Publicado originalmente no blog Em Pauta UFS, em 14/12/2010.
Técnica de Produção, Reportagem e Redação Jornalística.
Hermes Fontes – O poeta sergipano que deu nome a uma das
mais importantes avenidas de Aracaju.
Por Sóstina Silva
Hermes Floro Bartolomeu Martins de Araújo Fontes, ou
simplesmente Hermes Fontes, teve seu nome emprestado a umas das mais
movimentadas avenidas de Aracaju, onde poucos conhecem a história desse
irreverente artista, poeta, escritor, caricaturista e gênio sergipano.
Hermes nasceu em 1888, em uma casa humilde na cidade de
Boquim, seus pais, Francisco Martins Fontes e Maria de Araújo Fontes,
sustentavam a família através da lavoura. O talento e a inteligência de Hermes
Fontes chamaram a atenção de professores e grandes figuras importantes ainda
quando menino, entre esses, o chefe de Estado e jurista Martinho Garcez que o
levou como adotivo para o Rio de Janeiro a fim de lhe propiciar melhores
oportunidades de futuro.
No Rio, Hermes pode contribuir com a imprensa carioca como
poeta, como crítico e chegou a escrever dez livros, entre eles, a obra poética
“Apoteoses”, que o consagrou como um dos melhores poetas brasileiros. Dele
disse o poeta Olavo Bilac: “É Hermes Fontes um moço, quase um menino cujo livro
Apoteoses é uma revelação de força lírica”. O livro influenciará a poesia
brasileira no começo do século XX. O gênio sergipano sonhava ser o Príncipe dos
poetas e membro da academia Brasileira de Letras.
Apesar de considerar Martinho Garcez um pai, a saudade da
família, e em especial da sua mãe, o angustiava e o fazia sentir-se um exilado
onde vivia. Então, Após passar em primeiro lugar no concurso dos Correios e
Telégrafos, Hermes Fontes decide deixar a casa de Martinho e vai viver numa
pensão, onde conhece Alice, por quem se apaixona e se casa logo em seguida.
Hermes via na esposa a beleza ideal de uma mulher, apaixonado, o poeta tentou
dar uma vida confortável à amada. Anos mais tarde, Hermes Fontes cai na
amargura ao descobrir que era traído pelo seu grande amor e o seu casamento
chega ao fim. Mesmo com fim do matrimônio, o poeta continuou amando Alice. “Na
véspera do divórcio Hermes mandou um carro buscar Alice para ela não ir a pé e
ainda levou rosas para ela, mesmo assim ela não deu a mínima e então ele
escreve a poesia ‘Cicatriz’ “, conta a professora e pesquisadora Ana Medina.
Hermes Fontes era considerado um homem romântico, sisudo e
depressivo. Sem conseguir atingir seus objetivos de vida, solitário, sem o
carinho da mãe, distante de sua terra natal e traído pelo seu grande amor, o
poeta encerra sua vida numa noite de natal de 1930 com um tiro de revólver no
ouvido. O grande poeta sergipano foi sepultado ao lado do túmulo do escritor
Lima Barreto...
Texto e imagem reproduzidos do blog:
empautaufs.wordpress.com
Hermes-Fontes foi biografado pelo escritor Povina Cavalcante, no ano de 1964. Hermes e Povina eram amigos-irmãos no Rio de Janeiro, a amizade dos dois nordestinos, durou menos de dez anos, com a morte de Hermes em 1930, aos 42 anos. Diz Povina, em seu livro-biografia, que haveria uma má vontade póstuma com Hermes Fontes, que foi um dos sócios-fundadores da Academia Sergipana de Letras, em 1929, um ano antes de sua morte.
ResponderExcluirSergipe tem uma dívida com Hermes Fontes, muito pouco se pesquisou e se escreveu sobre o autor de Apoteose, mas também de Luar de Paquetá, uma música gravada pelos mais famosos intérpretes da MPB, na primeira metade do Século XX.
Por Clyton Houly - Médico na ativa e Professor aposentado de Medicina da UNIRIO. Contatos pelos whatsapp 799.91982000 e 799.91993000.Em 06.05.2019