Publicado originalmente no site SECULT, em 22 de agosto de 2017
Grupo Imbuaça celebrará 40 anos de atividades
No próximo dia 28 de agosto o Grupo Imbuaça irá celebrar 40
anos de atividades artísticas. Esse fato é raro na história do teatro
brasileiro: um grupo permanecer atuante ao longo de tantos anos é muito
difícil, devido as adversidades enfrentadas para manutenção das suas ações,
principalmente quando se trata de um trabalho de teatro de rua, cuja pesquisa
de linguagem é fundamentada nas manifestações populares.
O nome é uma homenagem ao embolador Mané Imbuaça, que
residia na Rua Santa Luzia, com a Rua Campos. Ele frequentava a sede do
Diretório Central dos Estudantes da UFS, localizada próxima a sua residência,
onde também acontecia os ensaios do grupo. Com o seu falecimento, em fevereiro
de 1978, os integrantes que já vinham pesquisando a cultura popular, resolveram
homenagear um artista que conheceram durante os ensaios no DCE, cujo perfil
estava relacionado as perspectivas de trabalho dos atores.
Ao longo desse tempo o Imbuaça montou trinta espetáculos,
participou de quase todos os festivais de teatro do país, circulou por todas as
regiões brasileiras e representou o Brasil em festivais nos países, Portugal,
Equador, Cuba e México. É um dos grupos mais antigos em atividade continua no
teatro de rua do país e tornou-se conhecido pelo seu trabalho inspirado nas
danças dramáticas de Sergipe e na Literatura de Cordel, que é a base para
construção da dramaturgia em grande parte de seus espetáculos.
O primeiro espetáculo “Teatro chamado Cordel”, cuja estreia
ocorreu na Praça Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Siqueira Campos, em 1978,
foi composto pelos textos “O marido que passou o cadeado na boca da mulher”,
folheto de Cuica de Santo Amaro, adaptado por João Augusto; e “O matuto com o
balaio de maxixi”, folheto de José Pacheco, adaptado por Antônio do Amaral. A
direção foi de José Amaral e os figurinos de Francisco Carlos. O elenco
composto dos atores: Antonio do Amaral, Cicero Alberto, Francisco Carlos, José
Amaral, Lindolfo Amaral, Maria da Dores, Maurelina, Pierre Feitosa e Virgínia
Lúcia.
Desde o início que o Imbuaça se preocupa em ocupar espaços
públicos abertos, propiciando o acesso do público de forma democrática e
direta, numa relação horizontal.
Para celebrar essa data tão importante o Imbuaça elaborou
uma vasta programação. Dias 24 e 25 de agosto, às 16 horas na Praça Fausto
Cardoso, o grupo vai apresentar os espetáculos, “A farsa dos opostos”e “A
peleja de Leandro na trilha do Cordel”, respectivamente. No dia 28 de agosto,
às 20 horas, no Teatro Tobias Barreto haverá à apresentação do espetáculo “Jeová”.
Todos os espetáculos serão abertos ao público gratuitamente.
O grupo nunca teve patrocinador para manter as suas
atividades cotidianas. Até 2015 vinha conquistando editais públicos para
montagem e circulação de espetáculos. Com a mudança na esfera federal, as
políticas públicas para a área da cultura foram drasticamente afetadas, e os
editais deixaram de existir.
É lamentável que o poder público não reconheça a importância
de um grupo cujo trabalho só tem contribuído com engrandecimento e com a imagem
de Sergipe. Por outro lado o Imbuaça passou a ser um centro de formação de
atores, realizando cursos e oficinas anualmente, em sua sede localizada na Rua
Muribeca, 4 – bairro Santo Antonio. Centenas de jovens estudantes, professores
e pesquisadores já estiveram por lá, desfrutando das atividades gratuitamente.
Num entanto, não conta com nenhum apoio para essas ações que são importantes
para a comunidade, pois quanto mais arte, menos violência na sociedade.
O grupo é formado pelos atores Carlos Wilker, Iradilson
Bispo, Jonathan Rodrigues, Lidhiane Lima, Lindolfo Amaral, Manoel Cerqueira,
Priscila Caprice, Rosi Moura, Sandy Soares e Talita Carlixto. Na cenotécnica
Rogers Nascimento e na operação do som Cristiano Andrade (Negão).
Texto e imagem reproduzidos do site: cultura.se.gov.br
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