Foto reproduzida do site al.se.leg.br e postada pelo blog,
para ilustrar o presente artigo
Texto publicado originalmente no site do Portal Infonet, em
14/12/2018
Uma despedida apoteótica
Por Ivan Valença (Blog Infonet)
Diante de um plenário tomado por admiradores e eleitores, a
deputada Ana Lúcia fez um emotivo discurso de despedida do parlamento
sergipano. “Isso não quer dizer que estou abandonando a política. Volto a minha
sala de aula e continuarei a ocupar os espaços que me permitam trabalhar pelo
povo sergipano”. Em sua fala, Ana Lúcia traçou “reminiscências importantes que
gostaria de dividir com as senhoras e senhores”. Relembrou então fatos que
marcaram os dezesseis anos de atividades parlamentares, encerrados agora por
questões alheias a sua vontade, “como a saúde precária”. Citou então o ambiente
familiar favorável a uma formação de princípios; as características, singulares
a seu tempo, de dona Ivone, sr. Claudomir (seus pais) e dr. Osman Hora, a quem
ela considerava como pai; a paixão familiar pelos livros e pela cultura e a imensa
biblioteca da família; a ligação com o irmão Mário Jorge (um dos grandes poetas
que Sergipe teve); e a importância das irmãs franciscanas no despertar precoce
para as questões sociais e políticas”. “O amor pelas letras conduziu-me a uma
convicção muito firme no momento de escolher meus caminhos, a formação
universitária e a profissão que abraçaria por toda a vida: a educação, o
magistério, a sala de aula?”. E segue: “Na década de 70, tive a felicidade de
conhecer jovens educadores da Universidade Federal em Seminário de Bárbara
Freitagli, da UNB. Um grupo ao qual me somei, inspirada pelas ideias
revolucionarias da geração de 68 e pelas leituras freireanas”. Ana falou também
sobre seu namoro com os partidos de linha comunista mas decidiu abraçar o
Partido dos Trabalhadores, já a partir de 1980. “Assim se estruturou o
sindicalismo independente que deu origem à Central Única dos Trabalhadores. Uma
experiência política que configurou as bases do processo de reconstrução
democrática e revelou os quadros que seriam os protagonistas da reestruturação
democrática que, como hoje podemos observar, ainda não se concretizou
plenamente”. E finalizou: “Devo a renovação de meu compromisso com a construção
de um futuro livre da desigualdade, avesso à exclusão, à intolerância e ao
preconceito. Um futuro que as próximas gerações saberão fazer mais fraterno,
mais justo e pleno de felicidade”.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br
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