quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Morre com Seu Noel Barbosa um modelo de empresário ativo e discreto

Legenda foto: Seu Noel Barbosa: discreto até na hora de morrer

Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 9 de fevereiro de 2021

Morre com Seu Noel Barbosa um modelo de empresário ativo e discreto

Por Jozailto Lima (Coluna APARTE) *

Na noite de 30 de dezembro do ano passado, uma quarta-feira, o empresário sergipano Noel Barbosa, de 79 anos, fez uma visita à uma pequena chácara que ele tinha a caminho da Atalaia, vizinha ao Palácio de Veraneio do Governo do Estado de Sergipe, quando literalmente tropeçou na morte que finalmente o levaria nesta terça-feira, dia 9. Ou 41 dias depois. 

Seu Noel, como era solenemente chamado por todos, tropeçou num cachorro à bordo da piscina, assustou-se com isso, caiu, levou um corte na região dos lábios, recebeu assistência e pontos, mas depois se viu sob sangramentos que terminaram conduzindo-o a um Hospital de São Paulo, onde foi mantido numa UTI.

Lá, seu Noel contraiu Covid-19 e não resistiu. Ele era uma “pessoa sincera, cordial e de excelente caráter”, como bem sintetiza o conterrâneo, empresário e sócio João Carlos Paes Mendonça. Seu Noel poderia muito bem ser síntese de uma piada que dissesse que no dia em que Deus foi distribuir a discrição aos humanos ele acordou cedo, se apressou e pegou para si a maior parcela desta qualidade.

As primeiras informações repassadas por familiares são de que o corpo dele será trazido a Sergipe, para um sepultamento obviamente discreto como fora ele. Durante bons pares de anos, Noel Barbosa foi sócio minoritário, mas muito presente, do irmão Gentil Barbosa no Grupo GBarbosa, fundado no dia 13 de julho de 1955, vendido por eles no ano de 2001 ao grupo holandês Royal Ahold.

Legenda foto: João Carlos Paes Mendonça: “Meu maior pesar é pela perda de um amigo como poucos”

Na época, falou-se que o negócio custou R$ 630 milhões, tendo a família Barbosa ficado de posse de todos os prédios sob aluguel à rede de supermercado que abrigavam as lojas em Sergipe e na Bahia.

João Carlos Paes Mendonça, que acompanhava rotineiramente o quadro de saúde do amigo e sócio no hospital em São Paulo, sentiu duramente o baque da morte dele. “Noel Barbosa foi um grande amigo e parceiro dos negócios. Guardarei as melhores lembranças dele. Fará falta”, disse João Carlos em nota na tarde desta terça.

Mas revelou mais: “Empresário discreto, atuante e atento às oportunidades do mercado, era um dos grandes nomes de Sergipe e do Nordeste. Nossos caminhos se cruzaram há muitos anos, quando eu atuava no varejo de supermercado e ele também”, relembrou.

Legenda de foto: Alvaro Neto e a tristeza: o filho que, juntamente com a irmã Sonia Maria, viu o pai ir longe

“Depois, nos tornamos sócios em empreendimentos no setor de shopping center, tanto em Aracaju quanto em outras cidades da região Nordeste. Mas meu maior pesar é pela perda de um amigo como poucos. Da pessoa sincera, cordial e de excelente caráter. Infelizmente, nesse último ano, formos forçados a nos manter distantes”, afirmou JCPM na mesma nota.

Certamente esse “maior pesar” pela partida de Noel Barbosa não será privativo e nem exclusividade de João Carlos Paes Mendonça.

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* É jornalista há 37 anos, tem formação pela Unit e é fundador do Portal JLPolítica. É poeta.

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

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