A morte do multifacetado Luiz Adelmo leva com ele o símbolo
de uma época. Se digo multifacetado
cabe-lhe também a alcunha de homem plural, porque ele era único e ao mesmo
tempo tantos como no Samba da Benção de Vinicius de Moraes!
Marcou a cena cultural sergipana, saindo de Estância e filho
do riachãense Seu Aderbal. Passou pelo seminário (pensou em ser frade) e depois
foi ao Rio de Janeiro e logo se integrou à cena artística. Ainda lembro garoto
e o orgulho dos sergipanos ao vê-lo no célebre programa da TV Tupi "Almoço
com as Estrelas" apresentado por Lolita Rodrigues.
No Rio desenvolveu o talento para as artes plásticas e
também se voltou para a produção quando foi um dos produtores do espetáculo
"Tem Banana na Banda" uma espécie de teatro de revista com a lendária
Leila Diniz dos anos 70, produção que lembrava sempre com orgulho.
No final dos anos 70 voltou para Sergipe e aqui introduziu a
tapeçaria como, com a técnica macramê com muitos seguidores. Inovou a coluna
social e pode-se dizer que inaugurou a noite aracajuana na Atalaia com o
Barracão no final dos anos 60, e já nos anos 80 comandou a Boate 147 à época a
mais badalada casa noturna de Aracaju.
Fundar a Galeria Horácio Hora nos anos 70 foi um ato de
coragem e ousadia que movimentou o comércio das artes plásticas. Lá conheci o
grande Zé de Dome. Luiz Adelmo era o irmão mais velho da ex deputada Tânia
Soares e também das educadoras Yarinha e Ana Soares, as duas também já
falecidas. Foi também empresário em
Sergipe e Alagoas no ramo de decoração.
Ultimamente era Diretor da Galeria de Arte Álvaro Santos.
Tinha uma inteligência sagaz, um extraordinário senso de
humor, às vezes sarcástico mas sempre humor!
Há pessoas que incorporam o espírito de um tempo. Luiz
Adelmo foi dessas, aconteceu e fez acontecer.
Triste com a perda do grande amigo. Todas as homenagens a esse gigante
sergipano.
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Luiz Eduardo Oliva
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