Publicado originalmente no Facebook/Jorge Carvalho do
Nascimento, em 02/06/2018.
Thétis e a História da Educação em Sergipe.
Texto do Prof. Dr. Jorge Carvalho do Nascimento.
Até o início da década de 90 do século XX, os estudos sobre
História da Educação em Sergipe foram feitos como iniciativa individual dos
pesquisadores, com especial destaque à contribuição da historiadora Maria
Thétis Nunes. Sozinha, a partir da sua posição no Departamento de História da
Universidade Federal de Sergipe, ela publicou entre os anos de 1962 e 1998,
vinte e dois trabalhos importantes sobre o tema. Vale registrar os trabalhos
freqüentemente publicados pela autora no jornal Gazeta de Sergipe. O seu livro
História da Educação em Sergipe, apresenta a única síntese produzida até hoje
sobre o assunto, tornando-se referência obrigatória dentre os estudos
sergipanos da área. Assumindo interpretações de caráter marxista em seus
textos, a partir de 1962, com a publicação do livro Ensino Secundário e Sociedade
Brasileira, Maria Thétis Nunes foi uma aplicada estagiária do Instituto
Superior de Estudos Brasileiros – ISEB, no qual se ligou a intelectuais como
Nelson Werneck Sodré e Álvaro Vieira Pinto. Apesar desse seu primeiro livro
encontrar dificuldades para continuar circulando no Brasil sob a ditadura
militar da década de 60, a autora continuou pesquisando com base na teoria
marxista tal como concebida pela esquerda isebiana. Em 1984, Thétis Nunes
publicou a História da Educação em Sergipe, mantendo a mesma perspectiva
teórica e o mesmo rigor metodológico que assumira já no estudo de 1962.
Historiadora de profissão, ao tratar da educação sob a perspectiva isebiana,
Thétis adotou o viés interpretativo que diz ser a história fundamentalmente a
história das lutas de classes, licenciando-se para, a partir daí, fazer uma
série de operações analíticas, nas quais as evidências que extrai das fontes se
prestam a localizar as relações entre burguesia e proletariado. E também para
identificar os interesses que as classes dominantes defendem. Na sua
interpretação assumiu os pressupostos da história monumento que Fernando de
Azevedo estabeleceu, sob os quais somente se viabiliza uma política educacional
consistente no Brasil depois que o campo foi dominado pela ação dos chamados
“Pioneiros da Educação Nova”.
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Jorge Carvalho do
Nascimento.
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