Publicado originalmente no Facebook/Amaral Cavalcante, em 30/08/2017.
31 de agosto, no YAZIG!.
Lançamento de livro e exposição fotográfica de Jorge
Carvalho do Nascimento:
Jorge Carvalho e suas mil palavras
“O escritor e o fotógrafo utilizam as mesmas ferramentas,
mas enquanto um descreve uma imagem com mil palavras o outro descreve mil
palavras com uma imagem.” (Jefferson Luiz Maleski).
A fotografia, ao longo da sua história, firmou-se como a
arte da síntese e o fotógrafo que se faz arguto expectador da vida em constante
transição, tornou-se uma espécie de mago do instante congelando o gesto que se
perderá instantes depois, a natureza em sua infinita beleza, as coisas
inanimadas que se interpõem entre nós e a estupefação da gente diante disso
tudo.
O fotógrafo transita como um colecionador de essencialidades
num cenário em mutação, mas só ele se move: sobe montanhas, deita-se na lama,
entra no intempestivo rio do nosso dia -a- dia, e, bailarino em incríveis
coreografias, pesca o instante clicando para a posteridade o que só vimos de
relance. È um pescador de eternidades.
Jorge Carvalho - professor doutor de saberes reconhecidos -
entregou-se à paixão pela fotografia e nela vem empregando a mestria do seu
discernimento. Sua câmera, tecnicamente manipulada com correção e compromisso
estético, revela-nos a necessária sensibilidade de um artista a cuidar, com
inteiro respeito pela arte que abraçou, tanto da seleção da cena que lhe
despertou a atenção quanto do perfeito enquadramento dela, da luz que a envolve
com o um manto de realidade no momento clicado e, principalmente, no seu
significado para todos nós.
Nesta sua primeira exposição pública, o fotógrafo Jorge
Carvalho nos brinda com uma diversa seleção dos seus trabalhos, todos eles
impregnados da sua arguta sensibilidade e apuro técnico, a prometer, na
aguardada continuidade da sua preciosa contribuição à arte da fotografia, um
considerável legado.
Afinal, Jorge nos revela aqui que não faz uma foto apenas
com a câmera, ele sabe que o seu ato fotográfico guarda para a posteridade
todos os livros que leu, os filmes que viu, a música que ouviu lhe embalando os
primeiros amores, a visão de mundo que os seus pais lhe intuíram e o respeito
que nós, os seus contemporâneos, temos, pela sua integridade intelectual.
Agora, é ver.
Amaral Cavalcante.
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Amaral Cavalcante.
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