Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 27 de setembro de 2017
Você sabe quem foi Orlando Dantas?
De Redação
Orlando Vieira Dantas nasceu em Capela (SE) no dia 28 de
setembro de 1900, filho de Manuel Correia Dantas, governador de Sergipe entre
1926 e 1930, e de Adelina Vieira Dantas.
Proprietário rural e empresário da agroindústria açucareira,
formou-se em engenharia civil, no Rio de Janeiro (então Distrito Federal), em
meados da década de 1920. De volta a Sergipe, em 1934 militou no Partido Social
Democrático de Sergipe. Em 1945,
ingressou na União Democrática Nacional (UDN) e mais tarde na Esquerda
Democrática, em cuja legenda elegeu-se para a Assembleia Constituinte estadual
em 1947. Mais tarde, filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), fusão
da Esquerda Democrática com outras correntes políticas, do qual foi um dos
fundadores em Sergipe.
Deputado Federal (1951 - 1953).
Em outubro de 1950, elegeu-se deputado federal por Sergipe
na legenda da Aliança Popular, coligação do PSB com o Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB) e o Partido Social Progressista (PSP). Nesse mesma pleito, Getúlio
Vargas foi eleito presidente da República. Deixando a Assembleia sergipana em
janeiro de 1951, Orlando Dantas assumiu o mandato de deputado federal no mês
seguinte.
Em dezembro de 1951, Getúlio enviou ao Congresso um projeto
propondo a criação de uma sociedade de economia mista, a Petrobrás, para a
exploração do petróleo no país. Dantas participou do debate em torno do projeto
como congressista e como homem de imprensa. Em maio de 1952, antes que o
projeto começasse a ser discutido em plenário, o governo apresentou um
requerimento de emergência aprovado posteriormente, apesar das manifestações
contrárias da minoria, para o encaminhamento dos debates, de modo a evitar que
o controle da matéria lhe escapasse. Orlando Dantas declarou ser o requerimento
suspeito, por estar em consonância com a campanha feita pela imprensa,
financiada pela Standard Oil, visando a defesa de um projeto prejudicial à
economia do país.
Na sessão da Câmara de 6 de junho, a UDN encaminhou um
substitutivo assinado por representantes dos principais partidos políticos.
Orlando Dantas o assinou pelo PSB de Sergipe. Este substitutivo apresentava
como proposta a criação de uma empresa estatal (Empresa Nacional de Petróleo –
Enape) e incorporava diversas sugestões feitas no memorando enviado à Câmara,
em maio de 1952, pelo Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia
Nacional (CEDPEN), um dos principais promotores da campanha pelo monopólio
estatal do petróleo.
Depois de muita discussão, o projeto original saiu da Câmara
com alterações significativas. Foram
aprovadas emendas que tornaram mais nítido o controle do Estado na nova
empresa. Modificaram-se os dispositivos referentes à participação dos estados
da Federação na distribuição da receita do Imposto Único sobre Combustíveis
Líquidos e Lubrificantes. Por outro
lado, foram incluídos dispositivos relativos à participação dos estados
produtores nos resultados da atividade da empresa. A Petrobrás só viria a ser
criada em 3 de outubro de 1953, através da Lei nº. 2.004, sancionada por Getúlio
Vargas.
Líder do PSB na Câmara a partir de março de 1952, tentou a
reeleição em outubro de 1954, dessa vez na legenda da Aliança Social
Democrática – coligação do PSB com o Partido Social Democrático (PSD) e o
Partido Republicano (PR). Obteve apenas
a segunda suplência e, deixando a Câmara em janeiro de 1955, a ela não retornou
na legislatura seguinte.
No pleito de outubro de 1962, elegeu-se quarto suplente de
deputado à Assembleia Legislativa de Sergipe, na legenda do Partido Rural
Trabalhista (PRT), não chegando a exercer o mandato. Com a extinção dos partidos políticos pelo
Ato Institucional n.º 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do
bipartidarismo, tentou candidatar-se a senador em 1966 por Sergipe na legenda do
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar
instalado no país em abril de 1964, mas a agremiação não acolheu sua
candidatura. Em 1968 ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido
de sustentação ao regime militar.
Além de suas atividades no ramo açucareiro e na política,
foi diretor-presidente da Gazeta de Sergipe, jornal de sua propriedade.
Faleceu em Aracaju no dia 9 de abril de 1982.
Era casado com Dulce Meneses Dantas, com quem teve quatro
filhos. Um deles, Hélio Dantas, também seguiu a carreira política
Publicou O problema açucareiro em Sergipe (1944), Aspectos
da política sergipana (1953), Análises da inflação no Brasil (2ª. ed., 1957),
Movimento cultural de Sergipe, Planificação econômica de Sergipe e A vida
patriarcal em Sergipe (1981).
FONTES: CÂM.
DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação nominal dos senhores; CISNEIROS,
A. Parlamentares, Grande encic. Delta;
NÉRI, S. 16; TRIB. SUP. ELEIT.
Dados (1, 2, 3 e 6).
Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br
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