domingo, 5 de fevereiro de 2023

"Pedro e Pedrito Barreto...", por Igor Salmeron

Post compartilhado do Facebook/Igor Salmeron, de 27 de setembro de 2021

Pedro e Pedrito Barreto: 
Figuras essenciais no cenário político-social sergipano¹  
Por Igor Salmeron 

Ao estudar sociologicamente a formidável História de Sergipe, percebemos que dois briosos personagens se realçam com altivez no fascinante quesito progresso político-social: Pedro e Pedrito Barreto. Deixam legado de seriedade e, sobretudo, honestidade em tudo que se propuseram a fazer. 

Ao realizar diversos levantamentos junto ao excelente Arquivo do tradicional Jornal da Cidade, pude notar que duas sublimes figuras se demonstram fundamentais para compreendermos o próprio aperfeiçoamento político-social sergipano nas últimas décadas. De um lado, temos o saudoso Pedro Barreto de Andrade, cidadão realizador que se destacou pela sua exímia atuação nos diversos cargos e funções públicas por onde passou. De outro, seu célebre filho Pedrito Barreto, icônico comunicador, jornalista, advogado, colunista social dos mais atuantes em Aracaju que fez história e ainda se faz presente no universo societário de todos os sergipanos. 

Segundo dados histórico-biográficos auferidos, Pedro Barreto de Andrade nasceu em Simão Dias, num dia 23 de março do ano 1918. Filho de Pedro Barreto de Andrade e de D. Esther Dantas de Andrade. Deles, Pedro Barreto herdou espírito de retidão e integridade de caráter. Na seara escolar, prestou curso primário no Colégio Santa Inês, em Capela, coordenado pela exemplar professora Adelina da Silva Vieira, concluindo-o em 1928. O curso ginasial foi iniciado no Colégio Salesiano, em Aracaju, transferindo-se, depois, para o Liceu Salesiano, em Salvador, concluindo o 2º e 3º anos, retornando a Aracaju, para finalizá-lo no Colégio Tobias Barreto. 

Suspendeu os estudos no ano de 1937, árduo período em que passou a trabalhar no comércio, em Aracaju. Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou com atividades comerciarias, sendo representante de remédios. Procedeu, em seguida, no Instituto de Organoterapia Brasileira S/A, sindicalizando-se como propagandista. Ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, graduando-se em Ciências Jurídicas e Sociais mais especificamente num dia 12 de dezembro de 1946. 

A convite do então governador do Estado de Sergipe, Dr. José Rollemberg Leite, retornou para Aracaju, vindo a dirigir, a partir do dia 30 de dezembro de 1948, o Serviço de Assistência Municipal. Promotor Público da Comarca de Itabaiana, em 1949, 2º Procurador da Fazenda Pública do Estado de Sergipe, em 1951, Secretário da Justiça e Interior do Estado de Sergipe e Presidente do Conselho Estadual de Serviço Social, em 1951. Foi também Chefe de Polícia do Estado de Sergipe (cargo correspondente a Secretário de Estado da Segurança Pública), em 1952, no governo de Arnaldo Rollemberg Garcez. 

Atuou na área docente como modelar Professor das disciplinas Direito Público e Privado e História das Doutrinas Econômicas, da Faculdade de Ciências Econômicas de Sergipe, em 1953. Foi Deputado Estadual nas legislaturas de 1954, 1958 e 1962. Foi nomeado idôneo Desembargador do vetusto Tribunal de Justiça de Sergipe, em 1964, representando o quinto constitucional da advocacia. Presidente do mesmo Tribunal em 1973. Comandou o Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, no biênio 1970 a 1972. Pedro Barreto de Andrade, homem que possuiu coragem pessoal e cívica, não à toa foi admirado dentre tantos notáveis, por Manoel Cabral Machado, seu amigo de infância e companheiro nos entraves políticos. 

Aposentou-se da magistratura em 15 de maio de 1980, retornando à atividade política partidária, passando a exercer o cargo de Secretário de Estado da Segurança Pública, no eminente governo do Dr. Augusto do Prado Franco. Foi admitido como sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe no ano de 1957. Representou, em 25 de março de 1950, o Estado de Sergipe no Congresso Nacional dos Municípios Brasileiros, no Rio de Janeiro, então Capital da República. 

Na gestão do Desembargador Manuel Pascoal Nabuco d’Ávila foi homenageado, post mortem, com o Colar do Mérito Judiciário. Recebeu o diploma destaque do ano de 1970, conferido pela o Organização de Pesquisa de Opinião Pública, em vista da sua extraordinária atuação como magistrado; recebeu diploma de membro honorário do segundo Seminário Sergipano do Mistério Público, em 1971; Diploma de Colaboração conferido pela Polícia Militar de Sergipe, pelos inestimáveis serviços prestados à corporação, em 1971. Angariou com louvor a Medalha de Mérito Universitário conferido pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas, em 1977.  Faleceu em Aracaju, no dia 14 de setembro de 1984.

Vale destacar que o honrado desembargador Pedro Barreto de Andrade antes de ingressar na magistratura sergipana teve papel destacado na advocacia e na política. Integrou o Partido Social Democrático, com uma expressiva liderança no interior do estado, valendo-lhe o exercício de importantes cargos públicos, em especial a Chefia da Polícia de Sergipe, cargo correspondente ao atual Secretário de Estado da Segurança Pública. Nessa efervescente época, as disputas partidárias entre os adeptos da União Democrática Nacional (UDN) e os do Partido Social Democrático (PSD) eram bastante intensas, exigindo-lhe bastante cautela e tirocínio para minimizar as tensões e as rivalidades existentes. Como deputado estadual podemos afirmar, indubitavelmente, que manteve uma postura de flexibilidade e honradez, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento de Sergipe. 

Seguindo os retilíneos passos paternos, Pedrito Barreto também já deixa herança de contribuições que marcarão vindouras gerações. Pedro Barreto de Andrade Filho, o famigerado Pedrito Barreto nasceu no Rio de Janeiro. Ainda criança, aportou em Aracaju, onde iniciou os seus estudos. O ano de 1964 marcou a sua vida profissional no já extinto Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM). Em 1965, foi convidado pelo governador Celso de Carvalho para assumir o relevante cargo de Controlador de Verbas do Palácio Olímpio Campos. Por seu eficaz desempenho e virtuosa temperança, foi nomeado para o Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER/SE). Dois anos após, em 1967 Pedrito Barreto assumiu a Assessoria de Comunicação Social do Departamento Municipal de Turismo. 

O ano de 1968 assinalou o prolífico início das suas atividades jornalísticas, sendo convidado para escrever no clássico Diário de Aracaju – Órgão dos Diários e Emissoras Associados. Paralelamente, apresentava um programa na Rádio Jornal. Em 1971 foi para o Rio de Janeiro, onde concluiu o curso de Direito nas Faculdades Integradas Estácio de Sá, mantendo seus trabalhos junto ao Escritório do Estado de Sergipe. Voltou para Aracaju em 1978, quando foi convocado para assumir o cargo de Assessor Jurídico do DER/SE, ocupando também os cargos de Chefe do Serviço Contencioso, Chefe da Assessoria Jurídica e Secretário Geral. 

Ainda nesse mesmo ano, voltou às atividades na imprensa sergipana, atuando de maneira magistral na Gazeta de Sergipe, Jornal da Cidade e Jornal de Sergipe, retornando depois à Gazeta de Sergipe e, posteriormente, assinando páginas do suplemento dominical do mítico Jornal Cinform. Também comandou um programa na TV Jornal. Além da mais que fecunda vida jornalística, Pedrito Barreto assumiu os cargos de diretor da Galeria de Arte “Álvaro Santos”, foi Chefe do Cerimonial do Palácio “Inácio Barbosa”, Assessor da Presidência do CDL-Aracaju e Chefe do Cerimonial do Palácio do Governo e Tribunal de Justiça. Pedrito se aposentou pelo DER/SE como decente Procurador Autárquico.

Dentre seus tantos feitos indeléveis na memória coletiva de Sergipe, podemos destacar com ênfase a criação do memorável Prêmio Pedrito Barreto, que prestava valorosas homenagens a inúmeras personalidades sergipanas. Durante toda sua áurea vida, Pedrito Barreto vem recebendo inúmeras homenagens, como títulos de cidadania aracajuana e cidadania sergipana, além de comendas e placas do Exército Brasileiro, Prefeitura de Aracaju, Secretaria de Estado da Cultura, Marinha do Brasil, Polícia Militar e Governo do Estado de Sergipe, entre diversas variantes honoríficas que atestam o seu inexaurível espólio.

Ao lado de atemporais nomes que marcam o conjunto dos inesquecíveis na História da Coluna Social e do Jornalismo em Aracaju, exemplificados por nomes como Carlos Henrique de Carvalho (Bonequinha), Wellington Elias, Ilma Fontes, Luiz Daniel Baronto, Ivan Valença, Clara Angelica Porto, Osmário Santos, Thais Bezerra, Maria Franco, Luduvice Jose, Sacuntala Guimaraes, Márcio Lyncoln Almeida, Yara Belchior, João Barreto Neto, Roberto Lessa, Laurindo Campos, Eduardo Cabral, Joana Santana, Maria Luiza Cruz, Tereza Newman, Daisy Monte, Paulo Nou, Karmen Mesquita, João de Barros, Lânia Duarte, Carmen Pacheco, Ledinaldo Almeida, dentre tantos outros inolvidáveis. Pedrito Barreto fulgura como àquele que mantém acesa a chama das boas relações e fortalecimento das mais edificantes memórias político-sociais desse nosso cativante Estado de Sergipe. 

Portanto, ao estudar sócio historicamente as carreiras desses dois ícones sergipanos, percebemos que suas obras e ações ainda irão reverberar e muito, tanto para as presentes quanto para as futuras gerações que sabem apreciar os nossos mais ilustres tesouros. Pedro e Pedrito Barreto possuem o sentimento do mundo, pois demonstram na prática que é caminhando e semeando generosidade que atingimos as benesses de uma vida debruçada ao coletivo, quesito este vital que lhes afiança a colheita merecida. 

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¹ Texto escrito por Igor Salmeron, Sociólogo - Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGS-UFS), com pesquisas financiadas pela FAPITEC/CAPES e faz parte do Laboratório de Estudos do Poder e da Política (LEPP-UFS). Membro vinculado à Academia Literocultural de Sergipe (ALCS) e ao Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da Academia Sergipana de Letras (MAC/ASL). 

E-mail para contato: igorsalmeron_1993@hotmail.com

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Texto e imagens reproduzidos do Facebook/Igor Salmeron 

'Idade é documento?', por Marcos Cardoso

Legenda da foto: Seixas Dória, Marcelo Déda e Celso de Carvalho

Publicado originalmente no site DESTAQUE NOTÍCIAS, em 4 de fevereiro de 2023

Idade é documento?
Por Marcos Cardoso *

Desde a última quinta-feira, 2, as três principais cadeiras do Estado são ocupadas por homens considerados ainda jovens para a importância dos cargos que ocupam. Fábio Cruz Mitidieri (PSD) é governador aos 45 anos (fará 46 anos no próximo dia 24), o deputado estadual Jeferson Luiz de Andrade (PSD) é mais jovem ainda e já preside a Assembleia Legislativa com apenas 43 anos, e o desembargador Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima é presidente do Tribunal de Justiça aos 61 anos.

Quem observou a jovial coincidência foi o jornalista Adiberto de Souza, que escreveu na sua coluna diária: “Mitidieri, Jeferson e Ricardo Múcio são exemplos bem acabados a serem seguidos pela juventude sergipana”. Pode ser. O deputado e o desembargador foram empossados presidentes justamente naquele dia.

Um político ocupar o governo do Estado aos 45 anos chama a atenção porque não é um acontecimento tão comum, mas também não é inédito. Sergipe já teve governadores mais jovens.

O político mais moço a ser empossado governador de Sergipe nas últimas oito décadas, após a Era Vargas, foi o engenheiro José Rollemberg Leite, que assumiu o comando do Estado em 1947 com apenas 34 anos de idade. Natural de Riachuelo, ele voltaria a ser governador três décadas depois, assumindo novamente o Palácio Olímpio Campos em 1975, aos 62 anos.

Também era bastante jovem o governador que o sucedeu nos anos 50. Arnaldo Rollemberg Garcez, de Itaporanga d’Ajuda, tinha 40 anos quando assumiu o governo de Sergipe em 1951.

Outros dois políticos tinham 41 anos quando chegaram ao governo. Sebastião Celso de Carvalho, o primeiro da dinastia de governadores naturais de Simão Dias, havia completado essa idade em janeiro, ainda como vice-governador, e no dia 1º de abril de 1964 acordou sendo convidado a assumir o comando do Estado, quando o então governador Seixas Dória foi derrubado pelo golpe militar.

Meses mais velho, o engenheiro aracajuano João Alves Filho também tinha 41 anos quando assumiu o governo do Estado pela primeira vez, em 1983. No segundo mandato, iniciado em 1991, ele era jovem ainda, 49 anos, e chegou ao terceiro mandato, em 2003, aos 61 anos de idade.

Uma curiosidade: João Alves foi certamente o prefeito mais jovem de Aracaju. No primeiro mandato, iniciado em 1975, ele tinha apenas 33 anos de idade. Na segunda vez como prefeito e no último dos seus mandatos políticos, iniciado em 2013, ele já era um senhor de 71 anos.

Paulo Barreto de Menezes, outro engenheiro de Riachuelo, tinha 45 anos quando foi empossado governador em 1975. O advogado João de Seixas Dória, natural de Propriá, também tinha 45 anos quando assumiu o governo em janeiro de 1963, menos de um mês antes de completar 46 anos.

O também advogado Marcelo Déda Chagas, o terceiro governador nascido em Simão Dias, assumiu o mandato de governador, em 2007, aos 46 anos de idade. Quando foi prefeito de Aracaju a primeira vez, em 2001, ele tinha apenas 40 anos.

A propósito, o segundo governador de Simão Dias, o engenheiro químico e advogado Antônio Carlos Valadares foi governador em 1987 aos 47 anos (48 incompletos). O quarto simão-diense foi Belivaldo Chagas, que assumiu o governo pela primeira vez em abril de 2018 aos 57 anos. Faria 58 naquele mesmo mês.

Também formado em Direito, o industrial aracajuano Albano do Prado Franco assumiu o primeiro mandato de governador em 1995 aos 54 anos. Já o pai dele, o médico e empresário laranjeirense Augusto do Prado Franco, foi governador, em 1979, com 66 anos de idade.

O sucessor de Augusto Franco, o general Djenal Tavares Queiroz, natural de Frei Paulo, foi o mais velho a assumir a cadeira número um nesse período. Já contava com 70 anos de idade quando deixou de ser vice-governador para se tornar governador em 1982.

O segundo governador mais velho foi Jackson Barreto de Lima, natural de Santa Rosa de Lima, que tinha 69 anos quando se tornou governador em 2013, após o afastamento de Marcelo Déda para tratamento de saúde. Déda morreu em São Paulo em dezembro daquele ano e, em 2014, já com 70 anos, Jackson foi reeleito.

Para completar a lista: Luís Garcia, de Rosário do Catete, tinha 48 anos quando assumiu o governo em 1959; o médico Lourival Baptista, de Entre Rios (BA), tinha 51 anos quando foi governador em 1967; Dionísio de Araújo Machado, de Lagarto, foi governador em 1962 aos 56 anos; E o engenheiro Leandro Maynard Maciel, de Rosário do Catete, foi governador em 1955 aos 57 anos.

Claro que a idade não fez deles mais ou menos atuantes e realizadores, mas ficam dois registros. O registro positivo de que os jovens sempre se interessaram pela política. Como deve ser, afinal, política não é assunto que interessa somente a gente velha. E o registro negativo de que não há uma mulher na relação de governadores de Sergipe. E essa página precisa ser virada.

* É jornalista.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticia.com.br

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Morre o empresário Geraldo Nabuco, vítima de infarto

Legenda da foto: Geraldo com sua mãe - (Crédito da foto: Arquivo pessoal)

Publicado originalmente no site RADAR SERGIPE, de 1 de fevereiro de 2023 

Morre o empresário Geraldo Nabuco, vítima de infarto

Morreu na noite de ontem, terça-feira (31 de janeiro), o conhecido empresário e pecuarista Geraldo José Nabuco de Menezes, aos 74 anos, vítima de um infarto fulminante.

Geraldo Nabuco atuou no ramo da construção civil e ocupou alguns cargos públicos nos Governos de João Alves Filho, e, dentre os quais, foi presidente da Companhia Estadual de Obras Públicas (CEHOP) e Secretário dos Transportes.

Ele deixa quatro filhos, entre eles Inácio Kraus, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Sergipe. 

O velório está sendo realizado na Colina da Saudade, onde o corpo será sepultado às 16h.

Texto e imagem reproduzidos do site: radarsergipe.com.br

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

'Os sonhos mais lindos', por Lúcio Prado

Capa do livro biográfico de Natália Prado Dias


Legenda da foto: Natália Prado com os filhos Marcos (de saudosa memória, Magali e Lucio)

Publicação compartilhada do site do Portal INFONET, de 27 de dezembro de 2022 

Os sonhos mais lindos

Por Lúcio Prado (in blog)

No alvorecer do primeiro dia de 2023, uma pessoa atinge o centenário de nascimento, cercada pelo carinho e admiração da família e dos amigos. Ela é Natália Prado Dias, minha mãe, fonte inspiradora para filhos, netos, bisnetos, demais familiares e amigos.

Naquele distante 1923, o mundo girava de ponta-cabeça, após uma violenta guerra que envolveu vários países, inclusive o Brasil. O final da Primeira Guerra Mundial foi catastrófico e não resolveu os problemas dos vencedores e muito menos do grande perdedor, a Alemanha. A década terminou com a quebra da Bolsa de New York, em 1929, e no final da década seguinte sobreveio uma guerra ainda maior, iniciada em 1º de setembro de 1939 – a Segunda Guerra Mundial.

Com apenas 16 anos de idade, mamãe viu a guerra começar, conflito que só terminou quando ela já estava com 22 anos, já casada e com um filho. Apesar do palco das ações estar distante, na Europa e Ásia, as repercussões de uma guerra desse porte foram sentidas no Brasil e no pequeno estado de Sergipe, que teve o conflito mundial bem próximo, com o torpedeamento de navios mercantes brasileiros por um submarino alemão em 1942, o U-507, que deixou um rastro de quase 600 mortos somente no nosso litoral sul e em apenas um dia, de 18 a 19 de agosto.

A menina nascida na histórica cidade de Laranjeiras, no primeiro dia de 1923, foi o segundo filho de uma prole extensa do proprietário rural Valentim Vasconcelos Prado (1884-1933), que faleceu muito precocemente, com apenas 49 anos de idade. Ele era proprietário do Engenho Pati. A minha avó materna, originalmente Maria Botto Sobral (1897-1961), que passaria a se chamar após o casamento de Maria Sobral Prado, era mais conhecida como vovó Maricas.

De tradicional família oriunda dos vales dos rios Cotinguiba, Sergipe e Japaratuba, seu pai era também um produtor rural, Francisco Botto Sobral, mais conhecido como Chiquinho do Cabral. Era costume de época o uso de pseudônimos com nomenclatura reduzida, diminutiva, mas em tom sempre carinhoso. Achava muito curioso o rosário de nomes dos irmãos e das irmãs de vovó Maricas: Rosinha, Mimosa, Neném, Maneca, Zazá, Donana, Faustinho, Tonico, Pombinha…

Alternando a vida no engenho Pati e na cidade de Laranjeiras, mamãe teve uma infância feliz ao lado dos irmãos Júlio, o mais velho, Iara, Lurdinha, Walter, José, Valentim e Edson. Com frequência, eles percorriam as terras vizinhas, em charretes e cavalos, de engenho em engenho, cruzando rios e riachos até chegar em Itaporanga d’Ajuda, onde moravam seus tios e primos.

Com a morte do patriarca em 1933, vó Maricas teve grande dificuldade para administrar o engenho e cuidar sozinha dos filhos. Foi então amparada pelos irmãos Manoel Botto Sobral (Maneca) e Carolina Sobral Garcez (Zazá) e o esposo desta, Silvio Sobral Garcez, que adquiriu o engenho, com a família se transferindo para Aracaju, para residir na Rua Santo Amaro, no centro da cidade.

Recebendo uma pensão que se mostrou gradativamente insuficiente para cobrir as despesas de uma família grande, filhos pequenos, a permanência na capital não durou e ela resolveu aceitar os conselhos para uma nova mudança, agora para a cidade de Itaporanga, passando a residir em uma casa pertencente à família dos tios, bem em frente ao casarão dos Dias.

No casarão dos Dias, que quase tomava metade do quarteirão, vivia o ex-intendente municipal e proprietário rural Aurélio Dias Rezende – Aurelinho – casado com a minha avó Carmela (Carmelita) Conde Dias, a sogra dele, Theolinda Magalhães Conde e a irmã desta, Laurinda Magalhães Conde, mais conhecida na cidade como Dona Senhora, que fora casada com o médico Aurélio de Mello Rezende, filho do também médico Manoel Simões de Mello, proprietário do Engenho Dira.

Nesse ambiente interiorano, de poucas oportunidades e de fortes laços parentescos, um jovem sente-se atraído por uma prima que morava em frente à casa dele. Antonio Conde Dias,  o jovem Tonico, assim era conhecido na cidade, apaixona-se então pela moça de olhos claros chamada de Natália. Alguns anos de namoro e em 1943 unem-se em casamento na Igreja de Nossa Senhora da d’Ajuda, padroeira da cidade. Dessa união, que perdurou por quase 50 anos, até a morte de papai, em 1992, vieram três filhos, na ordem, Marcos (1944), Magali (1947) e Lucio (1954).

Em 1961, a transferência para Aracaju, passando a residir na Avenida Ivo do Prado, 198, entre as ruas Estância e Maruim, torna-se imperiosa, para propiciar uma melhor educação aos filhos. Marcos já tinha pretensões em estudar Medicina. Magali era uma ginasiana e precisava de mais atenção dos pais, já hospedada na casa dos tios Iara e Arivaldo Carvalho e eu iniciando os estudos. A família enfrentou tempestades e dificuldades financeiras que pareciam intransponíveis. Com destemor, o casal enfrentou e superou tempos difíceis, deixando para todos nós um exemplo de tenacidade e determinação. Jovens, os dois já trabalhavam ainda morando em Itaporanga. Conseguiram a transferência dos empregos para Aracaju com muito esforço e labutaram muito para manter em bom nível a educação dos filhos.

Papai, em vida, foi um exemplo de conduta ética e cívica e de como se manter uma boa convivência; mamãe, amiga, companheira e incentivadora, sempre foi um forte rochedo que as ondas mais revoltas do mar não conseguiam abalar e, com essa determinação, chega aos 100 anos com um vigor incomum, mantendo acesa a vela da esperança, preservando seus costumes mais tradicionais, mas em dia com a tecnologia que a modernidade nos propicia, fazendo impressos no computador e navegando na Internet com destreza e habilidade, dando-nos exemplos permanentes de otimismo e disposição para as tarefas do dia a dia.

Vê-la centenária nos dias de hoje, com saúde, disposição, de bem com a vida, participando de todas as atividades do dia a dia, com entusiasmo e dedicação, mãe sempre presente na vida dos filhos, dos netos e dos bisnetos, dos sobrinhos e de toda a família, dos amigos, é extremamente gratificante. Tenho certeza de que traduzo o sentimento geral, como se todas as mãos estivessem pressionando o teclado do computador, com todos os corações batendo no compasso da emoção e as mentes iluminando o meu pensamento.

Para celebrar o Centenário de mamãe, que acontecerá em 1º de janeiro de 2023, toda a família reunida brindará o Ano Novo com o lançamento de Os Sonhos Mais Lindos, uma pequena resenha biográfica da família Prado Dias.

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br/blogs

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

'O destino acontece (Centenário de Celso de Carvalho)', por Marcos Melo


Fotos: Internet/divulgação

Publicação compartilhada do site RADAR SERGIPE, de 23 de janeiro de 2023

Artigo: O destino acontece (Centenário de Celso de Carvalho)

Por Marcos Melo *

Em 2 de abril de 1964, da maneira mais inusitada que se possa imaginar, o advogado e empresário Sebastião Celso de Carvalho, vice-governador democraticamente eleito, assumiu, de fato, o governo do Estado.

Exatamente às 5 hs da manhã, no Palácio Olímpio Campos, Dr. Celso recebeu a governadoria, não em face de uma renúncia do governador João de Seixas Dórea, que àquela hora estava preso no quartel do 28 BC, mas por ato do major Silveira, comandante da guarnição federal, que sem saber como proceder, tacou: “Está passado o governo...Ao que Celso respondeu: Está recebido.” Presentes, como testemunhas, o deputado Djenal Tavares de Queiroz e Dona Bertilde Carvalho, esposa do empossado e alguns militares.

Vê-se que foi um ato sem ata. Às 23 hs do dia 4 de abril, após a decretação do impedimento do governador Seixas Dória pela Assembleia Legislativa, por 23 votos a favor e 8 contra, Celso de Carvalho prestou o compromisso constitucional como governador de Sergipe.

Na verdade, ao ser acordado às 2 hs, pelo major Lário Lopes Serrano, que lhe transmitiu o convite do comandante da guarnição federal, Major Silveira, para assumir o governo do Estado, depois de informado da prisão do governador Seixas Dória naquela madrugada, atordoado e diante de tais circunstâncias, Celso relutou. Foi preciso a presença do amigo, deputado, correligionário e coronel do exército, Djenal Queiroz, para demovê-lo, com robustos argumentos sobre aquele momento de exceção em face da tomada do poder pelos militares e a deposição do presidente João Goulart.

Essa história foi narrada com objetividade e elegância pelo personagem principal dessa tensa transição, o ex-governador, ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-prefeito de Simão Dias, Celso de Carvalho, em sessão solene realizada em 3 de setembro de 1968, por ocasião da entrega do Diploma de Cidadão Honorário de Aracaju, que lhe foi outorgado pelo Parlamento Municipal. Esse emblemático discurso foi publicado pela saudosa Livraria Regina, intitulado “O Destino Acontece”. É um importante documento histórico sobre as primeiras horas daquele início de abril de 64.

A gestão governamental de Celso de Carvalho foi realizada sob a égide do planejamento e da racionalidade administrativa. Para tanto, transformou o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Sergipe – CONDESE numa autarquia pública, com a devida flexibilidade administrativa e financeira, e a dotou de um quadro de técnicos de elevada qualificação, sob a direção do renomado economista José Aloisio de Campos. Sem perda de tempo foi elaborado um amplo estudo – Problemas de Base de Sergipe – de fundamental importância para o direcionamento das ações governamentais visando a diversificação da estrutura produtiva e o crescimento da economia sergipana.

É dessa época a primeira lei de incentivos fiscais e creditícios visando a atração de novos investimentos produtivos, especialmente no setor industrial; a criação da Companhia Agrícola de Sergipe – COMASE com objetivo de elevar a produtividade da agropecuária por meio da mecanização e da introdução de insumos modernos no setor primário; a criação da Companhia Habitacional de Sergipe – COHAB com o fito de ampliar a oferta de casas populares para atender a acelerada urbanização; reestruturação da ENERGIPE, da DESO e do IPES; modernização do aparelho arrecadador e combate à sonegação fiscal, etc. Estas e outras iniciativas modernizantes, associadas aos maciços investimentos que a Petrobras realizava na prospecção, produção e transporte de óleo e gás, propiciaram o início de um novo tempo de crescimento econômico acelerado e de inclusão social, bem como uma melhor e mais ágil prestação de serviços públicos à população sergipana pelos órgãos da administração estadual.

Pode-se dizer, sem medo de errar, que o governo de Celso de Carvalho instalou em Sergipe um virtuoso processo civilizatório marcado pelo desenvolvimento socioeconômico e pela cordialidade em oposição às insensatas e contraproducentes rivalidades que marcaram a política sergipana nos anos 1940/1950.

Homem culto e civilizado e de uma conversação cativante, Sebastião Celso de Carvalho faria cem anos na próxima terça-feira, 24 de janeiro. Tive o privilégio de sua amizade e a de seus filhos Celso, João Eduardo, Sônia e Luciano, braço direito do senador Albano Franco quando presidente da CNI.

Quando fez 70 anos, em Brasília, Dr. Celso reuniu familiares e amigos para comemorar a efeméride. Fui um dos convidados. Foi uma noite agradabilíssima regada a malte puro, que o ex-governador apreciava e entornava britanicamente com muita classe. Aliás, classe, era o que não faltava em Celso de Carvalho, daí os amigos o chamarem de Barão pelos modos aristocráticos e pelo tratamento refinado que dispensava às pessoas, de sua intimidade ou não.

Pois bem, fascinado com a sua conversa envolvente, bem-humorada e carregada de fina ironia, perdi a hora e fui chegar em casa às três da manhã. Estavam minhas filhas, adolescentes, acordadas e preocupadas com o meu paradeiro. Explicações dadas e aceitas, fui dormir embalado pelos eflúvios de um scotch dos deuses.

Não se pode falar em Celso de Carvalho sem que se mencione Bertilde Barreto, sua amantíssima esposa e companheira. São faces de uma mesma moeda. Ao lado dessa potiguar de nascimento e sergipana de coração, Celso viveu os melhores anos de sua vida. Com ela constituiu uma belíssima família e, com seu estímulo e cumplicidade, teve uma trajetória exitosa de realizações. A Dona Bertilde e seus familiares, meus cumprimentos pelo centenário de Celso de Carvalho, cavalheiro requintado e um dos melhores homens públicos de Sergipe.

Celso de Carvalho nasceu em Simão Dias, no dia 24 de janeiro de 1923 e faleceu em Aracaju, no dia 14 de agosto de 2009, aos 86 anos.

* Marcos Melo é professor emérito da UFS e membro da ASL.

Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br

sábado, 28 de janeiro de 2023

Morreu seu Adilson, pai do deputado Fábio Henrique

Legenda da foto: O deputado Fábio Henrique e o seu Adilson

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 27 de janeiro de 2023

Morreu seu Adilson, pai do deputado Fábio Henrique

Morreu em Aracaju, nesta sexta-feira (27), o empresário Adilson Carvalho. O corpo será velado no Cemitério Colina da Saudade, devendo o sepultamento acontece neste sábado (28), no mesmo local. Natural de Simão Dias, ele foi caminhoneiro, tendo depois se estabelecido como comerciante de alimentos no mercado central de Aracaju.

Seu Adilson era pai do deputado federal Fábio Henrique (União) e do saudoso ex-vereador de Aracaju, jornalista Jason Neto. Em nensagem no instagram, Fábio disse querer sempre lembrar do pai “como o amigo que foi, o homem simples do caminhão pelas estradas da vida, o seu Adilson do mercado, homem de tantos amigos. Obrigado meu pai, obrigado por todos os ensinamentos de vida, serei eternamente grato por tudo. Vá em paz, encontrar seu pai, sua mãe e seu amado Jason. Ficaremos aqui com a saudade e a lembrança, ao lado de mamãe, essa mulher de fibra e de que tanto te amou”, concluiu.

O ex-governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), lamentou a morte do comerciante seu Adilton: “Foi com imenso pesar que recebi a notícia do falecimento do comerciante Adilson Carvalho, o Seu Adilson do Mercado. Meu conterrâneo de Simão Dias, Seu Adilson é pai do deputado federal Fábio Henrique, do ex-vice-prefeito de São Cristóvão, Adilson Júnior, e do vereador de Aracaju, Jason Neto (in memoriam). Deixo as minhas palavras de conforto para a família, amigos e parentes. Que Deus conforte o coração de todos”, concluiu.

Veja, abaixo, nota do Sindicato dos Radialitas de Sergipe sobre a morte de seu Adison:

É com muita tristeza e profundo pesar que os representantes do Sindicato dos Radialistas de Sergipe se solidarizam com a família do senhor Adilson Carvalho Silva, pai dos Radialistas Fabio Henrique e Adilson de Carvalho Silva Junior. O corpo do senhor Adilson Carvalho está sendo velado no velatório Colina da Saudade em Aracaju e o sepultamento será nesse sábado, às 10h da manhã, no mesmo local.

Reforçamos o nosso mais profundo pesar, pela passagem do senhor Adilson Carvalho Silva.

Aracaju, 27 de janeiro de 2023,

Diretoria STERTS

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Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

'O que a gente escreve...', por Paulo Roberto Dantas Brandão

Artigo compartilhado do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão, de 23 de janeiro de 2019

O que a gente escreve...
Por Paulo Roberto Dantas Brandão

Nem sempre o que a gente escreve tem repercussão.  Ou tem a repercussão que o autor esperava.  Aprendi na prática, nos meus tempos na velha Gazeta.

Lá, na Gazeta, eu escrevia uma coluna chamada Tribuna.  Dividia o espaço com Luis Antônio Barreto e Gilvan Manoel.  Ao mesmo tempo era economista na Federação das Indústrias, e lá recebi previamente, antes da divulgação geral, um relatório sobre o Desenvolvimento Humano do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, para apreciação.  Como era um assunto que me fascinava, preparei um artigo sobre.  Estudei, li e reli, escrevi e reescrevi.  Conclui que a análise estava muito boa e teria uma baita repercussão.  Assim que o relatório foi liberado para divulgação, estava com meu artigo pronto.  Outra lida no que escrevi para melhorar a apresentação, uma penteada aqui outra ali, e voilà.  Publicado, esperei análises, comentários, quiçá parabéns, e nada.  Ninguém leu, ninguém deu a menor atenção.  Provoquei alguns amigos, e o máximo que recebi foi um “há vi!”.  Um foi ao ponto, vi seu artigo, mas o assunto é chato.  Decepção geral.

Poucos dias depois, já do meio para o final da tarde, ligam-me das oficinas da Gazeta.  Paulinho, só está faltando sua coluna para fecharmos a página.  Ok, estou indo para aí, e entrego logo a bendita coluna.  Mentira.  Não tinha ideia do que ia escrever.  Branco total.  Normalmente pela manhã lia os jornais, e já escolhia o tema.  Nesse dia nada, zero.

Peguei o carro e segui para a redação.  Não conseguia pensar sobre o que escrever.  Aí, num sinal, para ao meu lado um carro da polícia.  Um Santana, lembro bem.  Chamou-me a atenção porque o carro estava muito bem conservado, em estado de novo como dizem os vendedores.  E mais, estava brilhando, reluzente, algo raro em carros de polícia.  Ele se adiantou um pouco, e vi o brasão da unidade no vidro traseiro: uma caveira, sobre duas metralhadoras cruzadas, e mais algumas coisas do gênero.

Na falta de outro tema, foi esse mesmo para a coluna.  O brasão da polícia no carro.  A pergunta que abriu a coluna era “por que o símbolo da polícia tem que ser uma caveira e armas?”  Fiz uma análise meio apressada mostrando que não se podia relacionar polícia com morte.  Que isso era um desvio.  E perguntei, depois, por que o símbolo da polícia não podia ser uma flor.  Fiz mais algumas piadinhas, e mandei a coluna para complementar a página em aberto e satisfazer ao pessoal da oficina.

No outro dia cedo uma baita repercussão.  Gente me telefonou.  A polícia deu suas explicações.  Todo mundo comentava e até virou assunto político.  Um amigo meu oficial da polícia e grande gozador ligou para saber se eu queria policiais frescos, desatando a rir.  E durante alguns dias só se falou nisso.  E, parece-me que pelo menos por um tempo retiraram os brasões das caveiras dos carros da PM.

Até hoje eu me pergunto onde foi que errei.  O mesmo acontece hoje nas redes sociais.  As vezes escrevemos coisas que achamos inteligentes, e são tão ruins que ninguém lê.  Noutros dias enchemos linguiça para dizer apenas que estamos vivos, e a repercussão é grande.

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Paulo Roberto Dantas Brandão

'Gente Sergipana – Padre Padilha – 83 anos', por Antonio Samarone

Artigo compartilhado do Facebook/Antonio Samarone, de 20 de janeiro de 2023

Gente Sergipana – Padre Padilha – 83 anos. 

Por Antonio Samarone

O Defensor Público José Padilha de Oliveira tinha deixado a batina, porém continuava padre. Era uma vocação. O comportamento, o pensamento, as ideias, os gestos eram de padre. Padilha era “Le Curé de village”, na visão de Balzac.

Conheci o padre Padilha nas reuniões das segundas, na sede do Conselho de Economia. Existia um grupo de intelectuais, fundado por Aloisio Campos, que se reunia semanalmente, com chuva ou sol. Passávamos a realidade a limpo, reformando-a. 

Nessas reuniões, o Padre Padilha era o orador oficial, nas datas festivas.

Era um Grupo plural, onde conviviam democratas e patriotas. As divergências não se transformavam em ódio. 

O Grupo acabou!

E ontem, nos deixou o padre Padilha. Voou para o Reino da Glória. Se os critérios da salvação são os que conhecemos, ele se salvou.

O que a minha memória guardou de Padilha foi o sorriso. Mesmo em polêmicas, onde ele discordava profundamente do interlocutor, Padilha não levantava a voz, sempre manso e educado. Padilha era um fidalgo.

O padre Padilha valorizava as amizades.

Meu amigo Padilha, dê lembranças aos amigos aí no Céu. Diga a Amaral Cavalcante, que o mundo da cultura em Sergipe sente a sua ausência. Diga a Luiz Eduardo Magalhães que ele está fazendo muita falta, nesses tempos sombrios.

Nos espere! Vamos retomar as reuniões.

* Antonio Samarone. (médico sanitarista)

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone.

Morre em Aracaju, aos 94 anos, o empresário José Alves de Melo

Legenda e crédito da foto: Empresário José Alves de Melo — Foto: Arquivo Pessoal

Publicado originalmente no site G1 GLOBO SE., em 23 de janeiro de 2023

Morre em Aracaju, aos 94 anos, o empresário José Alves de Melo

Segundo a família, ele havia sido hospitalizado após passar mal.

Por g1 SE

Morreu na madrugada desta segunda-feira (23), aos 94 anos, o empresário José Alves de Melo. A informação foi confirmada pela família.

Segundo a família, ele havia sido hospitalizado após passar mal.

José Alves foi fundador da Casa da Eletricidade, além de ser um dos empresários que contribuiu para a fundação da TV Sergipe. O empresário deixa esposa, três filhos, sete netos, e oito bisnetos.

O corpo dele está sendo velado na Osaf, e o sepultamento está previsto para acontecer nesta terça-feira (24), a partir das 8h no Cemitério Santa Isabel, em Aracaju.

Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com/se

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Aminthas Maynart Garcez Vieira (1949 - 2023)

Morreu domingo (01/01/2023), meu primo e amigo da adolescência, AMINTHAS MAYNART GARCEZ VIEIRA. Amintinhas, como chamávamos, era irmão de Henrique e José do Cartório, como também dos já falecidos: Luiz Carlos, Júlio, Mabel, Eduardo, Paulo, filhos dos saudosos tios Aminthas e Layra.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

In memorian, Assembleia homenageia o jornalista João Oliva

Legenda da foto:  João Oliva exerceu também o jornalismo político, tendo sido secretário 
de Imprensa do ex-governador Seixas Dória - (Crédito da foto: arquivo da família)

Legenda da foto: O deputado Iran Barbosa (centro) foi autor do projeto para homenagear João Oliva Alves

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 21 de dezembro de 2022

In memorian, Assembleia homenageia o jornalista João Oliva

O jornalista, radialista, escritor e acadêmico João Oliva Alves completaria, no próximo dia 29 de dezembro, se vivo estivesse, 100 anos. Nesse cenário de celebração à memória do comunicador sergipano, a Assembleia Legislativa realizou, nesta terça-feira (20), uma Sessão Especial para conceder a ‘Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar’ a João Oliva (in memorian). Em seu discurso, o autor da propositura, deputado Iran Barbosa (Psol), revelou que a iniciativa da concessão da honraria partiu de uma conversa com o filho do jornalista, o advogado e professor Luiz Eduardo Oliva, que não compareceu ao evento por questões de saúde.

Segundo destacou ainda o parlamentar, o Estado inteiro conhece o valor, a história e a contribuição de João Oliva para o jornalismo e rádio em Sergipe. “João Oliva é pai e avô de uma geração de filhos também dedicados a intelectualidade do nosso estado. Nós achamos, por bem, neste ano, que é ano do centenário, fazer essa homenagem, que é justa. É um reconhecimento a todo o seu trabalho. Essa homenagem se estende a toda uma geração de jornalistas que marcou aqui o nosso estado. Portanto, é com muita satisfação que, após a conversa que teve com o Eduardo Oliva, filho do homenageado, apresentei a sugestão a Assembleia Legislativa, que provou por unanimidade. Se vivo estivesse, estaremos fazendo essa homenagem justa, merecido e necessária”, declarou Iran Barbosa.

Amigo do homenageado, o professor doutor em história e filosofia, advogado e assessor especial da Assembleia Legislativa de Sergipe, Jorge Carvalho do Nascimento é contemporâneo de João Oliva. Presente na solenidade festiva, destacou a importância da menção honrosa ao legado do jornalista. Segundo relatou, João Oliva é um dos homens mais importantes da história da mídia em Sergipe. Enfatiza que reconhecer e aplaudir o centenário de nascimento do homenageado é uma obrigação de todos os sergipanos.

Diretor de A Cruzada

“Eu particularmente fico sensibilizado. João Oliva é um jornalista conhecido, um editorialista de muita qualidade. De Riachão do Dantas, veio para a capital e logo foi trabalhar na Gazeta de Sergipe ao lado de nomes como Orlando Dantas, José Rosa de Oliveira Neto e outros tantos, escrevendo artigos de fundo, fazendo editoriais. Depois se transferiu para o Jornal A Cruzada, onde foi diretor, nomeado pelo arcebispo de Aracaju, Dom José Vicente Távora. João Oliva exerceu também o jornalismo político, momento que foi marcado por alguns episódios muito relevantes quando foi secretário de Imprensa do governador João Seixas Dória. Quando houve o golpe militar em 1964, João foi uma figura central, ele escreveu uma carta a qual Seixas Doria afirmou que não iria apoiar a ditadura, e com isso, terminou sendo deposto do governo”, mencionou Jorge, enfatizando ainda que além de jornalista, João foi também um escritor muito qualificado e um poeta refinado.

“Ele te muitos poemas publicados. João construiu também uma família de intelectuais, de pessoas muito influentes na vida sergipana, como a professora Terezinha Oliva, do departamento de História da Universidade Federal de Sergipe; Luis Eduardo Oliva, jornalista como o pai, advogado, gestor público, figura muito importante na liderança da vida cultural e também, o médico Almir Oliva, que é um nome importante da Medicina do estado”, disse.

Honraria

A maior honraria da Assembleia Legislativa de Sergipe, a ‘Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar’, foi entregue a professora Teresinha Alves Oliva, filha do homenageado. Na ocasião, Teresinha fez uma explanação sobre o legado de seu pai, José Oliva, morto há 03 anos (1922-2019). Ela se diz muito orgulhosa por tantos discursos de louvor sobre a vida de seu pai. “Isso é o nosso patrimônio. É o que eu costumo dizer, diante dessas manifestações que temos recebido por ocasião do centenário dele. São como bálsamo para a nossa alma e preenche esse vácuo que a saudade dele deixou”, externou Teresinha Oliva, que na ocasião da Sessão Especial agradeceu ao deputado Iran Barbosa pela homenagem.

Fonte e foto: Alese

Texto e imagens reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

'Professor Paulino, nosso eterno mestre', por Luiz Hermínio de A. Oliveira

Artigo compartilhado do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 8 de dezembro de 2022

Professor Paulino, nosso eterno mestre
Prof. Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira*

No dia de 30/11/2022, faleceu aos 80 anos, por Covid, o professor José Paulino da Silva, do Departamento de Filosofia e História, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde exerceu a função de professor do magistério superior até 1995, quando se aposentou. O professor Paulino nasceu na Fazenda da Cachoeira do Taepe, em Surubim-PE (1942), e foi seminarista na Congregação Salesiana Dom Bosco, em Jaboatão. Era Doutor em Filosofia e História da Educação, havendo ingressado na UFS em 1970. Ao longo de sua jornada acadêmica profissional, além de orientar vários alunos, publicar livros e artigo científicos, assumiu importantes funções na administração superior da Universidade, desde a sua fundação, quando foi assessor do primeiro reitor da UFS, Dr. João Cardoso do Nascimento Júnior (1968-1972). Posteriormente, assumiu outros cargos importantes tais como Pró-reitor de Assuntos Estudantis (1978), Pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa (1980), e Vice-reitor na nossa gestão (1992-1996).

Na nossa gestão à frente da UFS, fui agraciado por Deus com a sua companhia. Com muito mais experiência na administração universitária do que eu, e muito mais conhecido no seio da comunidade universitária, aceitou humildemente o convite para ser o nosso vice-reitor, priorizando em sua decisão os interesses institucionais e da sociedade sergipana. Escrevemos a duas mãos o projeto “O saber e o fazer em prol da revitalização da UFS”. Sua participação foi muito importante, não só na construção do projeto, mas, sobretudo, na sua execução ao longo da nossa gestão. A sua presença permanente ao meu lado foi decisiva para a qualidade e segurança das minhas decisões à frente da administração da UFS. Mas nossa sintonia não se restringiu a área da administração universitária, foi muito além disso, se expressando em todos os campos da nossa convivência íntima, a ponto de tê-lo como um irmão espiritual. Tornou-se meu compadre, depois meu paciente, submetendo-se semanalmente às sessões de terapia psicobioenergética, a que passei a me dedicar após o exercício da Reitoria. Tudo isto foi consolidando uma amizade espiritual de 40 anos de convivência e que, portanto, não se extinguirá com o seu falecimento, pelo contrário, ele agora vive em mim através do conjunto de suas virtudes que foram impregnadas na minha alma e continuarão a se expressar através das minhas atitudes.

Essa sua característica, de marcar indelevelmente a vida daqueles que prezaram da sua amizade, foi uma expressão marcante em toda sua trajetória de vida, onde sempre procurou dar o melhor de si pelo desenvolvimento do seu semelhante, especialmente dos seus alunos, aos quais sempre se dedicou muito amorosamente. Todos que conviveram com ele haverão de reconhecer a sua importância na transformação de suas vidas.

Professor Paulino, portanto, foi um ser especial, uma personalidade singular no modo de ensinar, expressando no seu fazer cultura, compromisso social, sensibilidade, espiritualidade e, sobretudo, amorosidade. Pessoa que sempre cultivou a simplicidade. Nunca se preocupou com aparência, nem com a projeção externa do seu trabalho e, sim, com o bem fazer, sempre visando o benefício do seu semelhante. Seu valor intelectual foi sobejamente expresso nos livros e artigos que publicou, destacando-se os estudos sobre a participação de Sergipe na “Guerra de Canudos”. Mas o diferencial na vida do professor Paulino com certeza não foi o seu cabedal cientifico e sim o seu exemplo de vida como cidadão honrado, respeitador dos valores morais e espirituais, expressando sua solidariedade e amorosidade com todos que dele se aproximavam. Um homem de ideias progressistas, se posicionando sempre de forma corajosa a favor das minorias desfavorecidas dos benefícios do desenvolvimento sócio econômico. Defensor intransigente da preservação e divulgação da cultura popular e dos artistas regionais. Sua função de professor transcendeu em muito sua atuação em sala de aula. Suas melhores lições foram dadas na sua forma elegante de enfrentar a vida.

A missão do professor é indubitavelmente divina e essencial para a transformação do mundo. Saber sustentar a vida com dignidade é o legado maior que professor Paulino, que se entregou de corpo e alma a essa nobre missão, nos deixa. Os bons professores têm um impacto permanente na vida dos seus alunos e, portanto, continuam os acompanhando quando vão para a eternidade. Segundo o educador Paulo Freire, “O educador se eterniza em cada ser que ele educa”. Portanto, sintonizado com esse pensamento, professor Paulino será sempre o nosso “Eterno Mestre”

*Ex-reitor da UFS (1992-1996)

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

'Jácome Góis e sua mensagem motivacional', por Eduardo Marcelo Silva Rocha

Artigo publicado originalmente no site DESTAQUE NOTÍCIAS, em  4 de dezembro de 2022

Jácome Góis e sua mensagem motivacional
Por Eduardo Marcelo Silva Rocha *

Conheci Jácome Góis em 1998, logo após meu ingresso na Polícia Militar, era nosso professor no curso de formação.

Confesso que não lembro qual o nome específico da disciplina, mas basicamente  era – ao menos em minha memória – uma extensão daquilo que ele fazia em seu programa de TV, à época: trazer uma mensagem consoladora, edificante ou motivacional.

Acho que poucos levavam a sério o que ele se dispunha a nos oferecer naqueles encontros. Não me excluo do todo, pois também era um dos que passava o dia correndo, pagando 10 flexões, ouvindo desaforos a todo momento, fazendo faxina, sendo chamado de monstro e, principalmente, com medo de ficar preso devido ao cadarço desamarrado ou pela fivela que apesar de limpíssima, não estava perfeitamente brilhando. Acho que Maslow e Herzberg são capazes de nos explicar porque nossa percepção, naquela situação não tinha condições de entender a grandeza do que nos era ofertado.

Sendo um bom sincericida, não pretendo tecer loas gratuitas ou oportunistas. Como pouco o conheci, tenho certeza que não era perfeito, pois todos nós vivemos cada dia lutando contra nossas más inclinações tentando seguir apenas as boas. É uma luta!

Mas o fato era que ao menos uma boa inclinação dele eu testemunhei e me beneficiei, como claramente posso entender hoje.

Dentro daquela rotina que vivíamos, semanalmente ele estava lá, sem nenhum interesse financeiro – ao menos as informações que tínhamos era que ele se dispunha a nos ensinar de graça – levando sua palavra de conforto, um verdadeiro bálsamo imperceptível, que amenizava a dureza daqueles dias de formação.

Éramos beneficiados, mas não percebíamos, pior, era – obviamente sem saber – mais uma vítima das piadas que nós alunos fazíamos com tudo e todos, como meio de descomprimir o dia a dia.

Bom, o fato é que nunca me esqueci do desprendimento dele nesse sentido e sua marca permanece viva comigo, pois sou useiro e vezeiro em, gratuitamente, dar palestras e aulas em órgãos de segurança pública que me convidam. Isso afirmo, pois olhando em perspectiva, apesar de outros exemplos nesse sentido, foi o Professor Jácome o primeiro que me apresentou essa possibilidade já em minha vida profissional.

De lá para cá, somente estive com ele mais uma ou duas vezes que pude cumprimentá-lo, apesar de certamente não o ter agradecido por tudo que hoje consigo enxergar resultante daquela troca em sala de aula, nas quais dele só tínhamos compreensão, bom humor e carinho!

Finda sua passagem reencarnado, sei que na luta que travou aqui no planeta, de minha parte testemunhei sua vontade de dividir com o próximo – apenas por amor – algo de bom, ou seja, o exercício de uma de suas boas inclinações!

Obrigado, meu amigo! Que o acolhimento em sua nova morada seja o mais amoroso possível e que logo esteja pronto para os novos desafios no caminho de Deus!

Como diz o companheiro “que a terra lhe seja leve!”

* É tenente-coronel da Polícia Militar de Sergipe.

Texto reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Morre Marcos Franco, irmão de Albano

Legenda da foto: O empresário Marcos Leite Franco (à esquerda da foto) e os irmãos

Publicação compartilhada do site DESTAQUE NOTÍCIAS, de 5 de dezembro de 2022

Morre Marcos Franco, irmão de Albano

Vítima de um infarto fulminante, morreu na noite desse domingo (4), o empresário Marcos Leite Franco, de 68 anos. Ele era filho do ex-governador Augusto Franco e irmão, entre outros, do ex-governador Albano Franco (PSDB) e dos empresários Walter e Osvaldo Franco. Marcos residia em São Paulo há muitos anos, onde atuava como investidor.

A morte prematura de Marcos foi comunicada em nota pela TV Atalaia, emissora pertencente a Walter Franco. As primeiras informações dão conta que o empresário ainda foi socorrido e levado ao Hospital Albert Einstein, mas chegou sem vida. O corpo deve ser transladado para Aracaju, onde ocorrerá o sepultamento em horário e cemitério ainda a serem confirmados pela família.

Texto e imagem reproduzidos do site: destaquenoticias.com.br

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

José Paulino da Silva: já faz falta

Texto compartilhado do site JLPOLÍTICA, de 1 de dezembro de 2022

Com a partida de Zé Paulino, Sergipe perde um homem culto, bom e cordial

José Paulino da Silva: já faz falta

Jozailto Lima (Coluna Aparte)

“Elogio da Amizade”, o título do livro dele, lançado em 2012, bem que poderia ser - e certamente o é - a síntese da figura de José Paulino da Silva, falecido nesta terça-feira, 30 de novembro. Sob todos os aspectos, ele era um homem culto, bom e cordial.

O professor Zé Paulino, como gerações inteiras de estudantes o tratavam, era esse homem cordial no sentido bom e sempre aferrado às amizades, à pesquisa, à cultura popular. À educação, em síntese. Sabia tudo sobre o fole de oito baixo e era um cultor agradável e dedicado das tradições juninas.

O professor José Paulino da Silva, de 80 anos, estava obviamente aposentado e faleceu como consequência da Covid - ele era diabético.

Desde 1971, o pernambucano Zé Paulino passou a ser professor da Universidade Federal de Sergipe, lecionando no Departamento de Filosofia e História.

Apesar da idade, ele permanecia lúcido e escrevia constantemente artigos aqui nesta CoIuna Aparte e tirava do sério figuras nervosas e vestais da cultura de Aracaju.

“Quando eu era criança, ele me empurrou na bicicleta pra eu caminhar sozinho na vida. Hoje me esforço na saudade para que ele siga em paz para a eternidade”, escreveu numa nota nas mídias socias o filho Thiago Paulino, jornalista e identicamente pesquisador de questões culturais populares como o pai.

O corpo de Zé Paulino foi sepultado na Colina da Saudade as 17h de ontem, sem atos de velatório, exatamente por causa da Covid. Foi feita uma oração, “porque sei que ele já está no campo de girassóis da espiritualidade”, conforme disse o filho Thiago.

“Ao longo de sua jornada acadêmica, José Paulino se dedicou a diversas atividades desenvolvidas na UFS, onde ocupou cargos de gestão. Foi coordenador da Pós-Graduação em 1978, pró-reitor de Assuntos Estudantis em 1978 e de Pós-Graduação e Pesquisa em 1980, e vice-reitor em 1992 na gestão do reitor Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira”, lembrou a instituição na nota.

“Estou muito triste com a notícia da morte do professor doutor José Paulino da Silva. Paulino foi membro da banca examinadora no concurso que prestei para ingressar na Universidade Federal de Sergipe. Trabalhei com ele no Departamento de História da UFS. Fez um excelente trabalho como vice-reitor”, informou em tom de lamentação o professor Jorge Carvalho do Nascimento, identicamente aposentado da UFS.

* É jornalista há 39 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.

Texto reproduzido do site jlpolitica.com.br

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Morre aos 86 anos o escritor e jornalista Jácome Góes em Aracaju

Legenda da foto: Morre aos 86 anos o escritor e jornalista Jácome Góes em Aracaju - (Crédito da foto: Funcap)

Publicado originalmente no site do Portal INFONET, em 1 de dezembro de 2022

Morre aos 86 anos o escritor e jornalista Jácome Góes em Aracaju

Por João Paulo Schneider 

Morreu aos 86 anos o escritor e jornalista Jácome Góes em Aracaju. A informação foi confirmada por familiares nesta quinta-feira 1º. Segundo a família, ele estava acamado desde o mês de maio deste ano.

Em nota, a Fundação Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) lamentou a perda. “Grande comunicador, Jácome tem mais de 30 livros publicados. A obra também se estende por palestras, programas de rádio e TV, como o “Conceitos da Vida”, transmitido pela Aperipê TV, mensagens de esperança, otimismo e generosidade”, diz.

O Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor) também se manifestou. Em comunicado, o Sindijor destacou que Jácome era tutor de um texto primoroso e de uma dedicação indiscutível à disseminação da harmonia, fraternidade, da comunicação e da cultura sergipana, ao longo dos seus 86 anos de vida.

” O jornalista Jácome Góes da Silva soube marcar seu nome na história de Sergipe. Também protagonista no cenário jurídico, ele transitava com sabedoria e ética nos campos da cultura, cidadania e dos Direitos Humanos. Em nome de toda uma classe trabalhadora que por sucessivas décadas soube reconhecer sua relevância, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Sergipe (Sindijor/SE) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), lamentam a sua passagem espiritual. Por toda a sua dedicação em defesa da democracia, comunicação, família, fé, arte e progresso unificado, o nosso respeito e muito obrigado”, destacou.

Jácome deixa filho, nora e netos.

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

Jácome Góes morre por complicações da Covid -19

Publicado originalmente no site A8SE., em 1 de dezembro de 2022

Membro da Academia Sergipana de Letras, Jácome Góes morre por complicações da Covid-19

O escritor foi autor de 31 livros publicados.

Por Carolina de Morais, Portal A8SE

O escritor Jácome Góes, de 86 anos, morreu vítima de complicações da Covid-19 em um hospital particular de Aracaju na noite desta quarta-feira (30). A informação foi confirmada pela família.

Natural do município de Laranjeiras, ele era servidor público aposentado do Ministério do Trabalho, além de advogado, jornalista, radialista, conferencista e membro da Academia Sergipana de Letras, sendo autor de 31 livros publicados.

O enterro acontece no Cemitério Colina da Saudade, a partir das 10h.

Texto e imagem reproduzidos do site: a8se.com

Nota de Pesar pela morte do professor doutor José Paulino da Silva

Foto1 reproduzida do Facebook e postada pelo blog para ilustrar o presente artigo

Texto publicado originalmente no Perfil do Facebook/Iran Barbosa, em 30 de novembro de 2022

NOTA DE PESAR

Esses têm sido dias difíceis, com perdas muito doloridas!!!

Como educador e professor de História, recebi com grande tristeza a notícia do falecimento do professor doutor José Paulino da Silva, aos 80 anos, nesta quarta-feira, 30/12.

Nascido em Pernambuco, o professor Paulino ampliou sua cidadania, pelo mérito e pelas contribuições, agregando o título de cidadão sergipano desde 1993.

Formado em Pedagogia e Filosofia, era Mestre em Educação e Doutor em Filosofia e História da Educação, contribuiu de maneira marcante na formação de gerações de estudantes, como professor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe, e também, na produção de trabalhos de pesquisa de grande vulto e importância, como coordenador do projeto "Resgate da Memória Histórica: Canudos Ontem e Hoje".

Com trabalhos publicados nas áreas da Educação, Cultura Popular e História da Guerra de Canudos, o professor Paulino sempre foi um fervoroso defensor da educação pública de qualidade, como caminho para desenvolver cidadania, senso crítico e solidariedade. Ele também exerceu atividades administrativas na UFS, como Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Pró-Reitor de Pesquisa e Vice-Reitor.

Diante de tamanha perda, expresso o meu mais profundo pesar e minhas sinceras condolências aos familiares e amigos, aos seus colegas da jornada acadêmica e a todas as gerações de estudantes que tiveram oportunidade de conviver com o professor José Paulino.

A educação de Sergipe perdeu um dos seus grandes mestres! 

Texto e foto2 reproduzidos do Facebook/Iran Barbosa

'O Céu das Carnaíbas', por Antonio Samarone

Publicação compartilhada do Facebook/Antonio Samarone, de 1 de dezembro de 2022

O Céu das Carnaíbas. 
Por Antonio Samarone*

Conheci o professor José Paulino, em 1979, quando a União Nacional dos Estudantes (UNE) saía da ilegalidade. Baseado no Decreto-Lei 477, o AI-5 dos estudantes, a ditadura proibiu eleições para UNE.

Na Universidade Federal de Sergipe, o pró-reitor estudantil, José Paulino, solicitou as urnas da justiça eleitoral, e bancou a legalidade da eleição da UNE. Incentivou a ida dos estudantes ao Congresso da UNE em Salvador.

José Paulino foi o iniciador dos estudos sobre o participação de Sergipe na guerra de Canudos, inspirado na leitura da “Guerra do Fim do Mundo”, de Vargas Llosa.

Foi em Sergipe que Antonio Conselheiro iniciou a sua fase messiânica. Na edição de 22 de novembro de 1874, o jornal estanciano “O Rabudo”, noticiou a presença do Conselheiro em Sergipe. Conselheiro peregrinou por vários municípios. Em Itabaiana existe um monumento na rua da Pedreira (foto), marcando a passagem de Conselheiro.

Registra o jornal “O Rabudo, sobre Conselheiro”:

“Anda no caráter de missionário, pregando e ensinando a doutrina de Jesus Cristo. Suas prédicas consistem na proibição dos xales de merinó, botinas, pentes, e não se comer carne e coisas doces nas sextas e nos sábados.”

Conselheiro apareceu na cidade de Itabaiana em 1874. “Esmolava, seguiam-no os primeiros fiéis, um dos quais carregava o templo único, um oratório tosco, de cedro, encerrando a imagem de Cristo.” – citado por José Paulino.

Muitos sergipanos mal-aventurados seguiram o séquito de Conselheiro, defenderam o arraial, não se entregaram. A peregrinação messiânica começou em Itabaiana. O padroeiro de Canudos era Santo Antonio dos pobres, imagem levada de Itabaiana.

“Chamava-se Antonio e o povo o denominava Conselheiro. Passou por Sergipe, onde fez adeptos. Pedia esmola e só aceitava o que supunha necessário para a sua subsistência.” – Sílvio Romero.

Conselheiro arrebatou em sua caminhada rumo ao Belo Monte, centenas de sergipanos, sobretudo negros. O sangue dos sergipanos foi derramado em Canudos.

Quando criança, ouvia mamãe recitar uma trova, citado por Sílvio Romero:

“Do céu veio uma luz/ que Jesus Cristo mandou/ Santo Antonio Aparecido/ dos castigos nos livrou/ quem ouvir e não aprender/ quem souber e não ensinar/ no dia do Juízo/ a sua alma penará.”

Se as autoridades do turismo conhecessem a história de Sergipe, a Orla Por Sol não seria apenas uma bela paisagem. Foi na foz do Vaza Barris, onde os corpos mal enterrados durante a guerra de Canudos, em Belo Monte, foram parar em Aracaju, após a primeira enchente do rio.

Sem contar que a 2ª coluna, na IV Expedição da guerra. sob o comando do General Cláudio do Amaral Savaget, saiu do Aracaju. O escritor e intelectual sergipano Pedro Moraes, descreveu detalhadamente esta coluna, sob a ótica do exército.

O sergipano José Calazans desvendou a história de Canudos para o mundo, e o professor José Paulino, incluiu Sergipe. 

Foi José Paulino que mobilizou estudantes e estudiosos sergipanos sobre Canudos. Cito de memória, entre os entusiasmados: Chico Buchinho e o jornalista Enock, irmão de João Brasileiro.

Perdemos um conselheirista, José Paulino da Silva (80 anos), pernambucano de Cachoeira de Taépe. Seminarista na Congregação Salesiana Dom Bosco, em Jaboatão. Em 1970, José Paulino ingressou na Universidade Federal de Sergipe. 

Entre as várias contribuições de José Paulino, sem dúvidas, a maior, foi tirar do esquecimento, a participação de Sergipe na jornada de Antonio Conselheiro. 

Descanse em paz, Zé Paulino, missão cumprida!

* Antonio Samarone (médico sanitarista)

Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone

Faleceu o professor aposentado José Paulino da Silva

Texto publicado originalmente no site da UFS, em 30 de novembro de 2022

Faleceu o professor aposentado José Paulino da Silva

Professor Paulino foi vice-reitor da UFS na gestão de Luiz Hermínio Aguiar Oliveira

A Universidade Federal de Sergipe informa, com pesar, o falecimento do professor aposentado José Paulino da Silva aos 80 anos. Professor Paulino ingressou como professor do Departamento de Filosofia e História da universidade em 1971.

Durante os anos de serviços prestados, ocupou cargos de gestão. Foi coordenador da Pós-Graduação em 1978, pró-reitor de Assuntos Estudantis em 1978 e de Pós-Graduação e Pesquisa em 1980, e vice-reitor em 1992 na gestão do reitor Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira.

José Paulino da Silva exerceu a função de professor do magistério superior até 1995, quando se aposentou.

Ascom UFS

comunica@academico.ufs.br

Texto reproduzidos do site: ufs.br