terça-feira, 31 de outubro de 2017

No Jardim de Raymundo


Publicado originalmente no Facebook/Amaral Cavalcante, em 20 de outubro de 2017

No Jardim de Raymundo.
Por Amaral Cavalcante.

Na sexta-feira passada, dei-me um presente digno de real embaixador, ao visitar o reino principesco de Raymundo Luiz da Silva, na Avenida Barão de Maruim.

O gentil’homem, guardião das mais profundas memórias desse Sergipe de elegantes políticos e fortunas históricas que se esvaem ao sabor da nossa indiferença, recebeu-me na porta da sua cidadela de cajado em punho e sorriso grato. Que entrasse!

Com a mão no meu ombro, ele me lavaria pelos corredores da casa aos seus domínios: uma aprazível construção no amplo quintal, iluminada pela luz inconfundível de tantos Aracajus gloriosos que ele guarda sob a sombra de um pé de manjelão, cioso da sua majestosa função de guardião de memórias.

Raymundo é a lembrança fiel de conquistas políticas e progressos no jornalismo, na literatura escorreita cultivada em crônicas certeiras, na implantação de benéficas ações na área da comunicação, do esporte, na vida social e no assessoramento intelectual a destacados agentes do poder político, em Sergipe.

Ao som do estridente trilili de dezenas de pássaros cantores que ele reconhece, a todos, por inusitada convivência e amorosos tratos, Raymundo me conduziu ao seu reino de amabilidades, ao seu papo gostoso de quem envelhece de bem com a vida e faz da sua memória um legado precioso demais para todos nós.

Conversamos com a sofreguidão de quem aguarda um naufrágio: eu, às pressas porque tinha compromissos bestas que nem valiam à pena; ele, senhor do tempo como se a eternidade já o liberasse de qualquer pressa.

O tempo foi pouco, mas juro que farei outras visitas como essa, para o bem da minha sanidade intelectual e refrigério de alma.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Amaral Cavalcante.

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