Memória Sergipana: João Gomes de Melo, Barão de Maruim
Filho de Teotônio Corrêa Dantas e D. Clara Angélica de
Menezes, nasceu a 18 de setembro de 1809 no engenho Santa Bárbara, município de
Maruim, e faleceu a 23 de abril de 1890 na capital federal, onde, tendo desde
muitos anos fixado residência, formara família, contraindo segundas núpcias com
uma respeitável senhora, irmã do Visconde do Uruguai. Seguindo o exemplo dos
seus antepassados, dedicou-se à laboriosa vida da agricultura, adquirindo nela
rapidamente avultada fortuna, de que utilizou uma boa parte na construção do
majestoso templo, que atualmente serve de igreja matriz da cidade de Maruim, e
em diversas doações feitas a casas de beneficências. Não menos próspera foi a
carreira política, que depois abraçou, e na qual, chegando a ser constituído
chefe do partido conservador, alcançou as mais elevadas posições.
Nobilitado pelo governo imperial a 11 de outubro de 1848 com
o título de barão com grandeza, foi mais: comandante superior da guarda
nacional, vice-presidente da província, deputado provincial por diversas vezes
e deputado geral nas três legislaturas de 1853 a 1864, no começo da última das
quais, 1861, foi escolhido senador do império. Como vice-presidente,
administrou a Província, desde 27 de setembro de 1855 até 27 de fevereiro do
ano seguinte. Um órgão da imprensa carioca, noticiando a sua morte, disse que,
“embora lhe faltassem as brilhantes qualidades da inteligência, procedeu
sempre, tanto na vida pública, como na particular, de modo a deixar de si
memória honrada e benquista”. Em confirmação da nobreza e retidão desse
procedimento falam ainda bem alto os seus atos de generosidade e filantropia,
de que são dignos documentos as distinções honoríficas recebidas do governo do
país e de S. S., o chefe supremo da Igreja Católica, que o condecoraram
comendador da ordem de Cristo, cavaleiro das ordens do Cruzeiro, da Rosa e de
S. Gregório Magno, de Roma.
Fez mais de uma viagem à Europa e escreveu:
– Relatório com que foi entregue a administração da
província de Sergipe no dia 27 de fevereiro de 1856 ao Exmo. Dr. Salvador
Corrêa de Sá e Benevides pelo 1º vice-Presidente da mesma. No “Correio
Sergipense” de junho a 12 de julho do referido ano.
– Relatório da Diretoria da “Associação Sergipense”,
apresentado no dia 5 de março do 1857. No “Correio Sergipense” de 14 do mesmo
mês e ano.
– O Barão de Maruim e o processo Rollemberg. Ao público e
aos seus amigos. Rio de Janeiro, 1862, 12 págs. de 2 colunas, in 8º gr.
Tipografia Imperial e Constitucional de J. Villeneuve & C. É a reimpressão
de uma série de artigos publicados no “Jornal do Comércio” do Rio de Janeiro, a
começar do nº de 9 de julho de 1862.
Fonte: GUARANA, Armindo.Diccionario Bio-Bibliographico
Sergipano: Rio de Janeiro, 1925.
Esta obra poderá ser encontrada na Biblioteca Ephifânio
Dorea - Aracaju-Se.
Texto e imagem reproduzidos do blog:
jornalistalucyanna.blogspot.com.br
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