Texto publicado originalmente no site do Correio do Povo de
Alagoas, em 14/08/2017
Crônica aos 40 anos do Colégio Jackson de Figueiredo
Depois da partida do CJF fui direto para Maceió onde passei
no vestibular de Física onde cursei na UFAL.
Por Raul Rodrigues
Há exatos quarenta
anos, saía este redator do Colégio Jackson de Figueiredo localizado em Aracaju,
na Praça Olímpio Campos. Na época, cercado de pontos comerciais – a Sorveteria
Yara, o Bar e Restaurante A Cascatinha, e bem em frente ao colégio, o Cachorro
Quente do Seu João, após perdurar interno por três anos ao cursar o Curso
Científico, atual Ensino Médio. Ali estudavam alunos internos, e, alunos e
alunas considerados externos por não morarem na própria escola. A melhor
passagem da minha vida estudantil. Nada superou tamanho aprendizado.
Era uma escola modelo para o país. Indiscutivelmente uma das
melhores do Brasil, contando em sua lista de alunos internos com estudantes de
todas as partes do imenso país, tamanha era a merecida fama do Jackson de
Figueiredo. Os melhores professores do Estado de Sergipe, e os melhores
resultados em todas as áreas da educação brasileira. Formava competentes
cidadãos a serviço do Brasil.
O casal dona Judite e professor Benedito não ensinavam a
viver, mas como viver bem e melhor! A formação do cidadão ficava por conta do
casal proprietário da escola de completa amplitude ao formar cidadãos. Os
professores – os melhores do estado – primavam com maestria pelo melhor
aproveitamento dos conteúdos programáticos de todas as disciplinas. Eram
mestres sem mestrados e doutores sem doutorados. Inigualáveis.
A disciplina cobrada e ensinada pelo saudoso professor
Augusto – nos períodos da manhã e tarde – nos moldava qual ferro em fornalha
para sermos verdadeiros homens de bem na caminhada da vida de cada um. Roberto
Calumby, também professor de Biologia com sua marca inesquecível do falar e
mostrar o boyce marque ou marca passo, também era o responsável pelo dormitório,
onde nenhum aluno ousaria desafiá-lo mesmo ante a sua pequena paralisia de uma
das pernas, porém com tórax desenvolvido ao ponto de fazer desistir qualquer
adolescente mais atrevido a enfrentá-lo. Calumby impunha respeito pelo amor
dedicado a todos, sem nunca perder a brandura de quase pai. Calumby era
substituído por vezes para seu merecido descanso por Carlão, uma espécie ainda
mais dura ao punir os desatentos. Destaque também Ladislau na disciplina.
Os auxiliares de disciplina – Chico na portaria e Erasmo –
no entremeio, quase um faz tudo, não permitia respirar qualquer interno ao
aspirar fugir. Os olhares atentos dos dois fazia tremer o mais ousado dos
internos que desistia da tentativa de escapar, mesmo como forma de um desafio.
A punição seria severa e indiscriminada. Lá não existia melhor nem pior; éramos
todos iguais.
O regime de horários, dormir às sete horas em ponto, acordar
às cinco horas para tomar banho frio, escovar os dentes e por sua farda
impecavelmente limpa e sem dobras fazia parte da rotina diária, bem o obedecer
das três palmas para formar filas em frente ao refeitório, a segunda para
entrar e a terceira para silenciar totalmente. Ninguém ousava quebrar tais
regras. Isto sagradamente durante as três refeições.
Fizemos história no Jackson de Figueiredo, e ele fez mais
histórias ainda em nós.
E agora, depois de passados quatro décadas que nos separam
os colegas Waldir, Célio, Denise e Nícia que administram o grupo de ex-alunos
do período 1975/1977, estão a manter contato com os possíveis alunos da época
para a realização de um encontro em Aracaju no dia 15 de setembro, ao qual já
confirmei presença.
Texto reproduzido do site: correiodopovo-al.com.br
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