Publicado originalmente no Facebook/Amaral Cavalcante, em 20 de outubro de 2017
No Jardim de Raymundo.
Por Amaral Cavalcante.
Na sexta-feira passada, dei-me um presente digno de real
embaixador, ao visitar o reino principesco de Raymundo Luiz da Silva, na
Avenida Barão de Maruim.
O gentil’homem, guardião das mais profundas memórias desse
Sergipe de elegantes políticos e fortunas históricas que se esvaem ao sabor da
nossa indiferença, recebeu-me na porta da sua cidadela de cajado em punho e
sorriso grato. Que entrasse!
Com a mão no meu ombro, ele me lavaria pelos corredores da
casa aos seus domínios: uma aprazível construção no amplo quintal, iluminada
pela luz inconfundível de tantos Aracajus gloriosos que ele guarda sob a sombra
de um pé de manjelão, cioso da sua majestosa função de guardião de memórias.
Raymundo é a lembrança fiel de conquistas políticas e
progressos no jornalismo, na literatura escorreita cultivada em crônicas
certeiras, na implantação de benéficas ações na área da comunicação, do
esporte, na vida social e no assessoramento intelectual a destacados agentes do
poder político, em Sergipe.
Ao som do estridente trilili de dezenas de pássaros cantores
que ele reconhece, a todos, por inusitada convivência e amorosos tratos,
Raymundo me conduziu ao seu reino de amabilidades, ao seu papo gostoso de quem
envelhece de bem com a vida e faz da sua memória um legado precioso demais para
todos nós.
Conversamos com a sofreguidão de quem aguarda um naufrágio:
eu, às pressas porque tinha compromissos bestas que nem valiam à pena; ele,
senhor do tempo como se a eternidade já o liberasse de qualquer pressa.
O tempo foi pouco, mas juro que farei outras visitas como
essa, para o bem da minha sanidade intelectual e refrigério de alma.
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Amaral Cavalcante.
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