quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Soutelo: A Discreta Elegância de um Homem da Cultura

Artigo compartilhado de Post do Facebook/Luiz Eduardo Oliva, de 9 de janeiro de 2022

Soutelo: A Discreta Elegância de um Homem da Cultura 

Por Luiz Eduardo Oliva *

Por quase quarenta anos o professor Luiz Fernando Ribeiro Soutelo foi uma referência ativa como intelectual, pontuando principalmente como um guardião das coisas da cultura sergipana. Recebo a notícia de sua morte, segunda, dia 03. Verifico-lhe a idade: 72 anos. Vou ao livro “Perfis Acadêmicos” da Academia Sergipana de Letras, escrito por seu presidente José Anderson Nascimento e vejo que desde 1985 ele já fazia parte daquela Academia. 

O que é de admirar é que Soutelo ingressou como acadêmico bem jovem, aos 36 anos, numa Academia repleta de intelectuais da maior grandeza, muitos com idade avançada. Portanto foi companheiro de nomes que marcaram definitivamente a cultura sergipana. 

Ao adentrar ao sodalício das letras sergipanas Soutelo recebeu a aprovação pelo voto e conviveu com nomes da estirpe intelectual do historiador Silvério Fontes, do médico e compositor Antônio Garcia, do professor Felte Bezerra, dos poetas Santo Souza, José Amado Nascimento, Clodoaldo de Alencar Filho, Wagner Ribeiro, Eunaldo Costa, das poetisas Núbia Marques, Gizelda Moraes, Carmelita Pinto Fontes da historiadora Thetis Nunes, da grande educadora Ofenísia Freire, do romancista Mário Cabral, do arcebispo Luciano Duarte, do jurista Bonifácio Fortes, do museólogo José Augusto Garcez, do intelectual multifacetado Luiz Antonio Barreto do poeta e crítico literário Manoel Cabral Machado, do jurista e ex-ministro Fontes de Alencar, do romancista e também jurista Artur Oscar de Oliveira Deda, dos escritores ex-governadores Seixas Dória e Luiz Garcia, do ex-senador e cartunista Gilvan Rocha, do historiador Acrísio Torres, do jornalista e escritor Ariosvaldo Figueiredo.  

São remanescentes, na Academia, da época do ingresso de Soutelo somente Anderson Nascimento, José Abud, Francisco Rollemberg e Carmelita Fontes. Significa dizer que, literalmente e literariamente Soutelo representava uma testemunha viva do fazer cultural em Sergipe por quase meio século. Coube a ele a responsabilidade de suceder o médico e fabulista (um gênero raro) José Olino de Lima Neto na Cadeira de nº 30. 

Embora fosse dono de uma cultura invejável, Soutelo atuava mais na retaguarda dos órgãos que colaborou. O Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe é um deles, o Conselho Estadual de Cultura outro, onde foi seu presidente e um dos mais longevos conselheiros, tendo contribuído e muito para a preservação do patrimônios= histórico e artístico de Sergipe. Soutelo tinha a delicadeza de ligar para os amigos e emitir opinião sobre assuntos diversos. Não raro ligava-me para comentar meus artigos publicados neste Jornal da Cidade. Da ultima vez, perguntei por uma palestra que ele fez no início dos anos 1990, demonstrando porque São Cristóvão era a quarta cidade mais antiga do Brasil. Contou-me do parecer do historiador Hélio Vianna ao Conselho Federal de Cultura que oficializava a primeira capital dos sergipanos no patamar de 4ª cidade mais antiga e ficou de me enviar o texto, mas logo ficou enfermo.

A assistente social e professora Guadalupe Oliva, que foi colega dele quando ambos lecionavam da Universidade Tiradentes destacou sua personalidade ímpar: “inteligente, elegante, discreto e parcimonioso era um homem de educação fina e delicadeza peculiar. Era o que poderíamos descrever como ‘o bom moço’ um personagem dos Tempos do Imperador”. E completou:  “Soutelo era culto, amante da história e pesquisador nato, um homem admirável”.  

O corpo do intelectual Luiz Fernando Soutelo foi velado na sede da Academia Sergipana de Letras. Além da família, amigos, intelectuais, artistas estiveram presentes. Como bem disse sua irmã Luiza Maria, em discurso emocionado de agradecimento aquele momento não parecia um velório e sim um encontro cultural e um congraçamento de amigos. 

O ambiente, as conversas em torno da personalidade do acadêmico demonstrava o quanto Soutelo era querido e admirado. Soutelo, de fato, foi um homem aglutinador da cultura até no ultimo momento da sua despedida. Deixou uma obra vasta, em artigos que publicou, mas muita coisa inédita. 

Como sugestão, o Estado de Sergipe, através do Conselho de Cultura, bem que poderá prestar a justa homenagem publicando, quiçá pela Editora Diário Oficial – Edise, o que nos legou Luiz Fernando Ribeiro Soutelo. Será uma homenagem também à cultura sergipana. 

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* Advogado, poeta, ex-secretário de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania e membro da Academia Sergipana de Letras Jurídicas.

** Artigo Publicado no Jornal da Cidade/SE, edição nº 14.529 de 08  a 10  de janeiro de 2022, onde Luiz Eduardo Oliva escreve quinzenalmente.

Texto reproduzido de post do Facebook/Luiz Eduardo Oliva

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Carmelita Pinto Fontes parte aos 92 anos...

Professora Carmelita Fontes: uma mulher à frente do seu tempo

Artigo compartilhado do site JLPOLÍTICA, de 7 de outubro de 2025

Carmelita Pinto Fontes parte aos 92 anos e deixa legado eterno na educação e cultura sergipana

Por Pascoal Maynard *

A manhã desta terça-feira, 7, trouxe uma notícia que entristeceu profundamente o meio acadêmico e cultural de Sergipe: faleceu, aos 92 anos, a professora e poeta Carmelita Fontes, uma das mais respeitadas educadoras e intelectuais do Estado. 

Nascida em Laranjeiras, em 1º de fevereiro de 1933, Carmelita Pinto Fontes formou-se em Letras pela Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe em 1957. Iniciou sua carreira docente em 1962, lecionando na mesma instituição e, posteriormente, na Universidade Federal de Sergipe, onde permaneceu até sua aposentadoria em 1991.

Com pós-graduação em Linguística, Literatura Francesa e Literatura Hispano-Americana, Carmelita se destacou como educadora, pensadora, poeta e defensora da cultura regional. 

Foi cofundadora da Academia Sergipana de Jovens Escritores e atuou em conselhos estaduais de Cultura e Educação. Sob o pseudônimo Gratia Montal, escreveu para jornais como A Cruzada, Diário de Aracaju e República de Lisboa. 

Produziu quase 20 peças de teatro infantil e publicou o livro de poemas Tempo de Dezembro, em 1982, considerado um marco da poesia sergipana.

Em 1984, foi eleita para a Academia Sergipana de Letras, ocupando a cadeira nº 38. Sua atuação como educadora foi tema de dissertações acadêmicas e recebeu homenagens públicas. Entre seus ex-alunos, destaca-se o ex-governador Marcelo Déda, que sempre reconheceu sua influência formadora.

O programa “Expressão” exibirá nesta sexta-feira, dia 10, o documentário “Carmelita Fontes” que tive a honra e o privilégio de produzir e dirigir.

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* É jornalista, documentarista  e produtor cultural. Atualmente exerce o cargo de Assessor Especial da Funcap, Presidente do Conselho Estadual de Cultura e apresentador do programa Expressão na Aperipê TV.

Texto reproduzido do site: jlpolitica com br/coluna-aparte

Morre a escritora Carmelita Pinto Fontes aos 92 anos

Publicação compartilhada do site INFONET, de 7 de outubro de 2025

Morre a escritora Carmelita Pinto Fontes aos 92 anos

Ela estava internada em um hospital particular da capital. A informação foi confirmada por familiares.

Morreu no fim da tarde da segunda-feira, 6, aos 92 anos, a professora, escritora e teatróloga Carmelita Pinto Fontes, em Aracaju. Ela estava internada em um hospital particular da capital, mas a causa da morte não foi divulgada. A informação foi confirmada por familiares.

Ainda de acordo com parentes, não haverá velório. O sepultamento será realizado às 9h desta terça-feira, 7, no Cemitério Colina da Paz, em Aracaju.

Nascida em Laranjeiras, Carmelita teve uma trajetória marcante na educação, literatura e cultura sergipana. Foi professora, poetisa, contista, cronista, jornalista e dramaturga, licenciada em Letras e com pós-graduação em Linguística, Literatura Francesa e Literatura Hispano-Americana.

Teve atuação expressiva em instituições públicas e culturais, sendo membro da Academia Sergipana de Letras desde 1984, ocupando a cadeira nº 38, além de ter integrado o Conselho Estadual de Cultura, o Conselho Estadual de Educação e ter sido diretora da revista da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Sua produção intelectual e atuação como educadora foram alvo de homenagens, inclusive com dissertações de mestrado dedicadas à sua obra. Entre seus ex-alunos, destacou-se o ex-governador Marcelo Déda (In memoriam).

por João Paulo Schneider 

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet com br

As marcas de um dia triste

Post compartilhado do Facebook/JorgeNascimento Carvalho, de 6 de outubro de 2025

AS MARCAS DE UM DIA TRISTE 

Dia muito triste. Acordei com a notícia da morte da querida amiga jornalista YARA BELCHIOR. O dia estava se encerrando e me chega a notícia da morte da professora CARMELITA PINTO FONTES. 

A professora partiu aos 92 anos de idade. Foi uma importante poetisa, jornalista, contista, cronista e teatróloga. Publicou muitos textos em jornais sob o pseudônimo de GRATIA MONTAL. 

Laranjeirense, teve uma longa carreira docente na área de Literatura, atuando na Faculdade Católica de Filosofia e no Departamento de Letras da Universidade Federal de Sergipe. Era membro da Academia Sergipana de Letras.

Triste 06 de outubro de 2025.

Texto e imagem reproduzidos do Post Facebook/JorgeNascimento Carvalho.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Professor Vilder Santos

Post compartilhado do Facebook/Antonio Samarone, de 1 de outubro de 2025

Professor Vilder Santos
Por Antonio Samarone

Ontem, após muitos anos, reencontrei um velho amigo. Uma surpresa! Um mal-assombrado tinha me contado: Vilder "bateu as botas" na Covid. Cheguei a rezar por sua alma. 

Engano!

O professor Vilder, formado em letras vernáculas e em direito, chegou aos oitenta. A mesma dignidade, a mesma altivez. 

Quando ainda existia opinião pública, o professor Vilder participava dos debates radiofônicos. Era uma voz acreditada. Participou da equipe esportiva da rádio Cultura, comandada por Raimundo Luiz e comandou o programa “a voz do magistério”.

O pai de Vilder, foi vereador por sete mandatos e dono do lendário “Carrossel do Tobias”. Hoje, nomeia o mercado do Augusto Franco.

Vilder é adventista e poeta (triversos). Ensinou moral e cívica no Atheneu e EPB na UFS, nos tempos sombrios. 

Em uma entrevista a Osmário, em 2005, Vilder afirmou ser: “legalmente solteiro, mas sonha aprender a tocar um instrumento musical. Comprei o pandeiro e, se aparecer alguma pandeirista para me ensinar, eu topo”(risos).”

Não sei dizer se a pandeirista apareceu.

Longa vida ao professor Vilder, rumo ao centenário.

Texto e imagem compartilhados de post do Facebook/Antonio Samarone