do historiador Boris Fausto e do escritor Rubem Fonseca. Para entender a condição humana, não há ninguém igual a Nelson Rodrigues. Penso que minhas referências são pobres e bastante conservadoras, para a maior parte dos que gostam de literatura.

CS: Algumas palavras-chave de seu livro no Portal dos Livreiros são: esquizofrenia e guerra psicológica. Pode esclarecer essas escolhas?

JCN: Meu livro trata da alma humana. Meu amigo professor de Direito, Gustavo Calçado, fez uma resenha do meu livro e citou Friedrich Nietzsche: “Na mesa de minha alma sentam-se muitos e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo. Você̂ nunca saberá́ com quem está sentado ou quanto tempo permanecerá com cada um de mim. (…) Desde logo, evite ilusões: também tenho um lado mau, ruim, que tento manter preso e quando se solta me envergonha. Não sou santo, nem exemplo, infelizmente. Entre tantos, um dia me descubro, um dia serei eu mesmo, definitivamente”. Isto resume tudo.

CS: Você̂ é professor aposentado da UFS, doutor em Educação, jornalista e fotógrafo. Apesar de multifacetado, seu propósito primordial é se firmar como autor?

JCN: Publiquei 24 livros. Meu propósito primordial é viver intensamente e ser feliz. Esteja dando aulas, pesquisando, escrevendo, viajando ou fotografando. Eu quero estar no mundo. Afirmação é um detalhe adolescente. Não me pertence mais.

CS: Que mensagem você̂ deixa para quem deseja se tornar escritor?

JCN: Escreva diariamente. Leia todos os dias. Olhe o mundo ao seu redor. Seja generoso com a alma humana, sem permitir tornar ato a perversidade potencial de cada um. Inclusive a própria.

Texto e imagem reproduzidos do site: ajn1.com.br

'A grandeza do advogado Manuel Cruz, que partiu', por Luiz Eduardo Oliva

Artigo compartilhado do site JLPOLÍTICA, em 20 de Junho de 2021

Opinião - A grandeza do advogado Manuel Cruz, que partiu

Por Luiz Eduardo Oliva*

Na noite do último sábado, 19, por volta das 20h, uma notícia, um susto, uma tristeza: Manuel Menezes Cruz, um amigo quase irmão partiu. Entre tantas mortes, as notícias chegam aos sobressaltos. Mas como assim? Não. Dessa vez não foi Covid.

Meu amigo partiu em consequência de um câncer que enfrentou no silêncio e com a mesma garra com que advogava. Não quis dividir com ninguém o sofrimento. Certamente somente com os familiares mais próximos.

Alguns sinais há dois anos me fizeram perguntar-lhe pela saúde. Ele desconversou, e expressou uma de suas marcas: o sorriso sincero e constante. Manuel Cruz sempre soube se vestir do bom humor que lhe completava o caráter do homem íntegro, ético e bom.

Quando em 1996, 16 anos depois de formado, decidi pela advocacia, Manuel me convidou para ser seu sócio. Conhecemo-nos na própria OAB - eu, conselheiro suplente, e ele, titular e já um advogado reconhecido.

Não tardou e, na eleição seguinte, ele seria o vice-presidente da vitoriosa chapa comandada pelo hoje presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe, Edson Ulisses, chapa aquela que integrei já na condição de conselheiro titular.

A sua generosidade em me convidar - embora formado há um bom tempo, eu não advogava - para ser seu sócio, fez-me seu discípulo. Paciente, mostrou-me os caminhos da advocacia, da textura da petição inicial, das nuances do recurso, mas, sobretudo o portar-se nas audiências em que ele era um “ás”, um mestre. Assim, pelas mãos de Manuel Menezes Cruz surgiu o advogado que hoje sou. Ali não fui somente o seu aprendiz. Tornei-me seu amigo e ganhei dele a amizade definitiva.

Depois, Manuel presidiu a seccional de Sergipe da OAB e depois a Federação Sergipana de Futebol de Salão, quando me convidou para ser o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva. O tempo, contudo, por razões diversas, fez-me tomar outros rumos na advocacia e na atividade pública, deixando o seu escritório. Mas Manuel Cruz nunca deixou de ser o mestre a quem consultava nos aperreios da arte do advogar, tirando dúvidas e mostrando caminhos como se eu continuasse sócio.

Estivemos juntos também por longos anos como professores do curso de Direito da Fanese até 2019, onde ele era o professor mais antigo, admirado e querido pelos alunos e pelas alunas. Também por anos fomos vizinhos no mesmo prédio da Av. Barão de Maruim, coincidências da vida ou talvez a energia indecifrável do universo que coloca amigos sempre próximos uns dos outros, por alguma razão que a razão não explica.

Meu amigo era religioso, tinha crenças e cuidados. Conduziu a vida como um quase monge nos padrões que estabelecia ao seu próprio cotidiano. Foi um pai amoroso e conduziu os quatro filhos e filhas para a vida e a profissão íntegra, três dos quais para os caminhos da advocacia, dando-lhes a régua e o compasso. Foi comentarista esportivo e era um grande cantor - poucos sabem disso, chegamos a imaginar um conjunto só de pessoas ligadas ao direito e que teria um trocadilho no nome “Acórdão Musical”.

Ultimamente não respondia minhas mensagens, visualizava, mas como nosso bom Mané Cruz não era muito de redes sociais, eu sempre achava que ele ia responder. As respostas nunca chegaram. Ele lutava só, sem queixas nem partilhas do sofrimento, o que hoje me faz compreender o seu obsequioso silêncio. No último sábado, a tristeza me abateu, mesmo num mundo, e sobretudo num país, onde a notícia de mortes – embora a morte seja inexorável – está lamentavelmente ficando comum. Tristeza que me faz chorar neste texto.

Enfim, perdemos um grande ser humano, a advocacia sergipana perdeu um grande advogado e eu, o amigo. Vá em paz meu irmão Manezinho das Tirinetas! Deus o receba com alegria, porque você merece a morada dos justos. O São João do Céu vai estar mais festivo com sua irradiante alegria. Aplausos para um homem que soube se fazer grande, sem perder o sentido maior da humildade. Manuel Menezes Cruz, presente!

* É advogado, professor e membro da Academia Sergipana de Letras Jurídicas.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Morre Humberto Teles Barreto, fundador das lojas Huteba, em Aracaju



Texto publicado originalmente no site A8 SE, em 10 de junho de 2021

Falece o fundador da loja Huteba e ex-presidente da CDL, Humberto Teles

Por Redação Portal A8SE

Falece o fundador da loja Huteba e ex-presidente da CDL, Humberto Teles

Nesta quinta-feira, 10, faleceu Humberto Teles Barreto, fundador das lojas Huteba e ex-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Aracaju. Ele tinha 86 anos e sua morte foi por causas naturais.

Humberto atuou na presidência da CDL durante os anos de 1979/80. Em nota, a Federação de das Câmaras dos Dirigentes Lojistas expressou sentimento à família e relembrou a importância do empresário para o desenvolvimento econômico de Sergipe.

“Ele faleceu hoje e era considerado um dos empresários mais conceituados do varejo sergipano, no ramo de armarinho. [...] Se tornou uma referência no comércio sergipano, com duas lojas existentes até hoje, na av. Ivo do Prado e av. sete de setembro, nas imediações da rodoviária velha, em Aracaju”, explica.

Texto reproduzido do site: a8se.com

sexta-feira, 4 de junho de 2021

José Rafael de Oliveira (1940 - 2021)

Publicado originalmente no Perfil do Facebook/Antonio Samarone, 1 de junho de 2021

José Rafael de Oliveira (1940 - 2021)

Por Antonio Samarone*

A Covid-19 levou mais um amigo.

Conheci Rafael nas peladas da Praia. Um “bon-vivant”, farrista incorrigível. Gente fina, amigueiro, boa conversa. Amante de uma geladinha. Apaixonado pelo Vasco da Gama.

Rafael vinha com Alzheimer há uma década, mas nunca esqueceu o nome de Dona Neide, a mulher que amava, com quem teve cinco filhos (Sandro, Sérgio, Rafael, Fábio e Rafaela).

O Velho Rafa era natural do Arauá. Irmão de duas celebridades, o Padre Pedro e o Pintor J. Inácio, o que não é pouco. Sem contar a irmã Míriam, minha amiga, que conheci na Prefeitura de Aracaju. (ainda viva).

Rafael era um economista renomado, professor da Universidade Federal de Sergipe. Foi Vereador por Aracaju, por dois mandatos.

Mas o que Rafael gostava mesmo era de farra, dança, seresta, cerveja gelada, boa música, botecos com boa comida e de cultivar as amizades.

A Covid-19 levou um velho boêmio. Tenho certeza, que foi bem recebido no céu, pela turma do funil. Acho que no céu a cerveja é sem álcool. De todo jeito, Rafael se vira e termina encontrando a sua turma.

O Velho Rafa levou a vida na valsa, estava na terra à passeio, mas nunca fugiu das responsabilidades. Amou a sua esposa e soube criar os seus filhos.

Deixou uma legião de amigos.

* Antonio Samarone - médico Sanitarista

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone