sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Vamos louvar a quem merece...


Publicado originalmente no Facebook/Antonio Samarone, em 20 de outubro de 2018

Vamos louvar a quem merece...
Por Antônio Samarone

A turma do Arquidiocesano que completou 40 anos da conclusão do segundo grau, fez uma festa. Professores e a direção do Colégio foram convidados. Eu ensinava biologia. A atração foi a presença do diretor, o Cônego Carvalho.

Numa breve retrospectiva, o Cônego José de Carvalho Souza dirigiu o Arquidiocesano por cinquenta anos. Em 2012, foi afastado de forma abrupta pela Diocese. O Colégio nunca mais foi o mesmo.

O conservador Cônego Carvalho dirigia o Colégio democraticamente. Reinava um clima de liberdade, do livre pensar e do respeito as divergências no Colégio.

Durante a revolução de 1964, alguns alunos foram expulsos do Colégio Atheneu, acusados de subversão. O Cônego Carvalho abriu as portas do Arquidiocesano para recebe-los: Wellington Mangueira, Abelardo Souza e o poeta Mario Jorge (irmão da deputada Ana Lúcia). Não foi pouco!

Quando ingressei no Colégio, com professor de Biologia, fiquei preocupado. Como ensinar a Teoria da Evolução, claramente materialista, num colégio de padres? Estávamos na década de 1970, e a biologia moderna, cientifica, ainda era uma novidade nos livros didáticos.

Procurei o Cônego Carvalho, para saber a orientação do Colégio. Eu precisava do emprego. Expus o problema: padre, a biologia tem uma visão sobre a origem da vida e a sobre evolução que contrariam a doutrina cristã, o que fazer? O Cônego Carvalho foi sucinto: o senhor ensine biologia, que eu ensino o catecismo.

O corpo docente era infestado de esquerdistas, líderes estudantis, isso em plena ditadura. O padre sabia, mas o que cobrava é que fossemos bons professores. O Cônego Carvalho valorizava os professores. Era acessível, dialogava com os alunos. E foi um pioneiro no fortalecimento do esporte estudantil.

O Colégio Arquidiocesano foi um grande colégio, em grande parte, devido a dedicação e competência do Cônego José de Carvalho Souza. Foi o eu que ouvi dos ex-alunos, após 40 anos. Eu subscrevo!

blogdesamarone.blogspot.com

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone

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