Publicado originalmente no Facebook/Antonio Samarone, em 25 de julho de 2017.
José Abud (80 anos), filho de pais sírios, de Aleppo.
Inscrição nº 125 do CRM Sergipe. Professor de propedêutica de várias gerações
de médicos, um virtuose da medicina artesanal. Um olhar clínico aguçado,
remanescente de uma medicina feita com as mãos (palpação, percussão, toque),
com os ouvidos, enfim, com os sentidos. Uma medicina centrada na história do
paciente, em lembranças, reminiscências, recordações (anamnese). Uma medicina
onde os exames eram realmente complementares, e se houvesse discordância entre
o resultado dos exames e a clínica, prevalecia a última. A clínica era
soberana. Como nos ensinou o professor José Abud: a medicina é uma disciplina
das humanidades, não é um ramo da economia (não era).
Formado pela Escola Baiana de Medicina em 1961. Retornou a
Sergipe, indo clinicar no Hospital de Cirurgia. Médico do INAMPS.
Especializou-se em geriatria em 1969, sendo o primeiro geriatra de Sergipe.
Depois de se tornar um médico conceituado, com clientela abundante, resolveu
voltar aos bancos escolares, formando-se em educação física, aos 69 anos.
Poeta, com livros publicados. Durante vários anos comandou
um suplemento literário da Gazeta de Sergipe. O Dr. José Abud é membro das
Academias Sergipana de Letras e da Academia Sergipana de Medicina. No momento,
aos oitenta anos, continua atendendo os seus pacientes com dedicação e
competência. José Abud, é de uma geração de médicos que cumpriu um ciclo numa
medicina humanizada, centrada no colóquio singular médico/paciente.
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Dúvida.
“Como aceitar
que essa boca
que tanto ofende
beije?
Que estes punhos cerrados
Se abram mão que
acariciem?
Que estes olhos
Injetados de ódio
Se torne serenos
e límpidos?
Que esse corpo
tenso de rancor
se abandone,
lânduido,
ao amor?”
José Abud.
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Antonio Samarone.
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