Imagem Acervo de Família e postada por Aida Campos no Facebook/GrupoMTéSERGIPE e migrada pelo Blog SERGIPE, sua terra e sua gente, para ilustrar o presente artigo. Na foto FAMÍLIA CAMPOS - Os filhos de Adroaldo Campos - Dudu da
Capela - e Ocirema Alves Campos: Lealdo Lima Campos, Aldo de Jesus, Laurindo Alves Campos,
Adroaldo Campos Filho, Lisaldo Alves Campos, LENALDA CAMPOS DUBOC e Lises Alves
Campos — em Capela/SE - Anos 70.
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A mulher sergipana na Segunda Guerra Mundial
Texto Acadêmico
Documentos da 4ª Fase
“A mulher brasileira colaborava nos preparativos para a
guerra através do Serviço Feminino da Defesa Passiva Civil Antiaérea, das
enfermeiras da Cruz Vermelha, das Socorristas, das Samaritanas e das senhoras
da Escola Técnica Social.
Quando houve o torpedeamento aos navios brasileiros na costa
sergipana, abriu-se aqui o curso de ‘auxiliar de enfermagem’ para a guerra
através da Cruz Vermelha, e com isto a possibilidade de participação das
mulheres. Cinco sergipanas candidataram-se ao curso, mas no momento da seleção
por aptidão física, apenas 03 foram aceitas para incorporação ao corpo feminino
do Exército brasileiro. Seguiram para Salvador para um treinamento e a seguir
foram convocadas. Já no Exército, fizeram um treinamento específico de
enfermagem aérea para transporte de feridos. O treinamento era muito duro,
inclusive com aulas de natação em alto mar, o que, segundo as entrevistadas,
desafiavam sua coragem. Antes de seguirem para o ‘front’ passaram uma semana em
Miami para novo treinamento, retornando para a base de Natal, daí sim
diretamente para a Itália.
(…)
Lenalda Lima Campos (Lenalda Campos Duboc) é natural de
Capela – SE e, em 1940, aos dezoito anos, foi trabalhar no Palácio Serigy, na
época o Departamento de Saúde do Estado, no Serviço de profilaxia da lepra.
Em seguida, por influência de um tio, que residia em São
Paulo, foi estudar no Colégio Mackenzie, onde conheceu a conterrânea Joana
Simões Araújo, sua futura companheira nos serviços de Enfermagem da Guerra.
Os jornais da época e informações de familiares atribuem que
a decisão de prestar serviço na guerra germinou quando ocorreu os torpeamentos
dos navios sergipanos na foz do Rio Real, informação mais tarde confirmada pela
própria Lenalda em entrevista de viva voz.
Ela cuidou dos náufragos naquela ocasião. Tinha 22 anos. Por
ocasião da guerra fez treinamento para ‘Enfermeira do ar’, transportando os
feridos da Itália para o Brasil, em viagens que duravam aproximadamente 12
horas, em condições adversas. E ainda, após chegada ao Rio de Janeiro,
embarcava novamente para a base de Natal, ou para onde houvesse necessidade de
transportar os feridos, para em seguida retornar à Itália.”
(…)
A Guerra acabou. Os pracinhas estavam voltando. Nas ruas do
Rio de Janeiro, o desfile da vitória. O Brasil festejava a paz. As mulheres
guerreiras, entretanto, recebiam apenas um ‘saudações, muito obrigado e sejam
felizes. Vocês foram heroínas’ (DUBOC, 2001). Houve uma rejeição muito grande
quando da tentativa que as mesmas fizeram de continuarem ligadas ao Exército.
(…) A partir daí se iniciou uma outra luta em defesa dos interesses dos
ex-combatentes e seus familiares (…)”
Sobre este documento:
Título: A mulher sergipana na Segunda Guerra Mundial
Tipo de documento: Texto Acadêmico
Palavras-chave: Tocantins Ditadura Guerrilha do Araguaia
Origem: Maria Jésia Vieira, et. al. “A mulher sergipana na Segunda
Guerra Mundial”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. N° 34,
2003-2005, 223-234. http://www.ihgse.org.br/revistas/34.pdf
Créditos: Maria Jésia Vieira
Texto reproduzido do site: olimpiadadehistoria.com.br
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