Foto reproduzida do site: biblioteca.ibge.gov.br
Publicada pelo blog 'SERGIPE...', para ilustrar do presente artigo.
Publicado em 20 de January de 2011.
Aracaju de Outrora.
Por Nicolle Cristinne Ramos Dantas
Aqui venho tratar da Aracaju que outrora ouvir falar, da vivência,
do dia-a-dia, de um cotidiano popular. Começo relatando um pouco da história da
Praça Fausto Cardoso, que fora construída em 1.906, antiga Praça do Palácio, dotada
de uma marginal importância na história de toda sociologia Brasileira, afinal,
representava a burguesia urbana do nosso estado. A Praça possui retretas que
serviam de referência, ali as pessoas pousavam para fotos, bem como para
manifestações cívicas.
Todas as quintas-feiras, domingos, feriados ou dias santos,
acontecia o concerto popular executado pelas bandas do Exército Brasileiro e da
Polícia Militar, que iam rumo as retretas da Praça em questão. O repertório de
ambas era composto por: dobrados, arranjos, boleros, blues, swing americano,
etc.
O carnaval de Aracaju acontecia de maneira interessante, em
frente ao palácio do governo, montava-se um palanque que acolhia figuras tais quais:
o Rei Momo, as autoridades, e ainda a comissão organizadora, que julgava não
apenas os blocos que por ali passavam, como também os carros alegóricos. Os
campeões recebiam dos estabelecimentos comerciais: prêmios e taças.
A folia começava à tardinha, num dia de sábado, por ali se
espalhavam vendedores de serpentinas, máscaras, colares, bonés, saquinhos de
confetes, dentre outros elementos. A alegria e a animação pareciam comandar... A
Rua João Pessoa se exibia repleta e iluminada.
A pç. só veio ser renomeada, devido a uma revolução de
grande destaque, denominada: a revolta de Fausto Cardoso. Este foi um líder
político de temperamento forte, impulsivo e ardente, aliás, dotado de várias
outras virtudes, tais quais: filósofo, poeta, sociólogo, jornalista, advogado;
nascido em Divina Pastora, foi ainda eleito deputado federal por duas vezes.
Enfim, uma figura emblemática da história sergipana. Tal líder político lutou contra
as oligarquias que aqui se fizeram presentes, objetivando uma política ética e
saudável em prol de uma cidade melhor.
Vizinho a Praça Fausto Cardoso encontra-se a Praça Olímpio
Campos, onde foi construída a sede do tribunal de relação do estado, terminada
em 1.894 e inaugurada em 1.895, agora nomeada Praça Sílvio Romero, servindo de
sede ao memorial do poder judiciário. Servia ainda de ponto de encontro, pois
as praças eram bastante movimentadas, repletas de programações características
daquela época...
Mas ali bem próximo, encontramos o centro da cidade, que
segundo Murilo Mellins: era pequeno, mas arrumadinho, estando restrito as Ruas
João Pessoa, José do Prado Franco, Itabaianinha, Laranjeiras, São Cristóvão,
Avenida Rio Branco, Otoniel Dória, e Praça General Valadão.
Daremos então destaque ao calçadão da João Pessoa, que
começava com o Hotel Central e Sorveteria Primavera, Relojoaria Gonçalves (do
popular Sr. José Gonçalves), aliás, a mais chique da cidade, Casa de Móveis do
alegre Abrão, dentre outros estabelecimentos merecedores de destaque tanto
quanto. É interessante abordar que ainda nesse centro localizava-se o tão
famoso bar Ponto Chique, onde pessoas de uma alta patente se cruzavam, um
verdadeiro point tradicional. E vizinho a este, a Relojoaria de Antônio Conto e
Tanto, denominada: Safira.
Não podemos deixar de demarcar a Praça General Valadão, pois
também tem a sua importância. Naquele local foram construídas, a cadeia
Pública, hoje, Palácio Serigy, sede da secretaria de saúde e o Quartel de Guarnição
Federal, que demolido cedeu lugar ao Hotel Palace de Aracaju, concluídas em
1.962, e do Edifício Estado de Sergipe, inaugurado em 1.969. Antigamente, tal
praça era denominada: Praça da Cadeia, e depois de Praça 24 de outubro.
Três quadras depois, eis que surge a rua da Aurora,
conhecida como Avenida Ivo do Prado, hoje, popularmente conhecida como a Rua da
Frente, debruçada sobre o Rio Sergipe, contemplando a sua beleza...
Percebemos a relevância de cada cantinho da cidade, pois
cada um deles expressa um sentimento de sergipanidade, dotados de lembranças
que queira ou não marcam a história de uma cidade, mesmo sendo ela tão
pequenina, como a nossa Aracaju é na verdade. E sendo assim, fica aqui
registrada a minha, a sua Aracaju de outrora...
Texto reproduzido do site: webartigos.com/artigos/aracaju-de-outrora
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