quinta-feira, 8 de junho de 2023

Uma justa homenagem póstuma a Alfredo Freire do Sacramento

Alfredo Freire do Sacramento: eis aqui um que
soube passar bem pela vida e vai deixar saudade

Alfredo Freire do Sacramento: teve família e soube dar a atenção que cada um mereceu

Legenda da foto: Alfredo e sua Maria Augusta Almeida do Sacramento: uma união de 51 anos feitos agora em maio

Publicação compartilhada do site JLPOLÍTICA, de 30 de maio de 2023

Uma justa homenagem póstuma a Alfredo Freire do Sacramento

Por Aurélio Belém do Espírito Santo *

Peço licença aos leitores desta coluna para desviar da programação dos artigos e fazer uma justa homenagem a um grande homem a quem tive a honra de conhecer e conviver: Alfredo Freire do Sacramento, que nos deixou no último domingo, dia 28, aos 79 anos de idade.

Nascido em Aracaju, em 30 de dezembro de 1943, Alfredo foi o sétimo de dez filhos do casal Eliezer do Sacramento e Idalina Freire do Sacramento, a dona Marocas. São eles: Maria José Sacramento Santos, a Zezé, Anna Freire do Sacramento, Anita, a queridíssima Azulina Sacramento Leal, Maria Augusta Sacramento Ferreira, Carlos Freire do Sacramento, o Carlito, Maria Emília Freire do Sacramento, Alfredo Freire do Sacramento, Maria Amélia Freire do Sacramento, Antônio Freire do Sacramento, o tio Tonho, e a animada Eliana Sacramento Oliveira.

Desde 20 de maio de 1972, Alfredo foi muito bem casado com a então jovem laranjeirense Maria Augusta Almeida do Sacramento, filha de Dona Eunice e Edvaldo Xavier, que foi prefeito de Laranjeiras. Com sua fiel companheira de vida, Alfredo teve cinco filhas: Alessandra, dentista; Amanda, analista do TRE/BA; Adriane, superintendente do IBGE/SE; Ana Carolina, fisioterapeuta, e Augusta Renata, psicóloga.

Hoje todas elas são casadas, respectivamente, com o dentista brasiliense Alexandre Tenório; com o médico soteropolitano Cláudio Sobral; com o analista do MPT Rafael Bittencourt, com este advogado Aurélio Belém e, por fim, com o paraibano analista do MPE, Luiz Neto.  

As cinco filhas de Alfredo Freire do Sacramento lhe presentearam com oito netos ao todo: sendo a primogênita Gabriela, já acadêmica de Medicina, seguida então pela bela baianinha Júlia; o primeiro descendente masculino Lucas; o Guilherme, o “Guiga”; o curioso Leonardo, o “Leozão”; Marina, a “Nina”, e os gêmeos pontas de rama, bons de bola, Marcelo e Matheus. Lucas e Leo são filhos meus com a quarta filha do Sr. Alfredo, Carol Sacramento.

Deu para perceber que a vida desce grande homem foi sempre de “casa cheia”. Afinal, só a família de casa, quando se reunia completa, contava com exatamente 20 pessoas. Mas sempre cabia mais uns. Dá para imaginar o barulho e a alegria dessas reuniões?

Então, era assim que o estimado Alfredo Freire do Sacramento gostava de ver a sua casa, sempre cheia e animada. Apreciava disputar boas partidas de buraco, dando sermões homéricos aos parceiros vacilantes, dentre eles este que vos escreve, e gozando alegremente dos adversários frequentemente derrotados, quase sempre Claudinho e Rafael.

As longas partidas eram sempre acompanhadas por uma boa mesa em família, servida, dentre tantas outras coisas, com as suas comidas favoritas: rabada, ensopado de robalo, galinha de capoeira, carneiro guisado, cozido de carnes com pirão, que eram, preferencialmente, preparados pela icônica Maria, antiga funcionária de confiança da família. A mesa farta também era sempre regada com um bom vinho tinto.

Alfredo começou a trabalhar ainda menor num bar e restaurante do cunhado Amintas, depois passou a vender frutas do sítio do seu pai no mercado e ajudava seu velho numa mercearia que ele tinha na Rua de Santa Rosa.

Estudou e completou o segundo grau no Colégio Atheneu. Alistou-se e serviu ao Exército. Quando atingiu a maioridade, foi trabalhar como office boy no escritório da Usina Pinheiro, pertencente à família Franco. De lá, em 1962, foi transferido para a fábrica de tecidos Sergipe Industrial, onde trabalhou como escriturário e logo foi promovido a gerente.

Prestou vestibular para o curso superior de Economia, foi aprovado, mas resolveu não cursar e seguir a carreira na empresa, escalando, por méritos, até chegar a diretor-geral, que ocupou por muitos anos, tornando-se homem de confiança do médico e industrial Augusto Franco. 

Com o falecimento do patriarca dos Franco, Alfredo continuou ainda por muito tempo na direção da empresa têxtil, junto com três filhos herdeiros: Marcos, Ricardo e Maria Clara Franco, representada pelo esposo Tácito Faro.

Alfredo sempre foi arrimo de família. Organizado, leal, grato, de personalidade decidida e de caráter reto, era dedicado ao trabalho e à família, que carinhosamente sempre o prestigiou com carinho. Era também um cara agregador. Soube viver como poucos, dosando momentos de seriedade com os de entretenimento.

Adorava gaitar e celebrar a vida ao lado dos seus. Embora “viajado” e bem-sucedido nos negócios, sempre foi um homem de costumes e hábitos simples. Estou certo de que foi muito bem sucedido também em sua missão familiar.

Criou as cinco filhas, educou, formou e casou todas. Foi amigo dos genros, conheceu e curtiu seus oito netos, sendo um avô presente e amoroso e ainda teve a oportunidade de celebrar a aprovação no vestibular da primeira neta, a Gabriela. Portanto, salvo a saudade, não deve haver espaço para tristeza!

Como quarto genro desse “cabra bom”, sinto-me feliz pela oportunidade de com ele ter convivido. No futebol, torcemos para o mesmo clube: o Vasco da Gama. Às vezes, discordávamos de assuntos, principalmente políticos, mas sempre gostei de com ele conversar, absorver a sua experiência e captar seus bons exemplos.

Alfredo sempre se mostrou disponível e confesso minha satisfação em ouvir seus conselhos e perceber o interesse em ajudar, algo pelo que ele fazia questão. Mesmo quando distribuía suas broncas, por trás estava latente a sua zelosa preocupação em colocar as coisas nos trilhos.

Contudo, por justiça, preciso registrar que tudo isso também só foi possível porque ao lado dele sempre esteve uma mulher forte, perseverante, dedicada, religiosa e cuidadosa, a senhora Augusta, minha querida sogra, e amada companheira de vida deste grande cara.

Em minhas reflexões, aprendi a encarar a morte como passagem e manifestação da única certeza da própria vida. Não que ela não traga tristeza, afinal esta é parte da vida. A felicidade é meta, busca constante nesse longo caminho, onde experimentamos momentos de alegria e de tristeza, como sensações do viver que nos impulsionam adiante ou para trás. A escolha é cada um que faz!

Certamente a saudade de Alfredo Freire do Sacramento ficará como lembrança latente e presente de tantas boas memórias e passagens que ele nos deixou. Afinal, recordar é viver. E está aí uma coisa que meu sogro sabia fazer: viver!

Vai-se o homem e ficam vivas as boas memórias daquele cumpriu bem a sua missão na terra, deixando as suas marcas por onde passou. Tenho plena certeza de que Seu Alfredo não queria ver ninguém triste com sua partida e deseja ser lembrado com alegria e a união dos que aqui ficam, sempre celebrando a vida e brindando os momentos com sorrisos e abraços!

Espero que possamos honrar a sua trajetória de vida com a alegria que ele sempre esbanjou! Descanse em paz, meu sogro!

* Aurélio Belém do Espírito Santo - É advogado e ex-diretor da OAB-SE. 

Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica com br/articulista

Nenhum comentário:

Postar um comentário