Dr Jorge Leite, como é carinhosamente chamado, e a sua Angelina: rumo ao centenário!
Opinião - Os 95 anos do grande Jorge Leite e a crônica
afetiva de um filho
Por Ivan Leite * (Coluna APARTE)
No dia 19 de junho de 1926 nasceu em casa, na Avenida Ivo do
Prado em Aracaju, meu pai, Jorge Prado Leite, primogênito de Júlio César Leite
e de Carmem Prado Leite, e também primeiro neto do coronel Gonçalo Rollemberg.
Aos 11 anos de idade foi estudar, sozinho, em Fortaleza, Ceará, na Escola
Militar.
Aos 12 anos, mudou-se para Minas Gerais. Foi estudar
internamente no Colégio Cataguases Leopoldinense, e de lá ele mantém até hoje
memórias deliciosas, não apenas pelos tradicionais doces mineiros, mas pelo
carinho e amizade de famílias e amigos que o acolhiam aos finais de semana e as
paqueras de adolescente.
Mudou-se para São Paulo alguns anos depois, para o internato
do Colégio Mackenzie, do qual também guarda sempre boas memórias. Serviu ao
CPOR - Centro Preparatório de Oficiais da Reserva - Exército, o que lhe era
fácil, pelo temperamento disciplinado, mas difícil pelas ações físicas, pois
mesmo não tendo limitações que o impedissem de executá-las, a elas não era
muito afeito.
Mas conseguiu superá-las através de atribuições que buscou
na biblioteca. Aos 19 anos, papai ingressa na já cobiçada nacionalmente e já
consagrada formadora de excelentes engenheiros, a Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo -, feito este que muito o orgulha.
Na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo estudaram
contemporaneamente jovens que vieram a ser dois governadores de São Paulo,
Mario Covas e Paulo Maluf. Com este, papai concorreu em eleição para o Grêmio
da Poli, e o venceu - fato que atesta a sua grande capacidade de aglutinação e
liderança.
Como presidente do Grêmio da Poli, e vindo de outro Estado
morar em São Paulo, era conhecedor das dificuldades que enfrentavam os alunos
originários do interior e de outros Estados de todo o Brasil.
Por isso, idealizou e empenhou-se na viabilização e
construção da Casa do Politécnico. E teve sucesso nesta empreitada, construindo
um prédio de 11 andares que, ao término da sua gestão, já estava no sexto
pavimento e com recursos assegurados para a sua conclusão.
Em 1950, já formado em Engenharia Civil, papai retorna a
Sergipe a convite de seu pai, que dele precisava para dirigir a Fábrica Santa
Cruz uma vez que, como senador, iria morar no Rio de Janeiro. Este é o mesmo
ano em que conheceu e apaixonou-se pela ainda adolescente Angelina, a minha
mãe.
Em 1956, três importantes fatos ocorrem na vida de papai: o
time de futebol da fábrica, o Santa Cruz, o Azulão do Piauitinga, sagra-se
campeão estadual no primeiro campeonato desta abrangência, e ainda fora campeão
seguidamente 1957/58/59/60, sendo o primeiro pentacampeão; é fundada a
Companhia Sul Sergipana de Eletricidade, a Sulgipe, e lhe nasce o seu
primogênito, euzinho aqui.
Em 5 de maio de 1964, ocorrem os dois maiores reveses de sua
vida: a perda prematura de sua genitora, Vovó Carmem e, no mesmo dia, a
destruição da Fábrica Santa Cruz por uma gigantesca enchente dos rios Piauí e
Piauitinga.
Demonstrando sua garra e seu empreendedorismo, em 1º de maio
de 1967 papai inaugura a primeira estação de rádio do interior de Sergipe, a
Rádio Esperança, numa data que demonstra explicitamente seu apreço e
reconhecimento aos trabalhadores - ele próprio um eterno trabalhador -, a ponto
de receber o codinome de um homem chamado trabalho!
Aos filhos, que criou e educou com exemplos - Ivan, Marcelo,
Adriana -, e aos netos Jorge, Yvette, Júlia e Luiza, e ao bisneto Pedro Jorge,
ele segue dando demonstração de perseverança. Chega hoje aos 95 anos e, como
lhe é peculiar sempre ter metas, a de agora é de ir rumo aos 100. Então vamos!
[*] É engenheiro, foi deputado estadual, prefeito de
Estância e secretário de Estado da Indústria e Comércio de Sergipe, mas para o
que ele mais levanta crachá mesmo é para a condição de um filho de Jorge.
Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br
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