Fachada neoclássica com pitadas do barroco brasileiro.
Palácio-Museu Olímpio Campos.
Hall de acesso ao andar superior.
Painel do artista Jordão de Oliveira.
Escadaria e adornos.
Adornos feitos por uma missão italiana.
Escadaria e adornos.
Detalhes do salão nobre.
Salão nobre.
Salão de refeições.
Quarto do governador.
Fausto Cardoso, primeira estátua pública de Sergipe.
Vista da sacada para a praça Fausto Cardoso.
Painel histórico de Jenner Augusto.
Fotos de Silvio Oliveira
Publicado originalmente no Blog Silvio Oliveira, Portal Infonet, em 06/04/2017.
Palácio-Museu Olímpio Campos (SE): Turismo e história
Cartão-postal e acervo histórico em Aracaju.
Por Silvio Oliveira.
Salões nobres, corredores, sacada com vista para a
emblemática praça Fasto Cardoso, cômodos. Mobílias, objetos pessoais de
governadores e telas de pintores da década de 20. A volta ao passado está
garantida através de uma visita guiada ao Palácio-Museu Olímpio Campos, ex-sede
do Governo do Estado de Sergipe restaurado no final de 2010 e reaberto com
status de palácio-museu.
O casarão localiza-se no Centro de Aracaju (SE), circundando
por prédios históricos, ao fundo da praça Fausto Cardoso. Suas obras foram
iniciadas em 1859 e concluída em 1863 para ser a sede do governo da província,
funcionando com esse patamar até 1995.
O Olímpio Campos é um marco da história de Sergipe e
resguarda em seus 154 anos um acervo singular de assinaturas de documentos, de
visitas ilustres, dos discursos e desfiles cívicos, além dos fatos históricos
de resistência, mudanças e tragédias. Muitos deles com enfática afirmativa de
ser emblemáticos para a construção do povo sergipano.
O Tô no Mundo revisitou o prédio sede do governo, hoje museu
e edifício fonte de pesquisa, para trazer um pouco dessa história como resgate
da curiosidade de sergipanos e turistas, que querem conhecer cada vez mais a
história e cultura do mais importante patrimônio público dos sergipanos em
Aracaju.
Contam os fatos que o palácio da província foi projetado
pela primeira vez pelos engenheiros Francisco Pereira da Silva e Sebastião
Pirro, na presidência do então governador Salvador Correia de Sá, em 1856, mas
não foi aprovado naquela época. Posteriormente, em outras gestões foram
apresentadas novas propostas para a construção do Palácio, mas também não
obtiveram êxito. Na presidência de Manuel da Cunha Galvão foi elaborado um novo
projeto, também de autoria de Francisco Pereira da Silva, que foi, finalmente,
aprovado pelo Governo Imperial. O imperador Dom Pedro II visitou o palácio em
obras em 10 de janeiro de 1860 e só em 1863 o palácio foi entregue à população
como sede do governo, por necessitar de um local apropriado por conta da
mudança da capital de São Cristóvão para Aracaju.
Em 12 de julho de 1954, através da Lei nº 575, o governo de
Arnaldo Garcez concedeu o nome de Palácio Olímpio Campos, em homenagem ao
jornalista, professor e sacerdote monsenhor Olympio de Souza Campos, cuja
personalidade política ganhou destaque em todo território nacional,
especialmente como deputado federal, presidente do estado e senador, até meados
de 1906 – ano do seu falecimento.
O palácio funcionou como sede estadual até 1995, na gestão
do governador Antônio Carlos Valadares, e logo após, na gestão do governador
João Alves Filho foi fechado para restauro. Só em 2007 as obras iniciaram no
governo Marcelo Déda e foi aberto ao público três anos depois com o status de
palácio museu.
Retomando ao palácio provinciano, foi lá onde ocorreram
emblemáticas passagens da história de Sergipe, configurando o edifício como o
maior símbolo da política e história sergipana, a exemplo das importantes
atribuições do governo do Barão de Maruim, da assinatura de construções de
prédios importantes da capital sergipana pelo então governador Graccho Cardoso,
além de ser lá onde foi travada o crucial marco das batalhas de Olímpio Campos
e Fausto Cardoso, esse último morto a frente do palácio ao tentar ocupa-lo
junto com o povo.
Também foi em um dos cômodos onde Seixas Dória foi preso e
conduzido ao sistema militar, quando dormia com a esposa dele. Em seus salões
adornados com obras de arte, mobiliário em jacarandá, ornamentos palacianos
recebeu inúmeras reuniões de Estado como a última entre a presidente Dilma e
todos os governadores do Nordeste, sobre a transposição do rio São Francisco e,
por fim, o funeral do governador Marcelo Déda.
Viagem ao passado - Passear pelo Palácio Museu Olímpio
Campos é uma viagem no tempo. Instalado no Centro Histórico de Aracaju,
reinaugurado em maio de 2010, o Olímpio conta com o acervo documental,
mobiliário e louças do século XIX, telas de artistas plásticos sergipanos e de
outros estados, totens que permitem acesso à informação com modernidade em
alguns pontos centrais e exemplares raros de livros.
Ainda do lado externo, o visitante irá perceber que a
primeira construção foi projetada em formas retilíneas e simples. Somente em
1920, o governador Pereira Lobo contratou uma missão italiana composta por
artistas e construtores que estavam em Salvador para realizar as mudanças que
deram as feições neoclássicas com uma puxada do barroco brasileiro.
As estátuas localizadas na praça Fausto Cardoso também foram
projetadas e adornadas pela missão italiana inspiradas em palácios de Florença,
na Itália. Belando Bellandi (arquiteto e escultor), Orestes Cercelli (arquiteto
e pintor), Bruno Cercelli (pintor), Orestes Gatti (escultor, fundidor e
pintor), Fiori (fundidor), Frederico Gentil (que trabalhava em serviços de
assentamento) e Pascoal del Chirico são os responsáveis pela modificação
paisagística nas primeiras décadas do século XX.
A viagem começa ainda no hall do palácio quando os
visitantes têm o contato com dois painéis de tamanho grandiosos datados de 1962
pelo artista plástico Jordão de Oliveira. Ele conseguiu resguardar nas obras a
economia de base do estado à epoca, como a extração do coco e sal, a criação do
gado e o cultivo da cana.
Os aposentos do andar térreo foram redefinidos e repaginados
para serem abertos à visitação. A primeira sala, da Província de Sergipe,
abriga a foto do Barão de Maruim, o busto de Pedro I e a herma de Pedro II,
feita por Bené Santana, na década de 80, além de duas fotos recentes do
governador Marcelo Déda e de Olímpio Campos.
Na segunda sala, denominada de República de Sergipe, os
visitantes acessam fotos e fatos dos governadores até os dias atuais; além da
sala Fausto e Olímpio, contando as curiosidades dos embates entre os dois até
as suas mortes. Por um corredor, percorre-se toda essa trajetória dos vultos
sergipanos até chegar a Sala de Aracaju, na qual se encontra a maquete da
capital da década de 20. Criou-se a sala biblioteca Manoel Cabral Machado, e
para transcrever a história de forma ilustrativa e artística, há a sala
destinada a obras modernas.
Acesso à história - Ao centro e ao fundo do hall de entrada,
a escadaria de mármore, ladeada por corrimãos de madeira levam ao andar
superior. Na sala de espera, com mobiliário original, fotos homenageiam os
ex-governadores Seixas Dórea e Graccho Cardoso. Na sala de despachos, medalhas
e documentos pessoais do ex-governador Paulo Barreto. Há condecorações de
personalidades com a medalha do Mérito Aperipê e uma cadeira de despachos da
década de 20. O salão de festas espera o visitante com tons que envolvem luz e
sombra. O mobiliário chama atenção e o púlpito sacada lembra o tempo em que era
hábito se fazer discursos para o povo. Também era dali onde os governadores
assistiam à passagem das tropas militares.
Todos os ambientes são adornados com mobília da época
adquirida ou construída exclusivamente para o palácio, além de obras de
artistas sergipano como ‘Miséria e Caridade’, adquirida em Estância da família
de Horácio Hora.
No segundo pavimento ainda está o quarto do governador, o de
hóspedes, a sala íntima, os salões nobre e de jantar, além do gabinete do
governador. Os cômodos contam histórias e curiosidades sergipanas, por exemplo,
no quarto dos hóspedes pernoitou o ex-presidente Castelo Branco.
O palácio também ganhou o quarto feminino em homenagem às
mulheres sergipanas na política. Os móveis e eletrodomésticos, além de objetos
de decoração foram preservados e valorados com detalhes em rendas irlandesas.
Certamente o palácio museu Olímpio Campos é um marco da
história político-cultural sergipana e uma atração turística que não pode
deixar de ser vista.
Dicas de Viagem
Não deixe de percorrer o entorno do palácio. Há prédios
históricos datados da mesma época da construção do casarão, a exemplo do
palácio Fausto Cardoso, sede do poder legislativo de outro, situado na mesma
praça.
Veja também os adornos da praça Fausto Cardoso também
projetados pela missão italiana, a exemplo das ninfas das estações dos
corretos, representando as estações do ano. Veja também a primeira estátua em
praça pública de Sergipe: Fausto Cardoso.
Pouco conhecido pelos sergipanos, não deixe de observar o
painel de cerâmica do artista plástico Jenner Augusto e fabricados pelo
ceramista alemão Udo Knoff, em 1957. A obra está localizada na fachada do
edifício Walter Franco, situado na esquina do calçadão da rua João Pessoa e
praça Fausto Cardoso. O painel com traços cubistas e que traz a economia de
Sergipe é tombado pelo Governo do Estado e representa um marco do modernismo em
Sergipe, sendo uma das primeiras obras vanguardista pública do gênero no
Nordeste.
A restauração dos adornos, móveis, pinturas e elementos
artísticos duraram três anos e foi realizada com o intuito de resguardar os
detalhes originais. Mas para acompanhar a modernidade, o palácio ganhou
elevadores, além de um café, rede sem fio, monitores digitais, acessibilidade e
uma equipe de monitores treinados para visitas guiadas.
Há indícios de que antes da restauração principal de 2007 as
pinturas do artista plástico Jordão de Oliveira localizadas no hall do palácio
foram completamente modificadas. O crime ocorreu sem nenhuma interferência do
poder público até a atualidade;
O Palácio Olímpio Campos está aberto de segunda a
sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 13h.
As escolas e excursões terão que agendar previamente através do telefone (79)
3198-1452 ou através de site oficial. A visita é gratuita
*Com informações do professor, pesquisador e historiador
Amâncio Cardoso, em visita técnica do Curso de Guia de Turismo do Instituto
Federal de Sergipe ao Palácio-Museu Olímpio Campos.
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs/silviooliveira
O autor do livro 'Aracaju como vi e vivi' q é Murilo Mellins, diz assim um trecho: ".........meu coração se enche de saudades quando eu passo pela praça Fausto Cardoso......" Isso porq ali era no passado, uma passeata aos domingos a noite, cada qual exibindo seus melhores trajes e hj tudo mudado. Ali era um mangue q aos poucos foi aterrado pra hj ser uma história de Aracaju, junto com os 2 imóveis do tempo do referido Fausto Cardoso
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