segunda-feira, 17 de abril de 2017

Ponte do Imperador – Um símbolo Aracajuano



Publicação do blog Memórias Sergipanas, em 12 de maio de 2016.

Ponte do Imperador – Um símbolo Aracajuano.

Sua História.

A Ponte do Imperador foi submetida a várias reformas ao longo da sua história. Da fraca construção inicial, nada mais existe. Dela se tem notícias, através das descrições legadas pelos jornais da época, fotos e textos que muitos guardaram como lembrança. Conforme o regime político vigente, ela mudava o seu nome. Entre eles: Ponte do desembarque, Ponte do Governador, Ponte Metálica ou Ponte do Presidente. A partir de 1939, por decreto lei do Interventor Federal Dr. Eronides Carvalho, passou a se chamar definitivamente Ponte do Imperador Pedro II. Era uma espécie de “porta de estrada da Capital”, encravada no Centro Histórico, à beira do estuário do Rio Sergipe, que anteriormente era chamado de Rio Cotinguiba. A sua importância na história política, social e religiosa da cidade é um fato incontestável.

A notícia da vinda da comitiva de D. Pedro II a Sergipe, deu a motivação para o Presidente Manoel da Cunha Galvão empreender uma séries de reformas. Uma destas reformas, de grande importância, foi um embarcadouro. Como a cidade havia sido transferida em 1855 e ainda não tinha uma boa infraestrutura que fazia jus à capital da província. Apesar disso, em 1860, a cidade apresentou uma melhora considerável, tendo em vista a visita imperial.

O desembarque então se tornava difícil e de certo modo, deselegante, pois só poderia ser feito por braços humanos. Portanto, Galvão, então presidente da província, encarregou ao engenheiro Pedro Pereira de Andrada a construção de uma ponte com a finalidade precípua de facilitar e abrilhantar a chegada da comitiva imperial.

Nos primeiros anos da sua fundação, Aracaju era uma cidade sem o mínimo Saneamento. Muitos funcionários públicos reclamavam por causa disto, pois segundo os mesmos, deixaram suas moradias saudáveis em São Cristóvão para viver numa cidade recém-fundada. Daí a necessidade de empreender edificações condizentes com a Capital da Província. Logo, a construção da ponte foi um melhoramento aceito com bastante satisfação pelos sergipanos.

As dificuldades enfrentadas foram enormes, pois até mão de obra especializada não havia na Província. Então, foram contratados pedreiros na vizinha Alagoas.

“Periodicamente, a Ponte do Imperador vem sofrendo reparos, substituições de peças, procurando cada governante conservá-la, mas já sofreu também várias alterações.

Construída em 1859,ao tempo da administração do engenheiro dr. Manuel da Cunha Galvão, logo após anunciada a visita do Imperador, na sua excursão pelas províncias do Norte, a Ponte era toda de madeira, e na sua entrada se erguia um grande Arco da Estrela, numa alusão ao arco mandado levantar por Napoleão em Paris em 1806”. José Pires Wynne. História de Sergipe 1575-1930 p. 368.

Setes anos após a sua construção, a Ponte se encontrava quase em ruínas, o que exigia reparos urgentes. Então o presidente dr. José Pereira da Silva Moraes mandou reconstruí-la. Era a única ponte existente no porto, logo de alguma forma, deixava a cidade mais formosa. Como era feita toda de madeira, o presidente então queria que a ponte fosse ou toda de ferro, ou pelo menos, que fosse sobre pilares de pedra e cal com vigame e lastro de ferro.

Houveram mais duas reformas, em 1904 e 1920, que deram a Ponte do Imperador, um lugar de destaque no panorama urbano e social da cidade. Em 1900, quarenta anos após a visita imperial, a Ponte já era um amontoado de estacas cravadas no rio, enfeando a cidade. Esse descuido com a mesma gerou uma série de reclamações por parte dos sergipanos, mesmo porque a ponte, além de ter tido a ilustre oportunidade de dar as boas vidas ao império, era local de solenes manifestações de apreço para figuras ilustres que ali desembarcavam. Além também de estar localizada na frente da principal praça da cidade.

Em 1904, o então Governador do Estado, Dr. Josino Menezes, então manda reconstruir a ponte, através do engenheiro Heráclito de Faria Lima. Encomendou na famosa Casa Henry Rogers Son & Co., da Inglaterra, uma ponte metálica e reconstrói o pórtico com torreões Castelares, lembrando uma praça forte. Essa atitude do Presidente Josino Menezes foi vista como uma das mais nobres atitudes para com o povo Sergipano.

Referências Bibliográficas:
 MEDINA, Ana Maria Fonseca. Ponte do Imperador. Gráfica J. Andrade: Aracaju. 1999.
WYNNE, José Pires. História de Sergipe 1575 – 1930. Rio de Janeiro: Editora Pongetti. 1973.

Texto e imagem reproduzidos do blog: memoriassergipanas.wordpress.com

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