Publicado originalmente no site da SECULT, em 9 de junho de 2017.
Orquestra Sanfônica de Aracaju comemora dez anos
No dia 10 de junho de 2007 nascia um dos grupos mais
representativos da cultura nordestina em Sergipe: a Orquestra Sanfônica de
Aracaju. Agora, com dez anos puxando o fole, os sanfoneiros comemoram seu
aniversário em um show especial no sábado, 10, às 20 horas, no Teatro Tobias
Barreto, com participação de artistas convidados. Em entrevista, o maestro e
fundador do grupo, Evanilson Vieira, conta parte desta trajetória, revivendo
alguns dos momentos mais marcantes destes 10 anos de história da Orquestra que é
referência no Brasil.
O que impulsionou a criação da Orquestra Sanfônica de
Sergipe?
Em 2007, a então gestão municipal, inspirada em alguns
grupos da Alemanha, sugeriu a criação da Orquestra Sanfônica de Aracaju. Como
na época eu era professor de sanfona na Escola de Artes Valdice Teles, me
indicaram para iniciar o projeto. Nem todos os sanfoneiros do grupo eram da
Escola, só quatro, mas com o tempo outros foram sendo atraídos pela proposta
que, na época, contava com apoio financeiro da prefeitura. Logo já tínhamos 26
sanfoneiros, três percussionistas e um baixista, eram 30 músicos.
Você lembra como foi a primeira apresentação do grupo?
Lembro bem, foi para a chegada da Tocha Olímpica dos Jogos
Pan-americanos, que estava circulando por todo o país. Tocamos o Hino Nacional
na recepção, no Aeroporto, foi um evento muito importante para nós. Cinco dias depois é que fizemos o primeiro
show mesmo, com o repertório completo, no Forró Caju. A recepção do público foi
espetacular, a imprensa divulgou, foi muito propagado. A partir daí fizemos
muitos shows com o apoio que durou até 2012.
Depois de 2012, o que aconteceu com a Orquestra?
Quando foi se aproximando o final da gestão, nós começamos a
nos preparar para assumirmos o projeto sozinho. Embora não tivéssemos recursos
financeiros, nós tínhamos muita vontade de dar continuidade a Orquestra. Claro
que as pessoas que não tinham o mesmo propósito foram se afastando e o grupo
que ficou eram de pessoas que queriam realmente estar. Atualmente somos o 11
sanfoneiros e um tocador de oito baixos, que é Robertinho, Filho de Clemilda.
Também mantemos três percursionistas e um baixista.
Como vocês fizeram
para se manter financeiramente?
Nós começamos a fazer mais shows separar a maior parte do
dinheiro da bilheteria para um caixa do grupo para deixar um percentual que
serve para cobrir despesas mais simples, como um uniforme, músicos que as vezes
são contratados, entre outras. A
Orquestra sempre se reinventa. Nós também buscamos vários parceiros. Quando
saímos da Escola de Artes, conseguimos uma parceria com o Grupo Imbuaça, que
emprestou o espaço lá ensaiamos por alguns meses. Depois formamos uma parceria
que dura até hoje com o SESC Sergipe, que nos disponibiliza o espaço para
ensaiar em troca de dois shows por ano.
Como a Orquestra escolhe e elabora os repertórios que
apresenta?
No repertório
buscamos tocar o que há de melhor, não só da música nordestina, mas também de
outros estilos, como samba, chorinho e tango. É um repertório bastante
diversificado, mas seguindo uma lógica de gosto daquilo que nós acreditamos que
vá agradar ao público. Em geral, a população brasileira não gosta da música
instrumental, mas quando nos apresentamos as pessoas gostam, cantam junto,
então percebemos que a Orquestra quebrou alguns paradigmas, nesse sentido.
Ao longo destes dez anos, por onde a Orquestra já passou?
Quais foram os momentos mais marcantes?
Fizemos shows em vários estados do Brasil, muitos em
Salvador, na abertura do São João da Bahia, tocamos em Olinda, em Brasília
durante um encontro de música nordestina, em São Paulo, no Rio de Janeiros,
enfim, em muitos lugares. Acho que o show no aeroporto foi um dos mais
marcantes para nós, assim como o primeiro no Forró Caju, aonde tivemos uma
recepção calorosa do público que cantou as músicas, aplaudiu, foi muito
emocionante. Tivemos também um momento importante tocando com Dominguinhos no
Fórum do Forró, em 2008, e depois nos reencontramos com ele e com Claudia Leite
no programa do Serginho Growsman. Outro momento muito marcante que foi nossa
apresentação no aniversário de 75 anos da Rádio Nacional, em Brasília. Então,
foram vários momentos que nos impulsionam a continuar.
Qual são as expectativas da Orquestra Sanfônica para o
futuro?
Sempre estamos pensando no futuro, e a ideia de fazer esta
festa de comemoração dos dez anos abre um horizonte enorme para que nós
buscarmos outras fontes e novas possibilidades para seguir em frente. Então, é
fundamental comemorarmos este aniversário, pois representa tudo que já
construímos e o que ainda temos para
conquistar.
Texto e imagem reproduzidos do site: cultura.se.gov.br
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