“Em momentos de crise, não se pode sobrepor o senso comum à ciência”
Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em junho de 2020
Jozailto Lima ENTREVISTA Juliano Cesar
Juliano Cesar: “Esta não é hora
nem de falecer nem de falir”
Aos 57 anos, ele mistura tolerância, conciliação e prudência
com pragmatismo, muito foco e objetividade, o que fez do seu negócio um dos
mais alvissareiros, vistosos e promissores no território da atividade
atacadista de alimentos e bebidas no Brasil a partir do pequeno Sergipe, que
ele tem como sua terra e paixão.
Ele é Juliano Cesar Faria Souto, um administrador de
Empresas por formação acadêmica e empreendedor por descendência genética e por
imposição compulsória de um certo DNA paterno.
Tem no histórico Raymundo Juliano Faria Santos, o pai, um
esteio. Uma âncora. Um “doutor em vida e em negócio”, para quem ele bate
continência de afeto, respeito e naturalmente o replica em tudo que o velho é,
foi, fez e faz. “Meu pai é a minha real bússola e meu melhor manual de
instruções”, diz Juliano.
De 2013 para cá, Juliano Cesar Faria Souto conseguiu empinar
o nariz da Fasouto, espargir lojas da marca pelos territórios de Aracaju, Nossa
Senhora do Socorro - neste, um big Centro de Distribuição inaugurado este ano
na flor da pandemia de coronavírus -, em Estância, Lagarto e Tobias Barreto,
gerar cerca de 500 empregos diretos e se preparar pra um ação que permitirá ao
seu Grupo faturar R$ 250 milhões neste ano pandêmico de 2020.
No centro de tudo isso, Juliano Cesar Faria Souto, que
emprestou precocemente brancura aos cabelos, ainda encontra tempo e espaço para
se converter num ser gregário, participar de entidades de classe do segmento em
que atua, em conselhos de governo e, o mais consistente de tudo isso, ter uma
cabeça erguida para bem além e acima de dependências e adulações a Governos de
plantão.
Não o chamem para brigas desnecessárias e histriônicas que
não o terão como um parceiro. “Negociar e fazer amigos é nosso mantra - dele e
meu”, diz, numa referência ao pai. “Tento sempre seguir o exemplo de Raymundo
Juliano Souto Santos que, mesmo sendo um homem de pensamento político diverso,
lembra-me a famosa frase atribuída a Che Guevara, segundo a qual é preciso “ser
duro, mas sem perder a ternura jamais””, reforça.
“De modo que, por maiores que sejam o problema, o desafio ou
a divergência com os quais me deparo, o faço certo de que as posições e o
radicalismo extremados em nada constroem e em nada ajudam na busca da solução.
É evidente que devemos e podemos ter posições firmes, porém nunca criar
desafetos para fazê-las valer”, diz, do alto desse “mantra”, Juliano Cesar
Faria Souto se faz livre, espontâneo e realista - de uma espontaneidade capaz
de exibir um conceito justo e muito coerente sobre o presidente Jair Bolsonaro
nesta hora de pandemia em que muitos na posição e no status dele jamais o
fariam, preferindo o agachamento tíbio e pálido por detrás da moita das
conveniências.
“Entendo que é, no mínimo, lamentável. Diria desastrosa”,
afirma ele, sobre a falta de responsabilidade presidencial em face do drama da
Covid-19. “Em momentos de crise, não cabem voluntarismo e exacerbação de
convicções políticas e pessoais. Não se pode sobrepor o senso comum à ciência”,
adverte Juliano Cesar.
Ele ainda prefixa esta importante expectativa cidadã:
“Espero que essa triste página da história que estamos vivendo, com vidas
perdidas, famílias destroçadas e elevados prejuízos econômicos, sirva de
ensinamento para que nós brasileiros, quando votarmos, usemos mais a razão do
que o fígado”.
“Busquemos lideranças firmes que reflitam nosso modo de
pensar a sociedade, mas sem cair em falsas esperanças daqueles que prometem que
a solução estará sempre no confronto, pois ao se deparar com situações onde a
união é mais importante que ter a razão o líder fica amarrado às suas posições
radicais e nos impõe sacrifícios e desgoverno como este que estamos
presenciando. Que possamos aprender a fazer escolhas mais assertivas em 2022”,
completa.
Portanto, como livre e crítico, Juliano Cesar Faria Souto
cunhou na paisagem da economia e da responsabilidade social uma frase que ele
capturara Brasil adentro, segundo a qual, o momento da pandemia de coronavírus
que se aproximava do pais feito uma nuvem de gafanhoto não seria motivo para
falecer pessoas e nem falir empresas.
“E continuo, 100 dias depois, hasteando a mesma ideia de que
esta não é hora nem de falecer nem de falir. Acompanhei e atuo na tentativa de
que medidas para minimizar os efeitos dessa tão grave crise possam ser
adotadas”, diz
Para Juliano Cesar, foi exatamente com essa visão que os
setores de primeira-necessidade do país atuaram e atuam na crise, sustentando
fornecimento, suprindo a nação e preservando seus colaboradores da fúria do
vírus.
“Essa crise precisa de ações efetivas em saúde: testagem,
isolamento, assistência aos primeiros sintomas. Não é somente com abertura ou
com fechamento de atividades que será interditada a disseminação do vírus”,
recomenda.
Nesta Entrevista, o empresário Juliano Cesar Faria Souto faz
um exato raio x do setor de atacadista no país - são mais de um milhão de
empregos -, diz qual o planejamento dele e das três filhas para o futuro da
Fasouto, expõe visões sobre associativismo, relacionamento com governos e fala
do futuro socioeconômico de Sergipe e, sobretudo, derrama um olhar terno, grato
e reconhecedor sobre o pai, o empresário Raymundo Juliano Souto Santos, 88
anos, fundador e mantenedor da Disberj por muitos anos - a matriz de tudo.
“Meu pai é meu herói, meu líder, minha real bússola e meu
melhor manual de instruções. Ter essa convivência e seus exemplos são minha
maior riqueza frente aos desafios de cada dia. Em minha vida tenho somente uma
meta: honrar os ensinamentos que recebi e recebo dessa figura maravilhosa”,
diz.
Juliano Cesar Faria Souto nasceu em 27 fevereiro 1964 na
cidade de Estância. É filho de Raymundo Juliano Souto Santos e de Suele Fontes
Faria Souto e casado com economista e comerciante Riane Mendonça Silveira
Souto, com quem é pai de três filhas - Fernanda Maria Silveira Souto, de 30
anos, Maria Luísa Silveira Souto, de 28, e Maria Júlia Silveira Souto, de 26.
Ele é bacharel em Administração de Empresas, dono do CRA/SE
de número 2684-01, com conclusão do curso em 2007 pela Faculdade de
Administração Brasília e tem MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio
Vargas.
Hoje Juliano se divide entre o comando do Grupo Fasouto e a
Vice-Presidência da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de
Produtos Industrializados e é diretor de Comércio Atacadista da Fecomércio de
Sergipe e conselheiro no Sincadise - Sindicato Comércio Atacadista Sergipe.
Ternura filial e paterna entre os dois Souto: "Meu pai
é meu herói, meu líder,
minha real bússola e meu melhor manual de
instruções"
Juliano Cesar conhece o batente do trabalho desde os 14 anos
- começa no famoso chão de fábrica, como auxiliar de escritório na Disberj -
Distribuidora Raymundo Juliano.
“Ter a oportunidade de unir pai e professor numa só pessoa e
momento, foi e tem sido uma dádiva para mim e para os meus que estão em vias de
me suceder. Até 2024 espero ter concluído a personalização da Fasouto e possa
deixar a função de sócio administrador, continuando como sócio e conselheiro”,
diz ele
Aí, certamente, vai começar uma nova história, envolvendo
três meninas, três Marias - Fernanda Maria, Maria Luísa e Maria Júlia.
A Entrevista com Juliano Cesar Faria Souto vale muitíssimo o
empenho da leitura.
Juliano Cesar e sua Riane Mendonça Silveira Souto,
que ele
considera seu porto seguro e que lhe deu três belas moças
Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica.com.br
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