Foto reproduzida do Facebook/Rádio CulturaAM e postada pelo blog
Texto publicado originalmente no site F5 News, em 29/05/2018
Arcebispo emérito de Aracaju, Dom Luciano, morre aos 93 anos
Velório acontece na Igreja Jesus Ressuscitado, a partir das
19h
Morreu na tarde desta terça-feira (26), em Aracaju, o
arcebispo emérito de Aracaju, Dom Luciano Cabral Duarte. Ele tinha 93 anos e
sofria de mal de Alzheimer. Segundo a Cúria Metropolitana, Dom Luciano estava
acamado e tinha a saúde fragilizada por conta da doença.
Segundo a Arquidiocese de Aracaju, o velório será realizado
na Igreja Jesus Ressuscitado, a partir das 19h. Já o sepultamento será na
Igreja São Salvador, logo após a missa de corpo presente que ocorrerá às 16h da
quarta-feira (30).
O arcebispo emérito de Aracaju estudou na Escola de
Aprendizes Artífices, depois Escola Técnica, hoje IFS, antes de ingressar no
Seminário Menor do Sagrado Coração de Jesus, aos 11 anos. Sempre foi o primeiro
colocado na turma. Em 1942, mudou-se para o Seminário de Olinda, em Pernambuco.
Em fevereiro de 1945 transferiu-se para São Leopoldo (Rio Grande do Sul) onde
concluiu os estudos eclesiásticos necessários para se tornar padre. Foi
ordenado sacerdote por Dom Fernando Gomes, então bispo de Penedo, no dia 18 de
janeiro de 1948 e iniciou suas atividades sacerdotais na Igreja do São
Salvador.
Ações desenvolvidas por Dom Luciano em Sergipe
Ainda como Bispo Auxiliar de Aracaju, na condição de diretor
da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe, como presidente da Câmara de
Ensino Médio e Superior e, membro atuante do Conselho Federal de Educação,
notabilizou-se pela maneira como se empenhou pela criação da Universidade
Federal de Sergipe.
Sua presença atuante foi marcante para o advento da
Universidade, inclusive incorporando a ela a Faculdade Católica de Filosofia, a
Faculdade de Serviço Social e o Colégio de Aplicação, este último por ele mesmo
fundado.
Atuação como Arcebispo:
Incrementou o cultivo das vocações sacerdotais, criando em
toda a Arquidiocese um clima, como ele sempre afirmava, de sensibilidade
vocacional. Compôs e ordenou que fosse rezada em todas as Missas a Oração pelas
Vocações Sacerdotais e Religiosas, ainda hoje rezada em toda a província
eclesiástica de Aracaju.
Criou várias paróquias na capital e no interior. Pouca
gente sabe, mas é digno de menção o esforço empreendido por Dom Luciano junto
ao Ministério da Previdência Social para que as empregadas domésticas de
Aracaju, de Sergipe e do Brasil, pudessem usufruir dos benefícios do Instituto
de Previdência e Seguridade Social.
Fundou a Escola João XXIII, na Vila João Costa, para
recuperação de mulheres marginalizadas e o Centro Educacional BEM-ME-QUER, na
rua São Cristóvão, para filhos de Domésticas.
Transferiu o Seminário Menor para o Bairro Industrial, onde
ainda hoje se encontra.
Recuperou a posse dos conventos Nossa Senhora do Carmo e
São Francisco, em São Cristóvão, fundando, neste último, o Museu de Arte Sacra
de Sergipe, onde se encontra o acervo valioso de imagens e objetos sacros,
legados preciosos das gerações passadas que, hoje, estão preservados graças à
instituição do referido Museu.
Transformou o Convento São Francisco em centro de encontros
de evangelização e estudos sociais. Já o Convento do Carmo ele entregou às
Irmãs Beneditinas que, até pouco tempo, nele instalaram o Mosteiro Beneditino
Nossa Senhora da Vitória.
Outro ponto marcante na atuação de Dom Luciano foi a
resolução tomada por ele, juntamente com os Bispos de Estância e de Propriá,
para a fundação do Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, com o objetivo
de facilitar a formação dos sacerdotes para a Arquidiocese de Aracaju e para as
dioceses sufragâneas.
Entre as iniciativas altamente benéficas de Dom Luciano,
registre-se a presença da Comunidade SHALOM entre nós. Não só pela direção da
Rádio Cultura que lhe foi entregue, desde 1992, como também por sua atuação na
evangelização, através dos constantes encontros, que são promovidos pelos
membros da comunidade, visando à formação humana da juventude e das famílias.
Acolheu e estimulou também a fundação, em Aracaju, da
Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa - ADCE, visando à divulgação dos
princípios da Doutrina Social da Igreja entre os empresários, para que exista
um fraterno relacionamento entre empregadores e empregados, dentro dos sadios
princípios da Doutrina Social da Igreja.
Para facilitar o acesso da comunidade à programação da Rede
Vida de Televisão, empreendeu uma campanha em prol da instalação de uma torre
repetidora em Aracaju.
Para mostrar concretamente a viabilidade da reforma agrária
e, concomitantemente, da criação de empregos para as pessoas não alfabetizadas
ou de pouca instrução, que não possuíam terra para trabalhar, Dom Luciano
empreendeu uma bem sucedida experiência de reforma agrária em Sergipe. Contando
com a colaboração dos governadores da época, como Dr. Lourival Batista, Dr.
Paulo Barreto de Menezes e Dr. João Garcez e, ainda da Misérior, instituição
alemã, e até da maçonaria de Aracaju, a Loja Cotinguiba, Dom Luciano José
Cabral Duarte, ainda como Bispo Auxiliar e, a partir de 1971, como Arcebispo
Metropolitano de Aracaju, conseguiu recursos e comprou grandes propriedades:
duas no município de Maruim, uma em Santo Amaro das Brotas, uma em Santa Rosa
de Lima, uma em Carmópolis e uma em Divina Pastora. Essas 06 propriedades foram
divididas em lotes de 33 tarefas (dez hectares) e nelas foram assentadas 261
famílias. Antes e depois de instalados, os chefes de família eram treinados e
orientados para o cultivo da terra e tornaram-se pequenos agricultores e
criadores de gado. Muitos deles, hoje, possuem transporte próprio e até casa em
Aracaju. Esta melhoria de vida dos participantes do projeto justifica
plenamente o nome PROCASE - Promoção do Homem do Campo de Sergipe, que, ao
longo de sua existência, entre 1968 e 1988, beneficiou cerca de 5.000 pessoas.
*Com informações da Arquidiocese de Aracaju
Texto reproduzido do site: f5news.com.br
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