domingo, 23 de agosto de 2020

Raimundo Juliano: um sergipano com 62 anos de atividade comercial


Publicado originalmente no site LAGARTENSE, em 6 de julho de 2019

Raimundo Juliano: um sergipano com 62 anos de atividade comercial

Filho do empresário Agripino Roque Santos e Mariath Amado Souto Santos, começou a trabalhar ainda criança como engraxate

Por Guilherme Almeida *

Nascido em 8 de julho de 1932 na cidade de Estância, desde cedo Raimundo Santos Souto se destacou entre seus nove irmãos. Filho do empresário Agripino Roque Santos e Mariath Amado Souto Santos, começou a trabalhar como engraxate aos sete anos para juntar dinheiro e assistir, semanalmente, filmes de Cowboy no cinema, já que seu pai não bancava financeiramente seu entretenimento.

Aos dez anos de idade passou a vender jornais e revistas e foi quando começou a fazer suas primeiras economias. Um ano depois, foi convidado para trabalhar como balconista na Loja Esperança que comercializava tecidos no município de Estância. O garoto se destacou na função e se tornou pracista da empresa atacadista “José Pinheiro Avelos”, acumulando, precocemente, dois empregos.

Três anos depois, já aos quinze, foi promovido ao cargo de caixeiro viajante, ainda na mesma empresa, viajando por quilômetros em cima de um burro, visitando cidades do sul sergipano e parte do sertão da Bahia, promovendo vendas, recebendo e transportando dinheiro, já que naquela época, as agências bancárias eram escassas. O adolescente chegava a percorrer 100km em 20 dias consecutivos. Para Raimundo Juliano, a promoção foi motivo de orgulho perante seus colegas e a sociedade, já que representava um sinal de crescimento.

Início da carreira empresarial

Em 1957, aos 25 anos, depois de juntar por tanto tempo suas economias, conseguiu comprar seu primeiro empreendimento, o famoso Bar Central, localizado na Rua Capitão Salomão, local estratégico, já que era um ponto de parada em Estância dos ônibus que iam para Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, além de linhas para Indiaroba via Santa Luzia, Aracaju via Sapé, Salgado e outras. Uma estratégia da qual o empreendedor se valia era ir até o Rio de Janeiro ainda em março, comprar muitas cervejas e estoca-las até novembro, período em que começava a faltar a bebida na região.

Sete anos mais tarde, em 1964, Souto inaugura a Distribuidora Antártica Zona Sul e se torna atacadista de cervejas e refrigerante, além de idealizador de festivais de cerveja em Estância. E a partir disso, surgiu a Distribuidora de bebidas Disberj, fundada em 1970, em Aracaju. Vale lembrar que quando o empresário começou seu negócio de distribuidora da Antártica, a cerveja tinha apenas 10% do mercado que era dominado pela Brahma. Mas graças ao empenho e dedicação de Souto, passou a rivalizar com sua concorrente, conquistando 50% da fatia do mercado na década de 1980, além de 20% do mercado de refrigerantes.

Sucesso

Aos poucos, foram surgindo outras de suas empresas, como a DISCAR-Distribuidora de Carros, Fasouto-Faria Souto Comercio Ltda, Posto de Gasolina Riomar, Souto Teles Construção, Souto Teles Iluminação, Grande Hotel, aquisição do Dantas Campos & Cia, que mais tarde se chamaria “A Elétrica Souto Teles & Cia”, além de atividades pecuaristas, por meio das fazendas Itaperoá e Castelo, que contribuem para geração de renda e para a preservação e sustentabilidade do meio ambiente de Sergipe.

Atualmente, aos 87 anos, Souto atua aconselhando seus três filhos a como gerir os negócios da família.
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* Guilherme Almeida - Formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 2019. Atuou como bolsista na Assessoria de Comunicação da UFS, entre 2016 e 2017, e atualmente é jornalista do Portal Lagartense. DRT: 2450/SE.

Texto e imagem reproduzidos do site: lagartense.com.br

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