domingo, 1 de dezembro de 2019

Homenagem a Dona Helena Barreto (1916 - 2019)

 

"Helena Barreto, D. Helena, uma das Diretoras do Educandário Brasília, professora do terceiro ano. Aos 97 anos em plena lucidez. Muito querida por todos, principalmente para quem teve a honra de ser seu aluno". (Roberto Garcez).

Foto/Legenda reproduzidas do Facebook/Roberto Garcez.


 Aniversário de Dona Helena Barreto, a grande mestra do Educandário Brasília, completando 98 anos de idade e de bem com a vida. Quê beleza!

Foto e informação de legenda: Facebook/Roberto Garcez.


Homenagem a Dona Helena Barreto, aos 99 anos, em plena lucidez e disposição.

Uma das fundadoras do antigo "Educandário Brasília".

Foto e informação de legenda: Facebook/Roberto Garcez.

100 anos de Dona Helena Barreto, minha professora do Colégio Brasília.
Foto e legenda reproduzidas do Facebook/Tito Garcez (28/07/2016)


“Nos deixou hoje (28/11/2019) nossa querida professora do terceiro ano, D. Helena do  Educandário Brasilia, que Deus a tenha em um bom lugar” (Tasso Garcez).

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Tasso Garcez

Monsenhor José Carvalho de Souza





Publicado originalmente no Facebook/Jorge Carvalho Do Nascimento, em 30/11/2019

Parabenizo o amigo Monsenhor José Carvalho de Souza pela celebração dos 93 anos de vida e lançamento do livro biográfico MONSENHOR JOSÉ CARVALHO DE SOUSA: UMA VIDA, UMA OBRA, de autoria da escritora Karine Belchior de Souza. 

Noite muito agradável, em companhia de vários amigos, como o colega de carreira docente na Universidade Federal de Sergipe, Prof. Dr. Carlos Roberto Rodrigues Santos e também da Profa. Dra. Patrícia Verônica Sobral de Souza.

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Jorge Carvalho Do Nascimento

domingo, 24 de novembro de 2019

Morre aos 72 anos a advogada Maria Laete Fraga

Foto reproduzida do Facebook/Maria Laete Fraga

Texto publicado originalmente no site do JORNAL DO DIA, em 23/11/2019

Morre aos 72 anos a advogada Maria Laete Fraga

Morreu na manhã deste sábado, aos 72 anos, a advogada Maria Laete Fraga, ex-integrante do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE). A informação foi confirmada pela assessoria da entidade. Ela estava internada em um hospital particular de Aracaju, onde fazia um tratamento de saúde. O corpo foi velado no começo da tarde e enterrado no Cemitério Colina da Saudade, no Jabotiana. Nascida em Itabaiana (Agreste), ela formou-se em Direito pela antiga Faculdade Federal de Direito de Sergipe, que depois foi incorporada à Universidade Federal de Sergipe (UFS).

A formatura foi em 1966, na mesma turma do ex-governador Albano Franco e do jurista Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Desde então, Maria Laete conseguiu uma longa carreira como advogada na área cível. "Tinha uma personalidade forte, era corajosa, batalhadora. Mulher, negra, de origem humilde, soube com determinação vencer todas as barreiras que a vida lhe apresentou, sobretudo a barreira do preconceito. A educação foi sua grande arma", ressaltou o ex-secretário Luiz Eduardo Oliva, que era seu amigo pessoal.

Texto reproduzido do site: jornaldodiase.com.br

Laete Fraga: um legado de esperança

Foto reproduzida do Facebook/Maria Laete Fraga

Texto publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 24 de novembro de 2019

Laete Fraga: um legado de esperança

Por Netônio Bezerra*

Conheci Laete Fraga nos idos de 1967, em Itabaiana. Ela me marcou, de logo, pela sua simpatia e pela sua altivez no contato com os operadores do Direito - fossem colegas advogados, magistrados, representantes do Ministério ou Público (na época ainda não havia a Defensoria Pública).

Laete era sempre atenciosa com os servidores da Justiça, do mais modesto ao mais graduado. Porém ninguém confundisse essa delicadeza com subserviência, porque se isso ocorresse a doce Laete transmutar-se-ia numa fera para preservar sua dignidade.

Assumia, na defesa dos seus clientes, uma postura viril de um leão que protege seus filhotes e assim, sobranceira, conduzia sua atividade advocatícia, sempre forte, porém preservando a ética profissional e o respeito dispensado às partes, aos colegas oponentes e às autoridades com as quais lidava.

Inteligente, batalhadora incansável na defesa das causas que patrocinava, Fraga impôs-se como um dos melhores quadros da advocacia sergipana, angariando a admiração e o respeito de tantos quantos a conheceram no seu labor advocatício.

Foi um exemplo vivo de superação de dificuldades e de demonstração de que, com perseverança, estudo, coragem e dignidade, vence-se as grandes batalhas da vida.

Você se foi, Laete, mas deixou para os de agora e para os pósteros um legado de esperança de que o mérito é a chave que abre as portas do reconhecimento e conduz ao êxito aqueles que o portam. Nossa saudade, minha e de Léa.

* É desembargador aposentado do Poder Judiciário do Estado de Sergipe.

Texto reproduzido do site: jlpolitica.com.br

sábado, 23 de novembro de 2019

Morre a advogada Laete Fraga

Foto reproduzida do Facebook/Maria Laete Fraga

Texto publicado originalmente no Facebook/Luiz Eduardo Oliva‎, em 23/11/2019

Triste com a notícia da morte da amiga advogada Laete Fraga.

Por Luiz Eduardo Oliva

Natural de Itabaiana Laete tinha uma personalidade forte, era corajosa, batalhadora. De origem humilde, mulher, negra, soube com determinação vencer todas as barreiras que a vida lhe apresentou, sobretudo a barreira do preconceito.

 A educação foi sua grande arma onde buscou a graduação em direito pela antiga Faculdade de Direito de Sergipe (depois seria incorporada à UFS) e logo Laete se transformaria na principal referência feminina da advocacia em Sergipe.

Grande e inseparável amiga da minha sogra Maria Helena, tabeliã de Itabaiana, outra grande mulher como ela, que recebeu a notícia com profunda tristeza.

Meus sentimentos à família, meu profundo respeito, admiração e homenagem à grande Laete Fraga, essa brava mulher sergipana.

Texto reproduzido do Facebook/Luiz Eduardo Oliva

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

José Canabrava Mendonça (1933 - 2019)


Publicado originalmente no Facebook/César Cabral, em 20/11/2019

A imprensa e o esporte sergipano estão de luto.

Faleceu na manhã de hoje, quarta-feira 20/11, Canabrava de Mendonça, funcionário aposentado do Banco do Brasil e um dos mais brilhantes comentaristas esportivos. Trabalhei com ele, por alguns anos, na antiga Rádio Difusora de Sergipe, atual Rádio Aperipê. Eu e o Paulo Lacerda, apresentávamos o programa Show Esportivo (que até hoje é mantido no ar, apresentado por Raimundo Macedo) e o "Cana" (como carinhosamente era chamado) apresentava, diariamente, o seu comentário. Sempre abalizado, muito bem contextualizado, passeava facilmente pelo campo esportivo, com rara inspiração. Amante do esporte, foi atleta de basquete, vôlei, vela e pesca amadora. Sempre ligado ao Cotinguiba Esporte Clube, foi seu dirigente e atleta. O corpo está sendo velado na Colina da Saudade e o sepultamento está previsto para amanhã, pela manhã.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/César Cabral

sábado, 16 de novembro de 2019

O jornalista Raymundo Luiz da Silva e seus 90 anos

Raymundo Luiz da Silva

Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 14 de novembro de 2019

Gente Sergipana: o jornalista Raymundo Luiz da Silva e seus 90 anos

Por Antonio Samarone *

Raymundo Luiz da Silva nasceu no Aracaju em 28 setembro de 1929, filho de Manuel Messias da Silva e de dona Eremita Moura. Uma família de três filhos.

Raymundo Luiz deu sorte: foi aluno da professora Guiomar Tavares, no Colégio Santo Antônio, onde fez o primário e apreendeu a tratar com carinho a língua portuguesa. Raymundo Luiz dominou cedo a crestomatia. Cursou o ginásio e o científico no Salesiano.

No Salesiano, Raymundo Luiz foi o meia armador do poderoso “Auri Verde”, time de futebol do Colégio. Aqui, ele encontrou o caminho para resolver as suas dificuldades com a matemática.

O professor Colozio tanto ensinava matemática quanto era o treinador do Auri Verde. Raymundo Luiz ia bem no futebol e péssimo em matemática. Passava pela média.

Naquele tempo em Aracaju quem terminava o segundo grau só tinha três caminhos nos estudos: os ricos iam para a Bahia fazer faculdade, os remediados ou entravam para o Exército ou faziam concurso para o Banco do Brasil. Raymundo foi contínuo do Banco do Comércio e Indústria de Sergipe, de José do Prado Franco.

Depois, passou no concurso do Banco do Brasil e foi lotado em Itabaiana. Interrompeu o curso de Filosofia que fazia na Faculdade Católica, de Dom Luciano. Em 1952, Raymundo Luiz chegou em Itabaiana na marinete de Jason Correia para trabalhar no Banco do Brasil.

A convivência em Itabaiana foi um importante capítulo na vida de Raymundo Luiz. Ainda hoje ele relembra com emoção. Nos primeiros dias, morou na pensão de Dona Antonieta (mãe de Zé Bezerra). Logo depois, enturmado, fundou a República Cajaíba, onde passou a residir com uma turma do Banco do Brasil.

Casou-se em 1953, com dona Maria de Lourdes Azevedo Silva e vão morar num bangalô alugado a Zeca Mesquita. Raymundo Luiz fez amizade com Antônio de Dóci, Oswaldo de Vivi, Divo (de quem é compadre). Como era bom de bola, foi logo recrutado pelo Tremendão da Serra, de quem vestiu a gloriosa camisa.

Raymundo Luiz foi professor de inglês no Colégio Murilo Braga. Foi quem primeiro ensinou a língua inglesa em Itabaiana. O Murilo Braga era dirigido na época pelo promotor da cidade, depois ministro do STJ, Luiz Carlos Fontes de Alencar.

Em 1956, foi transferido para o Banco do Brasil em Aracaju. Mesmo sendo apaixonado pelo Cotinguiba, jogou pelo Clube Sportivo Sergipe. No Rio, Raymundo Luiz é torcedor do Vasco da Gama.

Com a criação da Rádio Cultura, Raymundo Luiz coordenou a primeira equipe esportiva da emissora. Com Paulo Gomes, Alceu Monteiro, Jurandir Santos, Geraldo Oliveira, Antônio Barbosa, Carlos Magalhães e Wellington Elias.

Quem ouviu essa gente, pode confirmar a qualidade das transmissões. Raymundo sempre foi amante dos esportes e criou o Centro de Cultura Física de Sergipe, o percussor das atuais academias.

Na Rádio Cultura, Raymundo Luiz narrava e escrevia com uma qualificada equipe, o “Nossa Opinião”, um programa de crônicas, transmitido diariamente às 13 horas. Líder de audiência.

No jornalismo, Raymundo Luiz foi diretor do Sergipe Jornal e do poderoso Diário dos Associados de Aracaju. Raymundo Luiz é um homem de vasta cultura e profundo conhecedor da língua portuguesa. Se firmou na vida sergipana por talento e esforço, sendo um grande realizador em nossa vida cultural.

Foi secretário de Comunicação dos dois primeiros Governos de João Alves Filho, onde se destacou pela criação da TV Aperipê, um canal de cultura. No começo, a TV pública tevê dificuldades de audiência.

Raymundo Luiz inovou. Colocou carros de som nas ruas informando a programação da emissora: “hoje, depois de Roque Santeiro, assistam à TV Aperipê, programa tal”. Um sucesso: a audiência chegou a 3%.

Raymundo criou outras TVs em Sergipe. Durante a Presidência de Antônio Passos, Raymundo Luiz criou a TV Alese, no ar 24 horas; e depois criou a TV Jornal (não lembro que fim levou).

Raymundo Luiz continua lúcido, ativo, escrevendo, participando nas redes sociais. Um cidadão confortado pelo dever cumprido. Nunca ouvi um porém, uma acusação, uma crítica séria ao cidadão Raymundo Luiz.

Entrou e saiu da vida pública professando a decência. Discreto, culto, inteligente, avesso a bajulações, ele fez muito pela grandeza de Sergipe.

Pai de cinco filhos (Ângela, Sérgio, Dinara, Raymundo e Breno), avô de seis netos e bisavô de quatro bisneto, mora no mesmo lugar, com dona Maria de Lourdes, e continua escutando a beleza do canto do Curió Emoções.

* É médico, professor da Universidade Federal de Sergipe e ex-vereador de Aracaju.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

"Faltava um pedaço de Amaral", por Jorge Carvalho


Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 06 de novembro de 2019

Opinião - Faltava um pedaço de Amaral

Por Jorge Carvalho do Nascimento *

É difícil escrever sobre Amaral Cavalcante. Não porque dele haja pouco a dizer. Difícil mesmo é selecionar o que dizer diante da vida plúrima vivida pelo poeta que encantou a minha geração. Quando eu o conheci na primeira metade da década de 70, Amaral havia chegado aos 30 anos de idade, mas era de há muito um irrequieto agitador cultural. Tinha reconhecida a sua competência como intelectual, poeta, jornalista e cronista. Foi bom faze-lo amigo e ser por ele aceito em tal condição. Admiração e amizade que me fizeram saudá-lo quando do seu ingresso na Academia Sergipana de Letras.

O menino de Simão Dias, rebento de Corina Hora do Amaral e José Cavalcante Lima carregou para sempre as marcas educativas do matriarcado familiar e o convívio com os irmãos José Nery, Tereza, Édila e Jorge. Mesmo tendo sido apartado destes aos quatro anos de idade para viver em Itaporanga D’Ajuda com as tias-avós paternas Emiliana Nery, uma professora jubilada, católica, filha de Maria, militante da Pia União, e a presbiteriana Maria dos Anjos. Foi esta última que ecumenicamente o alfabetizou e incentivou as primeiras leituras, juntamente com o padre Arthur Moura Pereira, o vizinho da família de Amaral nas margens do rio Vaza Barris.

Certamente um momento importante para forjar o grande poeta e cronista que conhecemos. O estimulo de Maria dos Anjos certamente o ensinou a ser bom leitor e influiu muito na formação do cronista e poeta. A tia-avó era uma oradora de Itaporanga D’Ajuda, que tinha guardados em seus baús discursos para todas as ocasiões: Dia da Arvore, Grito do Ipiranga, Natal, Valor do Saber. Tal como ela, Amaral aprendeu a recitá-los com voz impostada e a também angariar alguns trocados para abrilhantar os eventos sociais da cidade.

De lá voltou para Simão Dias. Foi estudar. De Simão Dias, saiu adolescente para ser aluno interno do Colégio Agrícola, em São Cristóvão. Voltou para Simão Dias, onde concluiu o Ginásio. Fez política estudantil e liderado pelo padre estanciano Joaquim Antunes Almeida, o Padre Almeida, fundou o Grêmio Escolar da instituição de ensino onde era aluno, ao lado de Clínio Carvalho Guimarães, sob a influência do seu professor de História, Lauro Pacheco.

Era o professor Lauro Pacheco quem mais falava de política para os estudantes, quem criticava o colonialismo e os abusos da propriedade latifundiária. O professor Lauro Pacheco foi uma espécie de consultor que contribuiu na redação do Regimento Interno do Grêmio. Amaral concluiu o curso ginasial e foi o orador da sua turma. O menino, agora rapaz, estava pronto para conquistar a capital do Estado. O ano era o tumultuado e tenebroso 1964. Amaral havia, já, vivido 18 anos. A dureza da vida se fez real. O comércio foi a alternativa de trabalho que se apresentou, para garantir o próprio sustento e colaborar com a renda da família. À noite, frequentava as aulas do Atheneu. Foi vendedor ambulante de aparelhos de jantar, transportando enormes e pesadas caixas de louça na cabeça. Trabalhou na Movelaria Universal, arrumando móveis.

Ao catapultar-se para Aracaju, na bagagem trouxe os primeiros poemas. Folhas de papel datilografadas. Era a sua experiência de escritor quando ele conseguiu trabalhar nos escritórios do Sergipe Jornal, onde conheceu o jornalista Luiz Eduardo Costa e fez amizade com Luduvice José, que o levou para a Academia de Jovens Escritores, organizada pela professora Carmelita Pinto Fontes. A convivência no Sergipe Jornal estimulou o aprofundamento na leitura e alargou o relacionamento social do jovem poeta de Simão Dias. Lá conheceu Florival Santos, que o convidou para ocupar o cargo de Secretário da Galeria de Arte Álvaro Santos. Ali, um novo amigo: Clodoaldo de Alencar Filho, que o apresentou aos jovens intelectuais de Sergipe: Mário Jorge, Ilma Fontes, João Augusto e Aparecida Gama, Luiz Antônio Barreto, Nino Porto, Ivan Valença, Aderaldo Argolo e Ezequiel Monteiro.

Era a poesia que agregava Amaral Cavalcante. O jornalismo era o pano de fundo. O Margelino foi o primeiro jornal alternativo que fundou naquele período. Impresso em mimeógrafo, era distribuído entre os alternativos frequentadores do Parque Teófilo Dantas. Antecedeu o Folha da Praia, periódico alternativo que inscreveu definitivamente o nome do poeta Amaral Cavalcante na galeria dos grandes do jornalismo em Sergipe. Antes disso, o inquieto Amaral fez cinema, fez teatro, criou o Teatro Livre da Sociedade de Cultura Artistica de Sergipe - a SCAS -, a Associação Sergipana de Cultura - ASC -, a Editora Jovens Reunidos - Jovreu e o Clube de Poesia. A maturidade chegou e encontrou o poeta presidindo a Fundação Cultural do Estado de Sergipe.

Amaral Cavalcante se fez intelectual e se expressou no âmbito de uma geração com nomes da maior importância. Todos reconhecidos. Cada um ao seu modo, cada um com o seu estilo, mas merecedores do aplauso público: Jackson da Silva Lima, Ibarê Dantas, Beatriz Góis Dantas, Paulo Fernando Teles de Moraes, Terezinha Oliva, Luiz Alberto dos Santos, Antônio Carlos Mangueira Viana, Francisco José Costa Dantas, Murilo Mellins, Francisco José Alves, Antônio Samarone, Marcelo Deda, José Paulino da Silva, Maria Neli Santos, Luciano Correia, Carlos Cauê e Lílian Wanderley, dentre tantos.

Suas crônicas, hoje postadas na rede mundial de computadores, atestam a linguagem de um escritor maduro, consciente da sua responsabilidade como condutor de um grande número de seguidores, um memorialista a seu modo, capaz de cascavilhar no passado não apenas fatos, mas detalhes deles, com os quais elabora textos antológicos.

O poeta, jornalista, empreendedor e agitador cultural Amaral Cavalcante é agora um experiente senhor de 73 anos de idade. Vida agitada marcada por um temperamento também iconoclasta. De um Amaral que, menino, fez primeira comunhão, frequentou a Cruzada e foi coroinha, mesmo sem entusiasmo. Afinal, como ele já confessou, da igreja católica, gostava mesmo era da pompa dos altares, dos mistérios do senhor morto guardado em caixão de vidro, de desfilar nas procissões com o distintivo da Cruzada e, principalmente, do serviço de alto-falantes e da música dolente que anunciava a hora do Ângelus.

É este o poeta, o cronista primoroso, o jornalista e editor saltador de obstáculos, o subversivo agente da contaminadora ideologia da cultura. É este o Amaral que Mário Brito nos apresenta no livro de crônicas do próprio Amaral A vida me quer bem. Aquele que foi consagrado ao reconhecimento da História e conquistou uma das cadeiras da Academia Sergipana de Letras. Glória que não o afasta de uma história de insatisfação intelectual, essencial à construção da felicidade.

Faltava um pedaço do cronista Amaral Cavalcante. Olhávamos para ele retalhados nos textos que publicava nos espaços da internet. Mário Brito juntou os cacos de Amaral e agora nos chega um belíssimo livro. Nesta quinta-feira o cronista recebe os amigos para autografar este novo livro. Saravá, Amaral! A vida lhe quer bem. 

* É professor e ex-secretário de Estado da Educação.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Carlos Tirso é considerado um dos maiores goleadores do futebol sergipano

Carlos Tirso é considerado um dos maiores 
goleadores do futebol sergipano
Foto: Arquivo/FSF

Publicado originalmente no site [globoesporte.globo.com/se], em 10/10/2019

Histórias incríveis: o dia em que Carlos Tirso virou lenda ao marcar dez gols, ou "onze", em um só jogo

Considerado o maior artilheiro de todos os tempos do futebol sergipano, ele é um dos grandes ídolos da história do Cotinguiba, clube que completa 110 anos neste 10 de outubro

Por Thiago Barbosa — Aracaju

Messi e Cristiano Ronaldo virtuais, nas mãos de um talentoso gamer, certamente já fizeram dez gols em um só jogo. Contudo, os da vida real, apesar de geniais e de conseguirem, há décadas, enfileirar recordes, jamais alcançaram tal feito. Coube a um vigoroso avançado do Cotinguiba, no auge da forma física aos 19 anos, estabelecer essa marca até hoje lembrada por quem viveu o romantismo do futebol sergipano nos anos 50.

Na era do futebol amador em Sergipe, o Cotinguiba, carinhosamente conhecido como Tubarão da Praia, figurava entre os grandes clubes sergipanos, vinha de um título estadual em 1952. No ano seguinte, na tarde de domingo do dia 31 de maio, conseguiu um feito até hoje incomum ao atropelar o modesto Atlético de Cobrinha com um histórico 11 a 1, resultado que não coube no placar do antigo Estádio de Aracaju, como relatou o 'A Cruzada', jornal da época.

"Não é força de expressão, mas o placar não comportou a avalanche de tentos que marcou o campeão do Estado frente ao medíocre quadro do Atlético. Sim, pois o escore de 11 tentos a 1 não era uma numeração adequada para uma partida de futebol. Pelo menos pensava o garoto encarregado de anotar os gols que surgissem na partida. Evidentemente, estava com a razão quando conduziu para o estádio material suficiente para anotar até o máximo de dez gols" - trouxe a publicação.

É consagrada a história entre torcedores, desportistas e cronistas da época que a grande personagem daquela partida foi o atacante Carlos Tirso, pois teria marcado dez gols. Poderia ter sido onze, mas um detalhe tirou dele o décimo primeiro tento, como o próprio contou em uma entrevista ao site oficial da Federação Sergipana de Futebol em 2007.

- Na verdade, foram onze gols. Um deles chutei forte de fora da área, a bola desviou no bum bum do zagueiro e ganhou a linha de gol. O juiz, inexplicavelmente, considerou como gol contra. E não foi - explicou Carlos Tirso.

Só no primeiro tempo, o Tubarão da Praia já vencia por 6 a 0. Marcou os outros cinco gols na etapa complementar, conseguindo, até os dias de hoje, um dos placares mais inusitados de que se tem notícia.

Manchete da época compara o feito do Cotinguiba a um placar de basquete 
Foto: Reprodução/Jornal A Cruzada

Praticamente toda a carreira esportiva de Carlos Tirso foi no Cotinguiba. Além de campeão como jogador de futebol, ele conquistou títulos também como treinador, atuando no futsal e no basquete. No salão, defendeu ainda a seleção sergipana e foi campeão Norte/Nordeste. Faleceu no dia 16 de julho de 2012 aos 78 anos.

- Ele simplesmente marcou a história centenária do Cotinguiba. Um exemplo de atleta dedicado ao esporte e amante do desporto. Foi campeão pelo Cotinguiba como jogador e treinador. Mas não foi só no futebol que ele fez história. Ele jogou basquete pelo Cotinguiba e jogou também no time de futsal que conquistou o primeiro título do clube na modalidade, em 1959 - lembrou Wellington Mangueira, presidente do clube.

Carlos Tirso também foi campeão no Cotinguiba como treinador 
Foto: Arquivo/FSF

Seresta do Tirso

Carlos Tirso, Carlos Ouro, Tirso gol... foram muitas as alcunhas deste atleta aracajuano nascido na década de 30. Depois da aposentadoria como esportista, ganhou o apelido de Carlos Seresteiro. Isso porque aflorou nele também desde cedo a inclinação pela música. Foi um reconhecido seresteiro, gravou até discos. Suas músicas foram reproduzidas nas rádios sergipanas e ele cantou bastante na noite de Aracaju. Aprendeu a tocar e a cantar quando ainda era atleta.

- Quando eu treinava basquete na quadra do Cotinguiba, todos os domingos pela manhã o presidente do clube, o famoso Charuto (outro ídolo histórico do Cotinguiba), levava sua imensa coleção de discos do Orlando Silva e colocava para tocar. Passava a manhã toda ouvindo o cantor em sua época de auge e daí passei a gostar do cantor. Fui ao seu show em 52 e gostei muito. No mesmo momento, o Sr. Bessa fazia um sarau em sua residência com as músicas de Orlando Silva - explicou Carlos Tirso certa vez em uma entrevista ao colunista Osmário Santos.

Lenda do futebol?

Quem acompanhou o futebol sergipano naquele período sempre cita este jogo memorável em que o Cotinguiba aplicou a histórica goleada sobre o Atlético de Cobrinha por 11 a 1. Torcedores e cronistas da época também fazem questão de enaltecer a grande façanha de Carlos Tirso, autor de dez gols. Décadas depois, a diretoria do Tubarão da Praia procurou inscrever o episódio no Guinness Book, o Livro dos Recordes. Mas seria preciso uma prova material de que o fato realmente teria acontecido. Era o tempo em que a televisão ainda estava engatinhando no Brasil, portanto não havia imagens do jogo.

- Durante muito tempo, buscamos documentos que pudessem atestar esse feito histórico do Carlos Tirso. Fomos algumas vezes à Federação Sergipana procurar pela súmula. Entretanto, o documento não existe mais. Houve um incêndio certa vez que destruiu muitos arquivos históricos. Buscamos também jornais da época e não conseguimos encontrar. Quando o Carlos Tirso morreu, tentamos buscar com a família algum documento que ele tivesse guardado, mas não foi possível. Então, essa história atravessa o tempo na memória de quem testemunhou na época e quem viveu aquele período e sempre relembra esse feito que até hoje ninguém alcançou - explicou Wellington Mangueira, mandatário do clube.

Mangueira tentou inscrever o feito de Carlos Tirso no Guinness Book
Foto: Thiago Barbosa

O GloboEsporte.com pesquisou alguns jornais da época e encontrou duas reportagens referentes ao jogo. Na edição do Correio de Aracaju do dia 2 de junho de 1953, a manchete trazia uma dura crítica a atuação do Atlético, mas não há no texto nenhuma menção aos autores dos gols.

Edição do Jornal Correio de Aracaju fala sobre o jogo, mas não cita 
os autores dos gols (Foto: Biblioteca/UFS)

Na edição de A Cruzada de 7 de junho de 1953, existe uma reportagem mais detalhada sobre a acachapante goleada do Cotinguiba, citando 'um placar de basquete' para definir o que aconteceu no antigo Estádio de Aracaju, onde posteriormente foi erguido o Batistão. Porém, a crônica da partida contraria a memória de quem atribui a Carlos Tirso a autoria de todos aqueles gols. Na escalação informada, sequer aparece o nome dele: Albertino, Alfredo e Braz; Zebola, Alvinho e Edgar; Nicinho, Moraes, Wedemo, Nou e Charuto.

A reportagem ainda conta que o primeiro gol foi marcado por Charuto aos 11 minutos do primeiro tempo. O segundo também foi dele, aos 21. Moraes marcou o terceiro aos 23. Tom descontou para o Atlético. Nicinho ampliou, Charuto e Nicinho fecharam o placar do primeiro tempo em 6 a 1. Na etapa complementar, Moraes marcou todos os outros gols.

Matéria de 'A Cruzada' não traz registro da participação 
de Carlos Tirso neste jogo (Foto: Reprodução/A Cruzada)

Nas duas publicações de Viana Filho sobre a história da crônica esportiva e do futebol sergipano, também não há relato específico algum sobre esse dia iluminado de Carlos Tirso. Não se sabe ao certo o que ocasionou essa inconsistência nas informações sobre o fato. Duas hipóteses podem ajudar a explicar isso. A primeira é que esses dez gols, ou "onze", segundo Tirso, tenham sido marcados em um outro jogo perdido no tempo, o que acabou confundindo as testemunhas daquela proeza do mítico atacante. Ou então, como em vários outros 'causos' do futebol, a história nasceu como lenda, ganhou proporção e fincou-se no imaginário popular. Qualquer que seja a explicação, Tirso Gol está imortalizado como um dos maiores gênios do nosso futebol serigy. Os gols e grandes realizações dele estão na memória de quem, um dia, teve a oportunidade de ver Carlos Tirso jogar.

Texto e imagens reproduzidos do site: globoesporte.globo.com/se

sábado, 28 de setembro de 2019

Evento com Orlando Dantas, do acervo fotográfico de Paulo Brandão






Publicado originalmente no Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão, em 28 de setembro de 2019

Hoje (28/09/2019), meu avô Orlando Dantas completaria 119 anos

Estas fotos têm exatamente 50 anos.

Em 1969 foi homenageado com a colocação de seu retrato, pintado por Welllington, na redação da Gazeta de Sergipe

Diversas personalidades presentes. 

Depois houve um almoço no restaurante da Iara

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Nomes iguais e ideais semelhantes > Almir Santana e Almir do Picolé


Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 17 de setembro de 2019

Nomes iguais e ideais semelhantes

Almir do Picolé e Almir Santana carregam em suas histórias de vida a marca da solidariedade

Na manhã desta sexta-feira, 13, não levando em conta a simbologia de uma sexta-feira 13, a equipe de Reportagem do JC teve a grata satisfação de entrevistar dois homens que carregam em suas histórias a marca da solidariedade. Dois “Almirs porretas”, como diria na linguagem popular.

A missão teve início no prédio do INSS, na Avenida Ivo do Prado, onde a equipe encontrou com Almir do Picolé. Com vestimentas simples e um sorriso largo no rosto, o homem que teve uma trajetória de sofrimento, marcada pelo abandono e percalços da vida, tendo inclusive que morar em um orfanato, deu a volta por cima e hoje estende a mão para 85 crianças em uma creche na Piabeta, em Nossa Senhora do Socorro.

“Minha irmã com três anos e eu com cinco e minha mãe deixou a gente na Rodoviária Velha. Deixou sem maldade. Ela ia embora para São Paulo e pensou que a madrasta dela ia buscar a gente. Mas isso não aconteceu. Ficamos jogados de orfanato em orfanato até sermos separados”, relembra Almir Almeida Paixão, o popular Almir do Picolé.

Uma história triste e que tinha tudo para ter um final ainda mais melancólico. Mas o pequeno Almir cresceu e se tornou um homem íntegro e, acima de tudo, humano. Trabalhando como vendedor de picolé para sobreviver, ele não media esforços quando o assunto era ajudar as pessoas.

Morando em um quarto de vila e dividindo o espaço com mais 32 famílias, muitas vezes o jovem Almir comprava dúzias de ovos para aqueles que, de um jeito ou de outro, tornaram-se os laços afetivos que ele nunca pôde construir.

Em paralelo à venda de picolés, Almir, que está às vésperas de completar 50 anos de idade, começou a catar latinha para comprar brinquedos para as crianças carentes da Piabeta. Foi aí que um advogado conheceu o trabalho dele e o indicou para uma reportagem em nível nacional, que abriu as portas para a construção da Creche Almir do Picolé.

“Foi assim que eu ganhei o terreno para fazer a minha casa para morar. Mas a minha consciência acusava que eu só tinha ganho por causa das crianças. Então decidi fazer a creche. Eu poderia estar com a minha casa e sem preocupação com salário de funcionário e encargos trabalhistas, mas eu fiz uma opção de vida”, conta o ex-vendedor de picolé.

Mas nem tudo são flores por lá. Atualmente com 14 funcionários registrados e 85 crianças para manter, Almir passa dias em semáforos da capital no intuito de completar o salário dos colaboradores. “Esse mês faltou R$ 1,4 para pagar aos funcionários. Eu vendi um carrinho velho vermelho que eu tinha. Mas dias melhores virão”, diz sem perder a esperança.

Chegando na Secretaria de Estado da Saúde, com Almir do Picolé à tira-colo, a equipe de Reportagem do JC encontra o outro Almir, na verdade o médico sanitarista José Almir Santana.

Também de sorriso largo e com olhos afetuosos pelo xará, Almir Santana nem bem começou a falar e já foi surpreendido pelo Almir do Picolé: “Almir levou uns peixes lá na creche. Ele reduziu os pecados. Olha que reportagem boa com um Almir feio, que é ele, e um Almir bonito, que sou eu”, brincou o do picolé.

Brincadeiras à parte, Almir Santana é o exemplo de pessoa que nasceu para servir. Médico desde 1981, aos 28 anos, Almir já tinha ciência que utilizaria a sua profissão para ajudar as pessoas. “Quando eu me formei em Medicina, a minha proposta não era ficar no consultório apenas. Eu achava que no consultório eu ajudaria bem menos do que envolvido com saúde pública”, conta o médico.

Seis anos depois, o jovem médico abraçaria a causa que marcou de vez a sua vida e a sua carreira profissional: a luta contra a Aids.

“Na época, quando teve o primeiro caso de Aids aqui, nenhum médico queria atender. Era muito preconceito, além de ser uma doença nova. Aí eu trabalhava num posto de saúde na periferia e aceitei atender. Dessa época para cá eu assumi isso para a minha vida”, narra emocionado. E com a tarefa veio também um fardo para carregar: o preconceito.

“Perdi meu consultório. Na verdade, as pessoas não queriam ir preocupadas com as outras que iriam achar que elas tinham Aids ou achavam que iam pegar Aids no meu consultório. Deixei o consultório e abracei a causa definitivamente. Lembro de toda a história. Uma pessoa que veio de São Paulo para o interior de Sergipe e ninguém queria atender. Onde ele sentou, tocaram fogo na cadeira do posto. A Aids era tida como uma doença cruel e assustadora”, lamenta Almir Santana.

E com o fardo, como todo ser humano, o médico também pensou em abandonar o barco. “Pensei em desistir, como se diz na gíria, jogar a toalha, mas às vezes eu olho para trás e penso que se eu desistir tem pouca gente ainda querendo assumir essa luta. Não é por questão de competência, mas o lado de associar a Medicina com a solidariedade. Em Aids, a medicação, apenas, não resolve”, explica.

Após mais de uma hora de papo descontraído e emocionante, os “super Almirs” se despedem à base de elogios e brincadeiras. Cada um segue para uma rotina que, apenas eles, sabem a dor e a delícia de ser o que são.

Contribuições

Para quem quiser contribuir com a Creche Ação Solidária Almir do Picolé, basta entrar em contato através do telefone: 3254-7644, ou realizar qualquer depósito na conta corrente do Banco do Brasil, na agência: 2346-9; conta: 20074-3. Para quem quer ajudar as pessoas com HIV em Sergipe, basta entrar em contato com a Casa de Apoio Bom Samaritano, que fica localizada na Avenida Maranhão, através do telefone 3236-2139.

Reportagem: Redação do Portal JC.
Foto: André Moreira

Texto, imagem e vídeo reproduzidos dos site: jornaldacidade.net e youtube.com

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Fernando Soutelo e a memória cultural de Sergipe

Foto reproduzida do blog: conselhodeculturase.blogspot.com 
e postada pelo blog SERGIPE..., para ilustrar o presente artigo

Texto publicado originalmente no site do JORNAL DO DIA,  em 21/03/2018

Fernando Soutelo e a memória cultural de Sergipe

Por Claudefranklin Monteiro Santos* e Raianne Pereira de Oliveira**

Enquanto as pessoas se debatem e debatem sobre o Largo da Gente Sergipana, a  meu nosso ver uma iniciativa bastante legítima, um personagem se destaca e merece a nossa atenção, sobretudo quando o assunto é memória cultural.

Prestes a completar 70 anos de idade, em plena forma intelectual, Luís Fernando Ribeiro Soutelo, filho de pais sergipanos, Antônio Ribeiro Soutello (Santa Luzia do Itanhy) e Maria Luíza Ribeiro Soutello (Estância), nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 15 de junho de 1949.

Sua avó paterna, Arabela Ribeiro Soutelo, ficou viúva com pouco mais de dois anos de casada. Depois de doze anos resolveu se casar novamente, com outro português, e foi morar no Rio de Janeiro, em 1935, juntamente com o pai de Soutelo. Lá, fez o resto do ginásio, fez o curso que naquela época era o atual segundo grau, e fez o vestibular para Engenharia no Rio de Janeiro. Fez, também, em Juiz de Fora, e começou o primeiro período, se transferindo para a Capital Federal. Desde os quinze anos namorava com a sua mãe, casaram e foram morar por lá até 1952, quando resolveram mudar-se para Sergipe, na Fazenda Castelo, em Santa Luzia Itanhy. Soutelo tinha três anos incompletos. Ali viveu boa parte de sua infância, numa prole de seis irmãos, entre eles: Luís, Paulo César, Arabela.

A família vivia na usina. Começou a estudar com a avó materna, que o ensinou o ABC e depois passou a estudar na Escola Antônio Vieira, que era uma instituição mantida pela usina para os filhos dos funcionários. Depois foi morar em Estância, e estudou no Instituto Dom Quirino, quando foi colega do médico Paulo Amado, recém-eleito imortal da Academia Sergipana de Letras.

Eles foram colegas de turma e dividiram o mesmo banco. De lá, foi pra Aracaju, fazer exame de qualificação, permanecendo até então. Estudou no Ginásio de Aplicação, na Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe, atual prédio do IPES, na Rua de Campos. Sua aptidão inicial era o Direito, depois decidiu fazer economia.

Sua significativa trajetória cultural deu início no jornalzinho do mural do Aplicação. Em 1964, a Professora Lindalva Cardoso Dantas criou uma coisa que chamava "Clube de Ciências", onde também desenvolvida atividades de redator.

 No ano seguinte, foi para o Atheneu, fazer o "Curso Clássico", num prédio da Praça Graccho Cardoso. Ali, foi membro da Arcádia Estudantil do Colégio Estadual de Sergipe, ocupando uma cadeira que tinha como patrono Joaquim Nabuco.

Ainda nos anos 60, antes da arcádia, em 13 de março de 1966, esteve no grupo (João de Barros - "barrinhos", José Roriz Silva, José Lacerda de Oliveira, Djaldino Mota Moreno, João Ferreira Lima, Garibaldi Nascimento e Carlos Alberto Porto) que criou a Associação Sergipana de Cultura - ASC. Era uma entidade que promovia atividades culturais, como, por exemplo, a primeira exposição de Adalto Machado

Foi aluno da primeira turma de economia que entrou na UFS, em 1968. O curso funcionava no prédio da Justiça Federal, na Praça Camerino. Na ocasião, foi estagiário da "CONDESE" - uma divisão de estudos e pesquisas. No ano seguinte, foi trabalhar na Prefeitura de Aracaju, como oficial de gabinete do prefeito Aloísio Campos. Isso até 1970, quando foi para o Palácio do Governo, na Casa Civil.

Em 1971, na posse do Governador Paulo Barreto de Menezes, recebeu um desafio, que foi o de ser Secretário de Imprensa do Gabinete do Governador, adentrando numa área que irá marcou sua carreira por longos anos: o cerimonial

Por ocasião do Sesquicentenário da Independência, acompanhou a chegada dos restos mortais de Dom. Pedro I e participou ativamente daquela efeméride. Era a porta de entrada para o ambiente cultural da Sergipanidade. Em 1972 e 1973, foi economista da "Telergipe", depois Energipe.

Em 1974, esteve também envolvido em outra importante efeméride da memória cultural de Sergipe: os 400 anos da presença jesuítica. Naquela ocasião, Urbano de Oliveira Lima Neto lhe comunicou que ele o havia indicado para o Conselho de Cultura, quando ficou até 1980. Em outras ocasiões, retornou à instituição, ocupando diversas funções, entre elas a de Presidente (1979-1986). Em 2015, encerrou sua longa trajetória por lá, para se dedicar à última administração municipal de João Alves, em Aracaju.

No Governo de Djenal Queiroz em 1982, retomou a atividade de cerimonial como chefe do gabinete do Secretário de Indústria e Comércio. Daí em diante, esteve nos governos de João Alves, saindo com Valadares, quando foi trabalhar com Luís Antônio Barreto, na Fundação Joaquim Nabuco, retornando a Sergipe em 1988, para a Energipe.

Em 1991, voltou para o cerimonial com João Alves, ficando ainda no período de Albano.

Atualmente, tem atuado mais de perto na Academia Sergipana de Letras. Frequenta o Sodalício desde os anos 70, mas só se tornou seu membro em 1985. Sua posse se deu no dia 05 de novembro daquele ano e foi recebido por seu amigo, o saudoso Luiz Antônio Barreto. À época, era Presidente Luiz Antônio Garcia.

Também é sócio do Instituto Histórico desde os anos 70. Chegou à Casa de Sergipe, onde hoje faz parte da atual Diretoria, por intermédio da Professora Maria Thétis Nunes, que havia sido sua professora de Geografia Econômica no primeiro ano de Faculdade e por quem passou a nutrir uma grande estima, logo uma amizade de longa data.

Em todos os lugares por onde passou, Fernando Soutelo adquiriu o hábito de ler, anotar e consultar as principais fontes da História de Sergipe, produzindo inúmeros textos, capítulos de livro e pareceres do Conselho Estadual de Cultura, estes últimos, primorosas peças da mais alta qualidade, um verdadeiro banquete para pesquisadores.

Frente ao exposto, qualquer investida no campo da memória cultural sergipana terá que ter como mote um mergulho na lavra literária e intelectual de Luiz Fernando Ribeiro Soutelo. Talvez assim, discussões em torno do Largo da Gente Sergipana possam se tornar mais lúcidas e menos barulhentas, movidas unicamente pela marca identitária que enverga e representa.

* Claudefranklin Monteiro Santos é professor doutor da UFS;

** Raianne Pereira de Oliveira é mestranda em História da UFS.

Texto reproduzido do site: jornaldodiase.com.br

domingo, 8 de setembro de 2019

Por Onde Anda Você: Canabrava Mendonça

Foto: César Cabral

Publicado originalmente no site RADAR SERGIPE, em 10 de agosto de 2019

POR ONDE ANDA VOCÊ: Canabrava Mendonça

José Canabrava de Mendonça, desportista, atleta, radialista e funcionário aposentado do Banco do Brasil, é filho de Rufino Sampaio de Mendonça e D. Auta Canabrava e nasceu na rua Capela, em Aracaju-Sergipe, no dia 21 de novembro de 1933.

Com a esposa Ione

Foi aluno dos Colégios Jackson de Figueiredo, Atheneu e Tobias Barreto. Casou-se com D. Ione Pinho de Mendonça, no dia 25 de junho de 1959 e dessa união nasceram os filhos Roberto, Carlos Alberto, Sueli, Silvia Cristina e Paulo César que lhes deram 14 netos e 4 bisnetos, sendo dois brasileiros e dois norte-americanos.

Dotado de corpo atlético, ainda adolescente começou a praticar esportes no Cotinguiba Esporte Clube e assegura que atuou em quase todas as modalidades, exceção apenas ao boxe.

No ano de 1956 foi aprovado no concurso do Banco do Brasil e, no ano seguinte (57), assumiu o emprego na agência da cidade de Propriá-Se, onde fixou residência durante sete anos até ser transferido para Aracaju, em 1964.

Vocacionado para o esporte, incentivou a prática do voleibol a ajudou a divulgar o futebol de salão na cidade ribeirinha. Foi sócio e presidente do 12 Tênis Club, tendo como companheiros de diretoria personalidades marcantes de Propriá, a exemplo de Raul Lobo, Araby Cabral, Wolney Melo, Geraldo Melo e tantos outros. Como dirigente do Tênis, abriu as portas do clube para a realização de campeonatos de Vôlei e Futsal

O futebol de salão (como assim era chamado) rapidamente caiu no gosto dos amantes do esporte. Várias equipes foram formadas, algumas até com jogadores profissionais do América e do Propriá. A quadra de esportes ficou pequena para o elevado número de torcedores que compareciam nos dias de jogos.

Na agência do Banco do Brasil, de Propriá, foi colega de dois amigos e também atletas: Lises Alves Campos e Washington. O primeiro, filho do memorável Dudu da Capela, jogou no América, como ponta-esquerda. O segundo, foi goleiro do tricolor da ribeirinha e titular em alguns jogos, após o lendário Pedro Babu pendurar as chuteiras.

Em 1964, Canabrava foi transferido para Aracaju e trabalhou na antiga agência da Avenida Rio Branco, única existente naquela época. Sempre vinculado ao Cotinguiba Esporte Clube, seu clube do coração, voltou a praticar esportes pelo “Clube da Fundição”, sendo sócio, atleta, diretor e “primeiro-ministro” na gestão do colega e compadre Raymundo Luiz da Silva.

No início dos anos 70, em Penedo-Al

Pelo Cotinguiba jogou futebol (lateral-esquerdo e zagueiro - 1952/56), Volei, Futsal, Basquete e praticou remo nas águas do rio Sergipe. Foi vice-campeão Brasileiro de Arremesso Livre de Basquete, competição promovida pela Confederação Brasileira de Basquetebol, ficando atrás apenas do mineiro Marinelson.

Foi fundador do CPAM – Clube de Pescadores Amadores de Molinete de Sergipe- ao lado de amigos amantes da pesca, a exemplo de Dr. Nestor Piva, Alfredo Gentil, José Carlos Souza, Pedro Leite Neto e etc. Durante vários anos, o CPAM promoveu inúmeras Gincanas de Pesca em praias de Sergipe e participou de competições na Bahia, Alagoas e Pernambuco. Marcos Prado Dias, Aerton Silva, Emanuel Dantas, Ricardo Hagenbeck também se notabilizaram pela formação de excelentes equipes de pesca.

Canabrava de Mendonça trabalhou no rádio sergipano, como comentarista esportivo, na Rádio Difusora (atual Aperipê), na década de 70, levado por Carlos Magalhães. Depois, a convite do amigo Raymundo Luiz, foi para a Rádio Jornal. Apesar de ser considerado um analista técnico de futebol e de fácil comunicação, reconhece que o rádio nunca foi sua paixão. Nunca se empolgou com a atividade de radialista. Por essa razão, abandonou, prematuramente, o microfone no início da década de 80.

Certa vez, o folclórico radialista Silva Lima, dono da maior audiência do rádio sergipano, disse que gostava de ouvir os seus comentários porque ele entendia de ênclise, próclise e mesóclise.

Aposentado do Banco do Brasil desde 1984, Canabrava de Mendonça reside na Avenida Jorge Amado, Bairro Garcia, em Aracaju.

Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Imagens do acervo da família de Paulo Roberto Dantas Brandão








Publicado originalmente no Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão, em 31 de agosto de 2016

Da série do acervo da família que estou a digitalizar

Um jantar político em Aracaju na década de 50. Orlando Dantas discursa. Numa das fotos vê-se Dr. Antônio Garcia também falando. Identifico Viana de Assis entre os presentes. Acho que é o lançamento da Gazeta Socialista, pelos jornais que estão sobre a mesa. Se for, foi no dia 13 de janeiro de 1956. Não sei que local é esse, mas o bar é sortido. Não identifico quem são os outros que estão a discursar, principalmente o mais gordo que fuma charuto. Peço ajuda aos universitários. Estejam à vontade.

Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão

Filhos do General Augusto Maynard Gomes


Foto publicada originalmente no Facebook/Moema Sobral Maynard, em 02/09/2019

Filhos do general Augusto Maynard e Anita Vieira Maynard, da esquerda para direita: 

Wellington Maynard, Lygia Maynard Garcez, Jeferson Maynard, Lucia Maynard Franco.

Foto e informação de legenda reproduzidas do Facebook/Moema Sobral Maynard