terça-feira, 14 de março de 2017

O poeta sergipano, Hermes Fontes


Publicado originalmente no blog Em Pauta UFS, em 14/12/2010.

Técnica de Produção, Reportagem e Redação Jornalística.

Hermes Fontes – O poeta sergipano que deu nome a uma das mais importantes avenidas de Aracaju.

Por Sóstina Silva

Hermes Floro Bartolomeu Martins de Araújo Fontes, ou simplesmente Hermes Fontes, teve seu nome emprestado a umas das mais movimentadas avenidas de Aracaju, onde poucos conhecem a história desse irreverente artista, poeta, escritor, caricaturista e gênio sergipano.

Hermes nasceu em 1888, em uma casa humilde na cidade de Boquim, seus pais, Francisco Martins Fontes e Maria de Araújo Fontes, sustentavam a família através da lavoura. O talento e a inteligência de Hermes Fontes chamaram a atenção de professores e grandes figuras importantes ainda quando menino, entre esses, o chefe de Estado e jurista Martinho Garcez que o levou como adotivo para o Rio de Janeiro a fim de lhe propiciar melhores oportunidades de futuro.

No Rio, Hermes pode contribuir com a imprensa carioca como poeta, como crítico e chegou a escrever dez livros, entre eles, a obra poética “Apoteoses”, que o consagrou como um dos melhores poetas brasileiros. Dele disse o poeta Olavo Bilac: “É Hermes Fontes um moço, quase um menino cujo livro Apoteoses é uma revelação de força lírica”. O livro influenciará a poesia brasileira no começo do século XX. O gênio sergipano sonhava ser o Príncipe dos poetas e membro da academia Brasileira de Letras.

Apesar de considerar Martinho Garcez um pai, a saudade da família, e em especial da sua mãe, o angustiava e o fazia sentir-se um exilado onde vivia. Então, Após passar em primeiro lugar no concurso dos Correios e Telégrafos, Hermes Fontes decide deixar a casa de Martinho e vai viver numa pensão, onde conhece Alice, por quem se apaixona e se casa logo em seguida. Hermes via na esposa a beleza ideal de uma mulher, apaixonado, o poeta tentou dar uma vida confortável à amada. Anos mais tarde, Hermes Fontes cai na amargura ao descobrir que era traído pelo seu grande amor e o seu casamento chega ao fim. Mesmo com fim do matrimônio, o poeta continuou amando Alice. “Na véspera do divórcio Hermes mandou um carro buscar Alice para ela não ir a pé e ainda levou rosas para ela, mesmo assim ela não deu a mínima e então ele escreve a poesia ‘Cicatriz’ “, conta a professora e pesquisadora Ana Medina.

Hermes Fontes era considerado um homem romântico, sisudo e depressivo. Sem conseguir atingir seus objetivos de vida, solitário, sem o carinho da mãe, distante de sua terra natal e traído pelo seu grande amor, o poeta encerra sua vida numa noite de natal de 1930 com um tiro de revólver no ouvido. O grande poeta sergipano foi sepultado ao lado do túmulo do escritor Lima Barreto...

Texto e imagem reproduzidos do blog: empautaufs.wordpress.com

Um comentário:

  1. Hermes-Fontes foi biografado pelo escritor Povina Cavalcante, no ano de 1964. Hermes e Povina eram amigos-irmãos no Rio de Janeiro, a amizade dos dois nordestinos, durou menos de dez anos, com a morte de Hermes em 1930, aos 42 anos. Diz Povina, em seu livro-biografia, que haveria uma má vontade póstuma com Hermes Fontes, que foi um dos sócios-fundadores da Academia Sergipana de Letras, em 1929, um ano antes de sua morte.
    Sergipe tem uma dívida com Hermes Fontes, muito pouco se pesquisou e se escreveu sobre o autor de Apoteose, mas também de Luar de Paquetá, uma música gravada pelos mais famosos intérpretes da MPB, na primeira metade do Século XX.
    Por Clyton Houly - Médico na ativa e Professor aposentado de Medicina da UNIRIO. Contatos pelos whatsapp 799.91982000 e 799.91993000.Em 06.05.2019

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