quarta-feira, 27 de outubro de 2021

O português mais querido de SE: morre o empresário Abel Gonçalves, 94 anos

Foto de César de Oliveira/reprodução 

Legenda da foto: O presidente do Sistema Fecomércio Laércio Oliveira, lamentou a morte de Abel e lembrou de uma das muitas conversas que tivera com ele ao longo desses anos. 


Texto compartilhado do site F5 NEWS, em 26 de outubro de 2021 


O português mais querido de Sergipe: morre o empresário Abel Gonçalves aos 94 anos 


Ele fundou a Luzitânia, lanchonete com cardápio tipicamente português em Aracaju 

 

O empresário português radicado em Aracaju há mais de 50 anos, Abel Emídio Gonçalves Oliveira, morreu aos 94 anos, na tarde desta terça-feira (26), em Aracaju. Dono de uma bela história vivida no Centro Comercial de Aracaju, Abel ficou conhecido em Sergipe como “Abel da Luzitânia”, lanchonete com cardápio tipicamente português no Calçadão das Laranjeiras, em Aracaju. 


Nascido em 28 de março de 1927, em Fafe, Abel Gonçalves aportou em Aracaju nos anos 60, quando no espaço em que funcionava sua lanchonete, abriu uma loja de comércio varejista de calçados, a Luzitânia Calçados. Iniciando assim, uma trajetória de sucesso no empreendedorismo em Aracaju que foi coroada com a inversão do seu negócio para a famosa lanchonete que há 47 anos atende os aracajuanos, ao lado da igreja São Salvador.

 

Com um carinho que lhe era peculiar, Abel recebia o público na Luzitânia com muita alegria, fazendo amigos em várias gerações ao longo da existência do negócio. A idade vinha avançando e ele fazia questão de continuar cozinhando com sua esposa, Maria Clara, os pratos da culinária portuguesa que faziam seu negócio ganhar corpo e elevar o número de frequentadores. A Luzitânia faz parte da vida de quatro gerações de sergipanos, desde 1974. Dessa história, surgiu a Lei Complementar 5.003, de autoria do vereador Professor Bittencourt, que classificou a Luzitânia Lanches como patrimônio histórico e cultural de Aracaju. 


A morte de Abel Gonçalves provocou consternação na sociedade Sergipana, com manifestações de pesar de centenas de amigos que estiveram presentes em seu velório. O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Laércio Oliveira, lamentou a morte de Abel e lembrou de uma das muitas conversas que tivera com ele ao longo desses anos. 


“Perdi um amigo querido, com quem conversava bastante e aprendia cada vez que ia visitá-lo na lanchonete para comer um bolinho de bacalhau e jogar conversa fora. Sua história de vida é muito bonita e seu exemplo de espírito empreendedor fez o Conselho da Federação do Comércio aprovar outorga da comenda José Ramos de Moraes para ele. Infelizmente, a pandemia impediu que realizássemos a solenidade de entrega, por razões óbvias. Entretanto, a homenagem ao português mais querido de Sergipe será feita para a família, em nome de seu filho Abel Santana. Hoje é um dia muito triste para o comércio de Sergipe, que perde um dos seus maiores protagonistas”, lamentou Laércio. 


O jornalista Marcio Rocha, amigo da família, comentou sobre a pessoa de Abel Gonçalves, rememorando momentos. 


“Abel veio de Portugal para empreender em Aracaju, encontrando um nicho de mercado importante, criando a cultura da culinária portuguesa em nossa cidade. Portuga, Abel, Gajo, tantas maneiras de chamá-lo, mas para mim foi e sempre será "Tio Abel". Cresci dentro da Luzitânia, acompanhando meu pai em tantos cafés, almoços, lanches. Meu pai gostava muito do bolinho de bacalhau e eu herdei esse hábito. De Abel ganhei um grande amigo para a vida toda, tal qual nossos pais foram um para o outro, Abelzinho. Só posso agradecer por cada sorriso, cada afago no garoto falastrão que hoje é jornalista, pelo incentivo, amizade e carinho com meu velho e por tantas boas memórias que deixou não somente comigo, mas com toda nossa cidade”, disse Rocha. 


O corpo de Abel Gonçalves foi enterrado no final desta tarde, no cemitério Colina da Saudade. 


Texto e imagens reproduzidos do site: f5news.com.br 

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