Sandra e Ilma Fontes no lançamento do livro
em favor da ASI -Associação Sergipana de Imprensa
Publicado originalmente no blog Academia Literaria de Vida, em 29/09/2017.
Ilma Fontes e as Memórias de Álvaro Santos
Por Sandra Natividade*
Enfim, Álvaro
Santos Memórias que alegria! Todos os trunfos para Ilma Mendes Fontes que
finalmente publica o esperado livro trilíngue - no idioma pátrio, francês e
inglês - chegar até aqui custou à autora uma luta titânica, mas vitoriosa. Por
trás da aparente estatura franzina, pequenina mesmo, reside Ilma Fontes com uma
força de vontade gigante, força que extrapola seus limites físicos, uma
profissional notável, determinada e que enfrenta as adversidades sejam elas de
que matizes forem
Ilma herdou do pai
senhor Aderbal Fontes Góis funcionário público de moral ilibada, a honradez
personificada na palavra dita e no cuidado com o próximo. A determinação da
escriba começou cedo: psiquiatra e legista por formação, trocou sem qualquer
trauma a medicina pelo jornalismo, ativismo cultural e cinema, uma ruptura
opcional bem-sucedida e que dispensa comentários. A profissional brilha com
intensidade em tudo o que faz, chega aos 50 anos de jornalismo mantendo com
acurada mestria o conhecido jornal O Capital, como bem o designa, “órgão de
resistência ao ordinário”.
Nas comemorações
alusivas ao seu cinquentenário de profissão Ilma presenteia a cultura sergipana
com literatura irretocável sob o título, Álvaro Santos Memórias. Um trabalho hercúleo,
que por incidentes de percurso hibernou 20 anos para sair melhor, mais
substancioso, assim como os bons vinhos e chega ao prelo com a chancela da ASI
através do presidente Cleiber Vieira e a inestimável incursão do mecenas Dr.
Anderson Nascimento, presidente da ASL, melhor impossível; daí na contracapa, o
leitor poderá observar instituições e, pessoa física no caso específico, o
imortal Dr. Francisco Rollemberg, que acreditaram no projeto vitorioso da
arrojada jornalista.
A autora não
denomina a obra catálogo de artes, mas como um Relicário de lembranças, para
mim ele representa importante catálogo que já enriquece a pesquisa e o acervo
cultural deste Estado. Ilma coletou pacientemente por mais de vinte anos a obra
do propriaense Álvaro Santos, filho de Verselina e Pedro Dozzia dos Santos -
irmão mais novo de Magnólia, Laudicéia, Maria de Jesus e Florival, - de cátedra afirma que Álvaro
além de pintor era livre pensador, poeta, crítico, escritor de muitas leituras,
enfim, um intelectual reconhecido e respeitado pelos formadores de opinião da
cidade de Aracaju na primeira metade do século XX.
Os enriquecedores
depoimentos sobre Álvaro Santos não deixarão o leitor tirar os olhos da obra
enquanto não chegar à última página. Como exemplo cito, o saudoso Santo Souza
que se reportou sobre Álvaro discorrendo a grandiosidade do artista sergipano,
lembrando também dos momentos de folga... da boemia. Dom Luciano Cabral Duarte
diz que a doçura da arte de Álvaro é inigualável, reconhece o profissionalismo
do artista, dedicando em seu livro Estrada de Emaús, um capítulo sob o título,
Álvaro Santos e o Amarelo de Nápolis, transcrito na obra pela hábil autora.
Embevecida com a leitura, na certeza de que haverá muitas oportunidades de
lançamento da obra Sergipe afora, congratulo-me com a autora e recomendo a
aquisição e leitura de Álvaro Santos Memórias.
*Jornalista, escritora,
Cadeira n. 12 da Academia Literária de Vida e Cadeira n. 19 da Academia de
Letras de Aracaju.
Texto e imagens reproduzidos do blog: academialiterariadevida.blogspot.com.br
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