quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Crônica aos 40 anos do Colégio Jackson de Figueiredo




Texto publicado originalmente no site do Correio do Povo de Alagoas, em 14/08/2017

Crônica aos 40 anos do Colégio Jackson de Figueiredo

Depois da partida do CJF fui direto para Maceió onde passei no vestibular de Física onde cursei na UFAL.

Por Raul Rodrigues 

Há exatos quarenta anos, saía este redator do Colégio Jackson de Figueiredo localizado em Aracaju, na Praça Olímpio Campos. Na época, cercado de pontos comerciais – a Sorveteria Yara, o Bar e Restaurante A Cascatinha, e bem em frente ao colégio, o Cachorro Quente do Seu João, após perdurar interno por três anos ao cursar o Curso Científico, atual Ensino Médio. Ali estudavam alunos internos, e, alunos e alunas considerados externos por não morarem na própria escola. A melhor passagem da minha vida estudantil. Nada superou tamanho aprendizado.

Era uma escola modelo para o país. Indiscutivelmente uma das melhores do Brasil, contando em sua lista de alunos internos com estudantes de todas as partes do imenso país, tamanha era a merecida fama do Jackson de Figueiredo. Os melhores professores do Estado de Sergipe, e os melhores resultados em todas as áreas da educação brasileira. Formava competentes cidadãos a serviço do Brasil.

O casal dona Judite e professor Benedito não ensinavam a viver, mas como viver bem e melhor! A formação do cidadão ficava por conta do casal proprietário da escola de completa amplitude ao formar cidadãos. Os professores – os melhores do estado – primavam com maestria pelo melhor aproveitamento dos conteúdos programáticos de todas as disciplinas. Eram mestres sem mestrados e doutores sem doutorados. Inigualáveis.

A disciplina cobrada e ensinada pelo saudoso professor Augusto – nos períodos da manhã e tarde – nos moldava qual ferro em fornalha para sermos verdadeiros homens de bem na caminhada da vida de cada um. Roberto Calumby, também professor de Biologia com sua marca inesquecível do falar e mostrar o boyce marque ou marca passo, também era o responsável pelo dormitório, onde nenhum aluno ousaria desafiá-lo mesmo ante a sua pequena paralisia de uma das pernas, porém com tórax desenvolvido ao ponto de fazer desistir qualquer adolescente mais atrevido a enfrentá-lo. Calumby impunha respeito pelo amor dedicado a todos, sem nunca perder a brandura de quase pai. Calumby era substituído por vezes para seu merecido descanso por Carlão, uma espécie ainda mais dura ao punir os desatentos. Destaque também Ladislau na disciplina.

Os auxiliares de disciplina – Chico na portaria e Erasmo – no entremeio, quase um faz tudo, não permitia respirar qualquer interno ao aspirar fugir. Os olhares atentos dos dois fazia tremer o mais ousado dos internos que desistia da tentativa de escapar, mesmo como forma de um desafio. A punição seria severa e indiscriminada. Lá não existia melhor nem pior; éramos todos iguais.

O regime de horários, dormir às sete horas em ponto, acordar às cinco horas para tomar banho frio, escovar os dentes e por sua farda impecavelmente limpa e sem dobras fazia parte da rotina diária, bem o obedecer das três palmas para formar filas em frente ao refeitório, a segunda para entrar e a terceira para silenciar totalmente. Ninguém ousava quebrar tais regras. Isto sagradamente durante as três refeições.

Fizemos história no Jackson de Figueiredo, e ele fez mais histórias ainda em nós.

E agora, depois de passados quatro décadas que nos separam os colegas Waldir, Célio, Denise e Nícia que administram o grupo de ex-alunos do período 1975/1977, estão a manter contato com os possíveis alunos da época para a realização de um encontro em Aracaju no dia 15 de setembro, ao qual já confirmei presença.

Texto reproduzido do site: correiodopovo-al.com.br

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