João do Rio entrevista Sílvio Romero.
É no jornal que têm todos estreado os seus talentos; nele é
que têm todos polido a linguagem, aprendido a arte da palavra escrita; dele é
que muitos têm vivido ou vivem ainda; por ele, o que mais vale, é que todos se
têm feito conhecer
João do Rio (entrevista feita em dia incerto de 1907).
Dez dias depois de mandar o meu questionário para a Campanha,
onde o mestre refundia toda a sua obra, recebi uma carta telegráfica que se
pode resumir em duas frases: "É difícil. Vou ver se faço."
Passaram-se mais duas semanas e outra carta surgiu: "Tanto trabalho fez-me
neurastênico. Não posso responder nestes trinta dias."
Fiquei descorçoado. Entretanto, não esperei muito. Ainda não
decorrera metade do tempo marcado para o repouso do incansável espírito, recebi
com a resposta este simples bilhete: "Não pude esperar. Lá vai a coisa. Se
não servir, rasgue." A coisa era esta extraordinária carta, cheia de
mocidade e de fulgor: "Meu amigo. — O seu questionário pôs-me em sérios
embaraços. Logo que o recebi, supus ser coisa facílima o dar-lhe imediata
resposta.
Quando me afundei em mim mesmo, para sondar como se me tinha
operado o que se poderia chamar a minha origem e formação espiritual, conheci
que essa espécie de exame de consciência não era nada fácil. Achei, em
minh'alma, meio velada, num semicrepúsculo subjetivo, tantas antropologias,
etnografias, lingüísticas, sociologias, críticas religiosas, folclóricas,
jurídicas, políticas e literárias, que tive medo de bulir com elas e me meter
nesse matagal...
Conheci, sem esforço e para meu mal, que, se não sou ao pé
da letra um cientista, não me cabe também a denominação de literato, no sentido
restritíssimo que este qualificativo tem entre nós e parece ser a intuição por
v. abraçada, quando diz no auto de perguntas: De seus trabalhos, quais as cenas
ou capítulos, quais os contos, quais as poesias que prefere?
Escrevi, é certo, algumas poesias, entre os dezoito e vinte
e cinco anos, que andam aí em dois volumes. Mas foi só. Não tenho romances,
contos, novelas, dramas, comédias, tragédias, folhetins, crônicas, fantasias...
Não, nada disso. Conheci, mais e de súbito, que essas
confissões de autores são coisa perigosa: se se diz pouco, parece simplicidade
afetada e insincera; se se diz um tanto mais, parece fatuidade e pedanteria.
Quis fugir à resposta; mas estava preso pela promessa. Palavra de tabaréu não
torna atrás... Aí vai, pois.
Para sua formação literária, quais os autores que mais
contribuíram?
Em mim o caso literário é complicadíssimo e anda tão
misturado com situações críticas, filosóficas, científicas e até religiosas,
que nunca o pude delas separar, nem mesmo agora para lhe responder. Não tive
nenhumas precocidades literárias, científicas ou outras quaisquer.
Quando escrevi a primeira poesia e o primeiro artigo de
crítica, tinha dezoito anos e meio bem puxados e já andava matriculado na
faculdade do Recife. Para lhe dizer tudo, devo partir do princípio. Faço-o com
acanhamento, mas é indispensável.
Nestes assuntos ou tudo ou nada. Não se assuste, serei
breve. Como caráter e temperamento, sou hoje o que era aos cinco anos de idade.
Não se admire; é que sou, se assim posso dizer, uma vítima das duas primeiras,
mais famosas e mais terríveis epidemias que devastaram o Brasil no século XIX.
Em 1851, ano em que nasci, foi nossa terra invadida por uma
violenta epidemia de febres más, que se estendeu por várias províncias. A vila
sertaneja em que nasci, em Sergipe, o Lagarto, não ficou imune.
Minha mãe teve a febre (supõe-se que já era a hoje nossa
patrícia mui conhecida — a amarela); esteve às portas da morte, não me podia
amamentar. Eu tinha seis semanas. Fui transportado para o engenho de meus avós
maternos a quatro léguas de distância, na região chamada o Piauí, de um rio
deste nome que ali corre águas turvas e cortadas no tempo das secas.
O sítio era delicioso, com trechos de mata virgem, belos
outeiros fronteiriços, riachos correntes e o engenho. Este era dos de animais.
São os mais poéticos nas cenas de sua movimentação especifica. Basta a
almanjarra (manjarra — chama-se lá), para pôr em tudo uma nota festiva.
Fiquei no engenho Moreira, tal é sua denominação, até aos
cinco anos. Dos três em diante a moagem era para mim um encanto. Quando os bois
ou cavalos eram bem mansos, eu trepava também na almanjarra e ajudava a cantar
a algum dos tangedores:
"Pomba voou, meu camarada,
Avoou, que hei de fazer?
Quem de noite leva a boca,
De dia que há de comer? "
Ainda agora sinto no ouvido a melodia simples e monótona
desses e de outros versinhos do gênero; e invade a saudade, doce companheira a
quem devo nos dias tristes de hoje as raras horas de prazer de minha vida. Tudo
que sinto do povo brasileiro, todo meu brasileirismo, todo meu nativismo vem principalmente
daí.
Nunca mais o pude arrancar d'alma, por mais que depois
viesse a conhecer os defeitos de nossa gente, que são também os meus defeitos.
Outra coisa me ficou incrustada no espírito, e com tanta tenacidade que nunca
mais houve crítica ou ciência que dali ma extirpasse: a religião.
Devo isso à mucama de estimação, a quem foram, em casa de
meus avós, encarregados os desvelos de minha meninice. Ainda hoje existe,
nonagenária, no Lagarto, ao lado de minha mãe, essa adorada Antônia, a quem me
costumei a chamar também de mãe. É um dos meus ídolos, dos mais recatados e
mais queridos.
Nunca vi criatura tão meiga e nunca vi rezar tanto. Dormia
comigo no mesmo quarto, e, quando, por alta noite, eu acordava, lá estava ela
de joelhos...rezando...Bem cedo aprendi as orações e habituei-me tão
intensamente a considerar a religião como coisa séria, que ainda agora a tenho
na conta duma criação fundamental e irredutível da humanidade.
Desgraçadamente, ai de mim! não rezo mais: mas sinto que a
religiosidade jaz dentro de meu sentir inteiriça e irredutível. Muito diáfana,
idealizada, mas é sempre ela. Uma epidemia — a febre amarela — pôs-me fora do
Lagarto, no engenho; outra, a do cólera morbus, em 1856, fez-me voltar
definitivamente para a vila, para a casa de meus pais. Havia mais recursos na
povoação do que no engenho, quase despovoado na escravatura pela peste.
As cenas do cólera de 1856 foram dolorosíssimas por quase
todo Brasil. Lembra-me bem a chegada à casa paterna em meio da epidemia. Numa
vasta sala (era a sala de jantar), junto a uma das paredes laterais, em colchão
posto no chão, agonizava minha irmã Lídia, a primeira deste nome. Minha mãe,
chorosa, sentada perto da doentinha, punha-lhe botijas de água quente,
fervendo, aos pés.
Meu pai, ainda muito vigoroso, e um senhor que eu não
conhecia (era o médico) preparavam numa mesa, ao meio da sala, um emplastro de
não sei que substâncias. A menina, muito formosa, nos seus quatro anos, muito
esperta, muito inteligente, muito pegada com minha mãe, só tinha, então, vida
nos seus enormes olhos negros.
Que estranho olhar! Alumiou-me tristemente a entrada na casa
de meus pais — e tem-me brilhado através da existência por cinqüenta anos
seguidos sem se apagar. A volta a casa era assim feita em meio da tristeza. A
peste continuou a lavrar com intensidade. Lídia morreu; minha mãe, atacada
depois, esteve a se partir também. Muitos escravos de estima faleceram. Eu nada
tive, mas acendeu-se-me n'alma uma tão intensa saudade do engenho, que me torturou
por anos inteiros.
Quando, aos domingos, meus avós vinham à missa na vila, a
minha alegria era sem par. Os encontros com Antônia eram festejados com
lágrimas de contentamento. Mas as separações, quando tinha de regressar ao
engenho! Eram o inferno.
Eu, criado fora até aos cinco anos, era, no princípio, como
estranho aos meus irmãos mais velhos, que me faziam troças e me maltratavam
muitas vezes, com essa malignidade própria dos meninos. Daí, um estado d'alma
que se me produziu e ainda hoje perdura, digo-o à puridade, quer me acredite,
quer não.
Habituei-me cedo a ser paciente, sofredor, ao mesmo tempo
desconfiado, suspicaz, talvez, e, ainda por cima, resistente, belicoso. Algumas
dessas qualidades são boas, parece, outras inconvenientes.
Existem em mim, encerram os germes de minhas tendências de
analista e crítico. Aliadas às que tinham origem no engenho Moreira, explicam,
em grande parte, toda a minha vida e toda a minha obra.
E eis aí porque disse, em princípio, que era vítima das duas
maiores epidemias que assolaram o Brasil no século XIX. Não seria, talvez, sem
razão afirmar, por outro lado, a existência de certas predisposições
hereditárias:
a propensão analista e crítica, como devida, em grande
porção, a meu pai, André Ramos Romero, português do norte, muito inteligente e
muito satírico; a bonomia para não dizer de mim — a bondade, à minha mãe, Maria
Vasconcelos da Silveira Ramos Romero, cujo coração é uma herança de meu avô
Luís Antônio de Vasconcelos, outro português do norte, de quem até hoje só
descobri um igual na bondade nativa, inesgotável, espontânea, — no velho Barão
de Tautfoeus.
Peço-lhe que me perdoe o ter aqui incluído os nomes de meus
pais e avós.
Há disso uma razão: é que meus desafetos, por me eu assinar,
a princípio, Sílvio da Silveira Ramos, para abreviar o nome, e, depois, só
Sílvio Romero, por o encurtar ainda mais, andaram aí a tecer uns libelos sem
graça e sem verdade. No Rio há muita gente que conheceu e conhece toda a minha
família. Os senadores Olímpio de Campos e Martinho Garcez são do número.
A nova residência na vila, onde meu pai era negociante
abastado, dos cinco aos doze anos, fortificou em mim as disposições inatas e as
adquiridas. O Lagarto, naquele período, era uma terra onde os festejos
populares, reisados, cheganças, bailes pastoris, taieiras, bumbas-meu-boi...
imperavam ao lado das magníficas festividades da igreja.
Saturei-me desse brasileirismo, desse folclorismo nortista.
Não devo ocultar certa ação de dois livros que foram, nos últimos tempos de
escola primária, a base do ensino do meu derradeiro mestre de primeiras letras.
Um — o Epítome da História do Brasil, de J.P. Xavier
Pinheiro, por causa da descrição de nossa terra — de Rocha Pita, que ocorre
logo nas primeiras páginas: "O Brasil, vastíssima região, felicíssimo
terreno, em cuja superfície tudo são frutos..." Outro, Os Lusíadas, por
muitos trechos que me encantavam.
O Brasil da descrição de Pita ficou sendo o meu Brasil de
fantasia e sentimento; a poesia de Camões ainda hoje é uma das mais elevadas
manifestações da arte no meu ver e sentir, e, com seu ardente amor da pátria,
fortaleceu o meu nativismo.
Apesar das inúmeras palmatoadas que apanhei na leitura e
análise dos dois livros, nunca perdi a simpatia por Luís de Camões e pelo, mais
tarde, tradutor do Dante. Da minha aprendizagem de preparatórios no Rio de
Janeiro, de 1863 a 67, guardo saudosas reminiscências de cinco homens que
influíram assaz no meu pensamento.
Padre Gustavo Gomes dos Santos, professor de latim, pelas
muitas coisas que profusamente, com muito gosto e muito saber, comunicava, em
aula, não só das letras antigas como das portuguesas e brasileiras. Foi quem me
despertou o prazer literário. Joaquim Veríssimo da Silva, lente de filosofia,
pelas exposições da metafísica alemã, principalmente de Kant, de que se
mostrava grande sabedor.
Padre Patrício Muniz, mestre de retórica e poética, pelas
excursões que, em conversa, fazia também pelos domínios germânicos, de cuja
filosofia era muito admirador, combinando-a, já se vê, com a escolástica. Estes
dois fizeram-me divisar ao longe os sistemas filosóficos.
Francisco Primo de Sousa Aguiar, a cujo cargo estavam as
cátedras de história e geografia, no antigo Ateneu Fluminense, onde eu
estudava, por suas admiráveis lições em que salientava o papel e o valor
histórico das gentes germânicas, e pelas muitas cenas da terra alemã que, com
intenso prazer e num acento muito comunicativo, punha diante dos olhos de seus
ouvintes.
Finalmente, o barão de Tautfoeus, o ídolo da mocidade do
tempo, verdadeiro tipo lendário, que a todos enchia de respeito, admiração e
amor. Não foi meu lente; mas, por ser a bondade em pessoa, deu-me a honra de
inúmeras palestras nos tempos dos exames, em que o procurava.
A filosofia da história deste sábio tinha uma raiz
etnográfica poderosa, que me fez logo impressão e ficou até o presente. Aos
dois últimos, é claro, devo o meu germanismo histórico, político, social,
diverso do alemanismo literário, pregado em Pernambuco, por Tobias Barreto, de
1870 em diante.
No Recife, onde aportei em janeiro de 1868, e onde permaneci
até 1876, levei os dois primeiros anos calado, no estudo das disciplinas que,
até aos dias atuais, me têm preocupado mais. As influências ali recebidas não
fizeram senão desenvolver o que em mim já existia, desde os tempos do engenho,
da vila, da aula primária e dos preparatórios. As três primeiras leituras que
fiz no Recife, por um feliz acaso, me serviram para abrir definitivamente o
caminho por onde já tinha enveredado, fortalecendo as velhas tendências.
Foram um estudo de Emílio de Laveleye acerca dos Niebelungen
e da antiga poesia popular germânica, um ensaio de Pedro Leroux sobre a Gothe e
um livro de Eugênio Poitou sob o título — Filósofos Franceses Contemporâneos. O
primeiro meteu-me nessas encantadas regiões de folclore, crítica religiosa,
mitologia, etnografia, tradições populares, que me têm sempre preocupado. O
segundo nas acidentadas paragens da crítica literária moderna, que tanto me tem
dado que fazer.
O terceiro no mundo áspero e movediço da filosofia, em que
me acho nas mesmas condições. Mas tudo isso já vinha de trás. Aí ficam as
várias cenas do 1º ato — As Origens — de minha vida espiritual.
Como, depois, me orientei de tudo isso, por entre as
leituras e estudos que tenho feito por quarenta anos ininterruptos, o que
aprendi dos mestres, o que tirei de mim próprio, isto é, o 2º ato do drama — A
Formação — deixo de indicar, porque já me vou tornando secante. A crítica
indígena que o procure por si mesma descobrir e refazer, se achar nisso algum
interesse.
Deixei para o fim a influência em mim exercida por Tobias
Barreto, para ter o prazer de destacá-la com mais força. Não recebi dele
propriamente idéias; aprendíamos, por assim dizer, em comum.
Dele aproveitou-me intensamente, e nunca fiz disso mistério,
o entusiasmo de combater, o calor da refrega, o ardor da luta, o espírito de
reação, a paixão das letras, o amor pela vida do pensamento, pelo espetáculo
das idéias. E assim, penso, meu caro João do Rio, tenho respondido ao seu
primeiro quesito.
Das suas obras, qual a que prefere?
Ao segundo, pondo de parte uma fingida modéstia que nunca
tive, e sem perder a cabeça em julgá-los mui grande coisa, declaro que se se
pode assim falar, de meus trabalhos prefiro todos, porque cada um deles visou
um fim e teve função especial. Me gustan todos... Desculpe a rude franqueza de
nortista.
Lembrando separadamente a prosa e a poesia contemporâneas,
parece-lhe que no momento atual, no Brasil, atravessamos um período
estacionário, há novas escolas (romance social, poesia de ação, etc.) ou há a
luta entre antigas e modernas? Neste último caso, quais são elas? Quais os
escritores contemporâneos que as representam? Qual a que julga destinada a
predominar?
O terceiro ponto do questionário se me antolha coisa para
ser discutida em estudo aprofundado. O momento atual parece-me um momento de
simples parada, não de decadência. O mesmo se deu em começos do século XVIII
depois de Gregório de Matos e Antônio Vieira, que se pode considerar brasileiro
pela ação; o mesmo nos princípios do século XIX, após o surto da escola
mineira. É o que se nota na própria Europa.
Fazendo mais de perto a distinção da poesia e da prosa, não
me parece que esteja esta pujante no momento de agora e a outra decadente.
Apurando bem os prós e os contras, eu me decidiria antes pela poesia. Estão
ainda vivos e na força da mocidade e vigor do talento seis, pelo menos, dos
melhores poetas que o Brasil tem produzido. Fazem ainda verdadeira a sentença
de ser o lirismo a mais fulgurante manifestação da estesia pátria.
O desenvolvimento dos centros-literários dos Estados tenderá
a criar literaturas à parte?
À quarta pergunta respondo sem hesitar: a função literária e
intelectual de nossas antigas províncias não é a de criarem literaturas à
parte, como, com alguma ironia, se alvitra no Rio de Janeiro, depois que o
saudoso Franklin Távora falou em literatura do Norte.
Não foi no sentido incriminado o seu pensamento, com o
chamar a atenção para as tradições, os costumes, as cenas nortistas e com o
aludir aos bons talentos daquela zona. A sátira é escusada, ainda que parta
principalmente de provincianos acariocados. A função das províncias, prefiro
lhes chamar assim, do norte, sul, centro e oeste, é a de produzirem a variedade
na unidade e fornecerem à Capital os seus melhores talentos.
Sempre foi isto desde os tempos de Silva Alvarenga, dos
Andrada, Cairu, Odorico Mendes, até Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Coelho Neto,
Raimundo Correia, Artur e Aluísio Azevedo, Luís Murat, José do Patrocínio,
Graça Aranha, Araripe Júnior, Afonso Celso, Arinos, João Ribeiro, José
Veríssimo, Capistrano de Abreu, Fausto Cardoso, Melo Morais, Teixeira Mendes...
e duzentos mais, passando por Gonçalves Dias, Alencar, Porto Alegre, Macedo e
as mais vivas figuras do romantismo.
Inútil é lembrar os políticos cujo número é legião. Pelo que
se refere ao quinto e último quesito, afirmo convicto, posto nunca tivesse sido
um homem do ofício, que o jornalismo tem sido o animador, o protetor, e, ainda
mais, o criador da literatura brasileira há cerca de um século a esta parte.
É no jornal que têm todos estreado os seus talentos; nele é
que têm todos polido a linguagem, aprendido a arte da palavra escrita; dele é
que muitos têm vivido ou vivem ainda; por ele, o que mais vale, é que todos se
têm feito conhecer, e, o que é tudo, poderia ser mais se houvesse um acordo e
junção de forças; é por onde os homens de letras chegam a influir nos destinos
deste desgraçado país entregue, imbele, quase sempre à fúria de politiqueiros
sem saber, sem talento, sem tino, sem critério, e, não raro, sem moralidade...
E aqui faz ponto seu admirador."
Não é preciso fazer o elogio desta carta cheia daquele
espírito que o filósofo chamava de eterno...
Texto e imagem reproduzidos do site: acervo.revistabula.com
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