Publicado originalmente no Facebook/Lilian Rocha, em 16.2.18
Meu ídolo
Por Lilian Rocha
Falar dele é o mesmo que falar de um ídolo, de alguém que
você admira muito e sabe que jamais vai conseguir ser igual a ele.
Ele foi meu primeiro professor de Inglês. Com ele, aprendi
os dias da semana, os meses do ano, as cores, os números, os pronomes...
Foi meu primeiro professor de Literatura, que recheou minha
infância com revistinhas e livros inesquecíveis e me ensinou a gostar de ler e
escrever...
Foi meu primeiro professor de Música, que acostumou meus
ouvidos, desde cedo, à música de qualidade...
Foi meu primeiro professor de Religião, que respondeu a
todos os meus questionamentos, me tirou todas as dúvidas e aumentou a minha
fé...
Foi meu primeiro professor de Geografia e História, dono de
uma cultura e uma memória invejável, que me ensinou sobre o Brasil e o mundo...
Foi meu primeiro professor de saudade, que me fez amar
histórias que eu nunca vivi e lugares que eu nunca conheci...
Foi quem também me ensinou o significado da ética, do
respeito e da responsabilidade. E quem primeiro me ensinou sobre romantismo,
amor e fidelidade.
Difícil falar de uma pessoa tão culta e possuidor de uma
inteligência tão brilhante. Difícil falar de um homem que era, ao mesmo tempo,
professor, jornalista, radialista, cronista, pianista...
Mas o mais fascinante pra mim era saber que essa pessoa tão
completa cabia todinha numa palavrinha bem pequena, talvez uma das primeiras
que aprendi a pronunciar: PAI.
Meu pai sempre foi isso pra mim, uma referência. Referência
de responsabilidade, de seriedade, de inteligência, de cultura, de bom gosto
musical, de integridade e de fé. Um homem "de palavra", que honrava o
que dizia. Um escritor nato, que amava as palavras e se valia delas para chegar
ao âmago de todos os que se dispunham a ouvi-lo, seja qualquer que fosse o
instrumento: cartas, livros, rádio, jornal, televisão, redes sociais...
Por isso, é também com "palavras" que quero me
despedir dele, pois só as palavras têm acesso livre ao coração do outro. E só
quem ama as palavras é capaz de ouvir e entender essa estranha linguagem do
coração, chamada saudade...
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Lilian Rocha
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