domingo, 3 de dezembro de 2017

Ilma Fontes e as Memórias de Álvaro Santos


Sandra e Ilma Fontes no lançamento do livro 
em favor da ASI -Associação Sergipana de Imprensa

Publicado originalmente no blog Academia Literaria de Vida, em 29/09/2017.
  
Ilma Fontes e as Memórias de Álvaro Santos

Por Sandra Natividade*

   Enfim, Álvaro Santos Memórias que alegria! Todos os trunfos para Ilma Mendes Fontes que finalmente publica o esperado livro trilíngue - no idioma pátrio, francês e inglês - chegar até aqui custou à autora uma luta titânica, mas vitoriosa. Por trás da aparente estatura franzina, pequenina mesmo, reside Ilma Fontes com uma força de vontade gigante, força que extrapola seus limites físicos, uma profissional notável, determinada e que enfrenta as adversidades sejam elas de que matizes forem

   Ilma herdou do pai senhor Aderbal Fontes Góis funcionário público de moral ilibada, a honradez personificada na palavra dita e no cuidado com o próximo. A determinação da escriba começou cedo: psiquiatra e legista por formação, trocou sem qualquer trauma a medicina pelo jornalismo, ativismo cultural e cinema, uma ruptura opcional bem-sucedida e que dispensa comentários. A profissional brilha com intensidade em tudo o que faz, chega aos 50 anos de jornalismo mantendo com acurada mestria o conhecido jornal O Capital, como bem o designa, “órgão de resistência ao ordinário”.

   Nas comemorações alusivas ao seu cinquentenário de profissão Ilma presenteia a cultura sergipana com literatura irretocável sob o título, Álvaro Santos Memórias. Um trabalho hercúleo, que por incidentes de percurso hibernou 20 anos para sair melhor, mais substancioso, assim como os bons vinhos e chega ao prelo com a chancela da ASI através do presidente Cleiber Vieira e a inestimável incursão do mecenas Dr. Anderson Nascimento, presidente da ASL, melhor impossível; daí na contracapa, o leitor poderá observar instituições e, pessoa física no caso específico, o imortal Dr. Francisco Rollemberg, que acreditaram no projeto vitorioso da arrojada jornalista.

   A autora não denomina a obra catálogo de artes, mas como um Relicário de lembranças, para mim ele representa importante catálogo que já enriquece a pesquisa e o acervo cultural deste Estado. Ilma coletou pacientemente por mais de vinte anos a obra do propriaense Álvaro Santos, filho de Verselina e Pedro Dozzia dos Santos - irmão mais novo de Magnólia, Laudicéia, Maria de Jesus  e Florival, - de cátedra afirma que Álvaro além de pintor era livre pensador, poeta, crítico, escritor de muitas leituras, enfim, um intelectual reconhecido e respeitado pelos formadores de opinião da cidade de Aracaju na primeira metade do século XX.

   Os enriquecedores depoimentos sobre Álvaro Santos não deixarão o leitor tirar os olhos da obra enquanto não chegar à última página. Como exemplo cito, o saudoso Santo Souza que se reportou sobre Álvaro discorrendo a grandiosidade do artista sergipano, lembrando também dos momentos de folga... da boemia. Dom Luciano Cabral Duarte diz que a doçura da arte de Álvaro é inigualável, reconhece o profissionalismo do artista, dedicando em seu livro Estrada de Emaús, um capítulo sob o título, Álvaro Santos e o Amarelo de Nápolis, transcrito na obra pela hábil autora. Embevecida com a leitura, na certeza de que haverá muitas oportunidades de lançamento da obra Sergipe afora, congratulo-me com a autora e recomendo a aquisição e leitura de Álvaro Santos Memórias.

 *Jornalista, escritora, Cadeira n. 12 da Academia Literária de Vida e Cadeira n. 19 da Academia de Letras de Aracaju.

Texto e imagens reproduzidos do blog: academialiterariadevida.blogspot.com.br

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